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sexta-feira, 21 de agosto de 2020

Todos os dados tratados pela LGPD precisam de consentimento?

Entenda quais são e quais não são os dados que podem ser utilizados mesmo sem o consentimento do usuário


Hoje, a cada dia que passa, a sociedade presencia grandes avanços tecnológicos, os quais, garantem com precisão cirúrgica, a captura e coleta de informações pessoais, permitindo, através do processamento destas informações, identificar o usuário, seja por gostos, hábitos, escolhas etc.

Por isso a Lei Geral de Proteção de Dados se faz tão importante no mundo contemporâneo. Os dados pessoais protegidos pela lei são: RG, CPF, endereço, e-mail, idade, localização, hábitos pessoais, etnias, opção sexual, opção religiosa etc.

Entretanto, existem algumas exceções. Segundo o Art. 11. O tratamento de dados pessoais sensíveis sem consentimento somente poderá ocorrer nas seguintes hipóteses que forem indispensável para:


a) cumprimento de obrigação legal ou regulatória pelo controlador;

“Se o indivíduo está sendo acusado de cometer alguma ilegalidade, os seus dados podem ser utilizados para que o andamento do processo seja justo”, explica o advogado Bruno Faigle.


b) tratamento compartilhado de dados necessários à execução, pela administração pública, de políticas públicas previstas em leis ou regulamentos;


c) realização de estudos por órgão de pesquisa, garantida, sempre que possível, a anonimização dos dados pessoais sensíveis;

“Alguns lugares como hospitais e universidades, quando realizada uma pesquisa, tratamento ou estudo, podem vir a precisa utilizar os dados de seus indivíduos”, expõe Bruno.


d) exercício regular de direitos, inclusive em contrato e em processo judicial, administrativo e arbitral, este último nos termos da Lei nº 9.307, de 23 de setembro de 1996 (Lei de Arbitragem);


e) proteção da vida ou da incolumidade física do titular ou de terceiros;


f) tutela da saúde, em procedimento realizado por profissionais da área da saúde ou por entidades sanitárias; ou

f) tutela da saúde, exclusivamente, em procedimento realizado por profissionais de saúde, serviços de saúde ou autoridade sanitária; ou (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência


g) garantia da prevenção à fraude e à segurança do titular, nos processos de identificação e autenticação de cadastro em sistemas eletrônicos, resguardados os direitos mencionados no art. 9º desta Lei e exceto no caso de prevalecerem direitos e liberdades fundamentais do titular que exijam a proteção dos dados pessoais.

Assim, até mesmo dentro a LGPD os dados tratados podem vir a serem revelados caso se enquadrem nas exceções citadas, “Se faz responsável também a Agência Nacional de Proteção de Dados, que deve analisar cada situação, protegendo sempre a integridade de cada usuário”, finaliza o advogado Bruno.

 



Bruno Faigle

Advogado Senior

Lima & Vilani Advogados Associados

 

Empregador é responsável pelas condições de trabalho em home office e pode responder a processo trabalhista

Responsabilidade prevista na CLT penaliza empresas que não fornecem ao empregado o ambiente de trabalho adequado, alerta Marcos Poliszezuk, sócio-fundador do escritório Zanão e Poliszezuk Advogados

 

Benefícios CID M75 e M758 Lesões do Ombro - Pernella et a. (2020)
site on safety

A pandemia imposta pelo novo Coronavírus alterou, entre outras coisas, as relações de trabalho. Uma das inovações trazidas foi a modificação do local de prestação de serviços que passou a ser, em sua grande maioria, nas residências dos empregados. “O home office -- que na CLT é denominado como teletrabalho – mantém as mesmas responsabilidades assumidas no local de trabalho, ou seja, o simples fato do empregado poder acessar os dados da empresa e realizar o seu trabalho através da sua casa, não o liberta das obrigações assumidas quando a atividade era realizada de forma presencial, sendo certo que este descumprimento pode acarretar ainda em sua dispensa por justa causa”, explica o especialista Marcos Poliszezuk, sócio-fundador do escritório Zanão e Poliszezuk Advogados.

Segundo ele, uma das questões levantadas diz respeito à Ergonomia no ambiente de trabalho. Se por um lado a empresa tem o dever de fornecer um ambiente seguro e saudável para que o empregado exerça o seu trabalho, por outro lado o empregado tem o dever de zelar pelo mesmo local de trabalho e dele fazer uso correto, para que não venha a se lesionar. “A Ergonomia é uma ciência que busca avaliar o ambiente de trabalho e as interações entre o homem e as máquinas ou equipamentos, com o intuito de trazer conforto ao trabalhador, prevenir as doenças ocupacionais e realizar uma boa interação entre o ambiente de trabalho, as capacidades físicas e psicológicas do empregado e a eficiência do sistema”, afirma.

Poliszezuk esclarece que essa ciência é abordada pela Norma Regulamentadora 17 – Ergonomia (NR 17) que tem como objetivo “estabelecer parâmetros que permitam a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar o máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente.” Nesse sentido, significa que é obrigação da empresa fornecer o mobiliário correto ao empregado para que este exerça suas atividades no estrito cumprimento da legislação, sendo importante tal medida para se evitar que o empregado adoeça com o uso indevido dos equipamentos ou, ainda, que trabalhe de local inapropriado do ponto de vista ergonômico, como do sofá de sua sala ou ainda na cadeira da sala de jantar.

“Ao fornecer o mobiliário correto para o empregado e o mesmo se recusa a utilizá-lo ou, ainda, faz uso indevido e mesmo assim for acometido por uma lesão por esforços repetitivos ou decorrente da postura da forma que executou o seu trabalho, a empresa poderá ser responsabilizada se a mesa for reconhecida como doença ocupacional”, diz o advogado.

De acordo com os dados levantados pela Previdência Social, que leva em consideração os benefícios concedidos no Brasil para o período de dezembro de 2018 a fevereiro de 2020 por CID M75 – Lesões do Ombro -  e M758 – Outras Lesões do Ombro, observa-se que foram mais de 36 mil trabalhadores (16 mil homens e 20 mil mulheres) que solicitaram o Auxílio Doença Previdenciário e o Auxílio Doença por Acidente de Trabalho, demonstrando o impacto social e financeiro dos acidentes de trabalho.

“É fundamental que a empresa fique atenta para as condições do trabalho que seus empregados estão expostos, pois além do dever de fornecimento de equipamento compatível com a NR 17, o empregador tem o dever de fiscalizar se essas condições estão sendo cumpridas, sob pena de serem responsabilizadas em eventual ação trabalhista pelos danos ocasionados a seus empregados enquanto estes trabalhavam remotamente”, conclui Poliszezuk.

 



Zanão e Poliszezuk Advogados

http://zp.adv.br/

FecomercioSP defende Reforma Administrativa antes da Tributária

Para a Federação, é necessário aumentar a eficiência e a produtividade, simplificar o sistema tributário e, só então, partir para uma Reforma Tributária mais ampla

 

Diante da crise causada pela pandemia de covid-19, a FecomercioSP entende que este não é o momento de tramitações de propostas de Reforma Tributária, considerando que o principal foco é garantir que a economia tenha condições de se reconstruir. A Entidade sempre foi favorável à simplificação, à modernização e à desburocratização do sistema tributário nacional, que há anos penaliza o empresário e dificulta o ambiente de negócios nacional – no entanto, defende que, primeiro, seja realizada as reformas Administrativa e Fiscal.
 
Nesse cenário, o Estado seria capaz de assimilar as mudanças, possibilitando redução da carga tributária. “É inviável que uma seja tratada separadamente da outra”, conforme destaca o presidente do Conselho Superior de Direito da FecomercioSP, Ives Gandra Martins.
 
Além da necessidade de uma Reforma Administrativa, e tendo em conta o cenário econômico, é preciso que o País busque alternativas para a retomada, como a simplificação do sistema tributário, quesito que também deixa o Brasil em posições desfavoráveis em rankings mundiais, como o Doing Business, importante parâmetro de investimento internacional e crescimento econômico. Ao analisar, por exemplo, a carga tributária, verifica-se que o Brasil ocupa a 174ª posição entre 183 países, com um volume que atinge mais de 65% do lucro auferido pela empresa padrão avaliada no relatório.


 
E se a carga tributária fosse menor?


Com base em vários estudos ao longo dos anos, a Federação acredita que seja possível uma carga de tributos equivalente a 25% do PIB, ou 10 pontos porcentuais (p.p.) abaixo dos atuais 35%. Para tanto, será preciso aumentar a eficiência e a produtividade, partindo de cortes de alguns privilégios e gastos – eventualmente, acima do determinado de maneira legal –, do funcionalismo público.
 
Segundo a FecomercioSP, esses 10 p.p. equivalem a R$ 730 bilhões, valor que, se economizado com impostos, poderia ser aplicado em outras frentes das empresas, como investimento em capital físico (busca e desenvolvimento de tecnologia, máquinas, equipamentos, instalações, novas unidades de venda, modernização do parque industrial e comercial) e investimento em capital humano (como treinamento e abertura de vagas). Isso significaria um aumento de 67% nos recursos investidos no Brasil.
 
A Entidade sugere, ainda, que sejam postas em prática algumas simplificações do ambiente tributário nacional por meio de mudanças infraconstitucionais, ou seja, por leis complementar e ordinária, dispensando alteração constitucional que exija quórum qualificado, o que dificulta a tramitação e a aprovação no Congresso. A Entidade propõe 11 anteprojetos nesse sentido, formulados por Ives Gandra Martins e pelo ex-secretário da Receita Federal Everardo Maciel.
 
Alguns dos principais pleitos são: compensação universal de tributos, equivalência entre os encargos aplicáveis às restituições e aos ressarcimentos; imputação de responsabilidade tributária; critérios para retenção em malha; prazo máximo para solução de consultas; unificação cadastral; e limite para a instituição de obrigações acessórias. A Federação também propõe uma PEC para vedar o uso de medidas provisórias em matéria tributária e a instituição do princípio da anterioridade plena, o que inibiria a criação de novos impostos.


Queda de juros aquece mercado imobiliário

 

Momento é ideal para iniciar um financiamento, negociar taxas com bancos e diminuir valor das parcelas mensais 

 


A redução da Selic de 2,25% para 2% ao ano – determinada pelo Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) – deve estimular a atividade econômica e facilitar a obtenção de crédito, já que os bancos tendem a diminuir suas taxas.

 

De acordo com o professor de administração financeira, controladoria e mercado de capitais do Centro Universitário Curitiba – UNICURITIBA, Samir Bazzi, o momento é indicado para quem pretende adquirir um imóvel. “A tendência é que essa nova taxa alavanque o mercado imobiliário e isso deve impactar o setor”, conta.

 

“A ocasião também é muito positiva para quem já tem um financiamento. Nas atuais condições, o consumidor pode renegociar os contratos imobiliários e diminuir os valores das parcelas de apartamentos, casas, lotes, salas comerciais, galpões ou qualquer outro tipo de imóvel”, explica o professor.

 

A especialista em direito imobiliário Morgana Borssuk – sócia do escritório Borssuk & Marcos Advocacia – lembra que quem financiou um imóvel há dois ou três anos, provavelmente fez o contrato com uma taxa de 10% a 11% ao ano. “Hoje, essa alíquota gira em torno de 7%. Isso permite uma conversa com o banco para que tanto o consumidor quanto a instituição financeira cheguem a um equilíbrio justo para os dois lados”, explica.


 

Troca de banco


A queda da Selic tem estimulado muitos compradores a migrar a dívida de um banco para outro em busca de melhores condições de financiamento. Dados do Banco Central mostram que, de janeiro a maio deste ano, foram realizados 4,3 mil pedidos de substituição de contratos no Sistema Financeiro da Habitação (SFH): alta de 617,2%, em relação a igual período do ano passado.

 

O movimento de troca de contratos também ocorreu no Sistema Financeiro Imobiliário (SFI), que concentra as operações de maior valor e não permite o uso do FGTS do trabalhador para abatimento da dívida.

 

Desde que foi criada a lei federal nº 27.703, em 8 de agosto de 2012, é possível fazer a portabilidade de financiamento imobiliário. A primeira etapa é tentar negociar com o próprio banco. Em caso de resposta negativa, a portabilidade do crédito pode ser opção econômica. “Imagine um financiamento de 30 anos. Qualquer redução de um ponto percentual fará grande diferença”, comenta a advogada Morgana Borssuk.


 

Exemplo prático


Veja abaixo um exemplo que ilustra a importância das renegociações de contratos, as diferenças das taxas de juros e a economia ao final do período de financiamento.

 

Fazendo uma simulação de um saldo devedor de R$ 500 mil - utilizando uma tabela do Sistema de Amortização Constante (SAC), para um prazo de 240 meses (20 anos) e trocando uma taxa de juros de Custo Efetivo Total (CET) de 11% ao ano por uma taxa de 7% ao ano - a economia pode ser de até R$ 185 mil.

 

Financiamento de R$ 500 mil

Condições

Antes  

Depois

Prazo (em meses)

240

240

Taxa Anual % (CET)

11

7

Juros devidos

526.259,28

340.662,26 

Principal devidos

500.000,00

500.000,00

Total devido

1.026.259,28 

840.662,26

 

“Portanto, com a taxa Selic em queda, a renegociação dos contratos de financiamento imobiliário é uma oportunidade que pode se mostrar muito interessante para que o cliente devedor consiga novas e melhores taxas e condições para pagar sua dívida. E num momento de tantas incertezas em relação ao cenário econômico, é algo a se avaliar com seriedade”, explica Morgana.

 


Cuidados


Mas antes de tomar qualquer decisão, vale a pena pedir ajuda e colocar todos os detalhes e números na ponta do lápis. Caso haja intenção de migrar a dívida de banco, a responsabilidade pela quitação do contrato original é da nova instituição financeira contratada.

 

A especialista observa que “essa operação é realizada pela Câmara Interbancária de Pagamentos (CIP), sem a participação do cliente. Ou seja, é o banco contratado quem vai fazer o pedido no CIP. Depois de feito o registro nesse sistema, a instituição original tem prazo de cinco dias úteis para se manifestar”. Neste período, ela pode entrar em contato com o cliente e até mesmo oferecer a renegociação do contrato, em condições melhores. Caso o cliente concorde, a portabilidade é interrompida.

 

Caso decida pela portabilidade, o banco original deve enviar as informações necessárias para que a instituição proponente finalize o processo e liquide a dívida. Após o recebimento dos recursos, a instituição original tem o prazo de dois dias úteis para remeter ao banco que comprou a dívida o documento que efetiva a transação.

 

“Não há custos de transferência para o cliente. Mas fica sob a responsabilidade dele gastos como uma nova avaliação do imóvel e o de averbação no cartório”, finaliza a especialista em especialista em direito imobiliário. 

 

Nove entre dez brasileiros querem gerar a própria energia e 84% consideram a conta de luz muito cara no País

Para a ABSOLAR, interesse da população pelas fontes limpas fortalece a agenda de recuperação econômica sustentável do Brasil
 
Entidade aponta que energia solar será parte da solução para gerar empregos e renda aos brasileiros na saída da pandemia



Atualmente, nove em cada dez brasileiros gostariam de produzir a sua própria eletricidade renovável, por meio de sistemas solares fotovoltaicos e outras tecnologias, enquanto 84% dos consumidores consideram a tarifa cobrada na conta de luz cara ou muito cara no País. É o que aponta a nova edição da pesquisa Ibope Inteligência de 2020, encomendada pela Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel). Isso reflete a preocupação da sociedade com o desenvolvimento econômico competitivo e sustentável do Brasil no pós-pandemia.
 
https://www.gannett-cdn.com/presto/2019/07/03/POEN/1a886cd3-ae9e-4d5a-8cc1-1eea88d1df27-GettyImages-1008856550.jpg?width=660&height=441&fit=crop&format=pjpg&auto=webpA avaliação é do CEO da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), Rodrigo Sauaia. Segundo o dirigente, o motivo deste forte interesse dos consumidores está ligado a três fatores fundamentais: a redução dos preços de equipamentos fotovoltaicos, o aumento crescente das tarifas de eletricidade dos consumidores e uma crescente consciência dos brasileiros sobre temas econômicos e de sustentabilidade.
 
“Outro fator importante e que chama cada vez mais a atenção dos governos e do Congresso Nacional é o gigantesco potencial de geração de emprego e renda da energia solar. Isso será crucial aos brasileiros na saída da pandemia, que deixou muitos desempregados no País. Por ser um mercado muito dinâmico, com forte atração de investimentos, a energia solar é uma alavanca para o desenvolvimento econômico sustentável do Brasil”, esclarece Sauaia.
 
“Desde 2021, o setor solar fotovoltaico brasileiro já gerou mais de 182 mil empregos acumulados e trouxe mais de R$ 31,8 bilhões de investimentos privados, espalhados por todas as regiões do País. Até julho de 2020, o setor gerou mais de 47 mil novos postos de trabalho, mesmo com a crise de saúde e econômica decorrentes da pandemia de COVID-19”, acrescenta o presidente do Conselho de Administração da ABSOLAR, Ronaldo Koloszuk. “A energia solar é competitiva e poucos investimentos são tão rentáveis no Brasil quanto um sistema fotovoltaico, já que a tarifa da energia elétrica do Brasil é uma das mais caras do mundo, o que tem levado, de forma constante, muitos consumidores a utilizar a tecnologia”, completou Koloszuk.

Metade dos trabalhadores das classes A/B adota home office durante a pandemia

Nos grupos de maior renda, 52% dos profissionais fazem trabalho remoto, segundo pesquisa C6 Bank/Datafolha; nas classes D/E, percentual é de 26%

 

Durante a quarentena, o home office tem sido realidade, principalmente, para os profissionais das classes A/B, segundo pesquisa C6 Bank/Datafolha. Considerando a PEA (População Economicamente Ativa), nesses estratos de renda, 52% dos profissionais adotam trabalho remoto durante a pandemia. Apenas 29% da classe C e 26% das classes D/E fazem o mesmo.

 

A pesquisa também mostra que a maioria dos trabalhadores assalariados não migrou para o teletrabalho. Entre os assalariados na PEA, 68% dizem não ter adotado o home office. Entre profissionais liberais, autônomos e empresários, 47% trabalharam remotamente no período e 53% não fizeram home office.

 

Em termos de nível de escolaridade, as pessoas com ensino superior foram, em geral, as que mais passaram a fazer home office durante a quarentena: 57% ante 22% para trabalhadores com ensino fundamental e 31% para pessoas com ensino médio.

 

As pessoas das classes D/E foram também as que tiveram as carreiras mais afetadas pela pandemia. Nesse grupo, 58% das pessoas responderam que tiveram as carreiras prejudicadas. Já nas classes A/B, o índice foi de 37%.

 

Quando se avalia a questão sob a ótica da escolaridade, os respondentes com ensino superior foram menos prejudicados: 41% disseram que tiveram problema com o desenvolvimento da carreira. No grupo com ensino fundamental, 58% declararam que tiveram a carreira prejudicada.

 

A suspensão de contratos de trabalho também foi menos frequente entre os integrantes das classes A e B: 14% frente a 23% entre a classe C e 21% entre as classes D/E. Em termos gerais, a suspensão dos contratos de trabalho atinge 20% da População Economicamente Ativa, impactando tanto os assalariados como os profissionais autônomos e free-lancers que, segundo o Datafolha, já tinham contratos mais irregulares, inconstantes e cuja relação com os contratantes na pandemia pode ter ficado mais frágil.

 

A pesquisa ouviu 1.503 pessoas das classes A, B, C, D e E de todo o Brasil. As entrevistas foram realizadas por telefone entre 6 e 10 de julho, e a margem de erro é de 3 pontos porcentuais.

 

É preciso olhar a base da pirâmide na recuperação do mercado de entretenimento pós-pandemia

Nos últimos meses, a pandemia do novo coronavírus tomou conta de todo o mundo. Milhares de empresas colocaram seus funcionários em home office, o comércio fechou, os restaurantes se fortaleceram com os deliverys, muito negócios se reinventaram, migrando para o online,  mas, um setor em especial, tem sofrido absurdamente com os efeitos da crise de saúde: o de entretenimento. 

O setor foi o primeiro a parar e certamente será o último a retornar. Leio muitos críticos de internet comentando que os líderes do segmento são milionários, que são artistas que vendem seus shows a preço de ouro, ganham em cima de publicidade, entre outros produtos. De fato, isso não é mentira, mas esses analistas se esquecem da base do setor, aqueles que trabalham nos bastidores para que tudo aconteça. 

Estamos falando dos produtores de eventos, do vendedor de pipoca, do fornecedor do som, do barman, do músico que sobrevive com o couvert. Esses profissionais não estão tendo opção de criar lives e faturar com patrocínios, conforme boa parte dos artistas do mainstream têm feito. A crise nos pede para olhar para a base da pirâmide.

Um fato positivo trazido pelo momento é o exercício da empatia, a capacidade de se colocar no lugar do outro. Isso nos fez levantar cestas básicas, casas, ajudas de custo, mas, ainda precisaremos de mais. É necessário pensar em não pedir o ingresso de volta para salvar o produtor de eventos e considerar o enorme impacto que essa devolução tem neste ecossistema.  

Precisaremos adotar artistas locais e regionais como forma de manter o seu negócio. Não deixemos de consumir a arte do pequeno, assim como as campanhas falam dos estabelecimentos comerciais. Existem, no setor, milhares de chefes de família, mães, pais e filhos que tiram dali  o seu único sustento.   

Um povo sem cultura e entretenimento é um povo pobre e caberá a todos os consumidores do setor pensar no pequeno. Olhar a base da pirâmide. Que tal começar adotando um artista local? A ideia aqui não é o incentivo financeiro, mas que tal divulgá-lo diariamente nas redes sociais, apresentar para um amigo, para que ele não desanime e continue crescendo? 

O seu artista nacional preferido, um dia já foi local, valorize-o desde já. Enfim, sairemos mais fortes e, em breve, estaremos contemplando a arte em conjunto.

 

 


Alex Monteiro - sócio da Non Stop, maior agência de talentos digitais do Brasil

 

Invasões a videochamadas: dicas de proteção contra ataques no Zoom


Casos de Zoombombing ganharam as manchetes nesta semana. Para ajudar os usuários a se proteger, especialista traz recomendações de segurança para utilização do app

 

Diversos casos de invasão a videoconferências no aplicativo Zoom ganharam as manchetes nesta semana. Num deles, o pré-candidato a vereador em São Paulo William De Lucca denunciou que teve uma reunião sua invadida . Segundo a denúncia, os hackers atacaram com discurso de ódio e ainda compartilharam conteúdo de pornografia infantil.

Esses incidentes alertam que o risco do Zoombombing - trolls que interrompem as reuniões com conteúdo ofensivo - continuam, apesar das atualizações anunciadas em junho pela empresa e que prometiam mais segurança contra esses ataques.

A empresa de cibersegurança Kaspersky vem acompanhando o desenvolvimento dos recursos de segurança do app, um dos mais populares para chamadas, e traz algumas dicas de proteção para os usuários.

Confira abaixo algumas recomendações de analista de segurança sênior da Kaspersky no Brasil, Fabio Assolini, para uso mais seguro da ferramenta.

• Crie uma senha forte e exclusiva para a sua conta;

• Habilite a autenticação de dois fatores , o que a torna mais difícil de invadir, mesmo que os dados da sua conta vazem (embora até o momento isso não tenha acontecido).

• Depois de se registrar, além de seu login e senha, você obtém um ID de reunião pessoal. Evite torná-lo público. E como o Zoom oferece uma opção para criar reuniões públicas com seu ID de reunião pessoal, é muito fácil vazar esse ID. Se for descoberto, qualquer pessoa pode participar das suas reuniões, portanto compartilhe essa informação com prudência.

• Como revelado pela Kaspersky em março, criminosos têm criado malware disfarçados de apps populares de videochamadas para disseminar seus ataques. Por isso, use o site oficial do Zoom - zoom.us - para baixá-lo com segurança para Mac e PC e acesse a App Store ou o Google Play para seus dispositivos móveis.

• Não compartilhe links de conferências em mídias sociais, pois é lá que muitas vezes os invasores encontram as informações para invadir as reuniões. Mas se, por algum motivo, você decidir fazê-lo, certifique-se de não ativar a opção Usar identificação de reunião pessoal .

• Proteja toda reunião com uma senha. Isso permite assegurar que apenas pessoas autorizadas possam ingressar na conversa.

• Ative a configuração Sala de Espera, que só autoriza a entrada dos participantes após a aprovação do moderador, e também permite expulsar uma pessoa indesejada da reunião.

• Opte pelo Zoom em seu navegador. Os vários aplicativos clientes do Zoom demonstraram uma variedade de falhas. Algumas versões permitem que hackers acessem a câmera e o microfone do dispositivo; outros permitem que sites adicionem usuários a chamadas sem o consentimento deles. O Zoom foi rápido para corrigir os problemas mencionados, bem como outros semelhantes, e parou de compartilhar dados do usuário com o Facebook e o LinkedIn. No entanto, dada a ausência de uma avaliação de segurança adequada, os aplicativos Zoom provavelmente permanecem vulneráveis ​​e ainda podem empregar práticas duvidosas, como compartilhar dados com terceiros. Por esse motivo, recomendamos o uso da interface web do Zoom, ao invés de instalar o aplicativo no dispositivo, uma vez que essa versão não possui as permissões de um aplicativo instalado, limitando a quantidade de danos que pode causar.

• Em alguns casos, no entanto, ao tentar usar a interface web, você poderá descobrir que o Zoom iniciou o download do aplicativo automaticamente, e não há outra opção para conectar-se à reunião se não concluindo a instalação. Se isso acontecer, recomendamos, ao menos, limitar o número de dispositivos nos quais o app esteja instalado, e que ele seja um dispositivo secundário, sem informações pessoais.

• Em junho, o Zoom anunciou que iria adicionar criptografia de ponta a ponta em todas as videochamadas. No entanto, a empresa ainda não confirmou se a funcionalidade já está disponível para as versões gratuitas. Por isso, para empresas ou pessoas que tratam de assuntos sensíveis, recomendamos que busquem aplicativos que ofereçam comunicação de forma mais seguro (como o Threema e Signal, etc). É importante que o app ofereça criptografia de ponta a ponta, verificação da veracidade de contatos e não utilize logins baseados apenas em números de telefone. Um bom comparativo para escolher um app de comunicação seguro é esse: http://www.securemessagingapps.com/

Confirma mais informações sobre segurança em apps de videochamadas em nosso blog.

 



Kaspersky

http://www.kaspersky.com.br


Para 45% do varejo de SP, eventos cancelados não impactam o comércio

 Segundo FCDLESP, Carnaval, GP do Brasil da Fórmula 1, Réveillon na Avenida Paulista e a Marcha para Jesus são datas extras no calendário varejista

 

Para 45% dos lojistas, o cancelamento dos eventos como, Carnaval, GP do Brasil da Fórmula 1, Réveillon na Paulista e a Marcha para Jesus, pode não impactar de maneira tão brusca na queda das vendas, pois esses eventos são considerados como datas bônus para o varejo, de acordo com pesquisa realizada pela FCDLESP (Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Estado de São Paulo).

Cerca de 40% dos empresários presumem que os setores de transporte, hospedagem e alimentação podem ser os mais afetados economicamente, devido a falta de concentração dos turistas. Outros 15% preveem aumento nas vendas em lojas virtuais, pois com menos pessoas circulando em lojas físicas nesses períodos, o e-commerce pode ter vendas mais significativas.

“Esse é o momento ideal para que os lojistas comecem a planejar estratégias que atraiam consumidores para o segundo semestre e, assim, terem mais lucratividade, devido a ausência dos eventos”, explica o presidente da FCDLESP, Maurício Stainoff.

Dados da pesquisa apontam ainda que 70% dos lojistas acreditam que os descontos e promoções, em datas como a Semana do Brasil, que acontece de 3 a 13 de setembro, Dia das Crianças, Black Friday e Natal, podem ser boas alternativas para aumentar as vendas. Outros 30% dos comerciantes supõem que é uma ótima oportunidade para as empresas que ainda não estão no online, entrarem no universo das lojas virtuais, pois tendem expandir seus negócios.


Auxílio emergencial

Após a reabertura do comércio, 85% dos lojistas notaram um cenário positivo sobre as vendas, por conta da contribuição do auxílio emergencial de R$ 600,00, que colaborou para a retomada econômica, principalmente no setor varejista. Para 15% dos empresários, o benefício financeiro concedido pelo Governo Federal, não surtiu efeito nas vendas.

Oito em cada 10 lojistas acreditam que a continuação do pagamento do auxílio de R$ 600,00 será de grande ajuda para o comércio, 20% restantes acreditam ser indiferente para o varejo.

A pesquisa foi realizada com a participação das principais CDLs do Estado de São Paulo.

 

 

Maurício Stainoff - presidente da FCDLESP


Descubra qual super-herói pode salvar sua empresa

Chapolin Colorado, Homem Aranha, Batman. Esses, e outros personagens, fizeram parte da minha infância. Me lembro bem que, no mundo da ficção, sempre que alguém estava em perigo um super-herói surgia para salvar o planeta e tudo voltava ao normal. Nesse exato momento estamos atravessando um período de turbulência, enfrentando um inimigo invisível. As consequências são empresas fechando, o aumento do desemprego, as pessoas desengajadas, um verdadeiro caos. A humanidade clama por socorro! Mas afinal, onde eles estão? Será que realmente não existem?

Quem nunca sonhou em ter uma identidade secreta e sair por aí salvando o planeta que atire a primeira pedra. Eu era a própria Mulher Maravilha e podia voar. Imagine se hoje você pudesse escolher ser um super-herói, quem você escolheria? O curioso é que o personagem que nos identificamos é o que tem mais semelhanças com as nossas características comportamentais.

Um dos estudos sobre essas características foi desenvolvido em 1920 pelo Dr. William Moulton Marston, na Universidade de Harvard, na década de 1920. Esses estudos, mais tarde, culminariam em uma das ferramentas mais conhecidas no mundo para a análise do perfil comportamental do indivíduo, o DISC. Esse método identifica os quatro tipos do comportamento humano e seus diferentes níveis de intensidade e combinações.

Para entender na prática como descobrir qual super-herói pode te ajudar a resolver seus problemas, sua vida pessoal, profissional ou, até mesmo, salvar sua empresa, vamos fazer uma analogia com um filme que já foi assistido por milhões de pessoas ao redor do mundo: Os Vingadores. Elegi 4 personagens para representar os diferentes tipos de perfil e te ajudar a entender melhor desse universo. Todos eles têm pontos fortes e fracos que, levando para o lado profissional, dependendo do momento da empresa, poderá fazer total diferença nos resultados.

Veja qual é o perfil de super-herói que você mais se identifica:


Homem de Ferro

Perfil Alto D - Dominante, decidido, executor, toma frente da situação. É focado em resultado e tarefas. Ele decide pelo grupo, tem desejo de liderança, tem tomada de decisão rápida e faz as coisas acontecerem, trazendo mais celeridade ao time. Tem soluções inovadoras, seu ponto chave é o agora e seu lema é fazer rápido. Em contrapartida, deixa passar despercebido alguns detalhes e tem dificuldade de relacionamento. É autossuficiente e não gosta de delegar poder.


Thor

Perfil Alto I - Influente, interativo. Se interessa por outras pessoas e gosta de estabelecer conexão, de contar histórias. Tem facilidade de vínculo emocional, de expor ideias, sentimentos e pensamentos. Uma pessoa comunicativa, inspiradora, persuasiva, valoriza a criatividade e a intuição. É muito popular. Seu lema é fazer diferente. Em contrapartida, falta atenção no aqui e agora, pouca atenção aos detalhes, defende o novo pelo novo, com traços de impaciência e rebeldia.


Capitão América

Perfil Alto S - Estável, passivo, sensível, introvertido. Gosta da estabilidade e da previsibilidade, é mais colaborativo e evita confronto. Gosta de trazer harmonia e equilíbrio. Nos Vingadores, quando cada um quer ir para um lado quem aparece? O Capitão América para estabilizar e trazer diferentes perfis ao time, minimizando o risco. Seu lema é fazer junto. Por outro lado, por não gostar de entrar em conflito, pode ter dificuldade de falar e demora mais tempo para tomar decisão, perdendo o dinamismo do mercado. Coloca a felicidade acima dos resultados.


Hulk

Perfil Alto C - Cauteloso ou consciente, é passivo, introvertido, estrategista, minucioso, detalhista, preciso e perfeccionista. Este perfil é muito questionador e traz confiabilidade. Quer ter controle, gosta de fatos, dados e informações. Seu lema é fazer certo. Por isso, também é mais devagar para tomar decisões e tem dificuldade de se adaptar às mudanças. Para ele é melhor perfeito do que feito. Esse perfil também é mais frio, ou seja, tem maior distanciamento emocional. Um típico exemplo da pessoa que você pensa que não foi com a sua “cara” e que, na verdade, só é “na dele”.

Provavelmente você conseguiu se identificar com algum. Talvez até tenha se sentido forte por alguns instantes. Mas aí vem a vida adulta e tudo que você sempre sonhou em se tornar vira bobagem. Coisa de criança! As empresas são frias, cheias de regras e processos, vivemos em constante pressão e nossos poderes desaparecem.

Se pararmos para analisar os superpoderes que cada personagem tem, são apenas os seus talentos desenvolvidos na potencialidade máxima e não tem nada de sobrenatural nisso. Quanto mais eles usam, mais forte e intenso se tornam. É preciso entender que talento é aquilo que fazemos de forma natural, que você aprende rápido, de forma apaixonada, com mais facilidade e destreza do que a maioria das outras pessoas, que desenvolvemos com alta habilidade. Quanto mais autoconsciência e autenticidade o indivíduo tem, mais poderoso ele se torna e aprende a direcionar seus poderes para realizar mais.

Os talentos naturais são inerentes ao ser humano. Os super-heróis não são obras de ficção. Eles foram inspirados em mim, em você, nos seus amigos, nos seus colaboradores. O mais interessante é que vivemos cercados de pessoas extraordinárias e elas ainda conseguem passar despercebidas.

As pessoas certas para salvar a sua vida, o seu negócio, o seu casamento, estão mais próximas do que você imagina. Talvez se olhar no espelho por alguns instantes vai descobrir aquilo que tem de melhor aí dentro e que você deixou de ser quando cresceu.

Existe o melhor de todos os super-heróis? Existe, aquele que é mais autêntico e está no lugar certo. Na sua empresa, aprenda a usar o talento dos seus colaboradores. Empresário que sabe colocar a pessoa certa no lugar certo consegue dobrar a performance e gastar menos energia, menos recursos, menos tempo e menos dinheiro. Como Einstein dizia: “Todo mundo é um gênio. Mas, se você julgar um peixe por sua capacidade em subir em árvores, ele vai gastar toda a sua vida acreditando que é um estúpido”. Isso significa que se você tem alguém muito bom em comunicação, treine, especialize e ele será genial naquilo. Ao que quiser transformar essa mesma pessoa em alguém organizado e insistir para que ele desenvolva isso, provavelmente ele será mediano nos dois.

Vamos colocar na prática. Se a sua empresa precisa de alguém para elevar resultado, então, o perfil alto D combinado com o alto I seria ideal para executar e ainda atrair seguidores. Mas se a empresa está precisando unir seu time, procure pessoas com o alto I e o alto S para engajar e motivar a equipe levando colaboração e cooperação. Caso você trabalhe com produtos ou serviços muito técnicos e esteja apresentando falhas em processos complexos, o alto C é perfeito para organizar e exercer o serviço com exatidão, aumentando a precisão e a organização.

Nenhum perfil é totalmente perfeito. O Superman, apesar de ser o homem mais forte do mundo, se enfraquece com a kryptonita. Precisamos olhar para nossas limitações e identificar onde eles nos impedem de ir em frente e melhorar nossos resultados. E desenvolvê-los neste sentido, para que eles não atrapalhem, não para que eles se tornem pontos fortes. Dessa maneira, se tivermos clareza de quais são nossos pontos de vulnerabilidade entenderemos que todos têm suas kryptonitas e arqui-inimigos. Dependendo da situação da sua empresa é preciso contratar super-heróis adequados para salvarem sua marca. Que a força esteja com você!

 



Wanessa Fonseca - mãe, escritora, professora e consultora de desenvolvimento humano e de negócios. Fundadora da UP Results, que ajuda empresários a construirem resultados acima da média. CEO da Innermetrix Goiás focada em Gestão Inteligente de Pessoas, levando indivíduos, times e empresas a alcançarem o dobro da performance com a metade do esforço. Entusiasta da inovação, tecnologia, neurociências e psicologia positiva. Treinadora comportamental formada pelo IFT - Massaru Ogata, Master Coach, Practicioner em Programação Neuro Linguística e Mentora de empreendedores. Foi executiva de finanças em grandes empresas durante 15 anos até ter sua vida transformada pelo autoconhecimento e se apaixonar pelo desenvolvimento humano, tornando essa sua missão de vida.


HELICÓPTEROS NA FAVELA E O STF

            Justiça é uma coisa; igualdade, outra. O hábito de absorver a primeira na segunda leva a situações bizarras. Contam-se, por exemplo, mortes de bandidos e mortes de policiais e se deduz que há uma desigualdade entre esses óbitos, caracterizando situação de combate injusto. É como se tudo ficasse mais gentil caso o número de policiais mortos fosse maior. E por aí vai o estrabismo moral dos falsos justiceiros.

Em importante matéria (1), o site Tribuna Diária registra (19/08) depoimento do Coronel Cajueiro, da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro. No estudo que fez, na condição de Superintendente de Comunicações Críticas e Presidente da Comissão de Análise da Vitimização da PMERJ, fornece números impressionantes de baixas sofridas pela corporação. Os dados que incluem mortos e feridos em serviço e em folga chegam, em 25 anos, a 20% de seu contingente atual.

Não tenho notícias de que o STF já tenha sido requisitado, ou de que qualquer ministro haja espontaneamente se manifestado sobre impor algo em benefício da segurança dos policiais em conflito com inimigos da Lei, da qual ele, Tribunal, é principal guardião. No entanto, leio que para regular no sentido oposto o ministro Edson Fachin, relator da ADPF das Favelas, consumiu 81 páginas. Páginas de tempo e papel!

No que o ministro determinou, se inclui a ordem para que os policiais militares da PEMRJ restrinjam o uso de helicópteros em voos sobre os morros cariocas a situações excepcionais. O ministro Lewandowsky, a seu turno, quer que o Estado do Rio de Janeiro elabore um plano com "medidas objetivas, cronogramas específicos e previsão dos recursos necessários" para redução da letalidade policial e ao controle de violações de direitos humanos.

 

Assuntos como o genocídio de policiais mencionado pelo coronel Cajueiro não comparecem ao caderno de encargos dos partidos de esquerda, entre eles o PSB, autor da ADPF das Favelas, sempre intensamente preocupado com as graves questões nacionais que desembocam em pautas como os óbices ao uso de helicópteros pela polícia em operações nos morros cariocas.

 

            Nessa voragem da razão, com aval do STF, suprime-se uma das vantagens da polícia militar em relação aos criminosos e se reproduz o acordo de Brizola com o mundo do crime, quando ele se foi enraizando, calcificando, cristalizando e fortificando nos morros da capital fluminense. E a polícia? Bem, a polícia poderia procurar bandidos e combater o crime organizado longe dali, na pacífica Petrópolis, ou nos espaços despovoados da região serrana...

            A Agência Brasil, em matéria de 18/8, tratando dessa decisão do pleno do Supremo, informou que "no início do mês, o STF tomou a primeira decisão para limitar as operações policiais em comunidades do Rio. Pela decisão, as operações poderão ser deflagradas somente em casos excepcionais. A polícia ainda deverá justificar as medidas por escrito e comunicá-las ao Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, órgão responsável pelo controle externo da atividade policial". Policiamento de papel. Papel para lá, papel para cá. Atividade policial não se planeja como um evento, assim, tipo convenção, feira ou casamento. Nem têm proclamas ou editais as atividades criminosas.

Policiais militares agindo contra o crime que nos aterroriza, nas suas organizações ou na atividade rueira, salvo exceções, nos representam e defendem com risco da própria vida. Gratidão é a palavra! Contê-los é conter-nos. Atacá-los é atacar-nos, seja com as armas de fogo, seja com as armas da palavra; ou seja, ainda, com a caneta, na segurança dos gabinetes e no conforto dos estofados e tapetes.


{C}(1)  {C}https://www.tribunadiaria.com.br/noticia/1183/cel-da-pmerj-defende-o-uso-de-helicopteros.html?

 



Percival Puggina - membro da Academia Rio-Grandense de Letras e Cidadão de Porto Alegre, é arquiteto, empresário, escritor e titular do site Conservadores e Liberais (Puggina.org); colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil pelos maus brasileiros. Integrante do grupo Pensar+.


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