O ritmo mais intenso de
trabalho, típico do final do ano, emite um alerta ao estresse dos trabalhadores
que, nesta época, pode gerar ou agravar os desequilíbrios na alimentação, no
sono e na saúde mental. O alerta é da Associação de Gestão de Segurança e Saúde
Ocupacional, que reúne as maiores empresas de medicina do trabalho do país.
“No final do ano há o risco
do exagero: atividades de trabalho que podem exigir o aumento da jornada
diária, os excessos na alimentação e, por vezes, na ingestão de bebidas
alcoólicas, além da redução das horas de sono tão necessárias para a
recuperação do organismo”, destaca Paulo Zaia, diretor da AGSSO. Além do comprometimento da qualidade de vida
do trabalhador e do custo para o Estado, há a perda de competitividade para as
empresas. “Por isso é fundamental que o médico do trabalho alerte o trabalhador
e a empresa assim que identificar os primeiros sinais do desequilíbrio na
relação saudável entre trabalho e vida pessoal. Sanar as causas e investir em
ergonomia, avaliando itens relacionados a organização do trabalho, pode evitar
o desenvolvimento de doenças”, destaca. “Muitas vezes as
causas envolvem a distribuição das tarefas e os processos com que elas são
tratadas nas organizações”, descreve.
Sobre as alterações de saúde
mental, encabeçadas principalmente pelos distúrbios de ansiedade, hoje são um
dos maiores grupos de doenças a gerar afastamento previdenciários. Segundo
dados do Ministério do Trabalho e Previdência Social, transtornos mentais e
comportamentais foram a quarta causa de afastamento previdenciário de janeiro a
junho de 2016.
Mas o que nem todos lembram
é que o estresse também é um fator benéfico ao desenvolvimento de adaptação do
indivíduo ao meio ambiente, seja ele profissional ou pessoal. “Os estímulos
estão sempre presentes e é por isso mesmo que todos devemos investir no
autoconhecimento contínuo e nas atividades de relaxamento do dia a dia, que
trazem o equilíbrio mental e o bem estar”, alerta Zaia.
Estimular o desenvolvimento
pessoal dos trabalhadores, além de avaliar a implantação de programas de
assistência ao empregado (EAP, em inglês), podem aumentar o grau de resiliência
e a resistência aos momentos de maior stress na vida diária. Esses programas
são suporte a desequilíbrios pontuais dos trabalhadores, e até de seus
dependentes – dependendo da abrangência da contratação do programa, atuando na
área da psicologia, das finanças e até mesmo na área jurídica. Trazem
orientações rápidas aos indivíduos e encaminham, caso necessário, a
profissionais referenciados para solução dos problemas. Com isso as empresas
esperam que o trabalhador tenha menos preocupações extra profissionais no
horário do trabalho e, por consequência, atuem com a totalidade de sua
capacidade e produtividade.
AGSSO – a Associação de Gestão de Segurança e
Saúde Ocupacional