Pesquisar no Blog

quinta-feira, 3 de maio de 2018

As desigualdades e o racismo mantêm-se no Brasil, mesmo após 130 anos da abolição da escravatura


No dia 13 de maio serão completados 130 anos da abolição da escravatura. Após mais de um século da assinatura da Lei Áurea, será que a população negra brasileira tem realmente motivos para comemorar?  Segundo o IBGE 2012, do total de 16 milhões de brasileiros na extrema pobreza, a grande maioria é negra ou parda.

Às vezes parece que avançamos, mas sempre surge uma nova polêmica que aponta o contrário. “Negro pode andar com carro de luxo na rua ser ser considerado ladrão? Negros estão capacitados para compor o mercado de trabalho em igualdade de conhecimento e competitividade? Determinar cotas nas universidades e serviços públicos é justo?”, essas são algumas das questões que Liliane Rocha, Fundadora e CEO da Gestão Kairós, consultoria em Sustentabilidade e Diversidade vem lidando ao longo dos 14 anos que atua na área.

Avaliando alguns dados podemos dizer que o Brasil retrocedeu mais do que avançou em questões raciais. Atualmente, de acordo com o IBGE, entre a população negra, 9,9% é analfabeta, ao passo que entre a população branca, este número é de 4,2%. 130 anos após a abolição, o abismo social entre brancos e negros ainda é grande. 

E as desigualdades não param por aí, mesmo com 51% de negros e negras, quando analisados, os poucos que conseguem ingressar numa universidade e se formam, ao chegar ao mercado de trabalho se deparam com outras dificuldades impostas pela raça. “Se considerarmos o resultado do perfil Social, Racial e de Gênero das  500 maiores empresas brasileiras, publicado pelo Instituto Ethos, nos anos de 2007, 2010 e 2016 notamos que os percentuais de empregabilidade de negros na alta liderança variaram pouco”, explica Liliane Rocha, Fundadora e CEO da Gestão Kairós, consultoria de Sustentabilidade e Diversidade.

Os dados do Instituto Ethos demonstram que em 2007, negros representavam 25% do quadro funcional e 3,5% do quadro executivo. Em 2010, negros eram 31,1% no quadro funcional e 5,3% no quadro executivo e, em 2016, nos quadros funcionais negros eram 35,7% e no quadro executivo 4,7%.

“Para que o Brasil seja um país competitivo, com empresas competitivas é essencial que todos tenham oportunidades de estar no mercado de trabalho. Como podemos ter um país desenvolvido com 51% da população tendo seu acesso às melhores oportunidades de estudos e empregos simplesmente vetadas? Nas universidades brasileiras, após os avanços na legislação o percentual de negros passou para cerca de 30%”, explica Liliane.

A especialista e empreendedora negra que atua há 14 anos apoiando empresas e instituições a adotarem práticas mais inclusivas em suas estratégias de negócios está à disposição para falar sobre os avanços e retrocessos da diversidade racial nos quadros corporativos, os 130 anos da Abolição da Escravatura e outros aspectos relacionados ao racismo e aos direitos da população negra no Brasil.


Liliane Rocha - É CEO e Fundadora Gestão Kairós – consultoria especializada em Sustentabilidade e Diversidade e autora do livro “Como ser um líder inclusivo”. Criadora do termo DiversityWashing. Mestre em Politicas Públicas pela FGV, MBA Executivo em Gestão da Sustentabilidade na FGV, Especialização em Gestão Responsável para Sustentabilidade pela Fundação Dom Cabral, MBA em Coaching pela Sociedade Brasileira de Coaching, graduada em Relações Públicas na Cásper Líbero.

Incêndios em São Paulo e no Rio de Janeiro alertam para riscos de novas tragédias, aponta especialista


Os dois incêndios de grandes proporções que atingiram ontem o centro de São Paulo e a zona norte do Rio de Janeiro acenderam novamente o sinal de alerta para riscos de novas tragédias em edificações espalhadas pelo Brasil.
“O descaso do poder público associado à falta de fiscalização em estruturas prediais criam um ambiente propício a desastres. Boa parte desses acidentes poderiam ser evitados se houvesse o cumprimento das leis. Isto implicaria na utilização de equipamentos e sistemas mais eficientes no combate contra incêndios”, explica Marcelo Lima, diretor geral do ISB (Instituto Sprinkler Brasil).
O especialista aponta três pontos essenciais para que a preservação de edificações seja mais efetiva em eventuais focos de incêndio:


1)    Instalação de sprinklers (chuveiros automáticos) 

Em casos de princípios de incêndio, a utilização adequada de sprinklers pode garantir mais segurança física, patrimonial e financeira. Por ser acionado de forma automática em um incêndio, evita ou minimiza os prejuízos e diminui de forma significativa o risco de morte. 

“Estudos internacionais revelam que a taxa de mortalidade em eventos deste tipo é 87% inferior quando as instalações afetadas contam com sistemas de sprinklers”, revela Marcelo.


2)    Realizar inspeção e manutenção periódica
A inspeção e a manutenção periódica são necessárias porque indicam as condições reais de funcionamento do sistema de proteção contra incêndio e podem apontar, em tempo, eventuais falhas existentes, evitando a “falsa sensação de segurança” de quem pode vir a precisar dele.  

“É muito comum o proprietário ou a administradora instalar o Sistema de Proteção Contra Incêndio nos galpões e depois não cuidar dele. O principal problema nos grandes incêndios vem da falta de manutenção e isso é um desperdício de investimento”, explica Lima.  


3)    Ficar atento às mudanças que acontecem nos depósitos
O Sistema de Prevenção Contra Incêndio em um galpão é determinado por meio da carga de incêndio, ou seja, com base em tudo o que tem potencial de queimar no local. Portanto, sempre que acontecerem alterações como, por exemplo, diversificação do tipo de produto, quantidade armazenada, assim como o aumento da altura das prateleiras para estocagem, entre outras questões, é necessário que o sistema seja readequado.
“O correto é que locais que armazenam produtos de diversas categorias devem ter seu Sistema de Prevenção Contra Incêndio projetado para a maior carga de incêndio”, conclui o especialista.         





Instituto Sprinkler Brasil (ISB)

05 de Maio


 Dia Mundial de higienização das mãos


O simples ato de lavar as mãos pode evitar a contaminação por superbactérias

A transmissão de doenças infecto-contagiosas é minizada em 30%, quando as mãos são higienizadas corretamente


O Dia Mundial de Higienização das mãos foi criado para lembrar que a higiene correta das mãos deve se tornar um hábito. Embora pareça simples, a lavagem das mãos ainda costuma ser ignorada no dia a dia, tanto por pessoas comuns como por profissionais de saúde. 

A prática é tão importante que foi adotada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma bandeira de combate à infecção hospitalar. Devido ao alto potencial de propagação de doenças virais e bacterianas, em que as mãos são as principais vias de transmissão, placas com lembretes para a higienização das mãos nas proximidades de banheiros e pias é lei desde 2014 na cidade de São Paulo. 

Segundo a OMS, lavar as mãos significa reduzir em aproximadamente 40% doenças como gripe, conjuntivite e outras viroses[1]. A recomendação de especialistas é fazer a higienização com água e sabão, além de, sempre que possível, carregar álcool em gel para se precaver quando não houver outros meios à disposição. “A higiene das mãos, com água e sabão ou com álcool gel é uma medida que deve ser utilizada”, afirma Dr. Evaldo Stanislau Affonso de Araújo, médico da Divisão de Moléstias Infecciosas e Parasitárias do Hospital das Clínicas e Responsável pelo Programa de Stewardship da Fundação São Francisco Xavier.


Resistência Bacteriana em Hospitais

A higienização correta das mãos é fundamental para prevenir que bactérias multirresistentes se espalhem em ambientes hospitalares. Dados da Organização Pan-Americana da Saúde revelam que, mundialmente, as infecções relacionadas à assistência à saúde afetam centenas de milhões de pessoas e têm um impacto econômico significativo nos pacientes e sistemas de saúde em todo o mundo. Em países desenvolvidos, representam de 5% a 10% das internações em hospitais de cuidados agudos. Nos países em desenvolvimento, o risco é de duas a 20 vezes superior e a proporção de pacientes com esse tipo de infecção pode exceder 25%.[2]

Uma das consequências da má higienização das mãos,  é questão das bactérias multirresistentes, que vêm ganhando notoriedade nos últimos anos.  A OMS declarou que até 2050, caso nada seja feito, tais bactérias poderão matar anualmente 10 milhões de pessoas no mundo, número maior que a mortalidade por câncer, que até lá, atingirá cerca de 8,2 milhões de pessoas ao ano.[3]
 
No Brasil, de acordo com dados da Anvisa, cerca de 25% das infecções registradas são causadas por micro-organismos multirresistentes[1] – aqueles que se tornam imunes à ação dos antibióticos. 

“A higienização das mãos é uma prática tradicional e, isoladamente, é o fator mais importante na prevenção das infecções. Por mais que tenhamos tecnologia e antibióticos potentes, nada vai impedir que uma bactéria passe de um paciente para outro se não fizermos a higienização correta das mãos”, enfatiza o Dr. Evaldo Stanislau.

No país, já existem algumas iniciativas que visam conter a proliferação das superbactérias, entre elas, o Antimicrobial Stewardship Program (AMS na sigla em inglês), que tem como objetivo conscientizar profissionais de saúde e a população em geral sobre o uso racional de antibióticos, dado que o uso indiscriminado é uma das razões pelas quais as bactérias acabam criando resistência aos tratamentos. Porém o Dr. Evaldo é enfático: “Todo o esforço de se implantar políticas de Stewardship, diagnóstico rápido, de investimento tecnológico é perdido se não fizermos o básico que é higienizar corretamente as mãos”, conclui o médico.  


Sobre o Projeto Antimicrobial Stewardship (AMS)

A iniciativa tem como objetivo conscientizar profissionais de saúde e a população em geral sobre o uso racional de antibióticos, dado que o uso indiscriminado, ou então, sem critério desse tipo de medicamento acaba criando resistência ao tratamento.  
 esforços para promover o programa, levando o conceito a hospitais e clínicas médicas – tanto no sistema público quanto no privado. A ideia é munir médicos e gestores de saúde com informações a respeito da importância de mapear a resistência bacteriana presente no ambiente hospitalar para, assim, definir o melhor antibiótico para cada situação, diminuindo as chances de resistência e proliferação das chamadas superbactérias.

Além da compreensão da importância desses dados para os hospitais, a farmacêutica também auxilia na implementação da iniciativa em cada um dos ambientes, após identificar as necessidades de cada um deles. Entre 2014 e 2016, o projeto AMS foi implementado em 110 hospitais ao redor do país. O Hospital do Coração (HCor), em São Paulo, foi um dos pioneiros na implementação deste projeto em hospitais privados. Até o final de 2017, cerca de 250 instituições foram impactadas.



MSD
 www.msd.com e siga-nos no Twitter, Facebook, Instagram, YouTube e LinkedIn.




[1] Organização Mundial da Saúde (OMS): site com as principais informações sobre higienização de mãos. Acessado em 26/04/2018 Disponível em http://www.who.int/infection-prevention/en/
[2] Organização Mundial da Saúde (OMS): guia com orientações sobre higienização de mãos. Acessado em 23/04/2018 Disponível em: http://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=5077:higienizacao-correta-das-maos-e-fundamental-para-garantir-seguranca-do-paciente&Itemid=812
[3] DE KRAKER, Marlieke EA; STEWARDSON, Andrew J.; HARBARTH, Stephan. Will 10 Million People Die a Year due to Antimicrobial Resistance by 2050?. PLoS Medicine, 2016, 13.11: e1002184.



[1] Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA): Boletim de Segurança do Paciente e Qualidade em Serviços de Saúde nº 14: Avaliação dos indicadores nacionais das Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS) e Resistência microbiana do ano de 2015. Acessado em: 30/11/2017 Disponível em: https://www20.anvisa.gov.br/segurancadopaciente/index.php/publicacoes/item/boletim-de-seguranca-do-paciente-e-qualidade-em-servicos-de-saude-n-13-avaliacao-dos-indicadores-nacionais-das-infeccoes-relacionadas-a-assistencia-a-saude-iras-e-resistencia-microbiana-do-ano-de-2015

Posts mais acessados