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sexta-feira, 5 de março de 2021

Somos todas mulheres maravilhas

Mesmo cheias de dificuldades e problemas, as mulheres ainda encontraram um motivo para fazer suas tarefas com amor


Na ficção, William Moulton Marston, psicólogo, ajudou a criar o detector de mentiras e criou uma bela personagem chamada Mulher Maravilha. Bastante ousado para sua época, viveu um relacionamento poliamoroso, defendia a igualdade de gêneros e foi inspirado pelas suas mulheres a criar a famosa personagem, que talvez para William carregava a força das duas esposas. Uma meiga, até angelical, e outra forte e dominante.  

William viu na personagem alguém que combate o mal e a injustiça não com somente com força bruta ou super poderes, mas com amor! Heroína, poderosa, dá conta de tudo, organiza, administra, trabalha fora, cuida da família, filhos, amigos, busca equilibrar tudo, talvez cumpra jornadas duplas ou até triplas, ufa! Se identificou com algo? Qualquer semelhança é pura coincidência, só que não! É assim, que nós mulheres enfrentamos os desafios diários e tudo isso cheias de amor para dar.

Pressionadas por nós mesmas pelo modelo de mulher ideal: linda, guerreira, batalhadora e feliz, às vezes nos frustramos quando não atendemos a expectativa que idealizamos. Algum dia você sorriu querendo chorar? Perdeu as estribeiras? Gritou com alguém? Teve um TPM brava? Brigou com o filho e se arrependeu? Teve vontade de sair correndo? Largar tudo? Chorar? Se descabelar? Tudo bem, quem nunca?

“Sou mãe, mulher, filha, avó, empresária, vizinha, amiga, chefe, líder, dentre tantos outros papéis que desempenho todos os dias. E diante de tantas personas ainda preciso ser Dona de Mim Mesma!”, afirma Madalena Feliciano, coach e gestora de carreiras

Se é fácil? Claro que não! Mas é totalmente possível!

“Então, no nosso mês, quero dar algumas dicas, para despertarmos nossa Mulher Real”, anima.

1 – Acredite em você!

Você é totalmente capaz! Fique longe das pessoas que podem minar seu Progresso!

2 – Aprenda a receber elogios!

É incrível como recebemos facilmente as críticas e temos dificuldades com elogios, por exemplo: Você está linda hoje! – Logo falamos ou pensamos; “São seus Olhos”, “Imagina EU, estou tão simples hoje! –  PARE AGORA!!! – Aceite o elogio e diga “Obrigado!” “Fico Feliz que tenha observado!”

3 – Elogie outras mulheres!

“Nós mulheres precisamos nos dedicar muito mais para provarmos que somos capazes, portanto, elogie outras mulheres, divulgue o trabalho delas, não se compare a ninguém. Somos únicas em nossa essência!”, afirma a especialista.

4 – Cuide de você!

Tenha um tempo para você! Faça algo que desperte prazer! Vá ao cabeleireiro, faça as unhas, hidrate o cabelo, passe um belo batom. Se ame e valorize-se!

5 – Perdoe-se!

Errar é humano! Só erra quem faz! É melhor errar por ter feito do que se arrepender de não ter tentado!

6 – Estar triste, cansada, de saco cheio, desmotivada é totalmente normal!

Relaxa, nem tudo são flores! Podemos gritar, chorar, falar palavrão, dormir até mais tarde, assistir um romance e comer chocolate...isso tudo é até bastante saudável!

7 – Ame-se!

É clichê, mas dane-se o que falam ou pensam de você! “Quando Maria fala de Joana, sei mais de Maria do que de Joana!

8 – Lembre-se!

“Em um mundo de pobres mortais, somos verdadeiras mulheres maravilhas! Feliz dia de todas nós, mães, donas de casas, executivas, empresárias, estudantes, filhas, esposas, vizinhas, amigas, mães de pet e mulheres maravilhosas!”, finaliza.

 

 


Madalena Feliciano - Gestora de Carreira e Hipnoterapeuta

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Dia Internacional da Mulher

#SÓPODIASERMULHER É MOTE DE CAMPANHA QUE CONVIDA A REPENSAR VELHOS DITADOS RELACIONADOS ÀS MULHERES

Pensando em uma população formada por mais de 40% de motoristas mulheres no Brasil, Kovi lança campanha para lembrar a importância e reforçar o papel delas para um trânsito mais seguro


As mulheres representam 40% do número de motoristas em todo o Brasil, e, do total de condutores por aplicativo, apenas 5% é formado por mulheres. Para reforçar o papel feminino, a Kovi - maior startup de locação de automóveis para motoristas de app - lança a campanha #SóPodiaSerMulher" além de convidar a todos a repensarem velhos ditados como "Só podia ser mulher", "é coisa de mulherzinha", "mulher no volante, perigo constante", que camuflam a importância da figura feminina no trânsito.

"As motoristas da Kovi têm, em média, 6 pontos (11%) a mais do que os homens na Nota de Direção - tecnologia desenvolvida pela startup para avaliar o perfil de direção de um motorista, a partir de variáveis como nível de frenagem e aceleração. Esses dados já nos mostram que o comportamento das mulheres no trânsito é um diferencial", afirma Danielle Miyamoto, Gerente de Marketing da Kovi. "Se formos fazer comparações com demais dados estatísticos, reforçamos ainda mais a importância da mulher no trânsito e a frase mestra da campanha é ‘Tornar o trânsito um lugar melhor é coisa de mulher’".

Para complementar a afirmação de Danielle Miyamoto, há pesquisas que mostram o papel positivo da mulher no quesito mobilidade. O comportamento feminino colabora positivamente para um trânsito mais seguro. Estudos informam que as mulheres causam apenas 6,3% dos acidentes no trânsito, somente 26% das CNHs suspensas pertencem a mulheres e o número de acidentes em que a vítima fatal é uma motorista mulher é 16 vezes menor (Infosiga, 2020).

Outros dados que reforçam o valor positivo da mulher são que apenas 25% das indenizações por acidente de trânsito foram destinadas a mulheres (Seguradora Líder, 2019) e apenas 30% das infrações de trânsito são causadas por elas (Denatran, 2018).

A campanha da Kovi poderá ser acompanhada pelos seus canais de comunicação e internamente para funcionários e motoristas da rede.

Cenário


- No Brasil, 40% dos motoristas é composto por mulheres


- Do número total de condutores por aplicativo, 5% é formado por mulheres


- Apenas 6,3% dos acidentes de trânsito são causados por motoristas mulheres (Infosiga, 2020);


- Somente 26% das CNHs suspensas pertencem a mulheres (Infosiga, 2020);


- O número de acidentes em que a vítima fatal é uma motorista mulher é 16 vezes menor (Infosiga, 2020);


- Só 25% das indenizações por acidente de trânsito foram destinadas a mulheres (Seguradora Líder, 2019);


- Apenas 30% das infrações de trânsito são causadas por mulheres (Denatran, 2018);


- As motoristas da Kovi têm, em média, 6 pontos (11%) a mais do que os homens na Nota de Direção. (Kovi, 2021).

 


Kovi

https://www.kovi.com.br


Mês da mulher: tratamento e prevenção ao câncer são interrompidos pela pandemia

Segundo dados do Ministério da Saúde, houve queda de 84% no número de mamografias realizadas no país em 2020

 

“Diagnóstico precoce salva vidas. Nos casos de câncer de mama e de colo de útero, quando as causas aparentes e não-aparentes são facilmente diagnosticáveis, o melhor tratamento é manter seus exames em dia”, explica a médica oncologista do IHOC / Oncoclínicas, Maria Cristina Figueiroa. 

No mês em que é comemorado o Dia da Mulher (8 de março) e que celebramos também o Março Lilás, que conscientiza mulheres para o câncer de colo do útero, os dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA) são alarmantes: no Brasil, considerando o ano de 2021, são esperados ao menos 66 mil novos diagnósticos de câncer de mama e 16,5 mil de câncer de colo do útero.

“Porém, durante a pandemia muitas mulheres deixaram de ir ao médico e esse diagnóstico vai ficando para trás. Além disso, as pacientes já diagnosticadas, acabam interrompendo o tratamento continuado, o preocupa muito nós médicos”, frisa a oncologista. 

Segundo o Ministério da Saúde, no caso dos tumores de mama, houve queda de 84% no número de mamografias feitas no país em 2020 (dados divulgados em outubro) em comparação ao ano anterior. Na rede privada, a queda registrada, de acordo com a Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), foi de 46,4% entre março e agosto de 2020 se comparado aos mesmos meses de 2019. Os exames de mamografia e Papanicolau são essenciais para o diagnóstico precoce de quaisquer cânceres nas respectivas regiões. 

De acordo com o Ministério da Saúde, apenas 16% das mulheres de 25 a 65 anos realizam exames ginecológicos no Brasil, mesmo antes da pandemia da COVID-19. Esse número é metade do mínimo indicado pela OMS como sendo essencial para frear os índices de câncer de colo de útero. Sem contar a baixa adesão à vacina contra o HPV, vírus sexualmente transmissível que é a principal causa de surgimento desse tipo de tumor e que, portanto, poderia ser totalmente evitável. 

A vacina quadrivalente – para o HPV - é indicada para meninas e mulheres de nove a 45 anos e para meninos e homens de nove a 26 anos. O Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza a imunização apenas para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos, os demais, podem procurar uma clínica de vacina privada em qualquer época do ano. 

A especialista faz um alerta: o câncer não espera e, mesmo em meio a situação em que estamos vivendo, é preciso procurar um médico especializado ao sentir qualquer sintoma ou qualquer diferença no corpo, além, claro, de manter os exames em dia. “Além disso, cuidado redobrado com a saúde: não fumar, praticar exercícios físicos, adotar uma alimentação saudável e manter todos os exames ginecológicos em dia, são passos imprescindíveis para prevenir quaisquer doenças”, finaliza.

 

Mês da mulher também reforça a luta contra a endometriose

Especialistas falam sobre a doença, o que é e como tratar. Confira também alimentos que ajudam a amenizar os sintomas da doença

 

O mês de março simboliza a campanha de conscientização da endometriose, doença que ocorre quando o endométrio, mucosa que reveste o útero, cresce em outras regiões do corpo. O Março Amarelo luta pela disseminação de informações sobre o problema, que afeta pacientes em idade reprodutiva e está presente em até 15% da população. E apesar de ser uma enfermidade crônica, isto é, que não tem cura, é possível tratar a endometriose, como explica José Gomes Moura, médico ginecologista e obstetra do Hospital Anchieta de Brasília.

"Tudo vai depender do grau de sintomatologia da paciente, pois existem algumas mulheres que apresentam sintomas leves e que podem ser corrigidos utilizando anticoncepcionais orais ou injetáveis ou até mesmo os dius hormonais", pontua o médico. "Nos graus mais acentuados, quando houver comprometimento de outros órgãos, como intestino ou bexiga, nós podemos fazer uma intervenção cirúrgica, por meio da laparoscopia", acrescenta.

Segundo o especialista, existem alguns sintomas clássicos que caracterizam a endometriose, como dor fora do período menstrual, dor no período menstrual que piora com o passar do tempo, dor nas relações sexuais, além de alterações nos hábitos urinários, intestinais e infertilidade. "O diagnóstico ocorre de acordo com a história clínica da paciente e existem também alguns exames que permitem identificar a doença, como uma ultrassonografia transvaginal com preparo intestinal e até ressonância de pelve", destaca.



Alimentação ajuda no controle da doença

Você sabia que existem alimentos que podem auxiliar no tratamento da endometriose? Segundo Camila Lima, professora de nutrição do Ceub, as pacientes que sofrem com essa enfermidade podem apostar nos alimentos ricos em ácidos graxos poli-insaturados, seguido pelas vitaminas B, C, D, E, cálcio e magnésio. "Dentre os ácidos graxos poli-insaturados, destaca-se o ômega-3, que é encontrado principalmente em nozes, sementes, peixes (principalmente savelha, salmão, atum e anchova)", explica.

"Em relação às vitaminas, seu papel antioxidante reduz a dor pélvica crônica, dismenorreia (dor menstrual) e, dispareunia (dor no ato sexual) em 43%, 37% e 24%, respectivamente, sendo recomendado principalmente o consumo de alimentos ricos em Vitamina C, como as frutas cítricas, acerola, caju, goiaba, brócolis e couve, por exemplo", conclui.

 

Um terço da população mundial é obesa, diz OMS

 A condição, que evolui para sérias comorbidades, afeta quase 28% das pessoas no Brasil

 

Considerada a maior epidemia não infecciosa do planeta, a obesidade acomete cerca de 30% das pessoas no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil, a doença atinge uma média de 26,8% da população, de acordo com dados mais recentes do IBGE. Iniciada geralmente na infância, a tendência é que a condição evolua para casos graves. Os tratamentos vão de intervenção clínica, com atendimento multidisciplinar e medicamentos, a cirurgias metabólicas e bariátricas. 

“É uma doença considerada progressiva, com cada vez mais casos, no Brasil e no mundo. Ela traz uma série de comorbidades: diabetes, hipertensão, cirrose hepática, refluxo, problemas articulares, hormonais, sexuais e assim por diante”, alerta o cirurgião do aparelho digestivo especialista em cirurgia bariátrica do Hospital Brasília Luiz Fernando Córdova.

De acordo com o médico, há um preconceito muito grande que, aliado à falta de informação, contribuem para a procura tardia do tratamento contra a obesidade e consequentemente aumentando as estatísticas. Luiz Fernando ainda aborda que muitas pessoas pensam ser apenas uma questão de emagrecimento, e que isso irá prevalecer para o resto da vida.

“Nós vemos que, com o passar dos anos, a doença se torna mais grave e aparece cada vez mais em jovens. Durante a pandemia, vimos que os pacientes obesos foram os que apresentaram evoluções mais graves da Covid-19. Então, é necessário chamar atenção das pessoas para mostrar que a obesidade é uma doença crônica e que necessita de tratamento”, enfatiza. 

Luiz Fernando aponta que atualmente existem tratamentos clínicos bem definidos para alguns grupos. Outros irão necessitar de intervenção cirúrgica. Atualmente, segundo o médico, existem cinco tipos de cirurgias reconhecidas. São elas com nomes técnicos: Banda Gástrica Ajustável, Gastrectomia Vertical , Bypass Gástrico (Cirurgia de Fobi e Capella), Derivação Biliopancreática ou cirurgia de Scopinaro Derivação Biliopancreática com Duodenal Switch.

Segundo a Nutróloga do Hospital Águas Claras Juliana Tepedino apesar de não ser considerada a única forma de perda de peso, a cirurgia bariátrica vem se mostrando uma estratégia extremamente eficaz para perda de peso a curto e longo prazo. A médica destaca ainda que há uma melhora nas doenças associadas e redução da mortalidade associada a obesidade em 10 anos.

“Ainda assim, deve-se observar de perto quem realmente precisa da intervenção cirúrgica para o controle da obesidade. Pessoas que possuem limitação intelectual significativa; doenças genéticas; pacientes sem suporte familiar adequado; quadro de transtorno psiquiátrico não controlado, incluindo uso contínuo de álcool ou drogas ilícitas, não são candidatos a cirurgia bariátrica. A presença destas condições deve ser estudada clinicamente por equipe multiprofissional com cirurgião, endocrinologista, nutricionista, psicólogo e psiquiatra, se necessário”, aponta a médica.


Cirurgia Bariátrica ou Metabólica?

Atualmente, existem dois tipos de intervenções cirúrgicas para reduzir a obesidade no paciente: a bariátrica e a metabólica. De acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), estão aptos a fazer bariátricas pacientes com IMC acima de 40 kg/m², independentemente da presença de comorbidades; IMC entre 35 e 40 kg/m² na presença de comorbidades; IMC entre 30 e 35 kg/m² na presença de comorbidades que tenham obrigatoriamente a classificação “grave” por um médico especialista na respectiva área da doença.

A cirurgia metabólica é indicada para pacientes com diabetes mellitus (tipo 2). O IMC dessas pessoas também varia entre 30 Kg/m2 a 35 Kg/m2.

A SBCBM salienta que também é importante observar a idade destes pacientes. Em geral, pessoas entre 18 e 65 anos não possuem restrições para a realização de cirurgia bariátrica. Acima de 65 anos, é necessária uma avaliação diferenciada. Já para a intervenção em pacientes com menos de 16 anos, é necessário o consentimento e adesão familiar ao tratamento.

Para a cirurgia metabólica, é necessário avaliar alguns critérios, como por exemplo a falta de resposta ao tratamento clínico. A SBCBM recomenda que a idade mínima seja de 30 anos e máxima de 70 anos, com menos de dez anos de diagnóstico de diabetes.

Com a passagem do Dia Mundial da Obesidade em 4 de março, o cirurgião reforça que a maioria das pessoas acham que só pessoas aparentemente muito grandes precisam de tratamento, mas a realidade é outra “Em doenças crônicas pessoas que têm menos tempo de doença são as que devem ser tratados prioritariamente, como forma de prevenção. A obesidade, muitas vezes, começa na infância e o tratamento deve também começar nessa época, com o pediatra. Na adolescência e fase adulta com o endocrinologista. Nos casos que necessitarem de cirurgia, o endocrinologista irá encaminhar para o cirurgião bariátrico. A mensagem que fica é: não deixem passar, não achem que obesidade é só um problema de peso, bom se fosse. Se cuidem e busquem tratamento”, pondera Luiz Fernando.

Para a alimentação antes e depois das cirurgias, Juliana Tepedino informa que deve ser adequada conforme o tipo procedimento que será realizado. “Tipos diferentes de cirurgia levam a diferentes tipos de dieta pós-cirúrgica.  Há preocupação extra com tamanho de porções, mastigação, retirada de alimentos ultra processados, aumento do consumo de frutas, verduras e proteínas de boa qualidade (animal ou vegetal). No pós-operatório, recomenda-se ao paciente atividade física e complemento vitamínico, além de acompanhamento com equipe multiprofissional”, finaliza a nutróloga.


CFM defende medidas preventivas à Covid-19

Distanciamento social, uso de máscaras, higienização das mãos, proteção de olhos e mucosas, bem como o cuidado com os grupos vulneráveis, são até o momento, os meios reconhecidamente eficazes para prevenir a transmissão e o aparecimento de novos casos de Covid-19. É o que afirma o Conselho Federal de Medicina (CFM) em nota divulgada à sociedade nesta quinta-feira (04).

No documento, o CFM enfatiza que a vacinação contra a covid-19 de todos os brasileiros, no menor espaço de tempo, é o caminho mais seguro de se evitar que o contágio pelo coronavírus continue a causar adoecimento e mortes. Segundo a autarquia, "as vacinas representam a esperança de superação da pandemia e o CFM apoia incondicionalmente que elas sejam disponibilizadas para toda a população".

De acordo com a autarquia, os governos devem fazer a análise criteriosa de indicadores epidemiológicos, capacidade da rede de atendimento e impactos sociais e econômicos, antes de adotarem medidas restritivas, que devem ser de curta duração e considerar as realidades de cada localidade.

"Além de providenciarem a infraestrutura adequada para os atendimentos, a fim de garantir a ampla assistência, os governos devem considerar que a adoção de medidas restritivas de caráter local pode reduzir, momentaneamente, a pressão da demanda sobre o sistema de saúde, como tentativa de evitar o colapso. Por outro lado, podem também gerar consequências graves e de efeito duradouro para a sociedade, como o fechamento de empresas, desemprego e surgimento de doenças mentais em adultos, jovens e crianças", cita a nota.

Os conselheiros aproveitaram a oportunidade para reforçar o reconhecimento e agradecimento a todos os médicos e profissionais da saúde, "que mesmo diante do perigo e do enorme desgaste físico e emocional, permanecem firmes na linha de frente na defesa da vida".

ABAIXO, LEIA O TEXTO DA NOTA DO CFM NA ÍNTEGRA

NOTA À POPULAÇÃO

CFM se posiciona sobre medidas contra a covid-19

Diante do aumento do número de casos de contaminação e óbitos decorrentes da pandemia de covid-19, bem como da importância fundamental da proteção da saúde e da vida, o Conselho Federal de Medicina (CFM) ressalta que:

• É fundamental que o brasileiro, no seu cotidiano, adote medidas como uso de máscaras, a higienização frequente das mãos, o distanciamento social e a proteção de olhos e mucosas, bem como os cuidados com os grupos vulneráveis, sendo estas reconhecidas, até o momento, como os meios eficazes de prevenir o aparecimento de novos casos de covid-19. Para o CFM, observar essas regras protege a sua vida, de sua família e daqueles que você ama;

• Além de providenciarem a infraestrutura adequada para os atendimentos, a fim de garantir a ampla assistência, os governos devem considerar que a adoção de medidas restritivas de caráter local pode reduzir, momentaneamente, a pressão da demanda sobre o sistema de saúde, como tentativa de evitar o colapso. Por outro lado, podem também gerar consequências graves e de efeito duradouro para a sociedade, como o fechamento de empresas, desemprego e surgimento de doenças mentais em adultos, jovens e crianças;

• A adoção de medidas restritivas de caráter local deve ser precedida de análise criteriosa de indicadores epidemiológicos, capacidade da rede de atendimento e impactos sociais e econômicos, devendo ser de curta duração e considerar as realidades específicas;

• O CFM enfatiza que a vacinação contra a covid-19 de todos os brasileiros, no menor espaço de tempo, é o caminho mais seguro de se evitar que o contágio pelo coronavírus continue a causar adoecimento e mortes. As vacinas representam a esperança de superação da pandemia e o CFM apoia incondicionalmente que elas sejam disponibilizadas para toda a população.

• Finalmente, o CFM reforça o reconhecimento e agradecimento a todos os médicos e profissionais da saúde, que mesmo diante do perigo e do enorme desgaste físico e emocional, permanecem firmes na linha de frente na defesa da vida.

Brasília, 4 de março de 2021.

CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA


Pesquisa comprova: Hormônio feminino protege a audição das mulheres

As mulheres, definitivamente, não são o sexo frágil ainda propalado por machistas de plantão. Não só no mercado de trabalho mas também no que se refere à saúde, elas mostram sua força. Pesquisa da Universidade Johns Hopkins (EUA) revelou que o risco de perda auditiva é cinco vezes maior em homens do que em mulheres. E por que isso acontece? Uma das razões é a influência dos hormônios, como comprovou outro estudo, esse conduzido na Universidade de Rochester (EUA). Os pesquisadores descobriram que os hormônios femininos protegem a audição, fazendo com que o declínio auditivo se inicie mais tardiamente nas mulheres do que nos homens.

Há uma relação direta entre o hormônio sexual feminino estradiol e a audição, no cérebro. "Os homens ouvem menos porque seu nível de estradiol é mais baixo. As mulheres têm um processamento auditivo melhor", de acordo com o neurocientista brasileiro Raphael Pinaud, que coordenou o trabalho.

Outra pesquisa, realizada em uma clínica de audição em Massachusetts (EUA), mostrou que as mulheres também se sentem mais à vontade para falar de sua perda auditiva, enquanto que os homens preferem esconder essa perda, mesmo que isso prejudique a sua comunicação no dia a dia.

No Brasil, a Pesquisa Nacional de Saúde, realizada pelo IBGE com apoio do Ministério da Saúde, também apontou que os homens são mais suscetíveis a problemas de audição do que as mulheres - em toda a população, a proporção é de 1,2% no sexo masculino e 1,0% no sexo feminino.

Por tudo isso, a tendência é que a dificuldade de audição comece a aparecer mais cedo nos homens. Essa diferença, no entanto, diminui por volta dos 50 anos de idade. É nessa fase da vida que as células auditivas começam a se desgastar naturalmente, resultando na perda auditiva relacionada à idade, conhecida como presbiacusia .

"Recomenda-se que tanto homens quanto mulheres consultem um otorrinolaringologista anualmente. O médico irá checar se está tudo bem com a audição e pode recomendar uma audiometria, exame que avalia a presença de perda auditiva e, caso se confirme, o tipo e o grau da mesma. A partir daí, se for necessário, será identificado o melhor tipo de tratamento, que pode ser com o uso de aparelhos auditivos", explica a Fonoaudióloga Marcella Vidal, Gerente de Audiologia Corporativo, Telex Soluções Auditivas.

É bom enfatizar, no entanto, que as mulheres, cada vez mais, vêm assumindo cargos no trabalho antes exercidos apenas por homens e convivem também com muito barulho no cotidiano, principalmente as mais jovens. Na verdade, o estilo de vida e a atividade profissional também são fatores que ainda tornam os homens mais suscetíveis aos problemas auditivos.

No dia a dia, nos centros urbanos, convivemos com o barulho diariamente, seja no trânsito, no movimento das ruas, próximo a obras e até em nossa própria casa. Além disso, é cada vez mais comum ouvir música em fones de ouvido, seja na corrida matinal ou até mesmo durante a ida ao trabalho de ônibus ou metrô. É aquela animada playlist que você coloca bem alta, todos os dias! E esse barulho constante em diversas situações do cotidiano podem, sim, prejudicar a audição.

"A poluição sonora é um dos principais vilões. Por isso, eu recomendo evitar ambientes com sons intenso. Além disso, é importante ouvir música e assistir TV sempre em volumes abaixo de 85 decibéis", alerta a Fonoaudióloga da Telex.


Genética x perda auditiva

A perda de audição também é influenciada pela genética. Há indivíduos que são geneticamente predispostos a serem mais sensíveis aos sons elevados. Seja esse o seu caso ou não, algumas atitudes fazem toda diferença quando o assunto é a saúde auditiva. Usar protetores auriculares em ambientes barulhentos, por exemplo, é essencial. Eles podem garantir um bom conforto acústico para quem precisa estar próximo a maquinários ou em lugares barulhentos como estações de metrô.

E para termos uma noção dos danos causados à audição pelos ruídos do cotidiano, já é possível baixar aplicativos que registram os decibéis do ambiente.

"Os efeitos da exposição prolongada a sons intensos podem demorar para aparecer, já que a deficiência auditiva atinge estágios cada vez maiores ao longo da vida; por isso é importante se cuidar desde cedo para evitar problemas futuros de perda de audição precoce", finaliza Marcella Vidal.


70% das enfermidades que surgiram desde 1940 são de origem animal.

Um documento da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) mostra que, ao todo, 70% das enfermidades surgidas desde a década de 1940 são de origem animal, assim como o novo coronavírus que enfrentamos hoje.

Para explicar essa relação entre o consumo da carne com doenças e até pandemias, o Edição do Brasil conversou com a representante da Sociedade Vegetariana Brasileira, Cynthia Schuck, que também é doutora em Zoologia pela Universidade de Oxford (Reino Unido). Ela esclarece que isso acontece pela proximidade evolutiva entre humanos e animais. A especialista ainda fala sobre a importância de reduzir a ingestão de proteínas por questões de saúde pública, éticas e ambientais.

 

Segundo a FAO, ao todo, 70% das enfermidades surgidas desde a década de 1940 são de origem animal. Por qual razão esse número é tão alto?

A grande maioria das doenças infecciosas que atingem o homem tem origem animal. Isso acontece devido a nossa proximidade evolutiva com eles. Então, patógenos que contaminam os bichos, como bactérias, fungos e vírus podem adquirir a capacidade de infectar os humanos, afinal, temos uma fisiologia parecida com algumas espécies. Quanto mais semelhança, maior a probabilidade de que patógenos que atingem alguns animais também nos afetem.

 

Por que esse índice tem crescido?

Porque a população de espécies em contato com os humanos cresceu. Hoje somos quase 8 bilhões de pessoas, mas criamos e abatemos quase 80 bilhões de animais. Esse aumento atua como um reservatório de patógenos que podem infectar o homem, como a gripe suína, os diversos surtos de gripe aviária e hepatite E.

Mas é também pela forma como esses animais são criados. Aprendemos com a COVID que distanciamento social, boa saúde e um sistema imunológico fortalecido dificultam a transmissão de patógenos. Os bichos são criados em condições opostas: alta densidade, galpões fechados, com uma concentração muito grande de amônia no ar. Isso prejudica o trato respiratório e as primeiras barreiras de defesa deles. Eles também são selecionados para crescimento rápido e a resistência a doenças não ocorre. Entre outros motivos, por exemplo, situações de estresse que deprimem o sistema imunológico e os tornam extremamente suscetíveis a enfermidades.

 

Esse número pode apontar que existe uma falha na maneira como o consumo de animal é ofertado?

Existem protocolos de biossegurança, mas eles não são infalíveis. Em termos de saúde pública, o problema de uma região ocorre em todos os lugares. Vimos que houve a contaminação de COVID-19 na China que se espalhou no mundo. É muito difícil controlar. É só pensar que, mesmo que uma granja siga esses protocolos implementados, a partir do momento em que se retira o animal de lá e coloca em um caminhão ou navio para transporte, a possibilidade de disseminação passa a existir. São várias vias as quais esses patógenos podem chegar à população humana.

 

Existe uma relação entre a pandemia do novo coronavírus e o consumo de carne?

Sim. Existem evidências da ligação entre a Sars- -Cov-2 (COVID-19) e a ingestão de carnes. As hipóteses mais aceitas até o momento é que a transmissão ocorreu em mercados úmidos, ou seja, aqueles que ofertam produtos de diversas espécies para o consumo. No caso da COVID, foi a venda de animais e também as condições em que eles, ainda que silvestres, foram criados.

Nestes mercados eles são expostos a população também em um ambiente onde estão todos juntos em alta densidade, em situação de estresse crônico e com imunossupressão. Por isso, a possibilidade de encontros de diversos patógenos é grande. É onde os fluidos desses animais – sangue, fezes – estão presentes e em contato com humanos.

 

Como mudar a relação com o consumo de animais?

É simples, as pessoas precisam entender os custos desse consumo. Não só pessoais, em termos da própria saúde, mas para a sociedade. É um risco de saúde pública gerar demanda por um produto que vai aumentar a população de animais e, consequentemente, a probabilidade de transmissão e de emergência de novos patógenos.

 

Além de prevenir o surgimento de doenças, conscientizar a população a diminuir ou parar de consumir carne, auxiliaria em outras questões atuais?

A diminuição do consumo de animais não só reduziria a probabilidade do aparecimento de patógenos que podem ter potencial pandêmico na população, mas também ajudaria em outras esferas. Por exemplo, sabe-se que hoje em dia 70% dos antibióticos vendidos no mundo são usados na pecuária. Isso contribui para o fenômeno do surgimento de resistência aos medicamentos em humanos, que é um problema gravíssimo. Hoje em dia, mais de 700 mil mortes ocorrem anualmente por conta disso e o cenário previsto é que esse número deve crescer até cerca de 10 milhões de óbitos por ano em 2050. A redução do consumo de carne certamente iria colaborar nesse ponto.

Outra questão é a ambiental. Os animais são uma fonte de energia mais ineficiente do que outras fontes de nutrientes e proteínas necessários para a população humana. Há muito desperdício de energia na forma de ração, pasto e através do consumo de animais. Se tudo isso fosse reduzido, o uso de terras, de recursos hídricos e os produtos da pecuária também diminuiriam. Seja a poluição de cursos de água, do solo ou da atmosfera.

Existem questões éticas, pois as condições de criação dos bichos estão longe da normal. Tudo é feito de forma industrial e eles são selecionados geneticamente para um crescimento rápido. São privados da possibilidade de expressar os comportamentos naturais da espécie. São animais como frangos, porcos e bois, que chegam na idade do abate com problemas cardíacos, respiratórios, ósseos, articulares e sofrem muita dor.

Por fim, um benefício para a saúde, o consumo de carne está associado ao aumento do risco de uma série de doenças cardiovasculares, diabetes e hepatite E.

 

Na sua opinião, essa conscientização é algo difícil? O que falta para que esse consumo seja diminuído?

Ela é necessária. O consumidor precisa estar informado dos custos reais do consumo de carne, não só para a saúde dele, mas também global e pública, para o meio ambiente e para a questão ética de sofrimento animal. Além disso, é preciso que se criem incentivos, do ponto de vista de políticas públicas, para a produção de proteínas mais limpas que representem um risco menor de biossegurança de saúde.

É essencial tornar essa fonte de proteínas mais acessíveis ao consumidor, pois são mais saudáveis, éticas, sustentáveis e seguras, além de mais baratas e saborosas. E isso pode ser feito facilitando o investimento nessa área.


No Dia Internacional da Mulher, o Conselho Brasileiro de Oftalmologia alerta para fatores que colocam em risco a saúde ocular da população feminina

A saúde ocular deve ser motivo de preocupação para a população feminina. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 2/3 das pessoas cegas no mundo são mulheres. Por isso, neste Dia Internacional da Mulher (8 de março), o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) lembra a importância desse segmento estar mais atento ao diagnóstico e tratamento precoces de problemas que podem implicar em perda parcial ou total da visão.

As principais razões por trás desse cenário desfavorável para as mulheres são questões socioeconômicas, como as diferenças educacionais; e a desigualdade financeira em relação aos homens, fator que pode dificultar o acesso a unidades de saúde e a aquisição de medicamentos, lentes e óculos. Além disso, outros aspectos colaboram para essa predominância, como: expectativa de vida maior, tabagismo, exposição à radiação ultravioleta, deficiência de vitamina A e distúrbios metabólicos, como o diabetes.

Denise de Freitas, coordenadora da Comissão Mulher do CBO e professora associada do Departamento de Oftalmologia e Ciências Visuais da Escola Paulista de Medicina da Unifesp, detalha alguns desses fatores de risco. "Mulheres tendem a viver mais do que os homens e, por isso, enfrentam mais doenças da senilidade do olho, como catarata, degeneração macular relacionada à idade e glaucoma. Ainda há estudos que apontam, por exemplo, que o diabetes e, consequentemente, o acometimento ocular é mais frequente no sexo feminino. Além disso, é importante destacar que obesidade, alimentação pouco saudável e falta de exercícios são fatores que podem afetar a saúde geral dos olhos".


Maior risco - A catarata merece destaque neste cenário, já que, segundo o documento "As condições da saúde ocular no Brasil 2019", elaborado pelo CBO, a perda da capacidade laborativa por essa doença é mais frequente nos países em desenvolvimento do que nos industrializados. Além disso, as mulheres estão em maior risco do que os homens, por terem menor acesso aos serviços de saúde. A proporção de cegueira devido à catarata, em relação a todas as outras doenças oculares, varia de 5%, na Europa Ocidental, América do Norte e nos países mais desenvolvidos da Região Oeste do Pacífico; a 50% ou mais, em regiões mais pobres.

O fator hormonal é mais um grande desafio para a saúde ocular feminina. Já que questões como gravidez, pílulas anticoncepcionais, terapia de reposição hormonal e menopausa podem influenciar neste quesito. "Essa alterações hormonais podem alterar a qualidade do filme lacrimal e causar a síndrome do olho seco, altamente prevalente na mulher. Além disso, é importante lembrar que durante a gravidez a mulher pode desenvolver eclampsia e diabetes gestacional, ambas condições que podem causar lesões na retina", alerta Denise de Freitas.


Maus hábitos - Segundo a OMS, enquanto a prevalência de fumantes masculinos atingiu caiu, de forma geral, entre as mulheres, as taxas estão em ascensão em vários países. O risco aumenta, pois o hábito de fumar é considerado um grande inimigo dos olhos, sendo responsável pelo aumento da prevalência de catarata e da degeneração macular relacionada à idade.

Medicações também podem provocar efeitos colaterais nos olhos, como alguns antidepressivos, que podem causar cegueira e glaucoma; e drogas moduladoras da imunidade, como a cloroquina, que podem ocasionar em lesão da retina. Segundo Denise de Freitas, a automedicação também influencia nesse quadro, pois "alguns estudos comprovam um fator preocupante: mulheres tomam mais medicamentos prescritos e não prescritos do que os homens".

Para manter a saúde ocular, os especialistas do CBO recomendam a adoção de algumas medidas preventivas, especialmente entre idosos de ambos os sexos, como: usar óculos de sol; não fumar; adotar óculos de proteção em situações de risco; manter uma alimentação saudável, com betacarotenos e suplementos do tipo Omega-3; além de praticar exercícios.

Conforme lembra a coordenadora da Comissão Mulher do CBO, "é importante ressaltar que algumas doenças oculares são silenciosas, ou seja, somente causam sintomas ou sinais nas fases mais avançadas de acometimento. Por isso, é fundamental estabelecer uma rotina de exames oftalmológicos preventivos após os 60 anos de idade para detecção e tratamento precoces das doenças oculares".


Um ano de COVID-19 no Brasil e seu impacto na Urologia

Há um ano, o Brasil anunciava o seu primeiro caso de COVID-19 na cidade de São Paulo, em um paciente recém-chegado da Itália. Em 26/02/2021, dados oficiais registraram 10.455.630 casos e 252.835 óbitos no Brasil. A Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), em pesquisa realizada em 2020, revelou que 13,5% dos urologistas brasileiros entrevistados afirmaram ter sido infectados pela Covid-19.

A COVID-19 é uma doença causada pelo coronavírus, denominado SARS-CoV-2 e que pode apresentar desde infecções assintomáticas até quadros gravíssimos e óbitos. Em aproximadamente 20% dos casos, faz-se necessário atendimento hospitalar por apresentarem dificuldade respiratória; e destes, aproximadamente 5% podem necessitar de suporte ventilatório.

Em um ano, três variantes do coronavírus SARS-CoV 2 (mutações) foram identificadas no mundo, o que justifica a manutenção de todos os cuidados sanitários recomendados. A situação atual é preocupante, como foi demonstrada em recente pesquisa promovida pela Coalizão Covid Brasil (Hospitais: Albert Einstein, HCor, Sírio-Libanês, Moinhos de Vento, Oswaldo Cruz e Beneficência Portuguesa, além do Brazilian Clinical Research Institute e da Rede Brasileira de Pesquisa em Terapia Intensiva) revelando que 25% dos pacientes entubados por COVID -19 morreram em um período de 6 meses após alta hospitalar. Outro dado identificado foi de que a mortalidade é de 2% para pacientes internados que não precisaram de ventilação mecânica, além de outras complicações como: ansiedade (22%), depressão (19%) e estresse pós-traumático (11%).

A doença não se restringe apenas ao sistema respiratório, ela é considerada sistêmica e pode comprometer outros órgãos como rins, pênis e testículos, resultando em insuficiência renal, disfunção erétil e talvez até infertilidade. Algumas teorias sugerem que essas complicações sejam resultado de alterações enzimáticas e lesões do endotélio vascular, provocadas pelo vírus, desencadeando processos inflamatórios e fenômenos tromboembólicos (obstrução do fluxo sanguíneo).

A disfunção erétil pode ser desencadeada a partir do comprometimento do sistema circulatório e cardiorrespiratório somada a questões emocionais, que podem levar à insegurança e piora da performance sexual.

Em trabalho recentemente publicado, pesquisadores brasileiros da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo mostraram que pacientes com COVID-19 podem evoluir com processo inflamatório incidental no epidídimo, complicação que pode interferir na fertilidade.

Diante de inúmeros problemas na esfera urológica desencadeados pela COVID-19, a Sociedade Brasileira de Urologia, em seu portal, lembra que medidas de isolamento social são necessárias. Mas diante de algumas doenças urológicas, como por exemplo: infecções, cálculos renais e cânceres, uma rápida intervenção médica faz-se necessária; embora, por medo da infecção pela COVID-19, muitos pacientes tenham adiado a procura médica, o que pode resultar em danos à saúde, às vezes irreversíveis.

Em outra pesquisa, a SBU avaliou junto aos seus associados o impacto da pandemia de COVID-19 na saúde urológica brasileira, identificando que cerca de 90% dos urologistas relataram uma redução igual ou maior que 50% nas cirurgias eletivas e 54,8% mencionaram a diminuição de pelo menos 50% no número de cirurgias de emergência. Esta pesquisa sugere que boa parte dos pacientes com doenças urológicas (como cânceres, hiperplasia obstrutiva de próstata, incontinência urinária, entre outras) possam ter postergado o tratamento pelo receio de contraírem o vírus. Fica evidente que algumas doenças urológicas não podem esperar o fim da pandemia para serem tratadas. Dessa forma, quanto mais cedo forem diagnosticadas melhor será o prognóstico do tratamento.

Visando a melhor prática médica, urologistas brasileiros publicaram artigo científico em revista de renome internacional, em junho de 2020, na qual abordaram os cuidados a serem observados frente a pandemia, no trabalho intitulado "Uma revisão sistemática das diretrizes e recomendações padrão de cuidado urológico durante a pandemia de COVID-19". Este estudo foi realizado a partir da análise de diretrizes, recomendações ou declarações das melhores práticas de organizações internacionais e centros de referência sobre cuidados urológicos em diferentes fases da pandemia de COVID-19 e seu objetivo foi obter o modo prático e seguro de como acolher e tratar pacientes com patologias urológicas.

De modo resumido:

• COVID-19 é uma doença sistêmica;

Outras doenças continuam existindo e precisam ser tratadas;

Doenças urológicas secundárias à COVID-19 podem ser desencadeadas;

A vacina existe e está sendo disponibilizada, vacine-se assim que possível;

Medidas de proteção, como lavar as mãos frequentemente com água e sabão, uso de álcool em gel, manter o distanciamento social e usar máscara, funcionam, inclusive contra as novas variantes identificadas até o momento;

• Hospitais e consultórios seguem rigorosos protocolos de prevenção ao coronavírus, conforme orientações do Ministério da Saúde e Vigilância Sanitária; portanto, se precisar, não tenha receio em procurar o seu Urologista (de modo presencial, por telefone ou videoconferência, ele vai saber lhe orientar).

 


Dr. Marco Aurélio Lipay - Doutor em Cirurgia (Urologia) pela UNIFESP (Universidade Federal de São Paulo), Titular em Urologia pela Sociedade Brasileira de Urologia, Membro Correspondente da Associação Americana e Latino Americano de Urologia e Autor do Livro "Genética Oncológica Aplicada à Urologia".


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