Especialista dá dicas para viagens de avião, hospedagem em
hotéis
e até para brincar em casa com segurança
Julho é mês de férias
escolares e muitos pais e avós passam mais tempo livre com as crianças nesta
época. Não importa quem vai viajar, brincar em casa, na praia ou no hotel. É
importante proteger os olhos e evitar acidentes comuns que acabam comprometendo
a visão. De acordo com o oftalmologista Renato Neves, diretor-presidente
do Eye Care Hospital de Olhos, o problema de muita gente já começa na
viagem de avião. Estudos da Federal Aviation Administration (Estados
Unidos) mostram que os vírus podem permanecer em superfícies aéreas por até
sete dias – o que torna o desafio de se manter saudável ainda mais difícil,
principalmente para quem viaja com crianças. Conjuntivite e gripe são as
doenças da estação e são rápida e facilmente transmitidas.
“Pelo menos uma semana antes
da viagem, os pais devem fazer um check-list de itens que não podem faltar em
viagens aéreas com mais de cinco horas. Devem constar lenços umedecidos com
ação bactericida para higienizar o cinto de segurança e tudo o que entrará em
contato com os pertences da criança, álcool gel para limpar as mãos sem
precisar usar com frequência a pia do banheiro do avião, um
travesseirinho de uso pessoal com fronha descartável, spray salino nasal e
lágrimas artificiais para driblar os efeitos do ar-condicionado. Apesar de as
crianças normalmente dormirem por algumas horas durante o voo, vale a pena
levar alguns livros de colorir ou brinquedos capazes de entreter a criança e
evitar que ela passe grande parte do tempo vendo filme ou brincando num tablete
ou célula”, diz Neves.
Já com relação aos hotéis, o
médico chama atenção para as áreas de playground e piscina. “Tanques de areia
sem tratamento adequado representam um sério risco para crianças pequenas, já
que muitas costumam levar a mão aos olhos enquanto brincam. Por isso, pais ou
responsáveis devem adverti-las a não fazer mais isso, porque podem ser
contaminadas pelas fezes ou urina de animais. Já com relação às piscinas de
hotéis e clubes, o risco é maior quando há grandes concentrações de pessoas,
água não-tratada com a regularidade ideal ou ainda com excesso de cloro”.
Segundo o médico, é
fundamental os pais levarem em conta que praias consideradas impróprias para
banho não oferecem a mínima segurança à saúde em geral, muito menos para os
olhos. “Outro risco associado à praia é negligenciar o uso de óculos de sol.
Não adianta comprar óculos ‘genéricos’, que não oferecem proteção alguma contra
os raios ultravioleta. Os danos provocados pelo sol são cumulativos e esse
descuido pode custar caro no futuro, levando ao desenvolvimento de doenças
degenerativas da retina, catarata e queimaduras na córnea, por exemplo. Por
isso, quem vai à praia deve sempre levar um kit composto por garrafa de água,
toalha limpa, protetor solar e óculos de sol”.
Para quem acha que ficar em
casa é a opção mais segura, Neves alerta que a maioria dos acidentes envolvendo
crianças acontece dentro do lar, geralmente por descuido dos adultos. “Os olhos
costumam ser muito afetados nos acidentes com aerossol, quando a criança está
tentando utilizar ou brincar com desodorantes, perfumes, produtos de limpeza,
tintas, repelentes ou até mesmo com o protetor solar. Quando a criança aponta o
spray em sua própria direção, as irritações são as consequências mais
frequentes, seguidas de queimaduras químicas, arranhões e ferimentos no globo
ocular provocados por coceira. Os danos dependem do produto borrifado nos
olhos. Por isso, dependendo da gravidade, é importante enxaguar bem os olhos da
vítima e recorrer a uma clínica especializada, tomando o cuidado de levar a
embalagem do produto para que o médico saiba exatamente que medida tomar”.
Fonte: Dr. Renato Neves - médico oftalmologista e
diretor-presidente do Eye Care Hospital de Olhos, em São Paulo. www.eyecare.com.br