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quinta-feira, 2 de dezembro de 2021

Dicas e orientações chegam num momento oportuno em que o segmento registra aumento no volume de contratações de profissionais nas residências

 


O reaquecimento da procura pelas famílias tem levado muitas empregadas domésticas a buscarem uma recolocação, após o período mais turbulento da pandemia. Outras, ainda sem experiência, tentam uma entrada no mercado para trabalharem nas residências do país. Devido a esse bom momento do setor, é preciso aproveitar dicas e orientações para conquistar a tão sonhada vaga, sem erros na hora da entrevista.

Esses ensinamentos se tornam pertinentes, em meio a um cenário bastante favorável. As contratações no segmento registraram um aumento de 36%, segundo levantamento inédito feito pela Famyle. De janeiro a setembro, foram 23 mil vagas, contra 16,3 mil em 2020, com base nas informações de uma pesquisa amostral registrada pela plataforma.

As orientações são necessárias para evitar que várias candidatas cometam erros ainda muito comuns durante uma entrevista de emprego, explica Guilherme Silva, CEO da Famyle - plataforma que conecta as famílias com profissionais do ramo doméstico. "A falta de preparo e a baixa estima podem comprometer a participação até em futuros processos de seleção", destaca.

Para orientar as candidatas em busca de entrar no mercado ou de uma recolocação nas residências, o CEO da Famyle lista os seis passos para as domésticas se saírem bem na entrevista de emprego para evitar os erros mais comuns cometidos nessa conversa com o contratante:



1 - Prepare-se com antecedência
Preparar-se para uma entrevista é o primeiro passo para se sobressair na importante conversa com o contratante. Pode parecer algo muito complexo, mas não é, explica o CEO da Famyle. Ele ressalta que isso pode ser feito com base na própria realidade da candidata, por meio dos dados existentes no próprio currículo profissional.

Para isso, Silva sugere às candidatas estudarem o próprio CV e fazerem uma cópia para continuar a consultá-lo momentos antes da entrevista. "Isso evita até mesmo com que a pessoa trave na conversa porque se sente mais segura. E aproveite para falar com o entrevistador com olhar nos próprios olhos. Dá mais confiança", sugere.

Ele esclarece ainda que o fato de travar durante a conversa é muito comum com candidatas que nunca trabalharam e tentam uma colocação no serviço doméstico. "A pessoa fica com muita vergonha e fica paralisada junto ao entrevistador por falta de experiência. Por esse motivo, estudar as informações se torna essencial", conta.



2 - Seja pontual e evite faltar na entrevista
O segundo passo importante em busca de uma vaga no serviço doméstico é a pontualidade. Isso serve tanto quando a entrevista for presencial quanto nas conversas online, que se tornaram mais comuns em razão da pandemia da Covid-19. O CEO da Famyle salienta que esse fator é um dos que são mais levados em consideração na hora de contratar.

Para garantir essa pontualidade e evitar possíveis atrasos, Silva orienta a candidata a fazer uma pesquisa com objetivo de saber quais itinerários ou meios de transporte são necessários para se locomover ao local da entrevista. Ainda nessa linha, o ideal é sair de casa com objetivo de chegar entre 20 e 30 minutos mais cedo para evitar transtornos em caso de imprevistos no caminho. "No caso da conversa online, entre na sala de bate papo virtual de cinco a dez minutos antes", aponta.

Outra dica alinhada a esse quesito é evitar faltar na entrevista. O CEO da Famyle esclarece que muitas domésticas simplesmente não comparecem para conversar com o contratante e nem mesmo desmarcam. Em muitos casos, isso acontece porque várias candidatas acham que não têm chance de conseguir. "Por isso, é sempre desmarcar, pois deixar o entrevistador na espera pode ser um motivo de eliminação e até de boicote em processos futuros."



3 - Escolha roupas formais e confortáveis
A forma de escolher como irá se vestir para a importante entrevista de emprego pode ser considerada o terceiro passo na conquista da vaga de doméstica. Para ter êxito com essa etapa de dicas, a candidata precisa sempre selecionar vestimentas mais formais, desde que sejam confortáveis. O CEO da Famyle afirma que isso é uma maneira de mostrar mais profissionalismo ao contratante.

"Por meio do figurino, a pessoa consegue reforçar que é mais profissional. Isso também é muito levado em consideração", alerta. Silva complementa ainda que vestir-se bem não significa usar roupas caras. Quanto às maquiagens, ele deixa como sugestão algo mais leve e ameno.

O CEO da Famyle pondera que essas dicas são necessárias porque muitas domésticas cometem erros na forma de se vestir, com roupas mais extravagantes e maquiagens pesadas. "Costuma causar má impressão à candidata que age dessa maneira. Isso não acontece por maldade, mas por pura falta de conhecimento da pessoa porque pretende dar um ar mais chique e sofisticado junto ao contratante. Esse não é o melhor caminho", avalia.



4 - Seja formal e esbanje simpatia na entrevista
A candidata consegue alcançar o quarto passo para se dar no processo seletivo quando se porta de maneira formal na entrevista. O comportamento garante maior credibilidade no momento da conversa. Silva reforça que esse tipo de conduta faz com que o contratante também se sinta mais à vontade.

O CEO da Famyle também sugere para a doméstica esbanjar simpatia, mas sem se esquecer da formalidade na hora de falar com o entrevistador. "Basta ser alguém acessível e conversar de maneira bem objetiva. Esses elementos são bastante importantes e contam no momento da escolha", reforça.

Silva alerta para a candidata não abusar da informalidade durante a entrevista. Na sua avaliação, essa situação não é sinônimo de simpatia, principalmente quando muitas delas se referem aos contratantes por apelidos ou abreviações dos nomes dos entrevistadores "Não faça brincadeirinhas ou comentários desnecessários. Na hora de se comunicar, evite gírias."



5 - Demonstre proatividade e fale das experiências
Durante a conversa com o entrevistador, é possível dar o quinto passo favorável em busca da vaga quando a candidata demonstrar proatividade. De acordo com o CEO da Famyle, essa conduta pode se tornar muito favorável, pois destaca como a pessoa é atenta aos detalhes. Esse quesito também é muito valorizado pelos contratantes.

A partir daí, a doméstica em busca de oportunidade também pode aproveitar para falar sobre sua experiência em trabalhos anteriores, ensina Silva. "Esse é o melhor momento para apontar suas características e mostrar mais sobre sua personalidade ao entrevistador."

Por outro lado, o CEO da Famyle destaca que falar sobre questões familiares e pessoais na entrevista não deve ser considerado proatividade. Ele considera que a conduta é tentar sensibilizar o contratante no momento da conversa. "Mas essa prática é mal vista entre as famílias interessadas em admitir uma profissional", pondera.


6 - Desligue o celular
Cada vez mais, o celular se torna um item essencial na vida das pessoas, inclusive para as domésticas. Por esse motivo, serve para diversas finalidades já inseridas no dia a dia das pessoas. Apesar da tamanha importância do aparelho no cotidiano, o CEO da Famyle é enfático em relação ao equipamento: a orientação é desligá-lo minutos antes da entrevista.

Silva explica que muitas candidatas deixam de desativar o telefone no momento da entrevista devido a essa verdadeira dependência. Em diversas ocasiões, pedem para parar a conversa e atender a chamada. "Isso não é muito bem visto num processo seletivo para uma determinada vaga e, obviamente, também acontece na hora de contratar uma doméstica".

Mas ele lembra que existem muitas situações em que a candidata espera uma ligação importante sobre o estado de saúde ou de alguma situação particular dos seus familiares e, por isso, não pode desativar o aparelho. "Nesse caso, avise o contratante antes do início da entrevista. Ele costuma ser compreensivo quando é dessa forma", completa.

 



Famyle - startup foi criada com objetivo de facilitar a contratação das profissionais do ramo doméstico por meio de uma plataforma que as conecta com as famílias.

 

O nosso problema é a produtividade


Muitos se perguntam: qual é o problema do Brasil? Por que há tanta demora em diminuirmos a pobreza no nosso país? Por que os problemas sociais se acumulam ao longo do tempo? Por que o Brasil é eternamente o país do futuro? Por que será que esse futuro nunca chega?

 

É complexo querer atribuir toda a culpa desses problemas ao governo de um ou de outro presidente. Não podemos também afirmar que tudo que ocorre no Brasil é por causa de um suposto “jeitinho nacional”. Contudo, somos capazes de alinhar todos esses problemas a uma única causa, a nossa produtividade.

 

Mas o que define produtividade? Sob o ponto de vista econômico, a produtividade é a eficiência da produção de bens ou serviços expressa por alguma medida. As medições de produtividade são frequentemente expressas como uma razão de um valor agregado usado em um processo de produção; ou seja, output por unidade de input normalmente durante um período de tempo específico. O exemplo mais comum é a medida de produtividade do trabalho agregado, por exemplo, como se vê com o PIB (Produto Interno Bruto) por trabalhador. 

 

A produtividade é um fator crucial no desempenho da produção de empresas e nações. O aumento da produtividade nacional pode elevar os padrões de vida porque quanto maior for a renda real melhor será a capacidade de as pessoas poderem comprar bens e pagar por serviços, desfrutar do lazer, melhorar a habitação e a Educação e contribuir para programas sociais e ambientais. O crescimento da produtividade também torna as empresas mais lucrativas. 

 

Quando analisamos nações desenvolvidas e nações parecidas com a nossa, é espantosa a diferença no quesito de produtividade. Do ano de 1980 até 2021, a produtividade da Coreia do Sul aumentou em 408%. A Estônia, uma antiga nação da União Soviética e hoje país-membro da União Europeia, aumentou em 248%. Cingapura teve um aumento de 199% ; já os Estados Unidos, 115%. 

 

Na América Latina, o Chile aumentou sua produtividade em 84%, e a Colômbia, apesar de todos os problemas gerados pelas guerrilhas, aumentou em 52%. Aqui no Brasil nossa produtividade aumentou apenas 5%, o que é um dos principais fatores que explica nosso subdesenvolvimento. Isso significa que não investimos o suficiente em Educação, tampouco em ciência, muito menos em pesquisa e desenvolvimento. Ademais, apenas possuímos um arcabouço de leis que são contra a inovação. Gostaria de dar um exemplo usando a Lei nº9956/2000, na qual seu único artigo reza que “Fica proibido o funcionamento de bombas de autosserviço (Self Service) operadas pelo próprio consumidor nos postos de abastecimento de combustíveis, isso válido para todo o território nacional.”

 

É importante frisar que isso é uma realidade em todos os países desenvolvidos, e que a figura do frentista hoje é uma profissão sem evolução e defasada. Essa massa de trabalhadores poderia estar sendo aproveitada em outros setores, e os custos de manutenção dos postos de gasolina cairiam; ou seja, o posto teria uma maior produtividade e talvez os proprietários acabassem por investir em novos postos, ‘puxando’ toda uma cadeia produtiva.

 

Aqueles que apoiam essa lei, com a visão de defesa do emprego dos frentistas, se mostram contra a produtividade e ao mesmo tempo também são capazes de defender o emprego de ascensoristas de elevador e datilógrafos, profissões que não fazem mais sentido e que praticamente desapareceram do país. 

 

Neste contexto, aqui enumero algumas reformas tão necessárias em nosso país, tanto a tributária quanto a da máquina pública e principalmente aquelas que possam eliminar leis e regulamentos que em nada contribuem na produtividade nacional, apenas tornando nosso país mais burocrático e sem eficiência alguma. No final, a sensação que nos passa é de que as pessoas servem ao Estado e não o contrário, tornando tudo bastante frustrante.

 

Sinceramente espero que possamos aproveitar este importante momento de mudanças para de fato considerarmos a baixa produtividade como sendo o maior problema de nossa nação para efetivamente encontrarmos, como sociedade civil e fieis representantes, maneiras eficazes de avançar; caso contrário, o abismo entre essas nações e o Brasil ficará ainda maior ao longo do tempo. 

 

Igor Macedo de Lucena - economista e empresário, Doutorando em Relações Internacionais na Universidade de Lisboa, membro da Chatham House – The Royal Institute of International Affairs e da Associação Portuguesa de Ciência Política.


ESG: por que a tecnologia é decisiva?

O tema ESG, sigla em inglês para environmental, social and governance, que é usado para medir as práticas ambientais, sociais e de governança de uma empresa, nunca esteve tão em alta. A Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2021 (COP26), promovida em novembro pela Organização das Nações Unidas (ONU), trouxe ainda mais holofote para o assunto. O desafio das corporações agora é colocar em prática as principais inciativas acordadas no evento. Para isso, a tecnologia é fundamental na aceleração da agenda ESG.

Uma pesquisa feita pela Toro Investimentos mostrou que empresas com boas práticas ESG correm menos riscos de enfrentarem problemas jurídicos, trabalhistas, fraudes e sofrer ações por impacto ao meio ambiente. Segundo o estudo, essas empresas são mais responsáveis, eficientes e tendem a ser mais perenes.

Apesar dos benefícios serem visíveis, um dos maiores desafios encontrados pelas empresas atualmente está na gestão do ESG. Capturar, organizar e analisar dados sobre diferentes iniciativas, com públicos, impactos e objetivos diversos, é imprescindível para garantir a assertividade das ações, promovendo a gestão do ESG de ponta a ponta. É aí que a tecnologia tem feito a diferença, contribuindo para que as empresas entendam como estão na jornada de adoção das práticas e, também ajudando a evoluírem em cada um dos pilares.

Para representar e hierarquizar essas iniciativas de ESG, a ferramenta mais utilizada é a matriz de materialidade. Ela é complementar aos relatórios anuais de sustentabilidade (GRI - Global Reporting Initiative), que traz indicadores ambientais, sociais e econômicos dentro das empresas. Além disso, a materialidade é o princípio que determina quais tópicos relevantes são suficientemente importantes para o relatório.

Para se definir a matriz de materialidade de um tópico é feita uma combinação de fatores internos e externos. Para isso, é preciso ouvir todas as partes interessadas, como clientes, fornecedores, acionistas, comunidade, entre outros. Além de ser uma ferramenta importante para a auxiliar no direcionamento estratégico das organizações, a matriz de materialidade é fundamental em vários aspectos, inclusive para avaliar se há omissão ou distorção de uma informação.

A tecnologia contribui para o desenvolvimento sustentável, principalmente quando aliada a soluções inovadoras para a mensuração de dados e informações. Ela auxilia na estruturação, organização e no acesso às informações que ajudam na tomada de decisão. A velocidade das ações ESG não permite mais um relatório anual, que apenas retrata o passado. É preciso transformar dados em informações em tempo real, permitindo a visibilidade, acompanhamento, além da identificação de perdas e de oportunidades.

A adoção de tecnologias como inteligência artificial, machine learning, deep learning e cloud é uma grande aliada para um correto acompanhamento da matriz de materialidade, permitindo não apenas o acesso aos dados da própria empresa como também das médias das iniciativas de ESG adotadas por outros players do mercado. A partir da geração dessas informações, as empresas podem ajustar suas métricas, visando estabelecer requisitos mínimos e máximos para suas práticas.

Fazer uma gestão unificada, integrada e inteligente do ESG é fundamental para ajudar empresas de todos os portes e segmentos na adoção das práticas de sustentabilidade de maneira real e constante – e não apenas como estratégia de marketing. O consumidor está cada vez mais informado e exigente, demandando que as empresas assumam e cumpram seus compromissos ambientais, sociais e de governança. E a tecnologia é um dos pilares que traz ainda mais facilidade à prática ESG, ampliando as possibilidades para que seu negócio se mantenha em dia.

 


Fabiano Sant Ana - Head de Inovação, Digitalização e Práticas ESG na Seidor Brasil, consultoria Global na área de Negócios e Inovação

 

Seidor

http://www.seidor.com.br

 

Lacunas na lei da Política Nacional de Saúde Mental e o cenário pandêmico

No início do ano de 2020, a Organização Mundial da Saúde declarou pandemia em razão da disseminação do vírus da Covid-19. A partir de então, além da implementação de estruturas aos sistemas de saúde hospitalar, fez necessário a adoção global de medidas de prevenção e controle da doença, de modo que a melhor estratégia para barrar o espalhamento do vírus foi o isolamento social que culminou na restrição de circulação de pessoas, forçando impactos no cotidiano da sociedade, no setor econômico financeiro e na dinâmica política e cultural do país.

Com o avanço da pandemia no país e o crescente número de mortes, que somam mais de 600 mil, as perdas financeiras e humanas somadas a escassez das relações, implicaram em uma afetação na saúde mental de todas as pessoas que vivenciam o período de pandemia, que apesar de preexistentes ao momento que se enfrenta, os sintomas de estresse, ansiedade, pânico e depressão acometem estimativa significativa da população.

Estima-se que, de acordo com pesquisas realizadas pela USP, cerca de 63 % da população brasileira apresenta casos de ansiedade e 59 % de depressão, o estudo apontou ainda, que o Brasil está em primeiro lugar no ranking dos países que mais sofreram com as restrições, desemprego e o isolamento social durante a pandemia, reforçando que o cenário pandêmico tem se mostrado um evento traumático para além das pessoas que já sofriam com algum histórico de desordem mental.

O acesso à saúde é um dos direitos fundamentais intitulados na Constituição Federal e, sendo negligenciado, viola os direitos humanos. Sabe-se que, a atual conjuntura da política do país não estabeleceu uma estratégia de capacitação nacional para que a população fosse amparada dos efeitos de momentos catastróficos como o enfrentado pelo Brasil, sendo certo falar que a população brasileira é desvalorizada e não assegurada da garantia de um direito de segunda geração conquistado, ou melhor, de todas as gerações pois está relacionada à simbiótica da pessoa humana e aos direitos sociais: o direito à saúde.

Isso porque, a lei 10.216/2001, que disciplina diretrizes da Política Nacional de Saúde Mental, completou neste ano duas décadas de regência, contudo, não foi realizada uma reforma na referida lei que pudesse consubstanciar os serviços extra-hospitalares. Ao que se nota, é possível prever que a população acometida por transtornos psicológicos ocasionados pelos traumas da pandemia tenha um período de acompanhamento especializado maior do que a própria pandemia e aos prejudicados que desejam reverter a  condição de prejudicialidade da saúde mental socorrem-se do setor privado de saúde, contudo levando em consideração que a economia do pais também experimentou os efeitos da pandemia, mais da metade dos brasileiros não possuem condições financeiras de custear um tratamento psicológico.

É possível perceber que não houve nenhum financiamento contumaz, tampouco políticas públicas para enfrentamento dos efeitos psicológicos motivados pelo período pandêmico. Vários foram os momentos de preocupação com a declaração de uma pandemia possível desde a promulgação da referida lei, contudo, nenhum planejamento para cobrir a lacuna da legislação sobre um plano de contingenciamento para períodos de catástrofes foi colacionado.

Muito embora o Sistema Único de Saúde disponibilize o acesso à atendimento psicológico através da lei 10.216/2001, a sua redação não determina atendimento em saúde mental de situações de pandemia e, mesmo com tantas campanhas de enfrentamento da doença e a mobilização de todos os canais de veiculação, as atitudes governamentais e o desfinanciamento na rede de saúde infere-se que as fragilidades da saúde pública ainda permanecem enraizadas na forma de gestão das autoridades governamentais.

É razoável prever a intensificação do sofrimento psíquico quando não há resultados em ações preventivas e sequer avanços e possiblidades de resposta às necessidades em saúde mental da população, notadamente, a reforma do setor deveria ser pauta no Congresso Nacional, porém, diariamente é possível perceber que esta não é a preocupação das autoridades.

Nota-se, uma necessidade nímia de aperfeiçoamento da lei em comento. A pandemia ocasionada pelo coronavírus foi protagonizada por vivências traumáticas, perdas e lutos e despedidas inesperadas, despertando uma profunda tristeza em todos que vivenciaram o período. Não se deve aceitar que a legislação se limite a apenas melhorar e tornar mais acessível os serviços de atendimento especializados à saúde mental.

É, precisamente necessário, ampliar o campo de competência para atender a uma série de problemas e necessidades psicossociais da população sem deixar de considerar as nuances do período pandêmico, adotando medidas de intervenção adequada para prevenção das enfermidades psicossociais e de controle de todos que experimentaram os frutos da calamidade vivida pelo mundo, de modo que além de prever um controle eficaz e serviços de apoio emocional e psicológico, torna-se forçoso que a lei conte com a possibilidade de atendimento amplo das pessoas afetadas, além de prever planos de recuperação psicossocial de médio e longo prazo.

O acesso à saúde é direito basilar, que deve estar disponível a qualquer cidadão, pois está inteiramente ligado a dignidade da pessoa humana e, cumpre ao Estado assegurar que todo ser receba todos os cuidados adequados para a prevenção, controle e recuperação dos transtornos psicológicos e das vulnerabilidades psicossociais, que afetam inteiramente todas as relações daquele que vive no meio social, econômico, cultural e político.

 


José Santana Junior - advogado especialista em Direito Médico e da Saúde e sócio do escritório Mariano Santana Sociedade de Advogados.


O avanço da ômicron e o cancelamento de festas de réveillon pelo Brasil


Empresário do ramo do entretenimento, Gérlio Figueiredo, comenta as últimas decisões dos governos de diversos lugares do país

 

Em meio a retomada econômica e o que parecia o início da volta à normalidade, o mundo foi surpreendido pelo surgimento de uma nova e agressiva variante do vírus que causa a covid-19. Batizada de Ômicron, inicialmente, acreditava-se que a nova variante havia surgido na África do Sul, porém, agora já se sabe que havia casos na Holanda antes de voos do país africano aterrissarem.

 

A Ômicron gerou preocupações em todo o mundo, a Organização Mundial da Saúde emitiu um alerta sobre os perigos da nova variante e as preocupações quanto à possível resistência às vacinas já existentes. Se antes o debate sobre a realização dos grandes eventos de fim de ano já dividia opiniões no Brasil, agora, diversos lugares no país anunciaram o cancelamento do réveillon e do carnaval.

 

Atualmente, já existem 3 casos da doença confirmados em solo brasileiro. Porém, mesmo antes das confirmações, governos estaduais já haviam feito anúncios de cancelamento. Fortaleza, no Ceará, foi a primeira a cancelar a virada do ano. Recife, Salvador, São Luís, Belém, Aracaju, João Pessoa, Campo Grande, Palmas e Florianópolis tomaram a mesma decisão.

 

No Rio de Janeiro e em São Paulo, os eventos ainda não foram cancelados. Para o empresário do ramo do entretenimento é uma situação de difícil tomada de decisão. "O setor de eventos é muito importante para auxiliar na recuperação econômica, sem falar na expectativa das pessoas de poder retornar a vida normal. Porém, acho que o surgimento de uma nova variante é um lembrete de que a pandemia não acabou e os cuidados ainda são necessários”, opina.

 

Gérlio conta que, mesmo animado com a possibilidade de voltar a realizar eventos, sempre defendeu que as recomendações da OMS deveriam ser seguidas. “A OMS já havia liberado uma série de cuidados que deveriam ser tomados para manter a segurança nessa fase de transição pós pandemia. Se eles estão dizendo que o vírus merece atenção, acho que cabe aos governos avaliar a situação e fazer uma escolha”, afirma. “A saudade é grande, o setor de eventos foi o primeiro a fechar e o último a abrir e, agora, parece que estou vendo a história se repetir”, lamenta o empresário.

 

 

Gérlio Soares Figueiredo – empresário, é o retrato da cena cultural baiana. Com apenas 33 anos de idade, o empreendedor já acumula vasta experiência em diferentes nichos de mercado, como transportes, construção civil, pecuária, factoring, indústria de vestuário e entretenimento. Conhecido por sempre atuar em eventos artísticos e musicais pelo Brasil, ele também já esteve à frente de uma reconhecida boate em Vitória da Conquista, na Bahia. Sob seu comando, a Casa dos Primos Entretenimento foi palco para inúmeros artistas consagrados do forró, sertanejo e outros ritmos. Empreendedor e dinâmico, Gérlio já possibilitou o emprego de aproximadamente 350 pessoas por todos os segmentos que passou. Atualmente, Gérlio está terminando o curso de direito e pretende se aprimorar mais nos estudos para expandir conhecimento e aumentar sua capacidade de gerir novos negócios.

 

Dia Mundial do Solo: os benefícios da agricultura orgânica

Com objetivo de alertar para a importância de conservação do solo, um recurso natural essencial à sustentabilidade da vida na Terra, o dia 5 de dezembro foi instituído pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) como sendo o Dia Mundial do Solo.

Uma das formas de conservação do solo é por meio da agricultura orgânica. Produzida sem agrotóxicos sintéticos, transgênicos e fertilizantes químicos, a agricultura orgânica, além de influenciar na qualidade dos alimentos e na saúde de quem consome, também beneficia a saúde do trabalhador agrícola e a qualidade do solo, água, vegetação e animais locais, já que as técnicas do processo respeitam o meio ambiente.


Conheça os seis principais benefícios da agricultura orgânica:


1.Ausência de agrotóxicos: como não é usado pesticida sintético na agricultura orgânica, o ecossistema produtivo é mais saudável, desde o solo ao alimento.


2.Qualidade de vida no campo: os cultivos orgânicos geram emprego e renda justa para os trabalhadores do campo, pois as certificações orgânicas resguardam os direitos básicos dos trabalhadores. Então, a agricultura orgânica contribui na melhora da saúde e das condições socioeconômicas das comunidades rurais.


3.Conservação do solo: ao contrário da agricultura convencional, a agricultura orgânica visa a conservação do solo por meio de práticas mais sustentáveis. Nesse tipo de agricultura, tudo é reaproveitado. É possível, por exemplo, realizar adubação ou proteção contra pragas com partes das plantas. Na agricultura convencional, essas partes seriam descartadas ou até queimadas. Esse processo permite a manutenção da saúde do solo e de todo ecossistema envolvido para uma produção mais eficiente e menos agressiva.


4.Bem-estar animal: na produção orgânica, os animais são alimentados somente com produtos orgânicos e mantidos em locais mais espaçosos e menos estressantes, reduzindo o uso de hormônios artificiais e antibióticos sintéticos. Com os animais mais saudáveis e com a alimentação à base de plantas, é possível utilizar os excrementos como adubo. Dessa forma, há redução de resíduos e o ciclo é fechado.


5.Promoção da biodiversidade: a conservação do solo e a ausência de agrotóxicos ajudam na preservação de pássaros, insetos, animais, além de fungos e bactérias presentes no solo, importantes para o crescimento da vegetação da região e para a manutenção dos ecossistemas.


6. Captura de carbono: a conservação da saúde do solo contribui para que o carbono sequestrado pelas plantas fique preso no solo. Como o gás carbônico é removido da atmosfera, o impacto ambiental é minimizado.


Como a Concepta Ingredients promove adoção de práticas agrícolas orgânicas e sustentáveis

A Concepta Ingredients, unidade de negócio do Grupo Sabará, há anos trabalha para entregar produtos orgânicos e sustentáveis com garantia de rastreabilidade, saudabilidade, textura e sabor, que possam gerar valor aos clientes, fornecedores, comunidades, colaboradores e acionistas e, assim, incentivar que outras empresas também participem de ações que fluam de encontro com o progresso sustentável e responsável. Além disso, sua cadeia produtiva está alinhada aos valores defendidos pela ONU, principalmente, em relação aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), 15 (vida terrestre) e 12 (consumo e produção responsáveis).

O portfólio de ingredientes orgânicos e exóticos da Concepta conta com 12 produtos, dos quais 66,66% possuem certificação orgânica BR (Brasil) e 83,33% contam com a certificação orgânica EOS (União Europeia) e NOP (Estados Unidos). A lista de produtos considerada é: Licuri (óleo), Babaçu (óleo), Maracujá (óleo), Patauá (óleo), Cupuaçu (manteiga), Castanha do Brasil (óleo), Coco (óleo), Sancha Ichi (óleo) e, recentemente, o Açaí (óleo, extrato, pó e xarope).

O lançamento do Extrato e do Xarope de Açaí contribuem de forma direta com o desenvolvimento socioeconômico na Amazônia e impactam indiretamente cerca de 5.072 famílias que vivem do cultivo da coleta do açaí que origina quatro produtos (extrato, xarope, pó e óleo) de açaí. Elas atuam em 1610 hectares de área conservada, sendo 1.079.430 hectares de área orgânica em conservação.

Ademais, o Grupo Sabará é reconhecido mundialmente pelo seu Programa de Valorização da Sociobiodiversidade®️, criado em 2000, que garante a rastreabilidade completa de matérias-primas provenientes da Floresta Amazônica, Cerrado e Caatinga. O projeto tem foco no engajamento de comunidades, cooperativas e associações fornecedoras de insumos da biodiversidade por meio de iniciativas em quatro pilares: desenvolvimento humano de maneira equilibrada, conservação da água e da biodiversidade, ética e transparência e rentabilidade adequada, promovendo o respeito, a dignidade e a inclusão socioeconômica.

Os resultados obtidos são:

• + 1,9 milhão de hectares orgânicos conservados de forma indireta por meio da valorização de produtos florestais não madeireiros;

• + 6 mil trabalhadores rurais, incluindo comunidades quilombolas e indígenas, potencialmente engajados na cadeia de fornecimento da Concepta;

• 227 hectares de floresta nativa certificada orgânica por incentivo direto da Concepta, que representam cerca de 256 campos de futebol de área preservada;

• + 27 mil pessoas impactadas indiretamente por essa relação;

• R 7,5 mil em média de renda extra por tonelada por família por ano.

 


Giovanna Cappellano - coordenadora da área de ESG do Grupo Sabará, companhia com 65 anos de história que oferece tecnologias sustentáveis, soluções e matérias-primas de alta performance para os mercados de tratamento de água, indústrias de alimentos e bebidas, nutrição e saúde animal.

 

Digitalização: 5 dicas para tornar sua logística mais eficiente para o Natal


Uma das datas mais esperadas pelos brasileiros se aproxima: o Natal. Mesmo sendo um ano de pandemia, 2021 movimentou positivamente o comércio do País. Segundo dados da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), em parceria com a Offer Wise Pesquisas, os brasileiros estão mais otimistas e, por isso, as compras de Natal deste ano injetarão aproximadamente R$ 68,4 bilhões em nossa economia. Este valor equivale a cerca de 123,7 milhões de consumidores voltando às compras, graças ao avanço da vacinação e a ampliação do funcionamento dos comércios nas cidades.

Com este aumento brusco nas demandas, muitas empresas viram a necessidade de digitalizar seus processos internos para garantir seus estoques, matérias-primas e mitigar possíveis riscos em suas cadeias de suprimentos e de transportes, principalmente durante as grandes temporadas de vendas, como Black Friday e Natal.

Neste processo de digitalização, alguns pontos são essenciais para tornar e manter o processo logístico mais eficiente, assertivo e menos trabalhoso.  Confira algumas dicas:



1 - Planejamento antecipado
Geralmente, o planejamento para de vendas para o Natal tem início no mês de agosto. Desta forma, todas as empresas envolvidas na operação, desde a importação de insumos/matéria-prima até a entrega do produto ao consumidor final, conseguem alinhar seus estoques para garantir a demanda da temporada. Um dos recursos mais utilizados no mercado para gerenciar o volume de cargas, de acordo com a demanda do momento, são os softwares de previsão e planejamento de demandas. Inserindo informações de temporadas passadas e demais dados referentes ao negócio é possível gerar previsões de estoques e vendas com acuracidade máxima.



2 - Gerenciamento do processo logístico em tempo real
Tanto para os embarcadores quanto para as empresas que transportam as cargas, o gerenciamento do processo logístico é essencial para manter o planejamento cada vez mais assertivo. Temos hoje no mercado ferramentas modernas, com sistemas de rastreamento de carga inovadores, que permitem a verificação do status de todas as cargas em todos os modais disponíveis, desde a origem até o destino final. Elas trazem muitas facilidades, como pesquisa de embarque por modal, termo de busca, além de formatar relatórios de KPIs, de acordo com a necessidade do cliente.


3 - Ferramentas para gerenciamento de risco
Esta é uma etapa de fundamental no processo logístico, pois auxilia as empresas a evitar grandes prejuízos durante as operações de armazenamento e transporte. Roubo de cargas, armazenamento incorreto, acidentes, multas e penalidades são alguns dos riscos com probabilidade considerável. Para mitiga-los é necessário utilizar uma estratégia eficiente, que garanta a entrega de acordo com as normas de qualidade. Para esta etapa do processo, existem diversas tecnologias que podem ser implantadas conforme o planejamento de cada carga. Há soluções personalizáveis, com algoritmos poderosos, que auxiliam na otimização e execução de rotas em tempo real. Outras desvendam alguns gargalos de eficiência para melhorar a experiência do cliente. Neste processo, adequar soluções de acordo com a realidade local é essencial.



4 - Integração de sistemas
Além de eliminar o retrabalho e as informações duplicadas, a integração dos sistemas que envolvem o processo logístico dá a oportunidade para que outros setores da companhia e até colaboradores de outros escritórios tenham acesso às informações do cliente, podendo, assim, auxiliá-lo a qualquer momento em um embarque ou em uma cotação.



5 - Atendimento contínuo em diferentes plataformas
Nesses novos tempos, ter acesso às informações a qualquer momento é algo esperado pelos clientes. Sabemos que a opinião dos nossos clientes é algo que suma importância. Por isso, a qualidade no atendimento é fator de escolha para fechar ou dar continuidade a um novo negócio. Diversas companhias têm investido fortemente na digitalização de seus sistemas de atendimento ao cliente, implementando novas ferramentas como o contato via Whatsapp, chatbot, dentre outros. Neste caso, o ideal é somar os novos canais aos de atendimento humano e e-mail para garantir a melhor experiência a seus parceiros. Na era digital, o investimento em CX é o caminho mais rápido e assertivo para fidelizar o cliente e conquistar novos admiradores da sua marca.



Diego Pontes - Gerente de Tecnologia e Negócios da Asia Shipping.


Metade dos jovens brasileiros faria dívida para investir no próprio negócio, aponta pesquisa C6 Bank / Datafolha

Levantamento indica avanço nos hábitos financeiros da nova geração, mas também preocupa no quesito informação: 64% acreditam que é possível enriquecer rápido com dicas de influenciadores

 

Os jovens brasileiros já demonstram dominar conceitos básicos de educação financeira e de como gastar o dinheiro pensando no futuro. A mais recente pesquisa do C6 Bank/Datafolha indicou, por exemplo, que 50% dos meninos e meninas de 12 a 17 anos usariam o dinheiro de um empréstimo para empreender. Outros 42% se endividariam para pagar um curso no exterior, enquanto menos de 15% aceitariam fazer uma dívida para comprar computadores ou celulares, para se dar um presente ou fazer um tratamento estético.   

O Datafolha ouviu 942 adolescentes e jovens de 12 a 17 anos, de todas as classes sociais e regiões do país, entre 18 e 25 de outubro. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais.   

“Aos serem perguntados sobre o que os levaria a entrar numa dívida hoje para pagar no futuro, a maioria dos jovens demonstrou ter uma consciência maior em relação ao uso do dinheiro e isso é muito positivo”, diz Liao Yu Chieh, head de educação financeira do C6 Bank. “Esse tipo de dívida, nessa fase da vida, e bem planejada, pode render bons frutos no futuro. É diferente de tomar um empréstimo para fazer um gasto de consumo, comprando um carro ou um celular por exemplo.”   

Entre jovens das classes A e B, estudar fora lidera a lista de situações em que se endividar valeria a pena neste momento. Já entre os adolescentes das classes C, D e E, montar ou investir no próprio negócio seria a principal razão para assumirem uma dívida. Os dados vão na mesma direção de outras pesquisas sobre empreendedorismo que apontam um interesse crescente de jovens por ter o seu próprio negócio. 

A compra por impulso não aparece como um hábito financeiro comum entre os jovens brasileiros, segundo o levantamento do C6 Bank/Datafolha. Pelo contrário. Entre os entrevistados de todas as classes sociais, 83% afirmam que antes de comprar um item se perguntam se realmente precisam dele - lição importante para quem busca uma vida financeira saudável.   

Questionados sobre o que os faria guardar dinheiro, um terço dos jovens respondeu que manteria uma reserva para usar em caso de imprevisto e 24% para investir e ter um rendimento mensal daqui a algum tempo. Outros 20% guardariam recursos para comprar algo que queiram muito daqui a alguns meses e 16% já pensam na aposentadoria. Entre as meninas, 37% guardariam dinheiro para imprevistos e, entre meninos, 26%.  No geral, 69% afirmaram que guardam dinheiro atualmente.

 

Pouca informação 

Como era de se esperar, os jovens também são otimistas: 89% acreditam que terão uma vida financeira melhor que a de seus pais daqui a 20 anos. Os planos para o futuro, no entanto, podem esbarrar na preocupante falta de informação. A pesquisa C6 Bank/Datafolha mostrou que 75% não têm nenhum conhecimento sobre previdência privada, 73% dizem não saber nada sobre cheque especial e 68% não têm informação nenhuma sobre a bolsa de valores. Só no caso dos juros do rotativo do cartão de crédito esse percentual é mais baixo, de 44%. “A própria pesquisa nos mostra que o cartão de crédito é um produto mais presente no dia a dia dos jovens brasileiros: mais da metade toma emprestado os cartões dos pais, com a senha inclusive, quando precisa fazer alguma compra”, lembra Liao Yu Chieh.   

Além de terem pouco conhecimento sobre temas relevantes em finanças, a pesquisa mostrou que cerca de 44% buscam informações sobre como lidar com o dinheiro em perfis das redes sociais, como Instagram, Tik Tok, Twitter e Facebook. Apenas 6% afirmam buscar conteúdo em sites especializados ou de notícias. Além disso, 64% concordam que dá para ganhar muito dinheiro em pouco tempo fazendo investimentos por conta própria com base em dicas da internet. “Esse é um dado extremamente preocupante, porque são raríssimas as pessoas que ganham muito dinheiro em pouco tempo. A grande maioria perde e pode perder muito. Os que aparecem nas redes sociais e dão essa falsa impressão são na verdade sobreviventes”, afirma Liao.  

 

Produtos financeiros   

A pesquisa C6 Bank/Datafolha apontou que 29% dos adolescentes e jovens brasileiros têm algum produto financeiro em seu nome, especialmente nas classes A e B, em que o percentual é de 48%. O mais comum é ter conta com cartão de débito (20%) e poupança (14%).   

Em outubro, o C6 Bank lançou uma modalidade de conta gratuita para crianças e jovens, a conta Yellow, em que é possível receber mesada, enviar e receber Pix e fazer operações com cartão de débito - um incentivo à educação financeira, que deve começar em casa e desde muito cedo.    

A contratação da conta é feita diretamente no app no C6 Bank pelos pais ou mães dos jovens que tenham até 17 anos e seis meses de idade. Depois de uma análise, a criança ou adolescente pode baixar o aplicativo Yellow no smartphone, fazer o cadastro e escolher a cor do seu cartão de débito Mastercard. São cinco opções: amarelo, azul, verde, rosa pink e laranja. Todas as compras feitas pelas crianças são comunicadas aos responsáveis por SMS. No banco, o atendimento é feito pela conta do responsável, que também pode acompanhar a movimentação e o extrato da conta Yellow.

 


C6 Bank

https://www.c6bank.com.br


Revisão da Vida Toda: decisão do Supremo ficará para 2022?

O julgamento da Revisão da Vida Toda no Supremo Tribunal Federal (STF) é o mais aguardado pelos aposentados brasileiros. Neste processo os aposentados buscam que sejam incluídas em suas aposentadorias as contribuições anteriores a julho de 1994, início do Plano Real.

Como muitos aposentados foram prejudicados pela aplicação de uma regra de transição mais desfavorável que a regra permanente, eles requerem uma resposta do judiciário se realmente a regra para quem já estava contribuindo ao sistema pode ser mais prejudicial que àquela de quem nem filiado estava, ou seja, não havia nem entrado como contribuinte do INSS.

A Revisão da Vida Toda teve a sua jurisprudência muito dividida, onde os próprios Tribunais Regionais Federais divergiam quanto a sua possibilidade. Porém, em 11 de dezembro de 2019, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) pacificou o assunto, decidindo de forma unânime o tema 999 com repercussão geral, e foi completamente favorável ao direito dos aposentados.

O assunto chegou no Supremo Tribunal Federal, após recurso do INSS, e teve seu julgamento iniciado em plenário virtual como Tema 1102. Teve parecer favorável do Procurador Geral da República, dos Institutos que atuaram como amigos da corte e também da Defensoria Pública da União, que posteriormente não foi aceita como amicus curiae no processo.

Até o momento, são 5 votos favoráveis aos aposentados, dentre eles o do ministro Marco Aurélio (relator) e 5 votos favoráveis ao INSS, restando  o voto final, do ministro Alexandre de Moraes, que pediu vistas desde 11 de junho de 2021. Como já se passaram mais de 5 meses, sem qualquer previsão de pautarem o processo, acreditamos que em 2021 não teremos uma solução a esta questão tão importante aos aposentados brasileiros.

O recesso forense ocorrerá entre dezembro de 2021 e janeiro de 2022, onde dificilmente a Revisão da Vida Toda será pautada. Isso vai atrasar ainda mais o processo, que já se desenrola por quase uma década.

Como é um direito pleiteado por pessoas idosas, merece aqui como destaque a alegação de suposta violação do princípio da duração razoável do processo, e o entendimento de que "a jurisdição não deve ser apenas prestada pelo Estado por conta do direito de ação, mas deve ser tempestiva e adequada, com o escopo de atingir a efetividade do direito postulado em cada demanda".

Apenas para ilustrar o artigo e simplificar a tese a ser decidida pelo Supremo Tribunal Federal: o senhor José possuía 30 anos de contribuição em 1999, ano da Reforma Previdenciária, e ainda não tinha direito adquirido a aposentar-se. Como seria injusto para o senhor José a aplicação das novas regras, mais severas, a legislação criou "regras de transição". Estas regras não traziam o melhor dos mundos, que eram as regras anteriores, mas também não eram tão severas como as novas regras permanentes. As regras de transição são criadas para não prejudicar tão abruptamente quem já está próximo da aposentadoria.

Agora, imagine a senhora Maria, que nunca havia contribuído para o INSS e estava ingressando no mercado de trabalho. Quando aposentar-se ela terá a incidência da nova legislação previdenciária, pois não existe expectativa de direito a ser respeitada (e não preservada, pois o direito adquirido não existia para o senhor José).

Em muitos casos o segurado que já estava há décadas contribuindo teve a aplicação de uma regra de transição mais desfavorável que a permanente, aplicada a quem nunca contribuiu. Isso ocorreu por não ter incluídos os maiores salários de contribuição, que foram pagos antes de julho de 1994. Como regra de transição deve sempre beneficiar, jamais prejudicar, estes aposentados, como o senhor José, querem apenas que seja aplicada a regra permanente, que será aplicada a senhora Maria.

O que o Supremo  está decidindo é se o princípio constitucional da segurança jurídica, deve ser aplicado neste caso, onde o segurado do INSS deve ter respeitado o seu direito de aplicação de regra transitória mais favorável que a permanente, ou no mínimo igual. Jamais quem está há décadas pagando a sua aposentadoria pode ter prejuízos que não foram impostos ao cidadão que ainda não se filiou ao sistema previdenciário.

Portanto, é de suma importância este julgamento, não apenas para os aposentados, mas também para toda a sociedade. Estamos aqui aguardando uma definição sobre um direito fundamental: a segurança jurídica. Este é o pilar do tão almejado e debatido "Estado Democrático de Direito", promovendo dignidade aos cidadãos.

Espero que o Supremo Tribunal Federal tenha sensibilidade com relação a essa espera, pois muitos aposentados estão falecendo enquanto aguardam o desfecho desse julgamento. E aqui deixo mais uma ressalva: a decadência. Em razão do prazo decadencial de 10 anos, após o primeiro recebimento do aposentado, este não terá mais direito ao recálculo do seu benefício se ultrapassado o prazo. A cada dia de espera pela decisão final, mais aposentados encontram o seu direito fulminado pela perda ao direito de ingressar com a ação, trazendo ainda mais economia aos cofres do INSS. A decisão ficará mesmo para o ano que vem?


 

João Badari - advogado especialista em Direito Previdenciário e sócio do escritório Aith, Badari e Luchin Advogados 

Uma em cada quatro mulheres brasileiras sofreram alguma forma de violência, aponta pesquisa apresentada em live do Me Too Brasil

 Em evento online realizado ontem, ativistas apresentaram pesquisas que apontam que os episódios acontecem dentro de casa, no deslocamento pela cidade, no trabalho e em ambientes de lazer.


Uma em cada quatro mulheres brasileiras (17 milhões) sofreram alguma forma de violência, e as pessoas do sexo feminino são as que mais temem se deslocar dentro das cidades. É o que demonstram as pesquisas do Instituto Patrícia Galvão e do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) apresentadas no webinar " Os Impactos da Violência no Cotidiano das Mulheres ", realizado nesta terça (30), pelo Me Too Brasil, com o apoio da Comissão da Diversidade Sexual e de Gênero da OABSP.

"A pesquisa mostra que o momento de risco para a mulher é quando ela está dentro de casa, é quando ela está no transporte público ou quando ela está no ambiente de trabalho. O assédio acontece na balada, mas não é o principal lugar de violência. Isso diz muito sobre a nossa cultura, sobre o machismo, a misoginia, sobre o racismo que são parte desse cálculo cultural do nosso dia-a-dia", destacou a Samira Bueno, diretora executiva do SBSP, que apresentou a pesquisa Visível e Invisível: A Vitimização de Mulheres no Brasil .

Já pesquisa do IPG " Segurança das mulheres nos deslocamentos pela cidade - as mulheres e seus trajetos " aponta que apenas 16% dos indivíduos que circulam pelas cidades sentem-se plenamente seguros e a sensação de insegurança não é a mesma para os diferentes grupos sociais: mulheres, pessoas com deficiência, pessoas negras, pessoas de baixa renda e população LGBTQIA+ se sentem menos seguras.

A sensação de insegurança e a violência nos deslocamentos das mulheres nas cidades é maior do que para os homens. Essa percepção aumenta enquanto avança o dia. "Esse dado é importante, pois tem a ver com o direito de ir e vir das mulheres, tem a ver com a possibilidade de trabalho, com a possibilidade de andar com segurança na cidade", explica Jacira Melo, do IPG. Entre as pessoas do sexo feminino que participaram da pesquisa sobre segurança em deslocamentos, 68% declararam ter muito medo de sair sozinha à noite no bairro onde mora. "Dentre as violências, elas têm medo de sofrer racismo, agressões físicas, sofrer estupro, importunação ou assedio sexual", afirmou.

Os dois levantamentos foram feitos com o apoio da Uber, que também realiza, em parceria com o Me Too Brasil, uma campanha educativa de combate ao assédio. Para Natália Falcón, gerente de Comunicações de Segurança do aplicativo, a violência de gênero é um complexo social que demanda soluções a longo prazo. "Os problemas que estão na sociedade, na cidade, estão refletidos na plataforma e precisamos lidar com eles. É um problema de todos nós e assumimos o compromisso de ativamente enfrentar", disse.

Marina Ganzarolli, presidente do Me Too Brasil, disse que os dados mostram a urgente necessidade de políticas públicas, de ações da sociedade civil organizada, de empresas e ações comunitárias e individuais para a prevenção, além da realização de estudos e pesquisas. Ela destacou que a organização tem realizado parcerias com empresas e organizações na luta contra a violência sexual.


Lançamento de site e vídeo educativo

O webinar foi o marco do lançamento também da nova plataforma da Me Too Brasil que, reformulado, aumentou a sua atuação para além da oferta de apoio, em parceria com a organização Justiceiras . O canal traz notícias e informações sobre violência sexual de gênero, espaço para o compartilhamento de depoimentos e voluntariado, além de vídeo sobre assedio sexual.

"As mulheres são as principais vítimas, mas a Me Too Brasil é a primeira organização brasileira que trabalha com o acolhimento de crianças e adolescentes, mulheres e homens, meninos e meninas. O nosso objetivo, nosso escopo, é o enfrentamento da violência sexual. Ponto. Não importa se é na infância ou na vida adulta, se é acometida contra mulheres ou contra homens. Hoje só temos a possibilidade de acolher voluntárias mulheres, mas a gente acolhe todas as vítimas, homens e mulheres", finaliza Ganzarolli.

Participaram do evento as diretoras da organização, as advogadas Luanda Pires e Luciana Terra e a psicóloga Mariana Luz.


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