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quarta-feira, 19 de junho de 2019

Inverno favorece aumento de casos de conjuntivite, alergia e olho seco


Na próxima sexta-feira (21), começa o inverno e o clima fica frio e seco, proporcionando melhor ambiente para vírus e bactérias. No ápice da secura, a conjuntivite pode até virar epidemia. A baixa umidade do ar resseca também a região ocular, causando a Síndrome do Olho Seco. Quem mais sofre são as pessoas alérgicas. A Organização Mundial de Saúde estima que 57 milhões de brasileiros tenham algum tipo de alergia. Em mais da metade dos casos, a doença se manifesta nos olhos.??

De acordo com o oftalmologista Hilton Medeiros, da Clínica de Olhos Dr. João Eugenio, um dos fatores para o crescimento de problemas oculares nessa época do ano é o aumento da poeira, causado pela queda nas temperaturas e na umidade do ar. "O tempo seco aumenta a concentração de poluentes no ar, um agravante para as alergias oculares. A redução da umidade do ar também diminui a lubrificação dos olhos", explica o médico.

Coçar os olhos é uma atitude quase que instantânea de quem está com a vista seca. Mas, segundo o médico, isso deveria ser a última coisa a ser feita, pois pode trazer problemas sérios. "Quando ao paciente coça o olho, expõe o globo ocular a um trauma constante e repetitivo", alerta Hilton Medeiros.?

A Síndrome do Olho Seco é caracterizada pela pouca ou má qualidade da lágrima, deixando a superfície dos olhos seca, facilitando o aparecimento de infecções e inflamações.?O tratamento para os casos leves é feito com colírios lubrificantes. Os casos mais graves são tratados com géis lubrificantes oftalmológicos, corticóides e até mesmo cirurgias.?

A melhor forma de se prevenir é lavar os olhos com soro fisiológico gelado quando sentir irritação, evitar coçar, usar colírios lubrificantes (prescritos por um oftalmologista) e usar óculos de sol com lentes UVA e UVB. "Mesmo com menor quantidade de luz solar, a luminosidade nesta época pode continuar alta, principalmente em Brasília", esclarece Hilton Medeiros. 

Neste período, a conjuntivite viral se torna frequente e pode responder por aproximadamente 90% dos casos. A transmissão costuma ocorrer pelas mãos, por toalhas, cosméticos, uso prolongado de lentes de contato, entre outros.

A conjuntivite é a inflamação da membrana externa do olho, chamada conjuntiva. Ela é responsável por produzir muco para proteger e lubrificar o olho. Na maioria dos casos, os sintomas e a doença desaparecem em até dez dias sem que seja necessário qualquer tipo de tratamento. Em algumas situações, no entanto, é preciso utilizar colírios ou pomadas.


Obesidade, vícios e prazeres: o que eles têm em comum?


Quem já tentou emagrecer conhece a enorme dificuldade para chegar ao peso desejado. A obesidade é, sem dúvidas, um grave problema de saúde individual e coletiva neste século. Em 2025, o mundo terá mais de 700 milhões de adultos obesos[1]. No Brasil, hoje, mais de 50% da população adulta está acima do peso e um quinto dos adultos está com obesidade[2]

Até hoje, os mecanismos envolvidos no ganho de peso descontrolado eram pouco claros. Temos percebido o fracasso da maioria das dietas e os resultados insatisfatórios das terapias mais agressivas, como a cirurgia bariátrica. Segundo a Universidade da Califórnia, indivíduos que se submetem a dieta para emagrecer por seis meses perdem apenas 5% a 10% do seu peso inicial, e, nos anos subsequentes, dois terços deles, ganham mais peso do que perderam[3].

No entanto, a neurociência parece que nos dá uma luz para entender melhor esse grande problema e um caminho para enfrentar a dificuldade para emagrecer.

O estudo do comportamento humano frente aos vícios teve início em meados do século passado. Por décadas, atribuiu-se esse mecanismo de repetição descontrolada de um ato prazeroso a um grupo de pessoas consideradas de personalidade fraca ou de formação moral incompleta. Tempos depois, por meio do uso da neuroimagem funcional, que é um método de imagem que permite mapear as áreas cerebrais ativadas em determinados comportamentos, a ciência descobriu que o cérebro humano processa de forma semelhante praticamente todas as formas de prazer.

Independentemente de o prazer ser originado por ingestão de uma substância química (drogas), recompensa financeira, encontro sexual, jogos, compras, pornografia, ingestão de uma refeição ou outra fonte qualquer, ocorre liberação de dopamina – uma substância química que transmite informação aos neurônios – no núcleo acumbente, que é uma pequena região no cérebro responsável pelo prazer. Este núcleo é tão específico para essa atividade que é conhecido como núcleo do prazer.

Uma vez estimulado o núcleo do prazer, independentemente do fator gerador, ocorre a ativação de outros dois centros no cérebro: um centro que memoriza o prazer (hippocampus) e outro que associa o prazer a seu ato gerador, induzindo a sua repetição (amigdala). Portanto, ao experimentar uma sensação de prazer, o cérebro, além de memorizá-la, armazena a forma como ela foi obtida, fixando uma tendência comportamental para repeti-la. É como se o cérebro montasse uma armadilha para que o indivíduo repita incansavelmente o ato prazeroso[4].

Tudo isso funciona muito bem - e é essencial para a sobrevivência do ser humano – até o momento em que o ato que desencadeia a sensação de prazer possa ser repetido de forma fácil ou pouco custosa para o organismo. Nesta situação, ou ainda quando é induzido por algumas substâncias químicas como as drogas, o cérebro é capaz de fazer uma autorregulação na região do prazer, diminuindo o efeito da “substância do prazer”, a dopamina. Ou seja, o cérebro humano passa a ficar mais resistente ao efeito prazeroso desencadeado por determinado estímulo. Com isso, as demais regiões encarregadas em repetir o ato gerador do estímulo se hiperativam na tentativa de gerar o mesmo resultado. Nesse momento, o mecanismo de vício está instalado.  O mesmo cigarro fumado, o mesmo dinheiro ganho ou o mesmo pedaço de bolo não serão mais capazes de gerar o mesmo nível de prazer ao cérebro humano que eles geravam no início. Ele quer mais.

A distância entre o ato de prazer e o vício é variável e depende de uma série de fatores como predisposição genética, atos ou substâncias indutoras e capacidade de controle. A facilidade de repetição do ato parece ter papel fundamental, e isso é facilmente observado na alimentação. A ingestão de alimentos sempre gerou essa recompensa no cérebro. Ocorre que, no passado, a obtenção de alimento era acompanhada de grande gasto de energia, o que dificultava sua repetição frequente. Com o avanço tecnológico, a comida tornou-se barata e de fácil obtenção, favorecendo e aumentando exponencialmente a incidência de obesidade.

O que nos resta, até que se descubra uma forma de mudar essa dinâmica, é treinarmos, desde pequenos, a conter essa aparente tendência do comportamento humano.

No caso específico da prevenção da obesidade, à luz dessas novas evidências, abre-se um caminho para o controle do ganho de peso, que consiste em cortar esse ciclo gerador de prazer, exatamente no momento em que percebemos a tendência ao vício em comida. Ter o hábito cotidiano de se alimentar com moderação, frente a esse novo achado científico, surge como um mecanismo, embora aparentemente desagradável, promissor no controle da obesidade.





Dr. Renato Falci Júnior - urologista e membro do comitê científico do Instituto Lado a Lado pela Vida




[1] Organização Mundial da Saúde (OMS)
[2] Associação Brasileira para Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica.
[3] Dieting does not work. UCLA researchers report, 2007.
[4] How addiction hijacks the brain. Harvard Health Publishing, Harvard Medical School, 2011


Portaria que autoriza trabalho aos domingos e feriados desburocratiza a atividade econômica, aponta FecomercioSP


De acordo com a Entidade, a norma é bem recebida pelo empresariado, pois lhe dá mais autonomia para administrar seu negócio


A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) considera benéfica a Portaria nº 604/2019, que promove a flexibilização da abertura do comércio sem restrição de dia e horário e autoriza o funcionamento de 78 setores aos domingos e feriados. De acordo com a Federação, a medida é bem recebida pelo empresariado, pois desburocratiza a atividade econômica. Além disso, a Portaria pode complementar a Medida Provisória nº 881/2019, que já instituiu a Declaração de Direitos de Liberdade Econômica, estabeleceu medidas de livre-mercado e, também, autorizou a abertura do comércio nesses períodos.

Para a Federação, as novas regras dão autonomia para o comerciante abrir seu estabelecimento conforme a conveniência dos consumidores, também podendo fechá-lo em dias em que o fluxo da clientela é menor. Nas cidades turísticas do litoral e do interior, por exemplo, as vendas são maiores nos finais de semana e feriados.

A assessoria jurídica da Entidade ressalta, contudo, que os empresários ainda devem se atentar à Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e às convenções coletivas de cada categoria, para evitarem multas. Além disso, os comerciantes continuam negociando com os sindicatos laborais – por meio de suas entidades sindicais patronais – os valores pagos, os benefícios disponibilizados e os dias de folga após os trabalhos aos domingos e feriados.

Os municípios também vão precisar revisar suas legislações para se adequar à Portaria e à MP, visto que as leis locais podem disciplinar o horário de abertura e fechamento dos estabelecimentos.

Segundo a FecomercioSP, as normas podem promover abertura de algumas vagas, mas não suficientes para grandes alterações nos índices de emprego a curto prazo. A Entidade lembra ainda que os empresários têm a opção de contratar trabalhadores pelas novas modalidades introduzidas pela Reforma Trabalhista, como o trabalho intermitente, no qual o contrato não é contínuo e ocorre com alternância de períodos de prestação de serviços e de inatividade, determinados em horas, dias ou meses, independentemente do tipo de atividade do empregado e do empregador, exceto ocupações regidas por legislação própria; e o trabalho parcial, jornada cuja duração não exceda 30 horas semanais.
 

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