Pesquisar no Blog

quarta-feira, 3 de maio de 2017

Caxumba: confira as principais dúvidas desse vírus típico do inverno



Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade orienta sobre a doença viral, típica do inverno que tem sintomas que podem ser confundidos com gripe e dengue

A Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC) esclarece as principais dúvidas sobre a doença viral, que geralmente é transmitida em locais com aglomeração de pessoas e assim como a gripe, é transmitida por gotículas de saliva ou secreção respiratória. “Existem diversos mitos e verdades que envolvem a caxumba, principalmente quando se fala em esterilidade, que é muito rara nos pacientes. Outro fato é a vacinação, já que mesmo as pessoas vacinadas na infância podem contrair novamente o vírus, pois nenhuma vacina tem 100% de eficácia, porém continua sendo a melhor forma de prevenção”, explica Rodrigo Lima e diretor da SBMFC que reforça o papel do médico de família e comunidade quando se trata de caxumba que é recomendar a vacinação, orientar as medidas preventivas, acompanhar as pessoas doentes para manejo adequado dos sintomas e identificação precoce de complicações que recomendem medidas mais intensivas em ambiente hospitalar.

Confira os principais mitos e verdades sobre a caxumba:


1. A caxumba pode ter sintomas parecidos com os da gripe ou dengue. VERDADE. Como a maioria das doenças virais, a caxumba pode cursar com sintomas gerais e inespecíficos como febre, dor de cabeça, dor muscular, dor no corpo, e pode ser confundida com a gripe ou a dengue, por exemplo. 


2. Os períodos de maior propagação são inverno e primavera. VERDADE. Por ser um vírus, a caxumba tem a propagação facilitada por aglomerados de pessoas. Os períodos de maior incidência, como o inverno, favorecem o surgimento de surtos.


3. O paciente não precisa ficar isolado, a partir da confirmação de diagnóstico. MITO. É necessário isolamento do paciente alguns dias para evitar a propagação da doença.


4. Objetos utilizados pela pessoa contaminada precisam ser desinfetados. VERDADE. Para evitar a transmissão da doença à pessoas que convivem com o paciente, utensílios, como talheres, pratos e copos, devem ser lavados com água e sabão. Não são necessárias medidas adicionais aos cuidados de higiene que são recomendados habitualmente.


5. Todas as pessoas que foram vacinadas estão prevenidas da contaminação. MITO. Nem toda vacina é 100% eficaz e mesmo pessoas vacinadas podem adoecer. Porém, a vacinação é a melhor estratégia para evitar a contaminação pelo vírus.


6. Crianças estão mais vulneráveis a contrair o vírus. VERDADE. Pessoas de todas as idades podem ser contaminadas, mas crianças são pacientes mais frequentes.


7. Lugares com aglomerados de pessoas são propícios de contaminação. VERDADE. Aglomerados humanos, como escolas, creches, abrigos, transporte público, etc, assim como a gripe e outras doenças virais transmitidas por gotículas de saliva ou secreção respiratória.


8. Existe um grupo de risco. MITO. Não existem grupos de risco, e sim a exposição a fatores de risco. A gravidade da doença se estabelece com as complicações possíveis, como a orquite (inflamação dos testículos), oforite (inflamação dos ovários) ou inflamações do sistema nervoso central como a encefalite. Felizmente todas são raras.


9. Existe tratamento específico. MITO. Não existe tratamento específico para a infecção viral e como a doença regride espontaneamente, medidas de controle dos sintomas são suficientes.


10. E possível evitar consequências graves da caxumba como surdez, meningite e até esterilidade MITO. Uma vez estabelecida a doença não existem medidas que evitem complicações. A esterilidade é muito rara, mesmo entre os casos que apresentam orquite, que já são bem pouco frequentes.


Quem é o médico de família e comunidade (MFC)?
A medicina de família e comunidade é uma especialidade médica, assim como a cardiologia, neurologia e ginecologia. O MFC é o especialista em cuidar das pessoas, da família e da comunidade no contexto da atenção primária à saúde. Ele acompanha as pessoas ao longo da vida, independentemente do gênero, idade ou possível doença, integrando ações de promoção, prevenção e recuperação da saúde. Esse profissional atua próximo aos pacientes antes mesmo do surgimento de uma doença, realizando diagnósticos precoces e os poupando de intervenções excessivas ou desnecessárias.

É um clínico e comunicador habilidoso, pois utiliza abordagem centrada na pessoa e é capaz de resolver pelo menos 90% dos problemas de saúde, manejar sintomas inespecíficos e realizar ações preventivas. É um coordenador do cuidado, trabalha em equipe e em rede, advoga em prol da saúde dos seus pacientes e da comunidade. Atualmente há no Brasil mais de 3.200 médicos com título de especialista em medicina de família e comunidade.




Viciados em redes sociais têm mais chances de desenvolver depressão



Passar muitas horas nas redes sociais pode ser um forte indicativo de depressão e, em alguns casos, agrava o quadro da doença em pacientes diagnosticados. “As pessoas publicam apenas as coisas boas de suas vidas, como viagens, idas a bons restaurantes e momentos de festa com os amigos. Isso gera sentimentos de frustração, insegurança e pode desencadear depressão em quem acompanha a vida dos outros nas redes sociais, uma vez que a pessoa passa a acreditar que a sua vida é menos interessante que a dos outros”, explica a psicóloga do Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos, Ana Luíza Martins. 

Segundo estudo realizado pela Escola de Medicina da Universidade de Pittsburgh, nos Estados Unidos, que entrevistou 1.787 adultos com idades entre 19 e 32 anos, os “heavy users” (usuários que passam grande parte do tempo na Internet) têm quase três vezes mais chance de sofrer de depressão do que aqueles que conferem suas redes sociais com menos frequência. 

Considerada uma doença silenciosa, a depressão é, muitas vezes, ignorada pela falta de conhecimento. Mas, segundo Ana Luíza Martins, familiares e amigos próximos podem observar sinais de que algo errado está acontecendo. “É importante ficarmos atentos às pessoas que estão ao nosso redor. Mudanças em hábitos, como comer, beber ou dormir, oscilações de humor como mais tristeza e/ou mais irritabilidade, forçar um semblante feliz, falar de maneira mais filosófica do que o normal, sentir as coisas de forma mais intensa e ter um ponto de vista menos otimista são alguns sintomas”, explica. 

Segundo a OMS, a doença afeta 4,4% da população mundial. O Brasil é o país com maior prevalência de depressão da América Latina, afetando 11,5 milhões de brasileiros (5,8% de sua população). Também somos recordista mundial em prevalência de transtornos de ansiedade: são 18,6 milhões de pessoas, representando 9,3% da população. 

Fatores sociais e políticos, como a crise econômica e o crescimento da taxa de desemprego, influenciam diretamente o comportamento das pessoas, causando aumento da ansiedade e da depressão. “Fazemos parte de uma sociedade feita de competitividade, de estresse e de consumismo, o que deprime ainda mais as pessoas”, explica a psicóloga. 

Conversar sobre a depressão também é o melhor caminho para a prevenção e tratamento da doença. “É uma maneira de acabarmos com o estigma de que a pessoa que sofre deste mal é ‘preguiçosa’, ‘incompetente’ ou está com ‘frescura’. Com o devido conhecimento, passamos a validar o sofrimento deste indivíduo e, então, podemos ajudá-lo a buscar um tratamento adequado”, afirma a especialista. 

De acordo com Ana Luíza Martins, pequenas ações diárias podem ser consideradas pílulas para a prevenção do mal do século. “É importante que cada um viva sua própria vida, faça aquilo que gosta ao invés de fazer as coisas apenas para agradar aos outros. Também não se comparar aos demais, pois as pessoas são únicas e vivem histórias diferentes”, afirma a especialista. “Redes sociais são importantes no mundo moderno, mas estar rodeado de pessoas que se ama, separar um tempo para si mesmo, praticar exercícios e fazer atividades prazerosas trazem muito mais benefícios”, finaliza.




Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos
Rua Borges Lagoa, 1.450 - Vila Clementino, Zona Sul de São Paulo.
Tel. (11) 5080-4000
Site: www.hpev.com.br
Facebook: www.facebook.com/ComplexoHospitalarEV
Twitter: www.twitter.com/Hospital_EV
YouTube: www.youtube.com/user/HospitalEV



Prevenção à depressão e ao suicídio começam dentro de casa


Para o psiquiatra e pesquisador do Grupo de Estudos de Doenças Afetivas (GRUDA) do Hospital das Clínicas da USP, Dr. Diego Tavares, o diálogo com filhos deve incluir temas além de conversas sobre quais programas e jogos eles gostam de assistir e jogar, também como eles estão se sentindo e quais são os problemas que eles têm passado em suas vidas diárias. No último mês dois temas têm dominado as redes sociais e colocado luz sobre o universo adolescente: a série do canal pago Netflix, 13 Reasons Why, que aborda o bullying e o suicídio, e o jogo virtual A Baleia Azul, que trata da solução de desafios perigosos e até letais.

Para o psiquiatra e pesquisa dor em transtorno do humor (depressão e transtorno bipolar) Dr. Diego Tavares, criar situações de abertura para que os filhos se abram com os pais acerca de sentimentos negativos, depressão e ideias de suicídio são a solução para não serem surpreendidos com situações que envolvam risco de vida como o suicídio ou mesmo auto-mutilação. Segundo o psiquiatra, "É importante ressaltar que quem busca séries ou músicas com temas suicidas ou se envolve em um jogo como da baleia azul não está bem emocionalmente, é muito simplório dizer que o jogo ou a série induziriam estes pensamentos em um adolescente saudável". E continua "Muitos jovens deprimidos procuram mais conteúdos suicidas e depressivos na internet como busca de entenderem o que estão passando e numa dessas acabam sendo presas fáceis de jogos como estes que transformam o sofrimento em algo que parece um desafio ou uma competição".

A população geral tem a imagem de que a depressão é sempre aquele quadro lentificado em que a pessoa fica na cama, visivelmente triste, sem energia e descuidada por vários meses, mas o que não se fala é que a depressão em adolescentes pode ser um quadro muito diferente deste clássico. Segundo o psiquiatra "O jovem pode oscilação da depressão, isto é, períodos em que se sente profundamente triste ou irritado mas com melhora deste estado emocional dentro de alguns dias, são estados depressivos mais curtos e que mudam muito conforme o meio" e ainda "muitos podem ter depressão inclusive com ideias de suicídio mas com energia preservada e às vezes até com aumento de impulsividade, condição que torna o quadro depressivo imperceptível pelos pais aumentando a chance de eventos letais, isto porque a presença da energia aumentada faz com que ele não fique acabado ou com cara de deprimido".  

Manter o espaço para o diálogo aberto é essencial para que os pais possam compreender o que os filhos estão vivenciando e também para poder ajuda-los diante de dificuldades. “Na série, por exemplo, vemos que as personagens principais não têm liberdade para conversar com seus pais de forma clara e objetiva. Com isso, guardam para si situações dolorosas e que poderiam ter sido resolvidas juntos, com cuidado e atenção”, exemplifica o psiquiatra. Portanto, pais fiquem atentos e conversem com seus filhos, não julguem a priori se eles estão bem apenas pela impressão que eles passam, perguntem a eles como estão emocionalmente. A depressão no adolescente não fica estampada no rosto! 




FONTE: Dr. Diego Tavares - Graduado em medicina pela Faculdade de Medicina de Botucatu - Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (FMB-UNESP) em 2010 e residência médica em Psiquiatria pelo Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (IPQ-HC-FMUSP) em 2013. Psiquiatra Pesquisador do Programa de Transtornos Afetivos (GRUDA) e do Serviço Interdisciplinar de Neuromodulação e Estimulação Magnética Transcraniana (SIN-EMT) do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (IPQ-HC-FMUSP) e coordenador do Ambulatório do Programa de Transtornos Afetivos do ABC (PRTOAB).





Posts mais acessados