Especialista dá dicas a quem possui
Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade e participará do exame mais
importante do país
O
Enem 2015 está chegando e como em toda avaliação, o número de candidatos
ansiosos para saberem como serão as provas, suas questões e consequentemente
seu desempenho, é grande. Lidar com a ansiedade, tanto na preparação do exame
quanto na execução, é um dos fatores decisivos para realizá-lo da melhor forma
possível. Para esclarecer as dúvidas sobre o assunto e dar dicas a quem
possui o Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade, o Dr.
Isaac Efrain, Médico Psiquiatra,
especialista em funcionamento da mente, e responsável pela página
Ansiedade Brasil no Facebook, orienta a como
controlar a ansiedade e buscar um bom desempenho no Enem.
Quem possui TDAH é
prejudicado pela falta de concentração, o que pode afetar as horas de estudo
necessárias para a preparação, “o cérebro de quem tem TDAH tem dificuldade de
se concentrar, pois focar é uma tarefa muito difícil já que qualquer estímulo,
por menor que seja, desvia sua atenção e interrompe o raciocínio. Na preparação
para o exame, essa reação acarreta em uma falta de horas suficientes de estudo,
já que existe a dificuldade de focar, absorver e organizar as informações”,
explica Dr. Isaac. Segundo ele, é preciso treinar foco antes do exame para
poder praticá-lo durante a prova, “evitar pensar em problemas de ordem pessoal,
ou de qualquer outra ordem é a primeira ação que deve ser realizada. Tente ler a
questão de forma ‘limpa’, não permitindo que a ansiedade, comorbidade muito
comum em quem tem TDAH, tome conta da sua mente”. Outro ponto importante é
preparar o ambiente de estudo mais isolado, com a menor quantidade de estímulos
externos possíveis. “Estudar uma matéria de cada vez, evita a confusão. Na hora
de decorar, busque elaborar um texto com musicalidade, para facilitar a
associação de conceitos”, diz o médico.
Segundo o especialista a
ansiedade pode ser controlada, “quando tiramos o caráter de desafio da prova e
encaramos o ENEM, como uma prova a mais, relativizando a sua importância, sem
perder tempo pensando nas consequências, positivas ou negativas, a gente foca
no aprendizado e não no resultado, assim atingir a meta é apenas uma
consequência”. Dormir bem no dia anterior e manter um estado de espírito
positivo e tranquilo também ajudam na melhora do desempenho. Se atente também a
evitar comidas pesadas, de difícil digestão, “elas dão sono o que dificulta o
raciocínio. Escolha comidas leves ricas em glicose. Esses alimentos ajudam a
aumentar o grau de energia e são uteis também as pessoas com o transtorno que
se tratam com substâncias estimulantes. Elas também se beneficiarão em
seu rendimento na prova”. Já aos unicamente ansiosos, sem o TDAH, a ordem -
conforme Dr. Isaac - é evitar comidas estimulantes, como chocolates ou que
contenham cafeína, pois serão prejudicadas por este tipo de alimento, piorando
o quadro de ansiedade. O ideal é que escolham alimentos leves e que
contenham açúcar e carboidratos que fornecerão energia na medida certa.
Uma
das mudanças anunciadas no exame exigirá maior controle emocional dos
candidatos, este ano às 13h todos devem estar em sala, porém o exame iniciará
apenas às 13h30. Nesse meio tempo tente manter a mente controlada, sem se
desesperar ou contar os minutos. Quando a prova chegar faça do tempo seu amigo,
“Se programe para não ficar olhando o relógio na primeira hora da prova. Só se
permita olhá-lo de meia em meia hora e antes conclua o raciocínio das questões
para passar para a próxima pergunta. Não fique preocupado em checar as próximas
questões, pois além de poder se perder no raciocínio, essa prática atrapalha o
rendimento global. Uma questão de cada vez”, ensina o especialista.
Para
aproveitar bem o período adicional de uma hora que os candidatos com TDAH
possuem no exame, o médico indica “seus ledores e
transcritores
são incumbidos de lhe auxiliar tanto na leitura das questões quanto no
momento de passar as alternativas escolhidas para a folha de respostas. São
fatores de facilitação que devem ser aproveitados ao máximo e ajudam a diminuir
a pressão e a tensão do candidato”.
Importante: o diagnóstico correto e preciso do TDAH só
pode ser feito por um profissional médico especializado (psiquiatra,
neurologista, neuropediatra) que avaliará todos os critérios de diagnóstico.