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terça-feira, 6 de abril de 2021

Dia Mundial da Atividade Física: Omint explica os benefícios de movimentar o corpo

Dr. Guilherme Sangirardi de Melo Reis, cardiologista credenciado Omint, destaca alguns aspectos relacionadas ao sedentarismo causado pela Covid-19 e aborda a relação entre doenças cardíacas e inatividade física


Nesta terça-feira, 6 de abril, é comemorado o Dia Mundial da Atividade Física, data importante para conscientizar as pessoas de que o sedentarismo é um fator de risco para a saúde e deve ser combatido. De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), até 5 milhões de mortes por ano poderiam ser evitadas no mundo com o aumento da atividade física.

No Brasil, o número de indivíduos fisicamente inativos é significativo: segundo a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) 2019, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 40,3% da população de 18 anos ou mais foram classificadas como insuficientemente ativas. Esse cenário torna-se ainda mais preocupante quando levamos em consideração que o sedentarismo é um dos principais causadores de doenças crônicas não transmissíveis, como as doenças cardiovasculares, por exemplo, e que provavelmente, no ano de 2020, por conta da pandemia de Covid-19 e do distanciamento social, esses números devem ter piorado ainda mais.

O cardiologista credenciado Omint, Dr. Guilherme Sangirardi de Melo Reis, explica que as doenças coronárias são a causa primordial de morte no país e podem levar ao infarto agudo do miocárdio, provocando uma disfunção do músculo cardíaco, que compromete o bombeamento de sangue para todo o corpo e ocasiona uma série de complicações. Além disso, “a hipertensão arterial é o principal fator de risco de pacientes cardiopatas, seguida de diabetes, dislipidemia, que são os níveis elevados de colesterol, e tabagismo. O controle adequado dessas condições é a única maneira de tentar minimizar a incidência de quadros agudos”, alerta.


Atividade física x Covid-19


A pandemia do novo coronavírus acabou afetando a prática de atividades físicas, devido ao distanciamento social e ao fechamento de academias, clubes e parques. As pessoas com doenças crônicas deixaram de fazer seu acompanhamento médico periódico com medo da transmissão do vírus em ambientes de ambulatórios e laboratórios, aumentando índices de descompensações de hipertensão, diabetes etc. Além disso, muitas pessoas que foram infectadas pelo vírus estão sofrendo com os efeitos colaterais da doença. Soma-se a isso o fato de que indivíduos que apresentam problemas de saúde pré-existentes, como doença cardíaca, diabetes e problemas respiratórios, correm maior risco de complicações e morte devido à Covid-19.

Na prática, a infecção pelo coronavírus não é limitada ao trato respiratório, é uma doença sistêmica que afeta diversos órgãos, e um deles é o coração. “Em pacientes com estado mais grave, a Covid-19 pode causar miocardite, que uma inflamação no músculo cardíaco. Ela pode trazer distúrbios da frequência cardíaca e causar arritmia cardíaca, fazendo com que o paciente precise usar marca-passo, que é uma maneira artificial de estimular o coração. Estamos vendo isso com cada vez mais frequência, independentemente da variante do vírus”, afirma.

Para pacientes que se recuperaram da Covid-19, é importante verificar se houve algum acometimento do sistema cardiocirculatório. Se for uma infecção leve ou assintomática, em 20, 30 dias o paciente já está autorizado a fazer atividade física, mas é importante ir ao cardiologista para realizar exames e ter certeza de que não há sequelas.

Entretanto, o paciente que teve miocardite deverá passar por uma fase de recuperação mais extensa e será necessária a realização de alguns exames específicos. “Antes de liberar o paciente para a prática de atividade física com segurança, prescrevemos a ressonância, para ver a extensão da inflamação, e o holter, para avaliar se houve algum distúrbio do ritmo cardíaco. Se os resultados forem favoráveis, entre 40 e 60 dias o paciente é liberado para fazer esportes”, orienta.


Recomendações para manter a saúde em dia


De maneira geral, antes de começar a praticar uma atividade física de forma segura, é importante ir ao médico para fazer uma anamnese, que é a verificação do histórico clínico da pessoa, além de teste ergométrico (ou teste da esteira) e ecocardiograma, que é o ultrassom do coração, responsável por avaliar a parte estrutural e funcional do órgão.

O estímulo de hábitos saudáveis, como a atividade física e a alimentação equilibrada, é imprescindível para a longevidade e reduz a prevalência de doenças. “Mesmo em pessoas que apresentam alguma patologia, como no caso de pacientes hipertensos, por exemplo, é possível, sim, ter qualidade de vida, mas levando em consideração alguns cuidados importantes”, afirma.

As principais recomendações para quem tem o diagnóstico de hipertensão incluem: prática de atividade física (30 minutos, no mínimo, e três vezes por semana), bons hábitos alimentares, privação de consumo de cigarro, redução na ingestão de álcool e restrição do sódio na alimentação – a quantidade diária que o nosso organismo precisa é de 1g, que equivale aproximadamente a uma colher de café ou um sachê de sal.

O paciente que pratica esporte de maneira regrada consegue fazer de forma mais adequada um controle glicêmico, da pressão, do peso e dos lípides, partículas de gordura que circulam no sangue e podem ser acumular no fígado (esteatose) ou em outros órgãos e tecidos. “Ao fazer atividade física, você melhora o metabolismo, baixa os níveis de colesterol, glicemia e triglicérides. É uma maneira natural de tratar o organismo sem precisar medicar. O combate ao sedentarismo é a melhor maneira de prevenir as doenças cardiovasculares de maneira geral”, conclui.


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