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quinta-feira, 6 de outubro de 2022

5 desafios de uma mulher na política


Em tempos eleitorais, tudo parece mais extremo, inclusive os preconceitos. Mesmo com a tentativa de diminuir o machismo, inclusive com a criação de cotas para mulheres nos partidos, ainda assim, estão nas notícias exemplos de candidatas que só estão fazendo número nos partidos, além da usual desacreditação de candidatas mulheres.  Para se ter ideia,  mais da metade da população brasileira (51,13%) é feminina, e elas representam, segundo Tribunal Superior Eleitoral, 53% do eleitorado. No entanto, ocupam hoje menos de 15% dos cargos eletivos, segundo dados do IBGE.

 

As mulheres enfrentam dificuldades em diversas áreas, mas no cenário político é ainda mais agravado. Há menos de 100 anos, o voto feminino foi autorizado em todo o Brasil,  mas até hoje tivemos apenas uma única presidente, Dilma Rousseff. Para termos mais mulheres nas lideranças é fundamental pensar em políticas de inclusão de mulheres que sejam mais robustas.

 

É fundamental o estímulo ao lançamento de mais candidaturas femininas, especialmente de mulheres vítimas de violência doméstica,  negras, indígenas e de identidades LGBTQIA+. Precisamos falar sobre pautas femininas como aborto, saúde, assédio, maternidade e igualdade de gênero. 

De olho nesse cenário, a Emenda Constitucional 111, promulgada em setembro de 2021, determinou a contagem em dobro dos votos dados a mulheres e pessoas negras no cálculo da distribuição dos recursos dos fundos partidário e eleitoral nas eleições. Essa medida irá até 2030. 

Mesmo com novas medidas e o debate sobre a importância das mulheres na política, ainda existem muitos empecilhos. Abaixo listo os 5 principais desafios de uma mulher na política.  Confira: 


1 - Misoginia: o termo que significa ódio ou aversão às mulheres pode ser visto em vários contextos. Recentemente foi possível notar um caso com repercussão nacional, o atual presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, em rede nacional no primeiro debate entre os candidatos, teve uma fala machista com a jornalista Vera Magalhães, o presidente disse que a jornalista “Dorme pensando em mim, alguma paixão”.  

É importante enfatizar que misoginia é crime. Sancionada em 2018 pelo ex-presidente Michel Temer, a lei 13.642/18 acrescenta à Polícia Federal a atribuição de investigação de casos de misoginia na internet. A norma determina que a PF possa investigar a propagação de conteúdos que difundem ódio ou aversão às mulheres na rede mundial de computadores. Muitas também são ofendidas pelo twitter ou outros meios de comunicação online, chamadas de loucas, históricas ou incapazes, as críticas são direcionadas ao intuito de desqualificar as mulheres. 


2 - Medo da Violência: O Brasil é o 5º país no mundo – em um grupo de 83 – em que se matam mais mulheres, de acordo com o Mapa da Violência de 2015, organizado pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso). Para as mulheres negras, o índice foi ainda pior: os homicídios, nesse caso, aumentaram 54,2% no mesmo período, passando de 1.864 para 2.875 vítimas. O indice de violência contra as mulheres é enorme, principalmente quando pensamos no cenário político, em que muitas ainda não tem apoio. Um exemplo, que assustou muitos, foi o assassinato da vereadora Marielle Franco no Rio de Janeiro, em 2018, um caso emblemático de violência política de gênero. Ano passado, foi sancionada a Lei 14.192, que estabelece normas para prevenir, reprimir e combater a violência política contra a mulher. 


3 - Machismo: O machismo predomina nos arredores políticos que são marcados pela baixa representatividade feminina. A sobrecarga de atividades atribuídas às mulheres pela sociedade, os empecilhos do sistema político-partidário, o preconceito e a desvalorização das mulheres muitas vezes as mantém longe da candidatura. 

É fato que não se pode negar a realidade do preconceito e machismo contra mulheres e mães tanto na política como no mercado de trabalho atual. Não deveria ser assim, mas é a realidade, para se destacar a mulher tem que ser tecnicamente muito melhor qualificada do que qualquer homem que exerça a sua mesma função e ainda ter garra para dar conta, com mestria das suas duplas e, às vezes, triplas jornadas de trabalho. Mas na minha visão, o principal é ser uma candidata focada em resultados. Se o resultado final do seu trabalho é acima da média, isso vai ser o seu cartão de visitas.


4 - Medo de errar: As outras pessoas, muitas vezes, costumam desencorajar as mulheres a seguirem seus sonhos e montar sua própria campanha. Mas é preciso contrariá-los, confiar no seu potencial e deixar o medo de lado para seguir em frente. Podemos pensar na candidatura, como quando vamos  começar um negócio novo, é normal ter medo de falhar e, em alguns momentos, de não fazer um bom trabalho. O que não pode acontecer é deixar com que esse medo te paralise. Errar em alguns momentos faz parte da jornada, o mais importante é continuar estudando e aprendendo para não cometer os mesmos erros e ir melhorando nos pontos que costuma ter uma maior dificuldade.


5 - Não ter ajuda: Começar algo novo sempre é difícil, mas quando se tem apoio e com quem contar no caminho, as coisas acabam se tornando um pouco mais fáceis. As mulheres precisam se unir e procurar outras com o mesmo propósito. O Mulheres Aceleradas, por exemplo, é uma comunidade para mulheres que já empreendem e também para as que desejam começar a empreender. Não importa a região em que a empresária está, ela pode fazer parte. A fundação tem o interesse genuíno em oferecer ajuda a essas mulheres, aproveitando os meus conhecimentos técnicos e experiência na área. O objetivo é fazer com que elas percebam que têm com quem contar e que não precisam trilhar esse caminho cheio de desafios sozinhas. Na política precisamos pensar da mesma forma.


Larissa DeLucca - empreendedora, fundadora e CEO da Negócios Acelerados - uma agência de marketing que há 13 anos potencializa negócios, e Diretora da Fundação Mulheres Aceleradas.


Disparidade de gênero na política é comprovada por pesquisa do CEUB

Estudo aponta a necessidade de propostas que defendam a igualdade de gênero em espaços de poder


No Brasil é lamentável a diferença na proporção entre mulheres e homens que ocupam lugares de destaque nos parlamentos. A partir da alta taxa de homens no poder, a estudante de Direito do Centro Universitário de Brasília (CEUB) Gabriela Colnago (21) realizou um estudo que aponta as dificuldades de representação de gênero na política. Nomeada “Ouvindo as Parlamentares para o Incremento da Representação de Gênero no Congresso Nacional”, a publicação acadêmica identificou o porquê dessa sub-representação e meios para superá-la, compreendendo e afirmando a violência política de gênero.

De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 51,1% da população brasileira em 2021 era de mulheres. Com um país composto por mais mulheres, apenas 9.892 mulheres pleitearam algum posto nas eleições deste ano — o que representa 34% das candidaturas. Mesmo com um número recorde de candidaturas homologadas, o dado ainda está distante da paridade.

Durante o processo imersivo de visitas ao Congresso Nacional, a pesquisadora Gabriela Colnago buscou ouvir as vivências e perspectivas das parlamentares sobre como é ser uma mulher na cúpula do Poder Legislativo. “Concretizar uma democracia representativa exige a representatividade de minorias, pois somente assim a política e governabilidade pode ser exercida de forma plural e para todos”, destaca a autora do estudo.

A cota para as mulheres candidatas é vista como necessária e a maioria afirmou pela sua efetividade e impacto positivo. A mostra apontou que 100% das deputadas e senadoras entrevistadas presidiram comissões ou grupos de trabalho sobre diversos temas, demonstrando o papel de liderança. O saldo da pesquisa também mostra que 40% das entrevistadas nunca elaboraram um PL sobre igualdade política de gênero. Dentre as proposições reveladas no artigo, estão a reserva de cadeiras das casas legislativas, cotas e financiamento de candidaturas femininas, além do voto do eleitor em mulheres que apoiam as causas femininas.

Orientadora da pesquisa acadêmica, a professora de Direito do CEUB Mariana Cirne destaca que as cotas dedicadas às candidatas são insuficientes. Segundo ela, as propostas legislativas devem buscar reduzir a atual desigualdade de gênero, para que futuramente não seja necessária uma política de cotas para eleger mulheres. “Temos grandes desafios nessa pauta. Precisamos divulgar e debater o quadro de desigualdade e os obstáculos das mulheres. A pesquisa defende a importância do voto em candidatas progressistas e que trabalhem em prol do direito das mulheres. Lugar de mulher é representando”, considera Cirne.



Metodologia e aplicação da pesquisa

Gabriela Colnago aplicou como metodologia a revisão bibliográfica, pesquisa documental e entrevistas com as parlamentares. O estudo mapeou, por meio dos sites das casas legislativas, proposições de autoria ou de pautas de interesse feminino dentro da política. Ao todo, 73 Projetos de Lei da Câmara dos Deputados e Senado Federal contemplam os aspectos: autoria, votos favoráveis ou contrários aos direitos emancipatórios e o gênero do proponente e status.

Do total de PLs selecionados, 52,05% possuem como autora ou coautoras mulheres, mostrando como as mulheres são maioria, porém 31,50% destes não são favoráveis à pauta das mulheres na política. Dentro dos 31,50%, 73,91% são de autoria de homens. “O número ainda é baixo, o que reafirma como há pouca preocupação com a inserção de mulheres na política e como as parlamentares não estão engajadas com essa pauta. Ou seja, estes projetos, de alguma forma, buscam retirar ou regredir em direitos do ordenamento atual para as mulheres”, argumenta Gabriela.

Após a análise legislativa, a pesquisa migrou para a etapa de entrevista, com um questionário direcionado às parlamentares do Congresso Nacional. Dividida por eixos, a proposta buscou compreender os obstáculos que elas encontram na vida política desde a sua campanha até o fim do mandato. Foram ouvidas cinco representantes e todas afirmaram ter sofrido violência política de gênero.

“Concluímos que o nosso dever para mudar este cenário é também observar e analisar as pautas das candidatas mulheres, o seu comprometimento com o tema, sua campanha e suas ações já como parlamentar para fazer a diferença e alcançar um equilíbrio, que por mais difícil que seja de se alcançar, é possível”, arremata.


Hospital e Maternidade Octaviano abre seleção para residência médica


O Hospital e Maternidade Octaviano, pertencente ao Grupo Hapvida NotreDame Intermédica, abriu o processo seletivo  para médicos residentes. São cinco vagas para a área de ginecologia e obstetrícia.  A inscrição pode ser feita até o dia  18 de outubro, exclusivamente pelo site  www.aremg.org.br/processos-atuais

 

A capacitação tem duração de três anos. Estarão aptos a participar do processo seletivo aqueles alunos que tenham concluído o curso de medicina reconhecido pelo Ministério da Educação (MEC) até a data da inscrição.   O edital com as orientações do processo e pré-requisitos está disponível no link MaternidadeOctavianoNeves-EditalPSU2023

 

O Hospital e Maternidade Octaviano foi fundado em 1964 e oferece atendimento numa região privilegiada da capital mineira, com estrutura de maternidade, pronto atendimento, laboratório de análises clínicas, serviço de diagnóstico por imagem, atendimento ambulatorial para diversas especialidades e centro cirúrgico. A unidade ocupa uma área construída de 7,9 mil m².  Do total de leitos (156), 45 são de UTI, sendo 30 de UTI neonatal e 15 de UTI adulto.

 

 

Grupo Hapvida NotreDame Intermédica


Trabalhadores com mais de 50 anos e a vocação para comércio, serviços e turismo

O setor de comércio, serviços e turismo é o que mais emprega no Brasil, com 55 milhões de vagas ocupadas e uma característica atrativa para trabalhadores de mais de 50 anos. São funções que primam pela forte interação humana. Seja nas lojas, nos restaurantes, nos supermercados, nas recepções de hotel, nas escolas, nos hospitais, na aviação, no atendimento ao cliente ou por aplicativos e plataformas, prestadores de serviços em geral interagem intensamente com clientes. Como o setor terciário comercializa bens intangíveis, imateriais, é o bom relacionamento que se torna o segredo do negócio.

Para isso, há que se ter trabalhadores com habilidades especiais, que, não raros os casos, são adquiridas ao longo do tempo. Falamos aqui de experiência, paciência, atenção, educação, dedicação, cuidado e zelo, o que muitas pessoas com mais de 50 anos têm de sobra. 

São habilidades que aparecem com a experiência comum à população dessa faixa etária, o que representa uma vocação para o setor terciário. Já se tem notícia de que lojas que empregam pessoas com mais de 50 anos têm um ganho significativo na qualidade de atendimento aos clientes. 

Assim, o setor de comércio, serviços e turismo se torna protagonista na empregabilidade para um público que, por vezes, encontra dificuldade em se realocar no mercado de trabalho. Ainda, o trabalho sem emprego – o empreendedorismo – é outra modalidade a ser pensada para as pessoas com mais de 50 anos. O Sesi e o Sesc, por sinal, ajudam bastante na viabilização dos dois modelos de atividades laborativas.

Vale a pena citar a Lei do Microempreendedor Individual, que estimula o trabalho empreendedor para as pessoas com mais de 50 anos. Isso porque elas podem se inserir no mercado de trabalho sem vínculo de emprego, por meio do empreendedorismo. Esse modelo permite ainda o pagamento de uma pequena taxa mensal que garante a proteção da Previdência Social.

Existe um conjunto de leis no Brasil que abrangem o trabalho temporário, o teletrabalho, o trabalho intermitente e o próprio trabalho autônomo, que pode servir para a atuação profissional com ou sem vínculo de emprego para a pessoa com mais de 50 anos. É evidente, claro, que a inserção no mercado de trabalhadores dessa faixa etária depende também da qualificação. 

O que é importante é que aqueles com mais de 50 anos saibam que têm um caminho muito interessante para reingressar no mercado de trabalho dentro do setor de serviços, turismo e comércio. É uma forma de contribuir para o sustento familiar, para a economia e para alocar essa população, que ganha cada vez mais importância na pirâmide etária com o aumento da expectativa de vida no país.

 

José Eduardo Gibello Pastore - advogado, consultor de relações trabalhistas e sócio do Pastore Advogados

 

quarta-feira, 5 de outubro de 2022

Surto de Meningite em SP: o que é e como se prevenir

A vacinação continua sendo a forma mais eficaz de prevenção contra a doença. 


Com alertas sobre o coronavírus e até sobre a varíola dos macacos, parece não sobrar espaço para mais uma doença, certo? É por isso que o surto de meningite meningocócica tipo C tem causado tanta preocupação. 

O surto da doença tem chamado atenção na cidade de São Paulo, especialmente nos bairros de Vila Formosa e Aricanduva, causando a morte de cinco pessoas desde 16 de julho deste ano. De acordo com dados do Ministério da Saúde, foram 702 mortes ao todo este ano por conta de meningites, e foram registrados mais de 5,8 mil casos no país até o momento. 

A vacinação, a melhor forma de prevenção contra todos os tipos de meningite, ainda tem baixa adesão. A campanha nacional de vacinação contra a meningocócica C, por exemplo, terminaria no dia 30 de setembro, mas alguns estados brasileiros decidiram prorrogar a vacinação por conta da baixa cobertura - que não passa de 52,08% da população alvo.

 

O que é meningite? 

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a meningite é uma doença que infecta mais de 5 milhões de pessoas por ano no mundo todo. A cada dez pacientes, um morre por conta da doença e outros dois ficam com sequelas. 

Essa é uma infecção que afeta, principalmente, as chamadas meninges - três membranas que envolvem e protegem o encéfalo, a medula espinhal e outras partes do sistema nervoso central. 

"A meningite pode causar danos cerebrais bastante graves e, se não for tratada rápida e corretamente, seu índice de mortalidade é alto", explica o Dr. Octavio Fernandes, infectologista e vice-presidente de Operações do Labi Exames. 

A doença pode acometer qualquer pessoa. No entanto, é mais comum em bebês, crianças em idade pré-escolar e jovens. As crianças entre 6 meses e 1 ano são as mais vulneráveis à infecção, já que possuem um sistema imunológico mais frágil e ainda não desenvolveram os anticorpos necessários para combater a infecção. 

O surto atual é da meningite considerada mais grave, a bacteriana (ou tipo C), causada pela bactéria Neisseria meningitidis, também conhecida como meningococo. 

Essa variante é a responsável pela maior parte dos casos graves e óbitos, e é bastante contagiosa, com potencial epidêmico - ou seja, caso não seja controlada rapidamente, pode se espalhar com velocidade para outras pessoas, gerando um aumento exponencial no número de casos.  

 

Sintomas e prevenção contra a meningite 

Os sintomas da doença costumam variar de acordo com etiologia, mas considerando o atual surto da variante bacteriana, vale a pena ficar atento aos seus sinais: 

  • Febre
  • Mal-estar
  • Vômitos frequentes
  • Dores de cabeça fortes e dores no pescoço
  • Dificuldade para encostar o queixo no peito
  • Confusão ou dificuldade de concentração
  • Convulsões
  • Sonolência ou dificuldade para acordar
  • Sensibilidade à luz
  • Falta de apetite ou sede
  • Manchas vermelhas espalhadas pelo corpo

 

Aqui, um detalhe importante: as manchas são um sinal de que a infecção está se espalhando rapidamente pelo sangue, e o paciente deve buscar ajuda médica imediatamente. No caso dos bebês, é importante papais e mamães ficarem atentos à moleira da criança, que tende a ficar elevada nesses casos. 

Além disso, é importante manter a carteirinha de vacinação atualizada com as doses de vacinas protetoras contra a meningite. 

"A melhor e mais eficaz prevenção contra a meningite é a vacinação, já que o imunizante protege contra os principais micro-organismos que podem provocar a doença", explica o médico. "Dessa forma, mesmo que a pessoa tenha contato com os vírus ou bactérias responsáveis pela meningite, o risco de desenvolver a doença é muito baixo e as chances de apresentar complicações decorrentes da meningite são quase zero."

 

Vacinação contra o meningococo 

O calendário vacinal do Ministério da Saúde abrange, normalmente, apenas crianças, adolescentes e idosos na vacinação contra meningite, mas adultos também podem se vacinar e atualizar a carteirinha de vacinação, segundo orientação médica. 

O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece gratuitamente a vacina meningocócica C (Conjugada) no seguinte esquema: 

  • Duas doses, aos 3 e 5 meses, e um reforço aos 12 meses (de preferência). 

Por conta do surto recente, o Ministério da Saúde recomenda que, se a criança não tiver se vacinado até os 10 anos, deve tomar uma dose da meningocócica C. 

No sistema particular de saúde, as opções são variadas. O Labi Exames, por exemplo, oferece opções para quem pretende se proteger contra a meningite do tipo C.

  • Vacina ACWY: protege contra as formas mais graves e letais da doença, causadas pelos meningococos tipos A, C, W e Y.
  • Vacina de Meningite B: protege contra meningites e infecções generalizadas (doenças meningocócicas) causadas pela bactéria meningococo do tipo B.

 

 DR. OCTAVIO FERNANDES CRM-RJ: 458444 - INFECTOLOGISTA, VP DE OPERAÇÕES E CO-FUNDADOR DO LABI EXAMES

 

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13 de outubro - Dia Mundial da Visão

H.Olhos alerta sobre a importância de considerar a saúde ocular durante o check-up anual


Consultar um oftalmologista pelo menos uma vez por ano auxilia com diagnóstico preciso de problemas oculares como, por exemplo, glaucoma e catarata, que podem evoluir para a cegueira; segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 60% das cegueiras são evitáveis

 

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), na segunda quinta-feira do mês de outubro é celebrado o Dia Mundial da Visão. O objetivo da data, que este ano será dia 13 de outubro, é orientar a população sobre a prevenção de doenças oculares que podem causar cegueira se não diagnosticadas e tratadas, como glaucoma, catarata e retinopatia diabética, entre outras.

“É muito importante manter uma frequência anual para acompanhar a saúde dos olhos, pois estamos expostos diariamente a situações que, com o tempo, podem prejudicar a visão, como exposição ao sol e aparelhos eletrônicos e a poluição que pode contribuir para o aparecimento de olho seco e alergias oculares. Um problema ocular detectado em estágio inicial pode ser tratado e corrigido, evitando que cause complicações futuras, inclusive a perda da visão”, explica a Dra. Myrna Serapião dos Santos, oftalmologista, especialista em doenças da superfície ocular e córnea e Diretora Médica da Vision One, detentora do H.Olhos.

Conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil tem um número estimado de 1,5 milhão de pessoas cegas. Esse número representa 0,75% do total da população do país. Tomando como base a informação da OMS, que aproximadamente 60% das cegueiras são evitáveis, 900 mil brasileiros não entrariam nesta estatística se fossem anualmente ao oftalmologista.

 

Prevenção e cuidados

  • A primeira visita ao oftalmologista deve ser feita logo no primeiro ano de vida.
  • Evite coçar os olhos, esse ato pode contribuir para o desenvolvimento de algumas patologias oculares.
  • O uso excessivo de telas, com o tempo, pode causar sintomas oculares e danos à visão.
  • Manter hábitos alimentares saudáveis também são importantes para uma boa visão.
  • Evite exposição prolongada ao sol. Recomenda-se o uso de óculos de sol desde a infância.
  • É muito importante incluir no check-up anual uma consulta com oftalmologista.

 

Vision One


Doenças fetais na gestação: diagnóstico precoce pode salvar seu bebê


As doenças da formação fetal são anormalidades morfológicas identificadas ainda durante a gravidez. Elas acontecem em consequência de processos anormais de desenvolvimento e podem trazer importantes prejuízos ao bebê, como problemas de crescimento e alterações no sistema nervoso central. Existem condições que até terminam em óbito fetal. 

A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) estima que, a cada ano, cerca de 8 milhões de bebês no mundo nasçam com malformações congênitas. Deles, aproximadamente 3 milhões morrem antes de completar cinco anos de idade. 

No Brasil, a malformação fetal é a segunda principal causa de morte de bebês e crianças, ficando atrás apenas da prematuridade. Embora os números sejam assustadores, com o avanço da ciência e tecnologia, as chances de identificar e tratar essas doenças são consideráveis. 

 

Prevenção e identificação 

Um pré-natal cuidadoso, com acompanhamento adequado e muita atenção aos sintomas é indispensável, assim como a ultrassonografia, ferramenta capaz de diagnosticar precocemente as doenças fetais. 

O uso correto do ultrassom, com especialista capacitado, possibilita detectar de 70% a 80% destas condições, e em tempo hábil permite recorrer a tratamentos, como a intervenção cirúrgica ainda no útero, com vistas a evitar o desenvolvimento de eventual doença fetal. 

Aliás, são diversos os tipos de malformação fetal catalogados pela ciência. Muitas delas já podem ser tratadas durante a gestação, por meio da intervenção no (s) feto (s). Por exemplo, a mielomeningocele; a síndrome da transfusão teto-fetal; a hérnia diafragmática congênita; derrame pleural fetal; anemia fetal, entre outras. 

 

Mielomeningocele 

A Espinha Bífida Aberta, mais conhecida como mielomeningocele, é a mais comum anomalia congênita do sistema nervoso central. No Brasil, há uma incidência aproximada de 1/1000 nascidos vivos. É causa de paralisia dos membros inferiores, atraso no desenvolvimento intelectual, alterações intestinais, urinárias e ortopédicas. 

Até há poucos anos, a correção da espinha bífida só era feita após o nascimento. Cerca de 80% dos bebês operados necessitavam da colocação de drenos no cérebro e grande parte deles passava por cirurgias repetidas, o que redundava em progressiva redução da capacidade intelectual e altas taxas de óbito: 15% até o quinto ano de vida.

 

Brasil é referência mundial na intervenção 

Em 2011, resultados de trabalho científico elaborado nos EUA, denominado de MOMs trial - Management of Myelomeningocele study, demonstraram que os bebês com espinha bífida poderiam ser tratados ainda no útero por cirurgia aberta. Isso com significativo aumento na chance de andar, melhora no desenvolvimento intelectual e menor necessidade de colocação de drenos cerebrais após o nascimento. 

Desde então, o tratamento intrauterino por cirurgia aberta no útero tem sido o ideal para fetos com mielomeningocele. Porém, nem todos os bebês podem ser operados durante a gestação. Existem indicações específicas. Por exemplo, a idade gestacional entre 19 e 26 semanas. 

No Brasil, o grupo de cirurgia fetal do Centro de Medicina Fetal Gestar e da Rede Gestar de Medicina Materno-Fetal, coordenado pelo Dr. Fábio Peralta, é referência na utilização de técnica semelhante à descrita pelo MOMS trial, mas aprimorada, de forma a diminuir os riscos maternos e o parto prematuro. 

A técnica tradicional consiste em uma cirurgia aberta com uma incisão no útero de 6-8 cm de extensão. Já a técnica da Gestar, modificada e publicada internacionalmente, reduz a extensão da incisão uterina para 2,5 cm, o que consequentemente diminui os riscos maternos da cirurgia, mantendo os benefícios para o feto.

 

Síndrome de Transfusão Feto-Fetal 

A Síndrome de Transfusão Feto Fetal (STFF) é uma doença que ocorre em 10 a 15% das gestações gemelares em que os gêmeos são idênticos e compartilham a mesma placenta. No caso, por a placenta ser compartilhada entre os fetos, o sangue passa desproporcionalmente de um para o outro. Dessa forma, um dos bebês acaba sendo o “receptor” e o outro o “doador”.

 

Em aproximadamente 30% dos casos, a condição é grave, com risco de óbito (entre 90 a 100%) de um ou ambos os fetos se nada for feito. Quando ocorre a perda de um dos fetos por causa da STFF e o outro sobrevive, o risco de lesão no cérebro do bebê sobrevivente é altíssimo (de 50 a 100%). 

A única forma de tratamento conhecida é a cirurgia de ablação (cauterização) com laser dos vasos placentários. Já foi realizada em milhares de pacientes em todo o mundo, com excelentes resultados e pouquíssimas complicações maternas. 

É uma cirurgia pequena, feita com anestesia raquidiana (a mesma usada para cesariana), que dura mais ou menos 60 minutos, na qual cauterizamos com o uso do laser os vasos que comunicam os dois fetos na superfície da placenta e que estão causando a doença STFF. 

Para isso, a mãe deve ficar internada por 1 dia, tomando medicação para inibir trabalho de parto e antibiótico para prevenir infecção. Depois disso, a gestante recebe alta e deve ser reavaliada com ultrassom de 15 em 15 dias até o nascimento do(s) bebê(s). 

Quando o procedimento de cauterização dos vasos placentários é feito, a chance de pelo menos um dos fetos sobreviver é de cerca de 80%, com risco de dano neurológico nos sobreviventes menor do que 7%.

 

Prevenção da malformação congênita 

A origem de uma malformação congênita pode ser genética, infecciosa, ambiental ou nutricional, mas em muitos casos não é possível identificar sua causa. 

A causa pode estar associada a agentes infecciosos (vírus da rubéola, vírus do HIV, etc) ou outros fatores que aumentam as chances de desencadear uma doença congênita, como o uso de drogas, consumo de bebidas alcoólicas ou cigarro durante a gestação; obesidade e ou diabetes não controlados; uso de medicamentos contra-indicados no período gestacional e histórico familiar de malformação fetal. 

Neste sentido, é possível realizar a prevenção de algumas malformações com medidas básicas de saúde, como a vacinação de meninas contra rubéola (previne a síndrome da rubéola congênita), a fortificação de alimentos com ácido fólico e vitamina B-12 (para evitar a ocorrência de defeitos do tubo neural, como, espinha bífida e anencefalia) e zerar o consumo de álcool e nicotina.

E, claro, uma assistência pré-natal adequada e a realização de exames de rotina são essenciais. Isso porque, mesmo que não seja possível prevenir o surgimento de algumas malformações fetais, com a identificação precoce podemos evitar ou minimizar muitas das suas consequências.


Falta de controle da musculatura pélvica pode resultar em incontinência urinária


Ao contrário do que muita gente pensa, a incontinência urinária não tem a ver só com a idade, jovens e crianças também podem ter perda involuntária de xixi. Isso costuma ocorrer por falta de controle da musculatura pélvica ou por nem saber usá-la. Existem vários tipos de incontinência urinária, na mulher, a mais comum é por esforço, decorrente de um enfraquecimento dos ligamentos e músculos do períneo, ou ainda por partos vaginais mal assistidos e cirurgias vaginais.

 

“A incontinência urinária por esforço ocorre quando existe uma fraqueza muscular, um aumento da pressão intra-abdominal por tosse, espirro e até risada. Pode acontecer também devido a uma postura inadequada, respiração descoordenada ou por carregar peso”, explica a fisioterapeuta Priscila Pschiski, da clínica Pelvic Funcional.

 

Segundo Priscila, entre 30% e 50% das mulheres não sabem contrair corretamente o assoalho pélvico. O ideal é fazer uma avaliação pélvica, que engloba desde a postura até o assoalho pélvico. “É como um exame ginecológico, porém a diferença é que avaliamos a funcionalidade dos músculos e como ele se comporta. Esta avaliação é tão importante quanto um exame ginecológico de rotina, pois faz parte do check-up da mulher”.

 

A especialista ensina um teste para quem está em casa: insira um ou dois dedos na vagina e faça a contração, se sentir apertar e elevar o dedo, a contração está certa, mas se o dedo for empurrado para fora, está errada.

A falta de exercícios também pode causar incontinência urinária devido a fraqueza e a flacidez da musculatura. Do outro lado, praticar exercícios físicos que aumentam a pressão intra-abdominal, sem saber usar a musculatura para minimizar o impacto, pode gerar sobrecarga no assoalho pélvico, resultando em perda de xixi.

Pompoarismo também pode ocasionar problemas. “Estes exercícios são bons para aquelas que já sabem usar a musculatura íntima e respeitam a evolução dos músculos. No entanto, o excesso de exercícios voltados para o assoalho pélvico pode causar rigidez na musculatura, deixando a região tensa e a ação muscular ineficaz. Nem todo canal vaginal forte é sinal de funcionalidade”, esclarece a fisioterapeuta.

 

Para prevenir e tratar a incontinência urinária, a clínica utiliza o Método Dra. Pelvic, um tratamento exclusivo e eficiente desenvolvido por Priscila Pschiski. Ele se baseia em desenvolver os 5 C’s: consciência corporal; coordenação perineal e TRA (Transverso do abdômen); controle do diafragma; contração correta do assoalho pélvico e condicionamento físico e performance. 

“Aprendendo esses cinco passos, a pessoa evolui para exercícios estáticos e dinâmicos, onde ela aplica essa junção de exercícios para adquirir o condicionamento e realizar atividades do dia a dia sem perder xixi”, finaliza Priscila Pschiski.

 

Priscila Pschiski - fisioterapeuta pélvica e proprietária da clínica Pelvic Funcional

Crédito da foto: Pelvic Funcional.


Doenças autoimunes podem atingir mais de 500 milhões de pessoas no mundo

Especialista explica que um estilo de vida ruim pode impactar no desenvolvimento dessas doenças 

 

As doenças autoimunes vivem uma progressão constante desde o início do período industrial, que impactou diretamente na forma como as pessoas vivem e consomem alimentos.  A Autoimmune Association, órgão americano de apoio ao combate contra as doenças autoimunes, lista mais de 100 tipos diferentes. Até 8% de toda a população é portadora de uma doença. Entre as mais conhecidas estão a psoríase, esclerose múltipla, artrite reumatóide, vitiligo, doença celíaca. Estima-se ainda que cerca de 30% das pessoas sejam portadoras de doenças autoimunes e não saibam disso, isso acontece porque os sinais começam anos antes e são semelhantes ao de outras doenças, e para a identificação correta é necessário uma análise laboratorial bastante específica. 

Segundo a Dra. Fernanda Ota, médica dermatologista,especializada em fisiologia metabólica do Instituto Avantgarde, clínica médica focada em saúde preventiva, os cuidados com a saúde são importantes justamente nesses casos. “Todos os fatores ligados à genética nós não temos como controlar, mas as causas relacionadas a fatores externos sim, por isso fazer um acompanhamento médico preventivo é fundamental”.

De acordo com o National Institute Health (NIH), aproximadamente 23 milhões de americanos são portadores de uma doença autoimune, que ainda corresponde a uma das 10 principais causas de mortes em crianças do sexo feminino e mulheres de todas as idades. Para efeito comparativo, o câncer afeta 13 milhões de pessoas nos EUA, são 10 milhões a mais.  Um artigo científico publicado pela inglesa Hindawi, fala também da relação entre as doenças autoimunes com os problemas intestinais, nesse caso pode ser tanto pessoas já diagnosticadas como indivíduos com sintomas iniciais como gases, estufamento abdominal, intestino preso, diarreia.

Existem 10 vezes mais microorganismos no intestino do que células em todo o restante do corpo, 70% das bactérias do intestino não podem ser cultivadas em métodos microbiológicos laboratoriais. Além disso, é o órgão que mais tem contato com o mundo exterior e abriga 70% dos tecidos linfóides do corpo, responsáveis por ajudar a formar o sistema imunológico. O número de genes da microbiota intestinal é 150 vezes maior do que o número de genes no genoma humano.

“O intestino é um dos órgãos mais importantes da máquina humana que é o corpo. E colonizamos ele desde o momento em que nascemos, todas as escolhas feitas desse momento em diante, desde a via de parto até o tipo de alimentação que o bebê recebe, impactam nas bactérias que serão formadas na microbiota intestinal. Por isso, hábitos saudáveis como uma alimentação equilibrada, com consumo de produtos in natura, ingestão de carnes vermelhas ajudam na manutenção da base da nossa saúde”, reforça a médica.

A especialista alerta ainda para sintomas de alerta que o corpo emite por conta de problemas intestinais que podem estar ligados às doenças autoimunes, “Fadiga, estufamento abdominal, formação de gases, mal-estar, intestino preso, diarreia, todos esses são sintomas são sinais de que alguma coisa não está funcionando como deveria e, geralmente, eles se manifestam anos antes do diagnóstico”.   

 

Dra. Fernanda Ota - formada em Medicina pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas, com especialização em Dermatologia e Cirurgia Dermatológica. Fellow em Fisiologia Metabólica aplicada a medicina ministrada pelo Dr Alexandre Duarte. É uma das sócias do Instituto Avantgarde em São Paulo.  Sua expertise permite que ela ofereça um atendimento integrado, através de ajustes metabólicos e hormonais de cada indivíduo. Também realiza procedimentos estéticos para complementar a saúde interna. Seu foco é oferecer mais qualidade de vida aos seus pacientes,  dando o suporte médico adequado para cada um.

  

Instituto Avantgarde

www.institutoavantgarde.com.br


Campanhas sobre saúde mental precisam ser direcionadas para pessoas pretas, LGBTQIAP+ e gordas


Durante o Setembro Amarelo, campanha nacional de prevenção ao suicídio, temas referentes à saúde mental ganham destaque na mídia, redes sociais e até mesmo em empresas e organizações. Diante dessa visibilidade, é importante lembrar da necessidade de falar sobre a temática não somente durante o mês de setembro, mas durante o ano inteiro para cultivar um espaço de diálogo sobre transtornos psicológicos e a forma como afetam milhares de pessoas todos anos, em especial, grupos sociais sistematicamente excluídos. Muito além de uma questão de saúde pública, abordar suicídio e transtornos como depressão e ansiedade no Brasil torna inevitável a discussão sobre as consequências do racismo, desigualdade socioespacial e LGBTfobia. 

Vamos aos dados: segundo pesquisa do Ministério da Saúde e da Universidade de Brasília divulgada em 2018, o risco de suicídio entre a população negra foi 45% maior que em relação à branca no período de 2012 a 2016. Hoje, pessoas LGBTs+ tem seis vezes mais chance de cometer suicídio segundo a revista científica americana Pediatrics. O estudo ainda evidencia que, quando convivem em ambientes violentos à sua orientação sexual ou identidade de gênero, os indivíduos correm risco 20% maior de cometer suicídio. 

Não é coincidência que pessoas negras e LGBTQIAP+ continuem sendo as principais representantes de mais uma estatística trágica. Na verdade, a severidade com que as doenças mentais vitimizam essas populações é mais uma consequência da sistematização do racismo, da LGBTfobia e genocídio contra esses grupos. As sensações de exclusão, estresse e solidão, tão marcantes no cotidiano das pessoas pretas e LGBTs, são as principais causas de transtornos de ansiedade e depressão. 

Ainda é importante ressaltar que as vivências racial, de gênero, física, de classe e da sexualidade não se apresentam apartadas, mas incidem de maneira interseccional sobre os indivíduos. Nesse sentido, se analisarmos uma travesti negra que durante sua vida foi submetida a espaços sociais de extrema violência e abuso, o seu sofrimento psíquico, mesmo assim, não chega a ser humanizado, a distanciando de qualquer tipo de afeto e acolhimento. Assim, é mais perigoso do que nunca ser uma jovem travesti preta no país que legitima a sua morte diária. E no caso desta mesma jovem ser gorda o perigo ao qual ela está submetida é ainda maior, conforme forem adicionados grupos minorizados aos quais esta pessoa pertence, maior é a vulnerabilidade em que estará inserida. 

Ao se deparar com a sociedade que naturaliza o dado de que a cada 23 minutos um jovem negro morre no Brasil, da mesma forma que ignora o fato de que também é o lugar que mais mata travestis em todo o mundo; é urgente discutir sobre as ações e campanhas direcionadas para a população negra e LGBTQIAP+. Ressalto que esses números são um reflexo do racismo no Brasil, cujos efeitos moldam a forma como as pessoas negras se enxergam e são vistas na sociedade. 

E quando falamos de saúde mental, não podemos deixar de lado o fato de que a gordofobia, por estar diretamente associada a sintomas depressivos, altos índices de ansiedade, baixa autoestima, isolamento social, estresse, uso de drogas e compulsões, contribui para os altos índices de suicídio de pessoas gordas no Brasil: 30% dos pacientes que buscam tratamento para emagrecer têm depressão, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 

Mentes negras , LGBTQIAP+ e gordas são sequestradas e violentadas com notícias, traumas, e micro agressões que dilaceram diariamente a autoestima e sanidade mental. Mas como se amar num país que odeia a sua imagem? Essas campanhas só podem existir se escancarar o profundo dano que racismo, LGBTfobia e gordofobia tem acarretado em subsequentes gerações, principalmente reivindicando melhorias de políticas públicas para tratar aqueles que nunca tiveram acesso ao cuidado psicológico.

 

 José Rezende - sócio, psicólogo e analista de Projetos na Condurú Consultoria.


Outubro Rosa: entenda as diferenças e tipos de exames para diagnóstico e rastreio do câncer de mama

Opinião

Ao ocorrer uma suspeita de câncer de mama, é normal a mulher ficar preocupada e com muitas dúvidas especialmente em relação ao que fazer. Por isso, é importante conhecer algumas das diversas alternativas que a Medicina tem proporcionando. Ao lado da Associação Médica do Rio Grande do Sul, queremos chamar a atenção para algumas diferenças nos exames, que possuem atribuições e papéis distintos na investigação e condução dos casos.

Uma questão importante a ser esclarecida é que a mamografia é o único exame que diminui a mortalidade. Existem outros procedimentos importantes, como a ecografia mamária e a ressonância magnética, mas nenhum deles mostra um benefício tão grande na redução do número de mortes quanto a mamografia.

A recomendação da Sociedade Brasileira de Mastologia, da Sociedade Brasileira de Radiologia, da Sociedade Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia e da AMRIGS é de que as mulheres comecem a fazer mamografia anualmente, a partir dos 40 anos de idade. Essa orientação muda, apenas, quando há histórico de casos na família em primeiro grau, ou seja, mãe e irmã. Nessas situações é indicado o exame anual com 35 anos, ou então dez anos antes da idade que a familiar foi acometida.

Como principal forma de rastreio do câncer de mama, a mamografia é um exame bastante simples. No entanto,um item que sempre preocupa as mulheres é o incômodo e o medo da dor. Na hora do exame as mamas são colocadas no mamógrafo, aparelho que faz compressão em busca de uma boa qualidade de imagem pelo radiologista, é como um raio x das mamas.

Já biópsia mamária é indicada para situações nas quais as mulheres têm alguma suspeita nos exames de imagem ou mesmo em um exame físico. Normalmente se pede o procedimento guiado por ecografia, uma vez que é um exame mais fácil de ser realizado. Contudo, em alguns casos há alterações que só aparecem na mamografia, como por exemplo, microcalcificações (lesões) . Desta forma, a biópsia deve ser feita guiada por mamografia. Para executar a biópsia, é feita anestesia local, colocada a agulha na mama e é retirada uma parte do nódulo ou da calcificação para posterior análise em laboratório de patologia.

A ecografia mamária tem um papel importante para diferenciar nódulos sólidos de císticos sendo ideal para acompanhamento de pacientes abaixo dos 40 anos.

O exame de ressonância magnética das mamas é indicado para mulheres de alto risco, ou seja, para pacientes que têm um histórico familiar relevante ou que tenham mutações genéticas (alterações nos genes) no BRCA1 e BRCA2, e que possuem um risco aumentado de virem a ter câncer de mama. Outra recomendação é para as mulheres que possuem próteses mamárias. Nessas condições não só é possível investigar eventuais casos de câncer, mas também checar eventuais riscos de rompimento da prótese.

O recado final é para as mulheres ficarem atentas e cuidarem do seu corpo. O autoconhecimento é fundamental para identificar qualquer alteração no toque ou nos aspectos físicos da mama e procurar um médico rapidamente. É importante ressaltar que o toque não substitui a mamografia, mas é uma etapa muito importante no cuidado diário.

Recomendamos que o autoexame seja feito, especialmente após a menstruação, na frente do espelho, utilizando os três dedos do meio para apalpar todos os quadrantes da mama.  

Fique alerta! O diagnóstico precoce oferece aproximadamente de 90% a 95% de chances de cura, além  de evitar tratamentos mais agressivos como a quimioterapia.

 

Presidente da Sociedade de Mastologia - Regional RS, mastologista, Leônidas Souza Machado 


O papel fundamental da Inteligência Artificial no combate ao câncer

O mês de outubro é considerado mundialmente como o período marcado por ações afirmativas relacionadas à prevenção e diagnóstico do câncer de mama. Esse é apenas um dos tipos de câncer da doença que, infelizmente, acomete muitas pessoas, mas também é um dos que mais mata mulheres no mundo. Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), somente neste ano, estima-se que 66.280 novos casos da doença sejam diagnosticados no Brasil. 

E ao falar dessa comorbidade e do que têm sido feito para combatê-la, é válido citarmos a importância da precocidade na identificação dos tumores. E você sabia que a inteligência artificial é uma grande aliada desses pacientes? Sim, a I.A. também pode salvar vidas e eu explico.

Sem o auxílio da tecnologia certa, identificar um tumor, seja de qual tipo for, é um processo muito difícil. Muitas vezes, o diagnóstico pode demorar a sair ou, quando sai, o caso já se agravou. O problema é que, deste modo, o tratamento acaba sendo mais agressivo e não tão eficaz. O diagnóstico precoce de um tumor é, portanto, fundamental para aumentar as chances de cura e para a utilização de tratamentos menos invasivos. 

Com os algoritmos de Machine Learning, por exemplo, é possível obter diagnósticos mais precisos e facilitar a decisão sobre o melhor tratamento a seguir. Os algoritmos ajudam ainda a estimar a evolução da doença, ter previsões e prognósticos.

O mercado brasileiro está bem atento e bem-informado nessa evolução tecnológica e têm investido cada vez mais no segmento da saúde. Já existem empresas brasileiras que desenvolveram, por exemplo, exames de biópsia que identificam a partir da I.A., compara o comportamento de genes a um banco de dados com amostras e diversos pacientes. Esses algoritmos indicam com qual tumor há maior semelhança. Esse é um passo grande inovador quando pensamos na prevenção não só do câncer, mas também de outras doenças.

É importante citarmos que a Inteligência Artificial não faz mais parte do futuro, ela é o presente, já está acontecendo e assim como a empresa acima citada, outras têm dia após dia investido tempo, recursos e os melhores profissionais em busca de melhorias para a sociedade através da I.A. É fato que o uso de inteligência artificial está sendo usada no presente para salvar o futuro.

Há exemplos, bem-sucedidos, por exemplo, de como a I.A. é usada para preservar o meio ambiente e agora a saúde e bem-estar de muitas pessoas, mais do que nunca, está no radar dessas empresas e profissionais. A tecnologia salva vidas de pessoas reais, resolve problemas reais e constrói um futuro promissor para todos. E além de tudo isso, também contribui para o crescimento de negócios e empresas.

Aqui, como empresa especialista em soluções de dados e inteligência artificial, realmente consideramos os dados como o “novo petróleo”, devido às inúmeras possibilidades que eles nos sugerem, desde que trabalhados de forma assertiva e competente. Temos orgulho de fazer parte de um ecossistema preocupado em construir uma sociedade mais tecnológica e engajada em cuidar das pessoas.

 

 Letícia Carvalho - Head de Marketing da Dataside


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