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quarta-feira, 6 de abril de 2022

Como seria a internet sem anúncios segmentados: estudo inédito do IAB Brasil traz internautas abordando experiência de uso da internet com publicidade

 Realizado no Brasil e na América Latina, em parceria com os institutos Nielsen e Offerwise, o estudo aponta que 87% dos internautas preferem ter acesso à maioria dos aplicativos de forma gratuita em seu celular, mesmo com a presença de anúncios direcionados; Já 73% dos brasileiros com acesso à internet consideram a publicidade útil para encontrar produtos e auxiliar no processo de compra.



O IAB Brasil, associação que representa a publicidade digital no país, apresenta estudo inédito que investiga como seria a internet se não existissem anúncios direcionados financiando serviços e conteúdos de forma gratuita para os internautas.

Para entender os impactos deste cenário hipotético para a sociedade, o IAB Brasil, em parceria com a Nielsen e a Offerwise, entrevistou internautas na Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, México, Peru e Uruguai para saber o que preferem: pagar por serviços do dia a dia e conteúdos já utilizados atualmente de forma gratuita – como apps de mensagem, e-mail, acesso a músicas, vídeos e afins – ou continuar a ter acesso a essa gratuidade, mas sendo impactados por anúncios, como já funciona nos dias de hoje


O que o internauta prefere?        

O estudo mostrou que 2 em cada 3 internautas brasileiros preferem que a experiência de uso da internet continue a mesma, com a maior parte dos serviços digitais sem qualquer custo e com a presença de anúncios.

Ainda sobre este cenário, 87% dos usuários de internet do Brasil preferem ter acesso à maioria dos aplicativos em seu celular de forma gratuita e com a presença de anúncios direcionados do que pagar por eles e não ser impactado por anúncios.


E se tivessem que pagar? 

Caso tivessem que pagar por serviços que hoje são gratuitos, 61% dos internautas brasileiros afirmaram que usariam menos a internet. Desses 34% reduziriam este consumo para não pagar e 27% pagariam pouco, além de diminuir o uso da internet. Entre os que estariam dispostos a pagar, 60% não desembolsariam mais que R$ 10,00 por informações e serviços do dia a dia que hoje não possuem nenhum custo.

O estudo mostra também que 93% dos brasileiros com acesso à internet acreditam ser importante poder decidir sobre quais serviços e conteúdos gostariam de pagar.

"Os números do Brasil são bem alinhados aos dos internautas latino-americanos. É importante ponderar que as populações da América Latina enfrentam desafios de desenvolvimento na economia, e, portanto, o seu poder de compra terá influência na predisposição a pagar por serviços”, comenta Sabrina Balhes, líder de Measurement da Nielsen Brasil.


Qual a utilidade da publicidade para o internauta?     

Quando questionados sobre a utilidade da publicidade digital, 73% dos brasileiros com acesso à internet a consideraram útil para encontrar produtos e auxiliar no processo de compra.

"A pesquisa mostra que a publicidade digital tem relevância para o usuário, seja por custear funcionalidades fundamentais em seu dia a dia ou por facilitar o processo de descoberta de produtos e serviços de seu interesse. Sem a publicidade, a internet livre como conhecemos hoje não existiria, pois esta estrutura precisa ser custeada de alguma forma”, comenta Cris Camargo, CEO do IAB Brasil. "É importante entender também que, caso esse cenário hipotético se consolidasse, nem todos estariam aptos a pagar e, assim, teriam seu acesso restrito, o que traria um impacto enorme na democratização do acesso a serviços e aplicativos na internet”, finalizou.


Cenário América Latina versus Brasil     

Mais da metade (65%) dos latino-americanos consideram a publicidade útil para encontrar produtos e auxiliar no processo de compra. Destaca-se o Brasil com 73%, 8 pontos percentuais acima da média da América Latina.

A preferência entre internautas latino-americanos também é de 2 em cada 3 para que a experiência de uso da internet continue a mesma: com a maior parte dos serviços digitais gratuitos e a presença de anúncios. Chega a 92% o volume de respondentes que acreditam ser importante o direito de decidir por quais sites e aplicativos desejam pagar; curiosamente, no Brasil, o percentual apurado foi de 93%, demonstrando o alinhamento de expectativas em relação aos ganhos com a publicidade digital.

Caso tivessem que custear serviços que hoje são gratuitos, 41% dos internautas latino-americanos afirmaram que não pagariam e utilizariam menos a internet. Adicionalmente, as médias de Brasil e Latam ficaram em 57% e 58%, respectivamente, de internautas que não desembolsariam mais que R$ 10,00 por qualquer tipo de serviço, de entretenimento a informação de qualidade, que hoje são gratuitos.


Sobre o estudo        

A amostra de América Latina, retratada abaixo, tem como base a representatividade da população de internautas, de acordo com painel da Offerwise nas regiões pesquisadas. Para a realização desse estudo, foram entrevistadas 4.260 pessoas em painel on-line representativo da população de internautas, entre dezembro de 2021 e fevereiro de 2022, nos seguintes países: Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, México, Peru e Uruguai

 

 

IAB Brasil - Entidade de classe sem fins lucrativos que tem como objetivo desenvolver a publicidade digital no Brasil. https://iabbrasil.com.br/.

 

Nielsen - retrata a mídia e o conteúdo do mundo como líder global em medição, dados e análises de audiência.

www.nielsen.com

www.nielsen.com/investors

  

Offerwise - pesquisas de mercado de maneiras inovadoras.


Área operacional é a que mais deve contratar em 2022, revela pesquisa

Vendas e Tecnologia também despontam como tendências de contratações no decorrer do ano


De acordo com a Pesquisa de Tendências no setor de RH em 2022, realizada numa parceria entre a Catho, marketplace de tecnologia que conecta empresas e candidatos de forma gratuita, e a Reconnect | Happiness At Work, empresa brasileira especializada em “Felicidade no Trabalho”, a área operacional é a que mais deve contratar em 2022. Segundo o levantamento que mostrou as principais tendências de RH para o ano, oportunidades em Vendas e Tecnologia também devem concentrar  o maior número de oportunidades no período.

Para 39,6% dos respondentes do setor de RH,  a área operacional deve conter o maior número de vagas disponíveis em 2022. Já 31,4% acreditam que posições para trabalhar com vendas devem despontar no decorrer do ano. A área de Tecnologia vem crescendo cada vez mais em todas as empresas, então a tendência, para 29,2%, é que as vagas para atuar nesse ramo continuem nesse ritmo neste ano.

Confira o ranking completo de áreas que são apostas para mais contratações em 2022:

Área

%

Operacional

39,59%

Vendas

31,46%

Tecnologia

29,18%

Administrativo/Financeiro

22,20%

Atendimento/Suporte

16,36%

Comunicação/Marketing

15,45%

Recursos Humanos

11,90%

Saúde

11,56%

Construção/Engenharia

9,27%

Atacado/Varejo

8,35%

Consultoria

8,35%

Não sei dizer

4,81%

Outros

4,12%

Hotelaria/Hospedagem

3,09%

Terceiro Setor

3,09%

Turismo

2,86%

Jurídico

2,75%

Ainda falando em tendências, outro ponto interessante revelado pelo levantamento foi em relação às habilidades mais requeridas pelos RHs nos profissionais em 2022. Para 70,6% o mais importante é a proatividade, seguido pelo trabalho em equipe (64,8%) e resolução de problemas (61,9%). Confira a lista completa de habilidades:


Habilidades mais requeridas para o profissional em 2022

%

Proatividade

70,59%

Trabalho em equipe

64,87%

Resolução de problemas

61,90%

Relacionamento interpessoal

54,81%

Criatividade

54,58%

Resiliência

54,46%

Flexibilidade

48,40%

Empatia

47,25%

Ética

46,45%

Liderança

37,64%

Espírito de dono

32,27%

Protagonismo

21,51%

Outros

1,49%


A Catho conta com mais de 400 mil oportunidades para atuar em todas as áreas mencionadas no levantamento. 

A Pesquisa de Tendências do RH foi realizada entre novembro e dezembro de 2021 em uma parceria entre a Catho e a Reconnect | Happiness At Work contando com a resposta de 874 profissionais de RH de todo o Brasil.

 

Reconnect - empresa brasileira especializada em “Felicidade no Trabalho” (“Happiness at Work”, em inglês). Com programas e serviços que podem auxiliar corporações e pessoas físicas, seu principal objetivo é criar ambientes de trabalho mais felizes, além de culturas mais saudáveis e com mais significado. 

 

Marketing: quatro pontos fundamentais para criar uma boa promoção e engajar os clientes

  Quando bem estruturada, essas ações são ferramentas poderosas para fidelizar os consumidores

 

Num mundo cada vez mais digital e globalizado, em que as pessoas são bombardeadas por conteúdos, fotos, textos e vídeos a todo o momento, as marcas precisam ser extremamente cuidadosas e assertivas na hora de produzirem ações para atingir o seu público-alvo. Mesmo tendo essa dificuldade em mente, campanhas e promoções seguem sendo uma das ferramentas mais poderosas na hora de reforçar ou aproximar a sua empresa ao seu cliente, alavancar os seus negócios e mostrar-se presente no mercado. 

 

É por meio dessas ações que é possível criar um posicionamento e uma lembrança na mente dos consumidores, se moldando como uma referência para a aquisição de produtos e serviços. “Não é fácil se destacar ou se evidenciar no meio competitivo atual. Para que isso aconteça, o case precisará contar com diferenciais importantes que o torne único”, destaca Ísis Vasques, Diretora Executiva da Agência Ecco - agência de publicidade com foco em conversão de vendas.

 

Entre os pontos que demandam mais atenção no momento da concepção do projeto está a adequação da ação a diversos fatores fundamentais. Para render resultados mais assertivos e alinhados com o objetivo principal, alguns pontos devem ser considerados pelas marcas:

 

  1. Desenvolver um planejamento estratégico

Parece clichê, mas apesar da clara importância e benefícios que uma promoção pode trazer, é importante reafirmar a necessidade de um planejamento prévio e um detalhamento criativo para que a proposta atinja o sucesso esperado e não gere um resultado contrário. 

 

  1. Identificar as necessidades do público-alvo

É necessário estar atento e alinhado aos anseios do público-alvo e, principalmente, aos valores e propostas que a marca pretende externar a essa audiência. Esse momento é fundamental para que a ação realmente atinja o engajamento esperado e reforce os valores e awareness da marca de forma coerente e compatível. 

 

  1. Apostar em divulgação estratégica

Além disso, outros fatores serão essenciais para o sucesso da promoção, tais como uma mecânica simples, uma boa e estratégica divulgação do projeto através dos meios escolhidos, seja ela feita para as mídias físicas, televisão ou redes sociais. 

 

  1. Criar uma estratégia de engajamento

Outro ponto fundamental no momento de planejar, será contemplar o projeto com um alicerce criativo e que estimule o engajamento por parte do público. Isso porque a tendência mostra que as ações mais criativas são as que estimulam a participação da audiência e automaticamente reforçam a marca dentro do imaginário. 


As seis melhores estratégias de como o consultor pode inovar na sua prestação de serviço

Não importa a área de atuação: para se manter competitivo no mercado, inovar é a peça-chave de toda e qualquer estratégia. No trabalho do consultor, aliar a inovação em sua prestação de serviços é mandatório frente às crescentes demandas no mercado – feito passível de ser conquistado com o apoio dos mais diversos avanços tecnológicos em sua rotina profissional.

A prestação de serviços de consultoria vem sendo um investimento cada vez mais buscado por empresas dos mais diversos portes e segmentos, visando a resolução de problemas específicos de cada departamento interno. Um olhar abrangente e inovador de profissionais preparados é essencial para a reorganização e reestruturação da companhia, principalmente nesta retomada econômica após impactos severos da pandemia.

Em um estudo divulgado pela Associação Brasileira de Consultores (ABCO), a expectativa é de que a contratação de consultorias registre um crescimento de 83,2% nos próximos anos, usufruindo dos maiores avanços tecnológicos na automação, otimização e alcance das metas estipuladas. Em um cenário altamente promissor, confira as melhores estratégias de como trazer a inovação para sua prestação de serviços:

#1 Demandas específicas: a atuação dos consultores está cada vez mais assertiva. Ao invés de serviços generalizados, hoje é possível atender demandas com necessidades específicas para cada setor organizacional – auxiliando em um melhor gerenciamento dos processos, com o apoio de ferramentas de automação e gestão interna. Essa, inclusive, vem sendo uma demanda cada vez mais presente no mercado, evidenciando a necessidade de preparação destes profissionais para que consigam trazer tais resoluções direcionadas.

#2 Fast consultoria: em contramão às demandas específicas, muitas companhias preferem uma resolução ágil e generalizada para seu negócio, que possa ser implementada em toda a empresa. Por isso, é importante estar preparado para fornecer este novo modelo de pacote enxuto voltado para dores específicas. A fast consultoria, como é conhecida, visa o fornecimento de um mix completo de serviços a serem aplicados em intervenções menores, com tudo o que os gestores precisarão para resolver uma situação pontual.

#3 Canais de comunicação: manter um relacionamento próximo e personalizado com o cliente sempre se mostrou uma estratégia imprescindível. Por isso, é importante garantir uma comunicação e suporte integral com a contratante de seus serviços, criando uma comunidade ativa que permita o acompanhamento em tempo real dos processos desenvolvidos. Muitos softwares, aplicativos e plataformas trazem uma maior clareza durante o projeto, reunindo todas as informações em um único meio e, assim, uma comunicação mais assertiva.

#4 Captação de clientes: saber atrair cada vez mais clientes ao seu negócio é uma das ações mais importantes para se destacar frente aos concorrentes. Felizmente, hoje o mercado dispõe de inovadoras ferramentas de CRM capazes de gerenciar as campanhas realizadas para seu público-alvo. Tudo isso, a um preço bem mais acessível do que antes, evitando que sejam reféns de altos investimentos em prol de bons resultados.

#5 Educação corporativa: de nada adianta implementar estratégias inovadoras no processo de consultoria, sem que todos estejam cientes das ações que serão tomadas e sua importância. Ao iniciar seu serviço, busque conciliá-lo com metodologias de educação corporativa, que reforcem a necessidade da consultoria para as metas estabelecidas e, de que forma cada um pode contribuir para este fim.

#6 Rede de parceiros: a diversidade de ideias e visões é altamente vantajosa para qualquer processo de inovação. Na consultoria, a premissa pode ser adotada via uma importante rede de parceiros, permitindo o trabalho conjunto entre profissionais qualificados para uma entrega mais assertiva frente aos objetivos desejados.

Em um cenário ainda incerto de recuperação econômica, adotar uma nova visão estratégica de negócios é crucial para se diferenciar e crescer no mercado.  Felizmente, a inovação alinhada à consultoria servirá de uma fundamental impulsionadora de insights valiosos em busca de resultados cada vez melhores.

Nessa missão, a análise dos pontos fortes, pontos fracos, ameaças e oportunidades do próprio consultor – parte da popular fórmula SWOT – permitirá uma visão mais clara sobre a situação atual da consultoria e quais ações adotar para alcançar as metas e objetivos profissionais, além de imprimir ainda mais personalidade em sua própria prestação de serviço. Com todas essas estratégias em conjunto, os consultores poderão, certamente, incorporar cada vez mais estratégias promissoras para prosperar.

 

Letícia Araújo - Mestranda em Tecnologias Emergentes em Educação e diretora da Treinar Mais, plataforma que facilita a aplicação e gestão de treinamentos.

 

Treinar Mais

www.treinamais.com.br


Reflexões sobre o trabalho híbrido e a modernização das relações de emprego

No último dia 28 de março, a modernização das leis trabalhistas ganhou uma nova luz. Foi publicada a Medida Provisória nº. 1.108/2022 que alterou, entre outros pontos significativos, as regras do teletrabalho, reconhecendo o trabalho na forma híbrida. Essa nova mudança é reflexo das transformações recentes das relações trabalhistas provocadas, principalmente, pela revolução tecnológica e pela pandemia da Covid-19.

Essas novas alterações são também reflexos da Reforma Trabalhista, que foi promulgada em 13 de julho de 2017, mas ainda é cercada de críticas, incompreensões e de más intepretações. Isso porque muitos procuram usar esse moderno instrumento legal como ferramenta ideológica e política.

Cabe esclarecer, então, que a Reforma Trabalhista – Lei 13.467/17 - e todas as modernizações trabalhistas propostas desde 2017 têm um único espírito: respeito ao trabalhador e um novo fôlego aos empregadores. A ideia central é diminuir a burocracia e os conflitos para conseguir gerar novas vagas no mercado de trabalho.

Modernizar uma regra trabalhista não significa suprimir direito, mas, sim, traduzir novos meios legais para novos tempos. E o trabalho híbrido é o principal exemplo disso. Com o crescimento exponencial do teletrabalho e do home office, por conta dos efeitos da pandemia da Covid-19, milhões de trabalhadores tiveram que se adequar a uma nova realidade na relação de emprego. Tiveram que trocar escritórios pelas salas e quartos de suas residências.

E, agora, com o avanço da vacinação em todo país, muitos trabalhadores estão voltando ao trabalho presencial. Entretanto, as empresas também passaram por uma série de transformações importantes neste período e, muitas, reduziram seu espaço físico ou optaram por manter o sistema de home office, com a possibilidade de um sistema híbrido. E, assim, muitos de seus empregados terão que ou poderão se revezar entre dias de trabalho in loco e dias de trabalho em casa.

E o que a MP proposta pelo Governo Federal fez foi dar maior segurança jurídica a esta nova relação. A primeira alteração foi a equiparação do teletrabalho ao home office. Quando a Lei 13.467/17 trouxe o teletrabalho como nova modalidade contratual buscou separar de forma clara o trabalho remoto do home office. O teletrabalho era efetivamente um novo tipo de contrato, enquanto o home office era uma política empresarial que não alterava o contrato original de trabalho, apesar da ausência de regulamentação.

Agora, porém, com a equiparação das modalidades, não importa mais se os serviços são prestados em ambiente externo em todo o período ou em período predominante, já que essa distinção não é mais necessária para determinar se o trabalho será ou não considerado teletrabalho. E a jornada dos empregados em regime de teletrabalho deverá, em regra, ser controlada, seja por meios de comunicação eletrônicos ou tecnologias de controle remoto, com observância da legislação correspondente, em empresas que contam com mais de 20 empregados. Já os termos do home office deverão constar em documento específico e individual (Contrato/Aditivo Individual de Trabalho).

Outro ponto importante é que a MP abrange ao regime de teletrabalho os aprendizes e estagiários. Vale citar também que a MP possibilita que seja realizada a alteração do regime de teletrabalho para o presencial por determinação do empregador, observadas as condições legais; a ausência de controle de jornada para trabalhadores que realizam atividades por produção ou tarefa; a ausência de regime de prontidão ou de sobreaviso, exceto quando houver previsão em acordo individual ou em acordo/convenção coletiva; a competência da base territorial do estabelecimento de lotação do empregado para embasar enquadramento sindical e aplicação da lei.

A nova MP também trouxe importante alterações das regras de pagamento do auxílio-alimentação para garantir que os recursos sejam efetivamente utilizados para o pagamento de refeições em restaurantes e estabelecimentos similares ou para a aquisição de gêneros alimentícios em estabelecimentos comerciais. E também a proibição de cobrança de taxas negativas ou descontos na contratação de empresas fornecedoras de auxílio-alimentação. A nova regra prevê multas que variam de R$ 5 mil a R$ 50 mil, que podem ser dobradas em caso de reincidência.

São medidas de atualização, modernização e de maior garantia jurídica das relações trabalhistas. Uma segurança necessária para patrões e empregados em momento de crise e retomada econômica.

 

Maria Olinda Maran Longuini - Diretora de Comunicação do Sindicato das Empresas de Prestação de Serviços a Terceiros e de Trabalho Temporário do Estado de São Paulo (Sindeprestem)


O que muda? Especialista explica mudanças no Auxílio Brasil

Gérlio Figueiredo tira dúvidas sobre as principais mudanças do programa Auxílio Brasil.

 

Recentemente, o Governo Federal aumentou os valores dentro do Auxílio Brasil. Foi publicado um decreto com um reajuste nas faixas de renda das famílias que estão registradas em situação de vulnerabilidade social. O especialista em direito Gérlio Figueiredo explicou como a medida altera a lista dos beneficiários. 

 

O Auxílio Brasil: o que é?

O especialista em direito explicou que o Auxílio Brasil é um programa destinado às famílias em situação de pobreza e de extrema pobreza, gerido pelo Ministério da Cidadania. O programa social substituiu o Bolsa Família.

 

O que muda? 

Com publicação no Diário Oficial da União, o valor da renda para que uma família seja considerada em situação de extrema pobreza passa de R$ 100 para R$ 105 por pessoa; a da condição de pobreza, de R$ 200 para R$ 210 por pessoa, explicou o especialista. 

Além disso, Figueiredo explicou que agora existe uma ordem de prioridade para a concessão da bolsa de iniciação científica. "Os critérios a serem considerados para prioridade são: as famílias com menor renda familiar mensal per capita e as famílias com maior quantidade de integrantes com menos de dezoito anos de idade", disse.

O especialista em direito ressaltou a importância das famílias buscarem informações sobre as mudanças nos critérios do benefício para que garantam o direito do recebimento.

 

 Gerlio figueiredo - O empresário Gérlio Soares Figueiredo é o retrato da cena cultural baiana. O empreendedor que é especialista em direito, já acumula vasta experiência em diferentes nichos de mercado, como transportes, construção civil, pecuária, factoring, indústria de vestuário e entretenimento. Conhecido por sempre atuar em eventos artísticos e musicais pelo Brasil, ele também já esteve à frente de uma reconhecida boate em Vitória da Conquista, na Bahia. Sob seu comando, a Casa dos Primos Entretenimento foi palco para inúmeros artistas consagrados do forró, sertanejo e outros ritmos. Empreendedor e dinâmico, Gérlio já possibilitou o emprego de aproximadamente 350 pessoas por todos os segmentos que passou.


Como utilizar de forma eficiente os fertilizantes em solos argilosos

Pesquisador da Fundação MT esclarece como o produtor pode melhorar a performance da adubação nas regiões com esse perfil de áreas


Muitos desafios moldam o cultivo em qualquer lugar do planeta hoje. No Brasil, isso é ainda mais acentuado pelo status que o País alcançou nos últimos anos como um dos principais fornecedores de alimentos do mundo. Para isso, eficiência é uma palavra primordial em várias etapas da agricultura. Como é o caso da utilização dos nutrientes em solos argilosos, que demandam atenção e cuidado para alcançar os melhores resultados.

O pesquisador da Fundação de Apoio à Pesquisa Agropecuária de Mato Grosso, Fundação MT, engenheiro agrônomo e mestre em Ciência do Solo, Felipe Bertol, relata que, atualmente, solos argilosos são as principais áreas que podem ter redução de adubação de forma segura. Essa que é uma das práticas adotadas frente à instabilidade e aumento de preços dos produtos. “Será possível nestas áreas cultivadas há um bom tempo, com sucessivas adubações, com acidez corrigida, bons históricos produtivos e níveis dos principais nutrientes (principalmente fósforo e potássio) retirar montantes de fertilizantes para realocação em áreas mais críticas e frágeis, onde é visível a dependência da adubação mineral”, aponta.


O que são solos argilosos

Para entender, é preciso saber primeiro o que são esses solos. Segundo o triângulo textural mencionado pela Embrapa, é um esquema utilizado para classificação da textura do solo; argilosos são aqueles que possuem em sua análise teor de argila entre 36 e 60%. De modo geral, sem influência da agricultura, são aqueles com alta capacidade de retenção de água e nutrientes, bons teores de matéria orgânica e resistência à mudança de pH. “Quando derivado de argilominerais não expansivos, os solos argilosos são fisicamente muito bons para a agricultura, visto que possuem bom suporte ao tráfego de máquinas e estão localizados em áreas planas a onduladas. Contudo, quando realizada a abertura de áreas há a necessidade de uma correção química, em razão da elevada acidez e a baixa disponibilidade de nutrientes, principalmente o fósforo”, explica o pesquisador.

Por outro lado, após um investimento inicial e sucessivos anos de cultivo e aporte de nutrientes, estes solos são mais resilientes do que os arenosos, suportando por mais tempo estratégias de redução de adubação.


Como ser mais eficiente

Os principais critérios para a recomendação de uma adubação consideram a dinâmica do nutriente no solo, quantidade disponível dele e a expectativa de produtividade. Como ferramentas adicionais de ajuste de doses, Bertol aponta: a experiência do agricultor, conhecimento e caracterização das áreas, dinâmica das diferentes culturas do sistema produtivo, além dos históricos de adubações e produtividades.

“Os solos argilosos são caracterizados por possuírem maior quantidade de sítios de trocas de cargas, consequentemente, têm maior retenção de nutrientes. Isto impacta diretamente na disponibilidade de nutrientes imóveis, como é o caso do fósforo e do potássio”, explica o pesquisador. A definição de disponibilidade e consequentemente probabilidade de resposta do fósforo está condicionada à textura do solo, ou seja, um mesmo valor na análise pode significar níveis de disponibilidade diferentes de acordo com a textura.

“Por exemplo, o valor de fósforo de 7 mg/dm³ em uma análise é classificado como BAIXO em solos com menos de 35% de argila (arenoso a misto), MÉDIO naqueles com 36 a 60% de argila (argiloso) e MUITO ALTO nos solos com mais de 60% de argila (muito argiloso)”, detalha Bertol. Assim, em solos argilosos (36-60% de argila), a probabilidade de resposta à adubação nesta situação é menor do que nos de textura média-arenosa (menor 35%).

Já para o potássio, o principal critério é a capacidade de troca de cátions (CTC); o nitrogênio em alguns manuais, a matéria orgânica do solo; e o enxofre e micronutrientes, as quantidades interpretadas na análise. “Um ponto de partida para conhecimento das interpretações e critérios para definição de dose dos nutrientes, podem ser acessados nos manuais, mas é importante frisar que são ferramentas que auxiliam na tomada de decisão e devem ser adaptadas conforme as situações”, frisa o especialista da Fundação MT.


Repor para ganhar

Se bem e corretamente feita a reposição dos nutrientes exportados pela produtividade de grãos nos solos argilosos, desde que não haja um fator limitante, o único ganho mensurável ao agricultor será o financeiro. “A estratégia parte do princípio que mantemos os níveis dos nutrientes em patamares em que a resposta da adubação não é significativa. Desta forma, adubar mais não fará diferença, aumentando o custo e estocando este nutriente no solo”, relata Bertol.

A estocagem de nutrientes como fósforo e potássio no solo não necessariamente é ruim, visto que eles podem ser utilizados em momentos de crise, como o atual. Mas, o pesquisador diz que é importante ponderar que não haja perdas por escoamento superficial e demais processos erosivos. “Ou seja, no fim das contas, fazer a adubação de reposição é somente manter o que já foi construído”, salienta.


Pesquisas em andamento

Os protocolos da Fundação MT têm objetivos diversos no âmbito de Solos e Sistema de Produção, sendo os principais focos os sistemas de produção e rotação de culturas, manejo da adubação, tecnologias de fertilizantes e manejo de corretivos de acidez do solo. O mais antigo é o de Rotação de Culturas na Soja, ou mais conhecido como RCS, e tem 14 anos de condução no Centro de Aprendizagem e Difusão (CAD) – Sul, em Itiquira-MT. “Temos também áreas com 11 anos de esgotamento (sem aplicação de qualquer fertilizante) e os históricos muito bem documentados. Também, há respostas em doses e modos de aplicação de fósforo em protocolo de 12 anos. Estes estão inseridos no cenário do sul do estado de MT que é predominantemente sistema soja/milho”, detalha Bertol.

Já no CAD-Médio Norte, em Nova Mutum, a instituição desenvolve o protocolo Manejo da Adubação do Sistema Soja/Milho Safrinha, em que são testadas doses de fósforo e potássio aplicados na soja e três níveis de adubação no milho. Sua instalação aconteceu na safra 2013/2014. E contemplando o sistema produtivo soja/algodão, no CAD-Oeste, em Sapezal, estão instalados experimentos com doses e épocas de aplicação de potássio em um período de seis anos.


Tema do Encontro Técnico Soja

Este assunto será um dos temas em destaque durante o XXII Encontro Técnico Soja da Fundação MT, este mês, de 26 a 29, no Hotel Gran Odara, em Cuiabá. Na ocasião, os pesquisadores abordarão alguns critérios para utilização eficiente dos nutrientes em solos argilosos. “Esse assunto tentará contemplar o comportamento destes solos a longo prazo na ausência total de adubação, assim como os principais pilares para uma redução segura da adubação: histórico de produtividades e de adubações, e análise de solo”, finaliza Bertol.

 

Fundação MT

 www.fundacaomt.com.br

 

Direito Imobiliário

Imóveis retomados judicialmente são uma boa opção? Conheça os detalhes dessa modalidade

O número de imóveis retomados -- casas e apartamentos tomados judicialmente pelas instituições bancárias, por falta de pagamento das parcelas de financiamento -- vem crescendo no Brasil, segundo pesquisa do BTG Pactual e da Resale. Especialista em Direito Imobiliário, o professor Diego Amaral explica que o comprador deve ficar muito atento antes de adquirir um imóvel essas condições. “Muitas vezes vale a pena pelo preço mais em conta, mas é preciso analisar o contrato, ver se há riscos vinculados ao negócio, como depreciação, necessidade de reformas. Além disso, em muitos casos, o comprador não terá posse imediata do imóvel e o processo de desocupação pode demorar até 3 anos”.

Fonte: Diego Amaral -- advogado e professor universitário especializado em Direito Civil e Imobiliário. Membro do Instituto Brasileiro de Direito Imobiliário (IBRADIM).

 

Direito Médico

ANS decide que a Amil deve reassumir a carteira dos planos individuais e familiares.

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), determinou que a operadora Amil reassuma a carteira de planos individuais e familiares transferida para a operadora Assistência Personalizada à Saúde (APS). A Amil deverá continuar responsável pela saúde dos mais de 300 mil beneficiários de planos individuais e familiares nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná que, entre o final de 2021 e o início de 2022, passaram a ser atendidos pela operadora APS.

“Na mesma decisão, a ANS determinou a suspensão de todas e quaisquer medidas entre Amil e APS relacionadas ao Contrato de Compra e Venda de Ações (“Share Puchase Agreement”), que tem por objeto a venda de participação societária da APS, bem como de todos os contratos a este vinculados. A decisão cautelar foi tomada pela diretoria colegiada da ANS, após análise dos documentos apresentados. As empresas envolvidas terão 10 dias para se manifestar e, após este prazo, a Agência decidirá sobre a transferência ou não da carteira, relata a especialista em Direito Médico Mérces da Silva Nunes.

Fonte: Mérces da Silva Nunes -- Especialista em Direito Médico. Mestrado e Doutorado em Direito pela PUC --SP.


STJ entende que é ilegal cobrança de copartipação em home care

Segundo Nycolle Araújo Soares, especialista em Direito Médico e Proteção Jurídica Aplicada a Saúde, “a decisão sobre a cobrança de coparticipação em home care é importante pois, ainda que exista a previsão contratual e autorização legal para sua existência, em muitos casos os consumidores contratam os serviços dos planos de saúde sem compreender o reflexo que essa cobrança pode ocasionar, principalmente nos casos de tratamentos prolongados. Importante ressaltar que a cobrança, ainda que legal, não pode impossibilitar acesso ao tratamento”, disse a advogada.

Fonte: Nycolle Araújo Soares - MBA em Direito Médico e Proteção Jurídica Aplicada a Saúde, pós-Graduada em Direito Civil e Processo Civil, analista de Finanças pela FGV e Sócia do Lara Martins Advogados

 

Direito Eleitoral

Semipresidencialismo pode ser alternativa ao Parlamentarismo, rejeitado em plebiscito em 1993

“A principal discussão do tema é a possibilidade de divisão entre chefe de governo e chefe de estado. Seria possível criar um cargo de primeiro ministro para governar? Seria importante para a democracia que o presidente não estivesse com os deveres de governar e pudesse focar nas questões de Estado? Além dessa questão, há uma ampla discussão sobre os efetivos poderes que sobrariam para o presidente. E quais os limites dos poderes acrescentados ao Parlamento. Por fim, a discussão se mesmo a opção intermediária de um semipresidencialismo deveria ser submetida ao escrutínio do povo em plebiscito, como em 1993, relata o especialista em Direito Eleitoral Antonio Carlos Freitas Júnior.”

Fonte: Antonio Carlos de Freitas Júnior, doutor em Direito Constitucional e Eleitoral pela Universidade de São Paulo (USP).


Direito Constitucional/Eleitoral
Projeto inclui na lei permissão explícita para artista manifestar posicionamento político em shows
 

“Segundo Acacio Miranda da Silva Filho, especialista em Direito Eleitoral, o projeto citado tem como objetivo garantir a liberdade de expressão ao indicar, de forma objetiva, os requisitos para a caracterização do conceito de campanha antecipada. Importa frisar que o projeto só trata de eventuais entusiastas da candidatura, não permitindo ao próprio pré-candidato fazê-lo!”

 

Fonte: Acacio Miranda da Silva Filho - Especialista em Direito Constitucional, Eleitoral e Penal, professor. Doutorando em Direito Constitucional pelo IDP/DF.

 

Direito do Consumidor

Consumidores denunciam empresas que induzem compra fora do site e não entregam produto

“Com o volume de negócios acontecendo virtualmente, o consumidor tem que se precaver ao máximo para não cair em golpes. Quando a compra virtual acontecer por meio das plataformas de venda como Mercado Livre e outras que fazem esse tipo de intermediação, estes sites só podem ser responsabilizados por fraude quando o fraudador tiver usufruído da intermediação, ou do site de comercio eletrônico. Se o negócio for fechado fora desses ambientes, mesmo que o produto e o fornecedor tenham se dado a conhecer por eles, os mesmos ficam isentos de qualquer responsabilidade, completa a especialista em Direito do Consumidor Renata Abalém.”

Fonte: Renata Abalém -- Especialista em Direito do Consumidor. Diretora Jurídica do Instituto de Defesa do Consumidor e do Contribuinte. Diretora da Câmara de Comércio Brasil Líbano.


Direito Penal

PL amplia os crimes que podem ser investigados com infiltração policial

O registro não autorizado da intimidade sexual e a divulgação de cena de estupro ou de cena de estupro de vulnerável, de cena de sexo ou de pornografia poderão ser investigados por meio da infiltração de policiais na internet. Essa é proposta do PL 447/22, que altera o ECA. Para Matheus Falivene, doutor e mestre em Direito Penal pela USP, é uma importante medida para a obtenção de prova e eventual condenação. Mas ele alerta para a legalidade desse meio de prova. “É importante que seja feita como autorização judicial e o cuidado para que não se fazer um flagrante forjado ou preparado. Isso pode anular provas e impedir eventual condenação”, disse o advogado 

Direito Tributário

Com a PEC 110 próxima de ser votada na CCJ, Tesouro divulga que carga tributária somou 33,9% do PIB em 2021

Perguntado sobre o impacto no PIB com a PEC eventualmente aprovada, Eduardo Gonzaga Oliveira de Natal, mestre em Direito Tributário pela PUC/SP diz ser difícil mensurar. “Uma boa reforma tributária deveria passar por um período de teste, de acomodação da nova tributação, mantendo-se a antiga. Após alguns anos, dois a cinco, seria feita a migração para o novo modelo que deveria começar com alíquotas mais baixas”, entende Natal.

 

Médicos podem garantir 13º salário se planejarem o IRPF com antecedência

Diante de uma rotina exaustiva, muitas vezes com dupla ou tripla jornada, profissionais da área médica costumam pesquisar no Google sobre o preenchimento da declaração, o que os leva, muitas vezes, a pagar tributos a mais.

Planejamento ao longo de um ano-calendário, pode garantir restituição do imposto 

 

Atuar como médico no Brasil, por si só, já é uma maratona, afinal, a profissão exige que a atividade seja realizada em mais de uma clínica ou hospital. Há também uma extensa agenda de consultas, os plantões e as saídas para os atendimentos às pressas, tudo visando a qualidade de vida dos pacientes. Com a dupla ou tripla jornada, é óbvio que sobra pouquíssimo tempo para as atividades de rotina administrativa, o que envolve os aspectos tributários. E, em tempos de entrega da declaração do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF), muitos se aventuram perguntando para o Google o que e como fazer. 

Ocorre que, diferentemente de outros profissionais que conseguem reservar um tempo para checar as questões fiscais do negócio, é com muita dificuldade que os médicos têm oportunidade de realizar essa tarefa, o que significa que há grande probabilidade de pagar tributos a mais. A  “mordida do Leão” é maior principalmente para médicos cooperados da UNIMED e CTLs que podem ser tributados na fonte em até 27,5%. 

Por outro lado, se um planejamento for feito, além de evitar a ocorrência de fatos geradores de tributos, há uma grande possibilidade de reduzir a alíquota efetiva aplicada e, por consequência, os valores retidos pelo fisco, e então garantir uma renda extra, como um 13º salário, por exemplo. “Se planejando ao longo de um ano-calendário, é possível adquirir a restituição do imposto, ao invés de pagar”, afirma Júlia Lázaro, sócia da Mitfokus, especializada em soluções tecnológicas e financeiras para a área médica. 

Mas engana-se quem pensa que o planejamento pode ser feito do dia para a noite: “Não! É um estudo que demanda análise a longo prazo, com, no mínimo, um ano de antecedência”, enfatiza Júlia. 

Segundo ela, o mais importante de organizar, com antecedência, é o Livro Caixa, para profissionais autônomos  e cooperados das UNIMEDs, que é um documento voltado para o controle dos fluxos financeiros de entradas e saídas do caixa, e o Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL): “Em ambos os casos é possível deduzir a base de cálculo do imposto de renda, sendo que no plano previdenciário essa aplicação pode chegar a um abatimento de 12% do rendimento bruto do ano”. 

Desta maneira, considerando que o Imposto de Renda, o qual contém 1.050 artigos em seu regulamento (Decreto nº 9.580/2018), é de extrema complexidade. Portanto, transmitir à Receita Federal uma declaração planejada é sinônimo de economia e também de diminuição do risco de erros ou equívocos, zerando os perigos de ir parar na malha fina. 

“Devido à complexidade das regras tributárias, muitos médicos não têm conhecimento dos benefícios que eles próprios possuem e que podem usufruir para reduzir a base de cálculo do imposto. A Mitfokus aconselha que é de extrema importância que os médicos se organizem durante todo o ano, utilizem-se do benefício do Livro Caixa e, ao final do ano, realizem o aporte de até 12% no PGBL. Com essas ferramentas, no próximo exercício, ele terá uma redução muitas vezes bem significativa na base de cálculo, gerando uma excelente restituição do IR que foi retido no ano anterior”, pontua Júlia, recomendando, por fim, a contratação de um especialista na área da saúde para planejar o Imposto de Renda, afinal, é ele quem indicará com precisão, de acordo com o cenário em que o médico navega, quais as melhores opções em termos de benefícios tributários, para o IR e outros impostos que incidem nesses profissionais. 

"A área tributária é como a área médica: assim como nós procuramos um oftalmologista quando não estamos enxergado ao invés de um clínico geral, sempre recomendamos a contratação de um especialista em tributos na área médica", ressalta Julia.

 

 

Mitfokus

https://mitfokus.com.br/


Setor Elétrico: complexidade tributária no Brasil faz impostos representarem quase 50% dos custos de operação das empresas

Pixabay
Inteligência Artificial ajuda empresas do setor elétrico a diminuírem custos com tributos e gestão financeira


Segundo a PwC e o Instituto Acende Brasil, os impostos do setor elétrico chegam a representar quase 50% da operação, com cifras milionárias para cada empresa, o que reflete diretamente no preço final da energia para os consumidores e até nos índices inflacionários do mercado.

Isso se dá pela composição desse ecossistema. Primeiramente, a energia parte das usinas geradoras, sendo a maior parte proveniente das hidrelétricas (70%), termelétricas (14%), energia eólica (8%) e solar (1,6%). Nas cidades – que nem sempre são próximas à origem da geração –, a energia chega em subestações de distribuição, percorrendo a fiação aérea ou subterrânea, sendo levada, por fim, até ruas, indústrias e residências.

Especificamente no Brasil, o setor é, por um lado, uma das principais alavancas para a retomada da economia pós-pandemia de Covid-19 (devido à sua infraestrutura, que atrai investimentos dentro e fora do País, movimentando mais de R$ 400 bilhões por ano, segundo dados do Ministério de Minas e Energia), por outro, é muito complexo, à medida que cada uma das concessionárias (e todo o ecossistema que as compõe) atende diversos municípios, muitas vezes, em diferentes estados – com sistemas de tributos e alíquotas específicos.

Por exemplo: a Energisa tem 7,7 milhões de clientes em 862 municípios nas cinco regiões do Brasil, o que significa que ela leva eletricidade a cerca de 20 milhões de pessoas, o equivalente a 10% da população brasileira. Isso quer dizer que, para cada estado, há um cenário tributário diferente, principalmente por causa do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços).

Segundo Lucas Ribeiro, CEO da ROIT, accountech especializada em tributação para grandes empresas, utilizando Inteligência Artificial e robotização, a complexidade do sistema não para por aí. Há outras taxas e contribuições que incidem nos valores da geração, transmissão e distribuição de energia, como alíquotas variáveis de insumos (exemplo: carvão mineral para a termelétrica, em que há um incremento de preço por causa dos combustíveis utilizados para as térmicas entrarem em operação nas crises hídricas). Tudo isso influencia os custos e os preços da energia e, consequentemente, o gerenciamento de todos esses ativos.

O especialista conta que, atualmente, a tecnologia vem auxiliando as empresas do segmento a realizar a gestão de todos esses processos, contribuindo para uma maior eficiência e melhores resultados. Um exemplo prático disso é a substituição de atividades manuais com até 98% de acuracidade. “A IA [Inteligência Artificial] da ROIT foi treinada para interpretar 32 tipos de documentos de entrada (compras), além de já ter classificado e extraído mais de 12 milhões de documentos com OCR (Optical Character Recognition – Reconhecimento Ótico de Caracteres) e NLP (Natural Language Processing)”, conta o CEO acerca da tecnologia que desenvolve para as áreas tributárias, fiscais e financeiras das empresas.

A tecnologia ainda possibilita, muitas vezes, a diminuição da carga fiscal, como explica Ribeiro. “A legislação tributária não está 100% preparada para disciplinar essa atividade. Em razão disso, surgem diversas oportunidades que podem minimizar a carga tributária do setor, como incentivos à pesquisa e desenvolvimento e ao tratamento das despesas regulatórias. Tudo isso os robôs analisam e trazem pronto como sugestão de aplicação”.

De acordo com Ribeiro, tudo parte de uma análise pormenorizada em que as tecnologias não só facilitam este trabalho, mas são essenciais. “São cerca de 2,1 bilhões de cenários fiscais possíveis no Brasil; é humanamente inviável e muito demorado para estudar e criticar cada um deles. Contudo, nossos robôs realizam automaticamente esta análise e, em questão de segundos, entregam o melhor caminho a ser percorrido fiscalmente, além de identificar eventuais erros de pagamentos feitos a maior ou a menor no passado”.

O uso das tecnologias como a da ROIT, de Hiperautomação, também tornam as ações preditivas, pois é possível ter respostas rápidas e prever alguns cenários a curto, médio e longo prazo, tendo, assim, uma bússola que apontará as melhores soluções no que diz respeito ao impacto contábil e fiscal das inúmeras normas brasileiras.

Baseado na previsão de que a Inteligência Artificial, até 2030, contribuirá em mais de US$ 15,7 trilhões para a economia global, solucionando problemas complexos que até hoje só foram possíveis com inteligência humana ou ainda nem foram solucionados, Lucas enfatiza que há, ainda, em toda esta gama de soluções inovadoras, ferramentas que permitem apuração, geração e pagamento automático de guias de tributos, entregas automáticas de obrigações acessórias, conciliações em tempo real com IA e muito mais. “Por fim, automatizar trabalhos, em especial para o setor de energia, é sinônimo de escalabilidade, agilidade, redução de custos nos processos e, ao mesmo tempo, diminuição da possibilidade de erros e não conformidades”, conclui Ribeiro.

 

ROIT BANK: https://roit.ai/

 

As empresas e o direito a se desconectar

Em primeiro lugar, não podemos confundir o direito a se desconectar com alienação. O direito de se desconectar significa não estar disponível 24 horas x 7 dias da semana para o trabalho. Infelizmente, com a pandemia, o trabalho remoto trouxe esta realidade de disponibilidade total à tona.

Por medo de perder o emprego e para demonstrarem mais produtividade por não estarem presencialmente nos escritórios, muitos colaboradores levaram a sério o comprometimento em estarem 100% disponíveis, sem que tivessem qualquer contrapartida de seus empregadores.

As consequências são as mais variadas possíveis como Burnout, afastamento por questões de saúde e até assédio moral virtual contra os colaboradores que tentaram impor limites saudáveis nas relações laborais. Muitas empresas compreenderam que estavam passando dos limites e tomaram providências mediante a implementação de uma política de trabalho remoto e conscientização da alta e média liderança. Demostraram não apenas respeito pelos seus colaboradores, mas empatia em relação aos mesmos.

Outras empresas simplesmente foram mais a fundo nas demandas e criaram literalmente situações do tipo “BIG Brother”. Monitoramento constante dos colaboradores, sem intervalos para ir ao banheiro, questionamentos sobre horário do almoço, prazos de entrega de projetos ou trabalho extremamente curtos, se aproveitando da situação de vulnerabilidade emocional dos colaboradores. Motivo pelo qual, principalmente, nos Estados Unidos, temos um movimento de executivos que não querem mais voltar a trabalhar em seus antigos empregos ou em outras corporações. Querem buscar um motivo ou um proposito para suas vidas profissionais.

Claro que quando pensamos no cenário econômico brasileiro, a grande massa de cidadãos não pode se dar ao luxo de pensar nisso. O desemprego é maciço, os salários diminuíram e o cenário futuro incerto. Quem está empregado paga o preço para se manter empregado, mesmo que custe sua saúde física e mental.

Outro ponto interessante está especialmente relacionado aos jovens, pois para os mesmos não está claro quando eles devem ou não estar disponíveis. Quando um jovem inicia um trabalho em um emprego novo, ele/ela quer ser perfeito e pensa que “se não responder ao e-mail enviado às 22:00 horas, talvez o respectivo chefe não goste”. Então, acredito que uma mudança cultural é mais do que necessária, deve ser um tópico mandatório para todas as empresas e lideranças.

Trata-se de um clichê antigo pensar que os colaboradores trabalham pouco ou estão sempre de olho no horário do fim do expediente. A carga de trabalho aumentou muito e a produtividade também nos últimos 2 anos. O ditado “fazemos mais com menos pessoas” é a realidade atual de muitas empresas ao redor do mundo.

Outros países, como a França e a Bélgica, já aprovaram mudanças substanciais visando garantir o direito dos colaboradores de se desconectarem. O grande debate do futuro deveria ser as vantagens da desconexão dos colaboradores, através de regras claras e conscientização dos líderes das empresas. A desconexão traz vantagens como poder pensar em novas ideias ou inovações, o próprio descanso mental necessário que o colaborador tem direito para poder produzir com mais qualidade e prevenir doenças mentais, que são e serão problemas que serão enfrentados nos próximos anos por muitos países e empresas.


Patricia Punder , advogada é compliance officer com experiência internacional. Professora de Compliance no pós-MBA da USFSCAR e LEC – Legal Ethics and Compliance (SP). Uma das autoras do “Manual de Compliance”, lançado pela LEC em 2019 e Compliance – além do Manual 2020. Com sólida experiênc-a no Brasil e na América Latina, Patricia tem expertise na implementação de Programas de Governança e Compliance, LGPD, ESG, treinamentos; análise estratégica de avaliação e gestão de riscos, gestão na condução de crises de reputação corporativa e investigações envolvendo o DOJ (Department of Justice), SEC (Securities and Exchange Comission), AGU, CADE e TCU (Brasil).

 

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