Equipe multidisciplinar e rede de apoio são fundamentais para dar suporte à rotina do paciente oncológico
Imagine programar
todo o seu 2024 e na metade dele receber um diagnóstico que mudaria todo o seu
planejamento. Tatiane Ribeiro se especializou como tricologista há mais de uma
década, profissional que trata o couro cabeludo e propõe soluções para
problemas capilares. Mas, há quatro meses ela sentiu um nódulo pequeno durante
um autoexame. Em agosto, a notícia: estava com câncer de mama com metástase na
axila. Em outubro, a profissional que já solucionou problemas capilares em
tantos pacientes, montou um protocolo com base na sua experiência para não
perder o próprio cabelo.
“Essa virou a
minha grande missão: ajudar outras pessoas. Pensei em um protocolo específico
para a quimioterapia com o intuito de ancorar os fios e consegui manter 50% do
meu cabelo. Deus está permitindo meu cabelo cair para eu entender o sentimento
de ficar totalmente careca e poder ajudar mais mulheres”, destacou Tatiane.
Apesar de conseguir manter parte dos fios após a quimioterapia, a profissional
raspou os cabelos para lidar melhor com essa fase.
Diário
de uma paciente - Por
conta do tratamento, a rotina de Tatiane sofreu muitas alterações. Efeitos
colaterais como náusea, fraqueza e mal-estar a impedem de manter a agenda cheia
de pacientes, o que fez com que alguns a deixassem, impactando financeiramente.
Os mesmos efeitos também impedem a execução das atividades físicas que faziam
parte do seu dia a dia e até o comparecimento em eventos sociais.
O tratamento de
Tatiane ainda está no início, mas inclui seis quimioterapias que antecederão a
cirurgia, a radioterapia e mais um ano de quimioterapia. Graças à família e
amigos que fazem parte da rede de apoio, a profissional tem forças para passar
por essas etapas e a dar valor a ações simples do dia a dia. Mesmo com essa
mudança de rotina, Tatiane tenta encontrar um lado positivo na experiência. “O
cabelo vai crescer de novo e essa fase vai passar. O câncer te atenta para as
coisas pequeninas e te faz enxergar a vida de outra forma, por isso, o
diagnóstico não é o fim, mas um recomeço”.
Tratamento
multidisciplinar - Dados do Instituto Nacional do
Câncer (Inca) apontam que cerca de 41 mulheres a cada 100 mil podem ser
diagnosticadas com câncer de mama no Brasil no triênio 2023-2025. E junto ao
diagnóstico vem a preocupação sobre as incertezas do futuro e no quanto o
tratamento irá alterar a rotina. Profissionais da área asseguram que há formas
de dar mais suporte à paciente para que ela se sinta mais acolhida nessa fase
de surpresa e adaptação.
Oncologista clínica e integrante da Oncomed-MT, Letícia Barbosa França, acredita que a inserção da paciente em uma equipe médica multidisciplinar e a possibilidade de ela ter uma rede de apoio entre familiares e amigos sejam pilares que ampliam o sucesso do tratamento oncológico.
Além dessas bases,
é importante evitar pedir opiniões sobre o tratamento para além do corpo
clínico que o acompanha. “As orientações específicas são de acordo com o
protocolo a ser realizado e cada caso é único. Quando o paciente pede opiniões
a amigos, vizinhos e parentes pode ficar com dúvidas e a insegurança prejudica
o tratamento. O ideal é que o paciente escolha o médico que vai orientá-lo e
confie nele”.
A equipe
multidisciplinar é composta por profissionais de diversas especialidades como
oncologista clínico, cirurgião, radioterapeuta, psicólogo, fisioterapeuta,
nutricionista e educador físico. Os profissionais atuam em conjunto para o
sucesso do tratamento, fornecendo informações específicas para cada caso,
orientando sobre os efeitos colaterais esperados e o que fazer para
minimizá-los.
Oncomed-MT
www.oncomedmt.com.br
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