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terça-feira, 6 de abril de 2021

COVID-19 piora a visão de jovens

 Prontuários apontam agravamento do ceratocone em 48% dos pacientes que tiveram COVID-19. Doença geralmente surge na adolescência. Entenda. 

 

A pandemia de coronavírus é uma ameaça à saúde dos olhos. O oftalmologista Leôncio Queiroz Neto do Instituto Penido Burnier e membro titular do CBO (Conselho Brasileiro de Oftalmologia) afirma que qualquer alteração na lágrima pode predispor a duas alterações na córnea, lente externa do olho:  Uma é a ceratite, inflamação que dependendo da gravidade diminui permanentemente a visão. A outra é o ceratocone devido à falta de lubrificação que provoca coceira nos olhos, maior fator de risco desta doença. O problema é que um estudo inglês mostra que o coronavírus causa olho seco em 23% das pessoas contaminadas. 

“Não por acaso, os prontuários de 52 portadores de ceratocone atendidos pelo hospital nos últimos três meses, revelam que 25 deles, ou 48%, apresentaram piora depois que tiveram COVID-19”, salienta. O oftalmologista explica que o ceratocone é uma doença degenerativa que geralmente aparece no início da adolescência. Tende a ser mais progressiva entre os mais jovens. Quanto maior a progressão, mais enfraquece e afina a córnea, fazendo com que tome o formato de um cone. Por isso, inclusive durante a pandemia, o acompanhamento periódico deve ser mantido. “O atraso no diagnóstico pode causar cicatrizes na córnea, irregularidades que dificultam o ajuste das lentes de contato, ceratite, edema e em casos extremos indicação para transplante de córnea que teve uma grande queda de doações e cirurgias na pandemia” afirma.

O oftalmologista destaca que o hospital é especializado, mantém rígidos protocolos de higiene e esterilização dos equipamentos e ambientes para eliminar o risco de contaminação durante o atendimento.Portanto não há justificativa para adiar qualquer assistência médica aos seus olhos.

 

Sintomas da progressão

Queiroz Neto afirma que as queixas mais frequentes que indicaram piora do ceratocone depois da COVID-19 nos pacientes analisados foram:

·         Visão embaçada.

·         Dor de cabeça frequente

·         Maior dificuldade para enxergar.

O oftalmologista esclarece que a visão embaçada nem sempre sinaliza piora do ceratocone. “Quando desaparece espontaneamente ou após pingar colírio lubrificante no olho indica olho seco”, afirma. Ainda assim, comenta, a consulta oftalmológica é importante para diagnosticar qual camada da lágrima – lipídica, aquosa ou proteica – está alterada. “Isso porque, nem o colírio lubrificante é uma aguinha qualquer. Cada um é formulado com substâncias que agem em uma camada específica da lágrima”, poderá.

Outros sintomas elencados pelo médico que podem sinalizar progressão do ceratocone são:

·         Dificuldade de enxergar à noite.

·         Coceira intensa e frequente nos olhos

·         Alteração constante do grau das lentes de contato ou óculos.

 


Tratamentos

O único tratamento que interrompe a progressão do ceratocone é o crosslinking, uma cirurgia ambulatorial feita com anestesia local em que é associada a aplicação de riboflavina (vitamina B2)   radiação ultravioleta. Queiroz Neto afirma que segundo estudos quanto mais jovem é o paciente melhores são os resultados da cirurgia.


Outros tratamentos elencados pelo médico para escapar do transplante nos casos de córneas mais finas são as lente esclerais que se apoia na esclera invés de se apoiarem na borda da córnea,   ou o anel intraestromal que melhora a acuidade visual aplanando a córnea.

 

Dia Mundial da Saúde: Você é protagonista da sua saúde?

Atentar aos sinais emitidos por corpo e mente e definir uma rotina de autocuidado que faça sentido no dia a dia pode ser um grande passo


Aquela dor nas costas está insuportável. As queixas são muitas, mas os movimentos para solucionar a questão, poucos. Falta tempo na agenda. Na semana que vem você faz um alongamento ou marca aquele retorno ao fisioterapeuta, não é mesmo? Pensando melhor, a dor nem está tão insuportável assim. Alguém aí se identifica? Alguém aí está ignorando os pedidos de socorro emitidos pelo corpo e pela mente? No Dia Mundial da Saúde a campanha “Mais Mercur, mais cuidado” te convida a refletir sobre como ser um protagonista de sua saúde. 

Segundo o fisioterapeuta Regis Severo, que atua na área de Pesquisa e Desenvolvimento de Produtos da Mercur, é cada vez mais comum as pessoas “terceirizarem” suas questões de saúde. “Muitas vezes o que vivenciamos é que quando uma pessoa vai procurar um fisioterapeuta ou outro profissional de saúde ela tem uma queixa específica. Ela precisa, quer e confia que o profissional vai resolver o problema dela, mas às vezes ela não confia no potencial de controle que tem da própria saúde e ignora os sinais que o corpo emite, negligenciando um autocuidado que é imprescindível para o bem-estar”, afirma. 

O profissional defende que todos devemos fazer reflexões que nos levem a assumir o protagonismo, o controle da própria saúde para colocar em prática um autocuidado que somado a uma ajuda profissional pode de fato fazer a diferença. “O que estou fazendo para contribuir com o meu bem-estar, com a minha saúde? Como eu posso prevenir? Quais os sinais que o meu corpo e a minha mente estão emitindo? Como eu posso ser protagonista na minha melhora? São questionamentos importantes e que fazem a diferença no resultado de qualquer tratamento”, ressalta.


Autocuidado: reconhecimento do corpo e da mente

Coloque a máscara de oxigênio em você primeiro. Sabemos a origem deste alerta, não é mesmo? Como podemos cuidar da nossa vida e das nossas relações se a nossa própria saúde não vai bem? O que é saúde para você? Com a resposta dessa pergunta fica mais simples estabelecer uma rotina de cuidados para o corpo e a mente que faça sentido no seu estilo de vida.

Esses cuidados podem ser físicos, como a prática de exercícios, alimentação saudável e horas suficientes de sono; mentais, processando e verbalizando seus sentimentos, suas visões de mundo; sociais, dedicando tempo a nutrir seus relacionamentos ou causas que acredita e até espirituais, praticando yoga ou meditação. É você quem decide por onde começar, o importante é dar esse passo.

A psicóloga Patricia Fighera, que atua na área de Talentos Humanos da empresa Mercur, ressalta que é importante enxergar corpo e mente de maneira unificada. “Quando falamos de ser integral, fatores emocionais e físicos se relacionam. Somos a união de todas as dimensões que fazem parte de nós, físicas, mentais, espirituais, sociais. A busca do autocuidado se dá quando conseguimos considerar a integralidade do ser. Por isso, ao cuidar do corpo, estamos contribuindo com a saúde da mente e vice-versa”, destaca. 

Ela ressalta que o primeiro passo para conseguir conciliar uma rotina de autocuidado no dia a dia é ter consciência de si, das suas condições, para depois ser capaz de identificar as instâncias que precisam de cuidado e buscar as estratégias para lidar com elas. “No momento em que eu me (re) conheço de verdade, eu priorizo o cuidado comigo”, ressalta.

Já no que diz respeito ao físico, o fisioterapeuta Régis Severo aposta na prevenção e no cuidado frequente. Ele considera que recursos simples, de fácil utilização e que podem ser inseridos na rotina de maneira prática ajudam a manter o compromisso com a saúde. “Consultas periódicas não funcionam, não alcançam o objetivo almejado nos tratamentos se fora do consultório do profissional que está orientando aquele processo a pessoa não investe no seu bem maior: o próprio bem-estar”.

Caminhar, andar de bicicleta e praticar algum esporte com regularidade são dicas do profissional. Outra prática simples recomendada por ele é o uso das Faixas Elásticas para Exercícios que são leves, fáceis de usar e de transportar. Elas permitem realizar diferentes tipos de exercícios, auxiliam no fortalecimento e resistência dos músculos, na melhora da coordenação motora e habilidades funcionais e no auxílio do aumento da mobilidade, flexibilidade e força em casos de prevenção e reabilitação de lesões, treinamento esportivo, condicionamento físico e tratamento pós-operatório.“Quando temos recursos simples, de fácil uso, conseguimos encorajar a pessoa a fazer sua parte durante um processo de reabilitação, por exemplo”, comenta.

Educar em Saúde significa buscar desenvolver nas pessoas o senso de responsabilidade por sua própria saúde e pela saúde das pessoas queridas e da comunidade em que vive.

Papo Mercur

Para quem quiser se aprofundar no assunto do protagonismo na saúde, pode ouvir a quarta edição do podcast Papo Mercur.  Nele, o fisioterapeuta que atua na área de Inovação da Mercur Regis Severo e a psicóloga que atua na área de Talentos Humanos da Mercur Patricia Fighera refletem sobre o quanto é essencial cuidar da gente mesmo e ser protagonista da nossa própria saúde. Ouça agora: https://soundcloud.com/mercuroficial/papomercur04 

 

Atividades físicas seguem aliadas da saúde durante pandemia

Especialista fala de cuidados durante os treinos e como deve ser a volta daqueles que se recuperaram da Covid-19


A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma que até 5 milhões de mortes por ano poderiam ser evitadas se a população global fosse mais ativa. Segundo a entidade, um em cada quatro adultos e quatro em cada cinco adolescentes não praticam atividade física suficiente. Assim, em um momento em que muitas pessoas encontram-se em casa devido à pandemia, a OMS lançou no final do ano passado novas diretrizes sobre atividade física e comportamento sedentário, que enfatizam que todas as pessoas, de todas as idades e habilidades, podem ser fisicamente ativas e que todo tipo de movimento conta. 

As novas diretrizes recomendam pelo menos 150 a 300 minutos de atividade aeróbica moderada a vigorosa por semana para adultos, incluindo pessoas que vivem com condições crônicas ou deficiências, e uma média de 60 minutos por dia para crianças e adolescentes. E ressaltar a importância de se exercitar para promoção da saúde se encaixa perfeitamente nesta semana, pois nesta terça-feira, 6 de abril, é celebrado o Dia Mundial da Atividade Física, enquanto no seguinte, 7, é o Dia Mundial da Saúde. 

O treinador de força, Vinícius Arnoudo de Sousa Abreu, que também atua como gestor de desempenho da Care Clinic, localizada no Órion Complex, em Goiânia, ressalta a importância das atividades físicas. “Os benefícios são inúmeros, desde os fisiológicos aos sociais. E neste momento de restrições ainda ajuda a diminuir a ansiedade, além de auxiliar no sistema imunológico, pois pessoas que praticam atividades físicas constantes são menos propensas a infecções”, explica.

 

Na pandemia
Em relação ao momento de pandemia pelo qual estamos passando, Vinícius destaca que percebeu um aumento de pessoas que aderiram aos exercícios físicos. “Quem não praticava, passou a praticar, principalmente os outdoor (ao ar livre), como andar de bicicleta e corrida”, exemplifica. No entanto, o profissional ressalta que é preciso manter essa rotina. “Não precisamos de uma pandemia para saber que exercícios são bons. E esse processo tem que ser contínuo, pois faz para para a saúde, para o envelhecimento, para a manutenção das taxas saudáveis”, afirma. 

O especialista dá uma dica essencial para quem quer fazer atividades físicas neste período. “Não existe atividade adequada para a pandemia. Se a academia segue os protocolos e te dá segurança, pode ir. Se você prefere se exercitar ao ar livre, tudo bem. O recomendado é fazer o que gosta. Só assim terá recorrência no processo e não vai falhar”, afirma ele, que recomenda usar máscara. “O uso da máscara não atrapalha a atividade física moderada. E para exercícios com intensidade alta, que causam batimentos cardíacos elevados, é melhor fazer ao ar livre e sozinho. Porém, manter os níveis de segurança é mais importante do que fazer um exercício forte”. 

Vinícius alerta que não se deve fazer exercícios com febre, pois será inútil, o certo é procurar um médico. Para aqueles que estão se recuperando da Covid-19, o educador físico revela que não há um prazo para a retomada das atividades. “É preciso se observar, suas taxas de respiração, a frequência cardíaca e ir voltando de forma moderada. Se sentir que pode pôr mais intensidade é só ir ajustando, é importante conversar com um profissional para que o desempenho volte”, salienta. “Uma coisa que recomendo para meus alunos nesse processo é ter calma, observar como reage, ter cuidado e continuar usando máscara”, completa.

 

Por que é tão difícil fazer o brasileiro respeitar a quarentena?

O Brasil ultrapassa as 331 mil mortes pela covid-19 e vive o colapso do sistema de saúde, com falta de leitos, profissionais e até de oxigênio. Ao mesmo tempo, o noticiário exibe diariamente festas clandestinas, desrespeito a normas sanitárias, discursos de negação em todos os níveis da sociedade. O psicólogo especializado em Crises e Emergências Alexandre Garrett afirma que a dificuldade de conscientizar as pessoas sobre a necessidade da quarentena acontece por uma série de motivos, “desde a falta de amadurecimento da sociedade até a ausência de liderança”.

Segundo Garrett, a negação é um mecanismo para tentar escapar da realidade. “A realidade é muito dura e muitos não têm estrutura e maturidade para encarar qual é a parte que cabe a si próprio para ajudar a combater essa pandemia. No entanto, temos que ter responsabilidade, pois a luta contra o vírus é de todos nós”, afirma.

Reduzir o negacionismo, a falta de empatia e o desrespeito às regras determinadas pelas autoridades, na avaliação do psicólogo, passa pelo amadurecimento da sociedade. “Existe um processo que a psicologia chama de individuação, que ocorre quando a pessoa toma consciência das suas responsabilidades como adulto. Esse processo é uma luta contra tudo e todos, uma forma de resistência que o organismo faz de não aceitar essa mudança. E uma das regras desse processo é o negar a realidade, não aceitar. A individuação é um processo de construção da individualidade e a gente constrói a nossa individualidade nos espelhando no outro, nos exemplos que nós temos”, explica.

Na avaliação do especialista, o desrespeito às normas
sanitárias está ligado à falta de liderança

O especialista diz que para quebrar essa barreira é preciso acelerar o processo de choque desses adolescentes e adultos que ainda não tomaram consciência da atual realidade. “Isso se faz com exemplos e atitudes, sejam da família, dos amigos, mas, principalmente, dos líderes, de quem comanda o país.”, diz.

Garret dá exemplos de como os líderes podem ser determinantes nesse processo. “Os países europeus e os Estados Unidos estão também sofrendo com a covid, mas a população se sente apoiada e protegida em uma liderança forte. O exemplo do líder é fundamental para conscientizar a população. Quando o presidente da República adota um discurso de negação e transforma a adoção de medidas de quarentena em uma disputa política, o resultado é desastroso para todos e desestimula o cumprimento das normas sanitárias”, afirma.

Garrett conta que a longa duração da crise é outro fator que desestimula o distanciamento social. “Estamos vivendo há mais de um ano trancados dentro de casa, o quadro de angústia e desespero social aumenta e a cada dia fica mais difícil manter o isolamento, mesmo entre as pessoas mais conscientes. Em outra frente, isso tem provocado uma certa rebeldia na população que insiste em se aglomerar em bares, restaurantes ou festas particulares”, completa o especialista.

Essa rebeldia, explica Garrett, não é exclusividade dos adolescentes. “Hoje a adolescência não é mais definida pela idade. É definida pela falta de noção da realidade e de sua responsabilidade”, afirma.


Pandemia aumenta número de pessoas que desenvolveram vícios

Especialista explica motivos que potencializam o uso de tóxicos 


Quando falamos em coronavírus, inevitavelmente, pensamos na infecção causada pelo vírus e os tradicionais sintomas, como falta de ar, alterações de olfato e paladar, tosse e sintomas de gripe em geral. Mas o impacto da covid-19 vai muito além. Com a pandemia alterando nossa rotina, as incertezas, inseguranças e stress, muitas outras doenças têm surgido -  ansiedade, depressão e insônia - e desequilíbrios - como distúrbios alimentares e consumo excessivo de álcool e cigarro. 

Ainda pouco acolhido e cheio de tabus, os vícios nascidos ou potencializados desde o começo da pandemia merecem uma atenção especial. Uma pesquisa feita em agosto do ano passado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) com 44.062 brasileiros, mostra que quase 35% dos entrevistados que já eram fumantes, passaram a consumir mais cigarros por dia desde o início do isolamento social. Entre eles, 6,4% aumentaram em até cinco; 22,8% somaram mais dez por dia  e 5,1%, em 20 ou mais.

“Para quem já traz uma predisposição ao vício, a situação que estamos vivendo é um solo fértil. Se situações de estresse pré-pandemia já eram desafiadoras para esses pacientes, o isolamento social as potencializa e vira um ciclo vicioso: a insônia, depressão e ansiedade levam a fumar mais e o fumar mais também leva à depressão, insônia e ansiedade. Nesses casos, buscar ajuda médica é fundamental para evitar a piora do quadro e o surgimento ou agravamento de doenças”, explica a especialista em Medicina do Estilo de Vida e vice-presidente do Colégio Brasileiro de Medicina do Estilo de Vida, Dra. Lívia Salomé. 

Mas o abuso do cigarro e até mesmo do álcool não ficam isolados. Outros dados que assustam são do Ministério da Saúde que mostram que entre março a junho de 2020, o atendimento por uso de alucinógenos cresceu 54% em relação ao mesmo período do ano passado. Já o uso excessivo de sedativos, cresceram em 50%. Mas não são só os brasileiros que estão nesse cenário, alguns estudos a nível mundial mostram que o consumo de maconha aumentou em 36% no mundo nos primeiros seis meses de pandemia. 

“Todas essas pesquisas nos dão uma amostra da gravidade que estamos enfrentando, mas é bem provável que os números engordem quando pensamos nas pessoas que não pedem ajuda ou têm vergonha de se expor, com medo de julgamentos. Infelizmente, nossa sociedade carrega preconceitos e não enxerga como doença. E isso gera ainda mais estresse e ansiedade nesses pacientes, dificultando ainda mais o tratamento”, reforça a médica. 

Para quem está enfrentando essa situação ou conhece quem esteja precisando de ajuda, o conselho da especialista é buscar ajuda médica especializada para cuidar do vício e entender o que está causando isso. 

“Tratar o vício é como controlar um incêndio: é preciso apagar o fogo mais intenso para achar o foco, o que está causando. Só assim, o paciente pode ter uma vida com mais saúde e longevidade. Nesse ponto, a Medicina do Estilo de Vida pode ajudar trazendo um olhar plural e integrativo para esse paciente, com prognósticos que contemplam todas as dificuldades, minimizando as chances de recaída”, completa a especialista. 

Portanto, se você está desconfortável com a situação, busque ajuda profissional. Isso não é sinal de fraqueza e não há motivos para ter vergonha, ainda mais em meio à maior pandemia do século. E se você conhece alguém que não está feliz com essa situação, acolha sem julgamentos e ofereça ajuda para encontrar um profissional para dar todo suporte.  

 

O que é a Medicina do Estilo de Vida? 

A Medicina do Estilo de Vida (MEV) é uma abordagem interdisciplinar que tem como alicerce o estilo de vida saudável para prevenir, combater e até mesmo reverter doenças crônicas, resultando em longevidade com saúde. Essa abordagem é sustentada por seis pilares: alimentação saudável com uma dieta baseada em plantas; atividade física regular; qualidade do sono; saúde mental; controle de tóxicos e relacionamentos - todos com embasamento científico. 

O objetivo da especialidade vai além de uma relação de diagnóstico e prognóstico: o foco é criar uma relação onde o médico possa conhecer seu paciente de forma integral e mais profunda, desenvolvendo soluções estratégicas para o equilíbrio do corpo e mudança do estilo de vida. A MEV traz o paciente como principal elemento deste processo e, por isso, é possível mesmo a reversão de doenças crônicas, até então, tidas como “incuráveis”.

 

57% dos brasileiros acreditam que cuidarão mais da saúde e do bem-estar quando a pandemia acabar

Pesquisa Ipsos aponta, ainda, que 44% pretendem dedicar menos tempo ao trabalho e mais à família


Um ano depois do início da pandemia, começamos a ter campanhas de vacinação em diversos países e as pessoas começam a projetar como será a vida no pós-COVID-19. Pesquisa realizada pela Ipsos, em parceria com The Global Institute for Women´s Leadership, aponta tendências do que deve ocorrer no Brasil e no mundo em diversos aspectos da sociedade, como saúde, família, emprego e solidariedade.

Os números mostram que 57% dos brasileiros cogitam realizar ações para melhorar a saúde e o bem-estar. Apesar de estar nove pontos percentuais acima da média global, que é de 48%, o Brasil fica atrás de Peru (73%), México (69%), África do Sul (68%), Malásia (62%) e Índia (60%). Para 19% dos brasileiros entrevistados, nada deve mudar nesse sentido após o fim da pandemia e 12% acham pouco provável realizar qualquer mudança que melhore a saúde e o bem-estar.

Quando o assunto é trabalhar menos e passar mais tempo com a família, 44% dos brasileiros dizem acreditar que farão isso quando o planeta deixar a crise causada pela COVID-19. Para 27% dos brasileiros, a rotina não deve mudar no pós-pandemia. Já 17% acreditam que essa possibilidade de inverter prioridades é pouco provável. Na média global, 37% dos respondentes pensam que trabalharão menos e darão mais tempo às relações familiares. Peruanos (57%), sul-africanos e turcos (50%), chilenos (49%) e indianos (47%), são os povos que mais desejam mudar a relação de tempo entre trabalho e família.

Apesar do grave momento econômico e sanitário vivido pelo Brasil, o país é apenas o 13º na preocupação com perda de emprego entre as 28 nações que participaram da pesquisa. O Brasil se iguala aos 44% da média global. Para 23% dos brasileiros, a situação deve se manter como está e 7% acham pouco provável perder o trabalho. Sul-africanos (63%) e mexicanos (60%) são os mais preocupados com a possibilidade de perda de emprego depois do fim da pandemia.

A pesquisa quis saber, também, se as pessoas acreditam que terão que ajudar outras pessoas em suas comunidades após o fim da pandemia. Um em cada três entrevistados do mundo (33%) acredita que terá que ajudar a sua comunidade. É o que pensam 45% dos brasileiros. Para 27% dos entrevistados no país, a situação não mudará no pós-pandemia. Já 14% acreditam ser pouco provável ajudar outras pessoas da comunidade. Nesse ponto da pesquisa, o Brasil ficou atrás de Peru (50%), África do Sul e Índia (ambos com 49%), Arábia Saudita (47%) e Chile (46%).   

A pesquisa on-line foi realizada com 20.520 entrevistados, sendo mil brasileiros, com idade entre 16 e 74 anos de 28 países. Os dados foram colhidos entre 22 de janeiro e 05 de fevereiro de 2021 e a margem de erro para o Brasil é de 3,5 pontos percentuais.

 


Ipsos

www.ipsos.com/pt-br

 

Dia Mundial da Atividade Física: Omint explica os benefícios de movimentar o corpo

Dr. Guilherme Sangirardi de Melo Reis, cardiologista credenciado Omint, destaca alguns aspectos relacionadas ao sedentarismo causado pela Covid-19 e aborda a relação entre doenças cardíacas e inatividade física


Nesta terça-feira, 6 de abril, é comemorado o Dia Mundial da Atividade Física, data importante para conscientizar as pessoas de que o sedentarismo é um fator de risco para a saúde e deve ser combatido. De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), até 5 milhões de mortes por ano poderiam ser evitadas no mundo com o aumento da atividade física.

No Brasil, o número de indivíduos fisicamente inativos é significativo: segundo a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) 2019, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 40,3% da população de 18 anos ou mais foram classificadas como insuficientemente ativas. Esse cenário torna-se ainda mais preocupante quando levamos em consideração que o sedentarismo é um dos principais causadores de doenças crônicas não transmissíveis, como as doenças cardiovasculares, por exemplo, e que provavelmente, no ano de 2020, por conta da pandemia de Covid-19 e do distanciamento social, esses números devem ter piorado ainda mais.

O cardiologista credenciado Omint, Dr. Guilherme Sangirardi de Melo Reis, explica que as doenças coronárias são a causa primordial de morte no país e podem levar ao infarto agudo do miocárdio, provocando uma disfunção do músculo cardíaco, que compromete o bombeamento de sangue para todo o corpo e ocasiona uma série de complicações. Além disso, “a hipertensão arterial é o principal fator de risco de pacientes cardiopatas, seguida de diabetes, dislipidemia, que são os níveis elevados de colesterol, e tabagismo. O controle adequado dessas condições é a única maneira de tentar minimizar a incidência de quadros agudos”, alerta.


Atividade física x Covid-19


A pandemia do novo coronavírus acabou afetando a prática de atividades físicas, devido ao distanciamento social e ao fechamento de academias, clubes e parques. As pessoas com doenças crônicas deixaram de fazer seu acompanhamento médico periódico com medo da transmissão do vírus em ambientes de ambulatórios e laboratórios, aumentando índices de descompensações de hipertensão, diabetes etc. Além disso, muitas pessoas que foram infectadas pelo vírus estão sofrendo com os efeitos colaterais da doença. Soma-se a isso o fato de que indivíduos que apresentam problemas de saúde pré-existentes, como doença cardíaca, diabetes e problemas respiratórios, correm maior risco de complicações e morte devido à Covid-19.

Na prática, a infecção pelo coronavírus não é limitada ao trato respiratório, é uma doença sistêmica que afeta diversos órgãos, e um deles é o coração. “Em pacientes com estado mais grave, a Covid-19 pode causar miocardite, que uma inflamação no músculo cardíaco. Ela pode trazer distúrbios da frequência cardíaca e causar arritmia cardíaca, fazendo com que o paciente precise usar marca-passo, que é uma maneira artificial de estimular o coração. Estamos vendo isso com cada vez mais frequência, independentemente da variante do vírus”, afirma.

Para pacientes que se recuperaram da Covid-19, é importante verificar se houve algum acometimento do sistema cardiocirculatório. Se for uma infecção leve ou assintomática, em 20, 30 dias o paciente já está autorizado a fazer atividade física, mas é importante ir ao cardiologista para realizar exames e ter certeza de que não há sequelas.

Entretanto, o paciente que teve miocardite deverá passar por uma fase de recuperação mais extensa e será necessária a realização de alguns exames específicos. “Antes de liberar o paciente para a prática de atividade física com segurança, prescrevemos a ressonância, para ver a extensão da inflamação, e o holter, para avaliar se houve algum distúrbio do ritmo cardíaco. Se os resultados forem favoráveis, entre 40 e 60 dias o paciente é liberado para fazer esportes”, orienta.


Recomendações para manter a saúde em dia


De maneira geral, antes de começar a praticar uma atividade física de forma segura, é importante ir ao médico para fazer uma anamnese, que é a verificação do histórico clínico da pessoa, além de teste ergométrico (ou teste da esteira) e ecocardiograma, que é o ultrassom do coração, responsável por avaliar a parte estrutural e funcional do órgão.

O estímulo de hábitos saudáveis, como a atividade física e a alimentação equilibrada, é imprescindível para a longevidade e reduz a prevalência de doenças. “Mesmo em pessoas que apresentam alguma patologia, como no caso de pacientes hipertensos, por exemplo, é possível, sim, ter qualidade de vida, mas levando em consideração alguns cuidados importantes”, afirma.

As principais recomendações para quem tem o diagnóstico de hipertensão incluem: prática de atividade física (30 minutos, no mínimo, e três vezes por semana), bons hábitos alimentares, privação de consumo de cigarro, redução na ingestão de álcool e restrição do sódio na alimentação – a quantidade diária que o nosso organismo precisa é de 1g, que equivale aproximadamente a uma colher de café ou um sachê de sal.

O paciente que pratica esporte de maneira regrada consegue fazer de forma mais adequada um controle glicêmico, da pressão, do peso e dos lípides, partículas de gordura que circulam no sangue e podem ser acumular no fígado (esteatose) ou em outros órgãos e tecidos. “Ao fazer atividade física, você melhora o metabolismo, baixa os níveis de colesterol, glicemia e triglicérides. É uma maneira natural de tratar o organismo sem precisar medicar. O combate ao sedentarismo é a melhor maneira de prevenir as doenças cardiovasculares de maneira geral”, conclui.


TERCEIRIZAR A GESTÃO DE BENEFÍCIOS É CHAVE PARA TORNAR EQUIPES DE RH MAIS ESTRATÉGICAS


Entre os diversos processos que foram acelerados pela pandemia está o reconhecimento do papel estratégico e vital da área de Recursos Humanos para todas as empresas. Isso ficou evidenciado no momento em que as equipes de RH tiveram que manter todas as suas funções operacionais e ainda assumir a liderança no processo repentino de Transformação Digital e adequação das formas de trabalho das empresas. As áreas de RH contribuíram, ainda, com um olhar humanizado para todas as transformações e suas consequências sobre a performance, motivação e saúde mental das pessoas.  

Quando dizemos que a área de RH é a responsável pela gestão das pessoas na organização, cometemos o mesmo erro dos pais que acham que a escola é a única responsável pela educação de seus filhos. Na verdade, tanto a educação dos filhos quanto a gestão de pessoas são responsabilidades que devem ser compartilhadas. A verdadeira missão da área de RH é nortear e dar suporte às ações dos gestores, provendo orientações técnicas e ferramentas para que se possa obter os melhores resultados através das pessoas.  

Para privilegiar suas responsabilidades estratégicas, que impactam diretamente nas pessoas e nos negócios, as tarefas mais operacionais do RH podem e devem ser terceirizadas. O BPO - Business Process Outsourcing - ou a Terceirização de Processos de Negócios já é amplamente conhecido e aplicado em diversas áreas das empresas, particularmente quando as organizações preferem se focar em suas atividades fim.  

Uma das tarefas das equipes de RH que podem ser terceirizadas é a Gestão de Benefícios. Em muitos casos, essa é uma atividade que dispende muito tempo e atenção dos profissionais. Isso ocorre, porque as empresas têm aumentado a oferta de benefícios aos seus colaboradores, visando atratividade e retenção de talentos. Para isso, elas vêm utilizando um maior número de fornecedores e adotando uma diversidade de critérios para oferecer esses benefícios.  

Como as áreas de RH não contam com ferramentas adequadas para o gerenciamento dos benefícios, a maior parte do trabalho é feita em planilhas sem integração com fornecedores e com sistemas internos, como a folha de pagamentos e controle de frequência. Além do tempo empregado na atividade – que poderia ser aplicado em algo mais estratégico -, também há um enorme risco de erro causado justamente pela falta de automatização para essa tarefa, pela diversidade de critérios aplicados no oferecimento de benefícios aos profissionais e pelos grandes volumes de trabalho. Os custos desses equívocos, visíveis e invisíveis, geram grandes perdas para as empresas e descontentamento nos colaboradores quando se sentem prejudicados.  

Em um estudo recente, encomendado pela Energy People, baseado em um modelo matemático de Probabilidade de Erro Humano e Confiabilidade (SPARH), os custos mensais por erros de processos na Gestão de Benefícios correspondem, em média, a 2,25% do total gasto pelas empresas em benefícios. Esse custo, em sua maior parcela, é invisível, mas nem por isso deixa de impactar nos resultados das empresas e pode ser estancado com um BPO ou Terceirização da Gestão de Benefícios. 

Diante de tudo isso, convido você, empresário, executivo de empresa ou gestor de RH, a avaliar se não é o momento de adotar o BPO da Gestão de Benefícios e permitir que o time de Recursos Humanos seja muito mais estratégico e agregue maior valor para a organização.  



José Carlos Figueira - diretor da Energy People, empresa do Energy Group que oferece consultoria completa e serviços que abrangem todas as funções estratégicas e operacionais de RH.


Mais conectados: Idosos aumentam matrículas em ensino via internet no Brasil e no exterior

O percentual de pessoas com mais de 60 anos no Brasil navegando na internet cresceu de 68%, em 2018, para 97%, em 2021. É o que mostra pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), em parceria com a Offer Wise Pesquisas. Universidade americana também detectou aumento da procura por formação por pessoas na terceira idade.


A pandemia está estimulando mais pessoas acima dos 65 anos de idade a buscar o ensino via internet como uma opção para aproveitar o tempo. A pesquisa da CNDL, SPC Brasil e Offer Wise detectou que 94% dos idosos brasileiros relataram mudanças na vida cotidiana durante a pandemia e estão mais conectados à internet que nunca. O percentual de idosos conectados à internet chegou a 97% em 2021, segundo a pesquisa.

Dados do Ministério da Educação já mostravam a maior tendência de matrículas em cursos superiores por idosos já em 2018, quando já havia um aumento de 40% de idosos matriculados em cursos superiores no Brasil. A Ambra University - universidade americana que ensina, há mais de 10 anos, em português e oferece cursos de mestrado totalmente via internet com diploma dos Estados Unidos, também detectou aumento da procura por brasileiros na terceira idade em 2020.

"É muito comum que essa parcela da sociedade se beneficie das vantagens do ensino via internet, principalmente nesse momento. Também é, neste momento da vida, que, em geral, se tem maior clareza de como o estudo agrega inclusive do ponto de vista existencial. Muitos de nossos alunos nesta faixa etária, já estão com carreira profissional e vidas estabilizadas o que facilita a escolha. Eles enxergam no curso superior uma chance de se manter conectados", afirma Alfredo Freitas, Diretor de Educação e Tecnologia da Ambra University.

Longevidade ao Conhecimento

O relatório The World Population Prospects 2019, da Organização das Nações Unidas (ONU) confirma que a população está envelhecendo cada vez mais devido ao aumento da expectativa de vida e à queda dos níveis de fertilidade. Segundo o documento, até 2050, uma em cada seis pessoas no mundo terá mais de 65 anos (16%), número acima de uma em cada 11 detectado em 2019 (9%).

Para Alfredo Freitas, o sistema educacional brasileiro, de modo geral, deve normalizar o ingresso de pessoas mais velhas. "Considerando o crescimento exponencial do ensino via internet no Brasil e no mundo, haverá cada vez menos barreiras para as pessoas na terceira idade iniciarem um curso superior seja no Brasil seja no exterior. Precisamos terminar, de uma vez por todas, com o preconceito de que as pessoas na terceira idade não podem mais realizar nada", afirma o educador que tem mais de 15 anos de experiência em educação e tecnologia.

Dados do IBGE, confirmam o envelhecimento da população brasileira. Os dados mostram que os idosos devem representar 25,5% da população brasileira até 2060. Outra pesquisa TIC Domicílios, do Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.Br) mostram que em 2017, apenas 21% dos idosos diziam ter usado um computador e 32% dos idosos tinham usado internet no celular.

Para Alfredo Freitas, a pandemia acelerou a busca por ensino via internet. "Em dez anos, o crescimento dos ingressantes ensinos a distância foi de 226%, contra 19% da modalidade presencial, o número superou as expectativas para o ano 2020. Dados recentes mostram que já são quase 10 milhões de brasileiros matriculados no ensino à distância", analisa Freitas.

 

 


Alfredo Freitas - pós-graduado em 'Project Management' pela Sheridan College no Canadá, graduado em Engenharia de Controle e Automação e Mestre em Ciências, Automação e Sistemas, pela Universidade de Brasília. O renomado profissional tem mais de 15 anos de experiência em Tecnologia e Educação. É atualmente Diretor de Educação e Tecnologia da Ambra University. A Universidade americana é credenciada e tem cursos reconhecidos pelo Florida Department of Education (Departamento de Educação da Flórida) sob o registro CIE-4001. Além disso, a universidade conta com histórico de revalidação de diplomas no Brasil.


Loteamentos irregulares crescem e exigem mais fiscalização e vigilância de todos

O aumento de vendas de loteamentos irregulares na região de Embu e adjacências está exigindo uma maior fiscalização pelas prefeituras da região, como também da Polícia Militar Ambiental, Polícia Civil e outros órgãos competentes, como o Ministério Público. Os danos causados ao ambiente são sérios e podem gerar desequilíbrios intoleráveis para pessoas e ambiente. Podem ainda provocar vários problemas de outras grandezas que afetarão milhares de pessoas, inclusive de outras localidades mais distantes, por exemplo, dentro da Reserva da Biosfera de São Paulo a qual Embu das Artes faz parte. 

As denúncias da comunidade local são recorrentes e não podem ser desconsideradas ou reduzidas a questões corriqueiras menores. A população precisa ser alertada ainda mais sobre esse crescimento, inclusive, para colaborar em maior número na vigilância contra essas infrações. 

Entre os principais crimes e irregularidades estão a movimentação de terra, a supressão de vegetação nativa, o corte e poda de árvores isoladas, e o aterramento de nascentes e demais áreas de mananciais. Há ainda o descumprimento de ordens judiciais, de embargos e não cumprimento das ações de acordo com as autorizações e determinado pela legislação vigente. Por vezes, algumas autorizações de cortes de árvores isoladas na região já sofreram desmatamento de área muito superior ao do que foi autorizado, e sem apresentação do Termo de Compensação Ambiental, documento esse de suma importância ambiental e social. 

A cidade de Embu das Artes e região são regidas por leis de proteção aos mananciais e remanescentes de floresta nativa. Estas leis, e aqui é válido ressaltar Lei da Guarapiranga e a APRM (Área de Proteção e Recuperação aos Mananciais), APA Embu Verde e ZIA (Zona de Interesse Ambiental), que proíbem a realização de lotes inferiores a 125 e 250 metros, por exemplo. Desta forma o consumidor deve desconfiar da legalidade de ofertas que prometam casas com terrenos pequenos, a fim de não ser lesado por tais fraudes. 

De acordo com o engenheiro e especialista em desenvolvimento de negócios, Flávio de Siqueira Frascino, antes de começar a vender os lotes, o empreendedor deve fornecer uma estrutura mínima urbanística, levando em conta o Plano Diretor e as normas do município. Portanto, é preciso fornecer também a infraestrutura que preveja recursos como asfalto, esgoto, iluminação pública, entre outras facilidades para o morador. Para completar é preciso a aprovação do projeto na prefeitura e formalizá-lo no Cartório de Registro de Imóveis da região. 

Quando o loteamento é irregular, o comprador arca com o prejuízo uma vez que fica impossibilitado de registrar a aquisição e a construção do imóvel. Daí a importância da verificação se tudo está de acordo com a legislação e normas legais, tanto do município como do estado, e até nacional. A transgressão pode ser considerada até crime contra a administração pública por estar em desacordo com as leis vigentes determinadas pela administração pública e o Poder Legislativo. A ocorrência de danos ambientais como resultado de loteamentos clandestinos deve ser frontalmente combatida pelos moradores, que também têm o dever de evitá-los. Além disso, podem auxiliar na restauração de áreas degradadas, conforme for o caso. 

É possível verificar ainda a possibilidade de reversão do dano ambiental e as situações geradas a partir dele, como, por exemplo, o estabelecimento de famílias e o surgimento de um comércio irregular. Mas tudo deve ser detalhadamente analisado com bom senso para não ocorrerem excessos ou malefícios. 

No que diz respeito à regularização do lote, um dos cuidados primordiais antes de fechar o negócio é, sem dúvida, verificar se este lote está regularizado. O primeiro passo é ir na prefeitura municipal de onde o terreno está inserido. O comprador deve conferir se o loteamento como um todo está devidamente aprovado e com a documentação regular, sem maiores pendências. Além disso, o interessado na compra deve verificar, principalmente, se o loteamento se encontra em uma área de manancial ou proteção ambiental. É importante verificar se existe algum tipo de restrição quanto à construção de novas casas na área em análise.

Após a confirmação de todas as informações necessárias na prefeitura, o próximo lugar para o comprador saber se o lote está regularizado é o cartório de registro de imóveis. Nesta repartição, é possível comprovar se o lote está registrado de acordo com a aprovação da prefeitura e também requisitar a certidão de propriedade e negativa de ônus e alienação. O documento é imprescindível e mostra se o proprietário que consta no cartório é o mesmo que está vendendo o lote e ainda se ele está regular. 

No site da Sociedade Ecológica Amigos do Embu (www.seaembu.org) há também informações mais detalhadas, a lista dos principais loteamentos irregulares entre 2019 e 2020 na região de Embu, com informações do fato e órgãos aos quais foram solicitadas fiscalizações. Além disso, o cidadão pode obter informações sobre como e onde pode fazer a denúncia, além de outras dicas importantes.

 

 

Inara Siqueira - Licenciada em Ciências Biológicas pelo IFSP São, pós-graduanda em Gestão de Recursos Hídricos e Gerenciamento de Áreas Contaminadas pela UNESP Rio Claro e Educadora Ambiental na SEAE - Sociedade Ecológica Amigos de Embu (OSCIP)

 

Flávio de Siqueira Frascino - engenheiro eletrônico e Especialista Sênior em Desenvolvimento de Negócios em I9 Integration, prestadora de serviços de consultoria de engenharia relacionados à engenharia portuária, planejamento logístico e sistemas de negócios

 

Camila Novais dos Santos - Bacharel em Ciências Biológicas pela Universidade Estadual "Júlio de Mesquita Filho" (UNESP) e Voluntária na SEAE.


Decisão do Supremo sobre patentes pode melhorar acesso a medicamentos no Brasil

 MSF defende derrubada de dispositivo que permite prorrogação de monopólios além do padrão internacional


Nesta semana, o STF (Supremo Tribunal Federal) pode tomar uma decisão que vai melhorar o acesso a medicamentos no Brasil, removendo um artigo da Lei de Patentes que vem sendo usado para manter preços altos artificialmente por longos períodos, prejudicando consumidores e onerando o sistema de saúde.

Os ministros da Corte vão analisar a constitucionalidade do parágrafo único do Artigo 40 da lei de propriedade intelectual brasileira, que permite a prorrogação automática de patentes além do padrão adotado pela OMC (Organização Mundial do Comércio). Médicos Sem Fronteiras (MSF) acredita que se o item for considerado inconstitucional e retirado, isso representará uma importante ação do Judiciário brasileiro no sentido de proteger o acesso a remédios a toda a população e impedir práticas abusivas. A medida é especialmente importante para permitir acesso a potenciais tratamentos que estão sendo desenvolvidos contra a COVID-19.

O Brasil adotou a regra de extensão de patentes em sua lei de propriedade intelectual, de 1996, levando a extensões automáticas e ilimitadas, além do padrão adotado pela OMC no acordo sobre propriedade intelectual, conhecido como TRIPS. Esse acordo permite que patentes vigorem por 20 anos a partir da data em que o pedido de patente é formalizado.

Além de conceder a patente pelo período mínimo de 20 anos após a requisição, a provisão na lei brasileira garante um adicional mínimo de 10 anos de proteção patentária a partir do momento em que a patente é concedida. Como o período de análise de pedido de patentes costuma levar mais de 10 anos no Brasil, as corporações farmacêuticas detentoras de patentes atualmente se beneficiam da lei, conseguindo prolongar seu monopólio e cobrar preços artificialmente altos, além de bloquear o acesso a alternativas mais acessíveis.

Atualmente, mais de 70% de patentes farmacêuticas já concedidas vão durar mais de 20 anos, e mais de 80% das patentes farmacêuticas pendentes de análise podem ir pelo mesmo caminho.

Como resultado dessa provisão, a produção de vários medicamentos que podem salvar vidas está sob monopólio no Brasil, com preços várias vezes superiores aos valores internacionais de referência. Isso inclui o raltegravir, para tratamento de HIV/Aids, a liraglutida, para diabetes, e o tocilizumabe, para artrite reumatoide e, potencialmente, COVID-19. A Bedaquilina, que será a base de uma nova geração de tratamentos contra tuberculose resistente a medicamentos, seguirá sob monopólio no Brasil até 2028, enquanto em outros países sua patente expirará em 2023.

“A norma de extensão de patentes ameaça a sustentabilidade do Sistema público de saúde brasileiro, do qual a maioria dos brasileiros depende para cuidar de sua saúde e até mesmo para sobreviver”, disse Felipe Carvalho, coordenador da Campanha de Acesso de MSF no Brasil. “Se considerar essa provisão inconstitucional, o Supremo pode garantir a disponibilidade não apenas de medicamentos necessários neste momento no combate a tantas doenças letais, mas também proteger o acesso futuro a tratamentos potenciais usados no combate à pandemia de COVID-19. Esperamos que nosso sistema jurídico tome a decisão correta e demonstre que prioriza a saúde da população a despeito de interesses financeiros de corporações.”

Há mais de uma década, MSF tem chamado a atenção para os impactos negativos de provisões de propriedade no acesso a medicamentos em legislações nacionais e acordos de livre comércio.

Um estudo de MSF sobre o impacto de Certificados de Proteção Suplementar (SPC, na sigla em inglês), um mecanismo semelhante às extensões dos prazos de patentes, sobre acesso a medicamentos na União Europeia mostrou que a indústria farmacêutica não necessita dos anos adicionais de monopólio para reaver os investimentos supostamente feitos em pesquisa e desenvolvimento (P&D). Na verdade, as extensões das patentes tiveram o efeito de manter preços de medicamentos elevados e restringir a competição.   

“Vimos de perto como a Produção de genéricos permitiu uma forte redução nos preços de medicamentos para HIV e o papel essencial exercido por países como o Brasil em ampliar o acesso aos tratamentos”, afirmou Antonio Flores, médico infectologista de MSF-Brasil. “Mas os preços de novos tratamentos capazes de salvar vidas – incluindo medicamentos de terceira linha para o HIV, e tratamentos contra tuberculose, câncer e muitas outras doenças – estão subindo rapidamente. Se as empresas farmacêuticas continuarem tendo permissão para prolongar seus monopólios sem restrição, tratamentos que salvam vidas permanecerão inacessíveis para milhões de pessoas que precisam deles.”

Nas últimas décadas, o Brasil teve um papel de liderança em agendas importantes de saúde, incluindo a declaração sobre propriedade intelectual feita na Rodada Doha da OMC, em 2001, que chamou a atenção para a necessidade de melhorar o acesso a medicamentos e de tratar da questão das barreiras originadas a partir de sistemas de patente disfuncionais. Uma decisão do Supremo brasileiro de remover essa provisão ilegal não apenas vai reforçar os compromissos internacionais do Brasil, mas também facilitar o cumprimento de obrigações domésticas da agenda de diretos humanos relacionadas ao direito à saúde. Um veredito considerando o disposto inconstitucional também vai fomentar um ambiente mais propício à inovação, ao desencorajar o uso excessivo de estratégias de patenteamento e aumentar o volume de conhecimentos em domínio público.

A decisão também significará um precedente positivo para outros países que atualmente estão reformulando suas leis de patente, como a África do Sul.

Muitos de nós em todo o mundo aguardamos ansiosamente esta decisão crucial da Suprema Corte brasileira”, disse Kate Stegeman, Coordenadora de Advocacy da Campanha de Acesso de MSF na África do Sul. “No momento em que o governo sul-africano ainda tem de finalizar emendas essenciais à nossa lei de patentes, que no momento ainda carece de salvaguardas adequadas à saúde pública, esta decisão no Brasil poderia servir como um forte estímulo para muitos de nós que também clamamos pela reforma na lei de patentes. A retirada desta medida nociva será uma grande vitória para o acesso da população a medicamentos na África do Sul e em todo o mundo.” 


Inadimplência: um problema contornável em condomínios?

Inadimplência é sempre um assunto delicado e recorrente. Na maioria das vezes, o atraso das taxas condominiais acontece devido a um problema financeiro inesperado, como a perda do emprego. Porém, isto acaba gerando problemas nas contas do condomínio, que tem despesas fixas todo mês. Quando não existe acordo quanto ao pagamento, há várias maneiras legais de se cobrar uma dívida, seja de forma judicial ou extrajudicial, portanto respondendo a questão inicial proposta, a inadimplência não é um problema sem solução.

Quando não se chega a um acordo, o jeito é ir para a esfera judicial. Os trâmites processuais podem levar um ano ou mais, dependendo de cada caso, mas o pagamento da dívida sempre está assegurado, mesmo que seja necessária a venda do imóvel da família.

Os condôminos inadimplentes ficam sujeitos à cobrança judicial da dívida conforme previsão do artigo 275, inciso IIb do Código de Processo Civil. A cobrança pode ocorrer logo após o primeiro mês de inadimplência, com a aplicação de multa de 2%, juros de 1% ao mês e correção monetária, ou o convencionado em cada condomínio.

Para o ingresso com a ação judicial de cobrança é necessário que o condomínio demonstre a situação de inadimplência do devedor. Também é necessário juntar a ata da Assembleia Geral de condôminos que aprovaram as despesas do período cobrado e outros documentos como ata de eleição do síndico e uma procuração do síndico para o advogado que representará o condomínio.

A falta de pagamento das taxas condominiais afeta a todos em um condomínio. A solução exige eficiência administrativa e competência jurídica. Em último caso, protesto ou ação judicial. Muitos estados tem leis específicas que permitem que os síndicos e administradores protestem condôminos inadimplentes em cartório. O protesto é um dos recursos utilizados antes da cobrança judicial e pode resolver o problema.

O fato de o condômino ter o nome protestado implica na não necessidade de levar o caso à esfera judicial, já que o protesto bloqueia o crédito do devedor no mercado. A possibilidade do protesto facilitou o recebimento das dívidas pelos condomínios, abrindo um caminho paralelo à tradicional ação de cobrança judicial. O receio de ter o nome protestado e, consequentemente, o crédito cancelado alertou os devedores.

A solução de protesto tem se tornado popular no estado de São Paulo, onde os tribunais especiais cíveis não aceitam ações de cobranças dos condomínios. Em São Paulo, a cobrança tem que ser feita na justiça comum que é mais lenta. Mas é preciso ter cuidado redobrado antes de protestar um condômino a fim de evitar que o condomínio tenha que indenizar o inadimplente por danos morais. Em primeiro lugar deve-se garantir que o que está sendo cobrado está correto e é inquestionável e depois, que a pessoa que está sendo protestada é de fato o proprietário do imóvel. Mesmo com essas medidas, o condomínio corre riscos.

Mas antes desses procedimentos, existem os acordos extrajudiciais, onde os advogados dos condomínios podem buscar um acordo entre as partes envolvidas para evitar a ação judicial e, assim, economizar tempo e dinheiro para ambas as partes.

Nesta etapa, entra em ação a diplomacia e o uso de ferramentas como cartas de notificações e plantões de cobrança, conciliação e mediação, centrais de atendimentos e equipes especializadas em cobranças.

 



Jose R. Iampolsky - CEO da Paris condomínios, empresa criada em 1945 para administrar condomínios e alugueis. www.pariscondominios.com.br


Como investir em ações europeias

A bolsa de valores brasileira possui várias opções de fundos passivos negociados em bolsa, os chamados ETFs/fundos internacionais, entre eles o mais famoso é o IVVB1, que replica o S&P 500, o índice que mede as 500 maiores empresas da bolsa americana. Além disso, existem outras possibilidades mais recentes e menos conhecidas, como o ACWI11 da bolsa global, o XINA11 da bolsa chinesa, e o EURP11 da bolsa europeia, que foram lançados recentemente pela XP Asset. 

Para o investidor que está começando, há a possibilidade de diversificar sua carteira em ativos internacionais, fugindo do risco do Brasil, no qual anda assustando bastante aqueles que investem há mais tempo. Nos ETFs da XP Asset, por exemplo, o investidor pode começar a investir com menos de R$ 12,00 em cada um, e ter um portfólio com exposição em praticamente todos os mercados do mundo com menos de R$ 40,00. 

Alguns fatores no Brasil fazem com que as pessoas recorram a investimentos na Europa, são eles os efeitos econômicos e sociais causados pela covid-19, a crise fiscal que se arrasta há alguns anos foi mais intensificada pela pandemia, e por último a crise política por conta das investigações em empresas estatais e declarações polêmicas do Presidente da República, Jair Bolsonaro. 

Esse conjunto de problemas está afugentando os investidores estrangeiros, e com isso o real vem perdendo valor, fazendo com que os investidores brasileiros comecem a voltar seus olhos para opções de investimentos nas principais economias internacionais, como Estados Unidos,  Europa e Ásia. 

 

Ações europeias 

O mercado europeu é um dos mais sólidos, antigos e diversificados do mundo. O investidor ao aplicar o seu dinheiro em empresas europeias tem como benefício o acesso a empresas centenárias e líderes em seus segmentos. 

Recentemente, a MorningStar, empresa internacional de análise de investimentos, fez um levantamento que indicava que os recibos de ações europeias na Bovespa estavam sendo negociados com um desconto em relação ao preço justo, o que poderia ser encarado como uma oportunidade de comprar ações dessas empresas com preços convidativos. 

No momento, dos mais de 670 recibos de ações listados na bolsa brasileira, 61 são europeus, como o AB InBev, Unilever, Sanofi e Deustche Bank, que são empresas que compõem o principal índice europeu, o EuroStoxx 50. Além disso, o investidor tem a possibilidade  de investir nas principais empresas europeias, por meio do ETF EURP11, que replica o índice MSCI Europe IMI, no qual tem as principais empresas de quinze países da Europa. 

Um alerta para quem quer investir nessas empresas é que há diversas formas de se avaliar ações, uma das mais utilizadas é a de usar empresas do mesmo segmento e comparar seus múltiplos, por exemplo, se o preço da ação de um banco corresponde a 11 vezes o seu lucro por ação, se pegarmos o lucro por ação de outro banco e multiplicar por 11, em teoria, encontraremos uma estimativa de preço justo da ação desse outro banco. 

Apesar da avaliação por múltiplos ser uma técnica amplamente utilizada, por ser a mais simples do que as técnicas de fluxo de caixa descontado, seu resultado pode induzir o investidor ao erro, se não for feito com critério. Esse é o caso de quando se compara empresas de países diferentes, pois existem diversas especificidades em cada país, que podem afetar o valuation de uma empresa.

Portanto, o investidor deve ter muito cuidado ao tentar precificar o preço justo de uma ação, porque utilizar dados de economias diferentes podem levar a precificações sem muito sentido. 

 

Bolsas asiáticas 

Vale destacar que durante a pandemia, os países asiáticos, como o Japão e a China apresentaram uma recuperação bastante ágil, retornando às atividades normais em um curto espaço de tempo. Isso fez com que as empresas desses países atraíssem a atenção dos investidores, que estavam buscando formas mais rápidas de se recuperarem das quedas generalizadas que aconteceram em março de 2020.

 


Daniel Funabashi - mestre em Finanças pela Cass Business School de Londres e sócio da iHub Investimentos, um escritório de assessoria de investimentos credenciado à XP Investimentos, a maior plataforma de investimentos da América Latina.


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