Dia 4 de março é
Dia Mundial da Obesidade; um vídeo sobre o tema esclarece diversos pontos para
a população
Considerada um dos principais problemas de saúde
pública do mundo, a obesidade é uma doença grave. As discussões sobre o assunto
são tão importantes que o dia 4 de março foi escolhido como o Dia Mundial da
Obesidade. Para marcar a data e ajudar na conscientização das pessoas, a SMCC
(Sociedade de Medicina e Cirurgia de Campinas) produziu um vídeo sobre a
gravidade da doença obesidade e as formas de tratamento disponíveis hoje. Você
pode conferir o vídeo neste link (https://www.youtube.com/watch?v=G9-ZLXht-zw).
“A obesidade é uma doença grave. Não é falta de
força de vontade, não é desleixo”, destaca o cirurgião bariátrico e membro do
Departamento Científico de Endoscopia da SMCC, Dr. Admar Concon Filho. “Nós já
temos em torno de 600 milhões de obesos no mundo. No Brasil, esse número chega
a 30 milhões. Por essa proporção, a doença obesidade já recebeu o nome de
globesidade”, comenta o médico. Em porcentagem, cerca de 52% da população do
país está acima do peso, com o quadro de sobrepeso ou obesidade. Os obesos são
em torno de 19% da população.
De acordo com o médico, a obesidade é um
desequilíbrio entre a sensação de fome e a sensação de saciedade, entre a
ingesta calórica e o gasto calórico. “Essa doença vai acarretar, durante os
anos, novas doenças. Vai provocar comorbidades, como hipertensão arterial,
diabetes, apneia do sono, problemas ortopédicos, dores articulares, problemas
no colesterol e triglicérides, podendo levar à arterosclerose, à obstrução das
artérias, que, no futuro, pode levar a quadros de anginas, infartos e
derrames”, explica Dr. Concon.
Tratamentos
Segundo o cirurgião, a obesidade deve ser prevenida
na infância, ensinando uma educação alimentar para as crianças, incentivando-as
a consumir alimentos mais saudáveis e a praticar atividade física de uma forma
rotineira. “Quando já instalada, a obesidade precisa ser tratada. E ela começa
a ser tratada com a mudança do hábito alimentar, com dieta e atividade física,
mesmo que seja uma caminhada todos os dias. Depois disso, você pode entrar com
medicamentos, que vão ajudar na redução do peso, quer seja diminuindo a fome,
quer seja aumentando a saciedade”, diz. Esses seriam os tratamentos clínicos,
mais conservadores.
“Em uma situação mais grave, você pode precisar até
de uma cirurgia para obesidade mórbida, que é a chamada cirurgia bariátrica”,
comenta. Este procedimento é indicado para a pessoa que tem obesidade por mais
de dois anos, tentou tratamento clínico com endocrinologista, mas não conseguiu
emagrecer ou emagreceu e voltou a engordar, e possui IMC (Índice de Massa
Corpórea) acima de 40 ou IMC acima de 35, com doenças provocadas ou agravadas
pela obesidade. O IMC é um cálculo para avaliar a proporção entre peso e
altura. A fórmula desse cálculo é o peso dividido pela altura ao quadrado.
“Infelizmente, apenas de 2% a 4% dos pacientes que
têm indicação para a cirurgia bariátrica estão sendo operados. Por vários
motivos: dificuldade de acesso a um sistema que consiga operá-los, porque têm
medo de uma cirurgia ou porque desconhecem que precisam de uma cirurgia, acham
que são saudáveis, mesmo com a obesidade”, afirma o médico. Hoje, a cirurgia
bariátrica, feita por videolaparoscopia, é chamada de cirurgia minimamente
invasiva. “A taxa de complicações é muito baixa. Ela é comparada, em relação à
complexidade ou à taxa de complicações, a uma cesárea ou a uma cirurgia de
vesícula”, afirma o cirurgião.
Entre o tratamento clínico e a cirurgia bariátrica,
existe um intervalo. Para esses casos, há os tratamentos endoscópicos da
obesidade. No Brasil, existem dois procedimentos endoscópicos para tratar a
obesidade: o balão intragástrico e a endossutura gástrica. “O balão é colocado
no estômago, via endoscopia. Ele pode ficar em torno de seis meses. Na
endossutura, você vai costurar esse estômago por dentro, diminuindo seu tamanho
e a capacidade gástrica”, comenta Dr. Concon.
SMCC - entidade associativa, que reúne milhares de
médicos de Campinas e Região. Fundada em 1925, tem como objetivo promover o
conhecimento científico entre os profissionais, oferecer benefícios e
desenvolver projetos sociais direcionados à comunidade. É considerada a Casa do
Médico de Campinas.