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sexta-feira, 21 de agosto de 2020

É preciso olhar a base da pirâmide na recuperação do mercado de entretenimento pós-pandemia

Nos últimos meses, a pandemia do novo coronavírus tomou conta de todo o mundo. Milhares de empresas colocaram seus funcionários em home office, o comércio fechou, os restaurantes se fortaleceram com os deliverys, muito negócios se reinventaram, migrando para o online,  mas, um setor em especial, tem sofrido absurdamente com os efeitos da crise de saúde: o de entretenimento. 

O setor foi o primeiro a parar e certamente será o último a retornar. Leio muitos críticos de internet comentando que os líderes do segmento são milionários, que são artistas que vendem seus shows a preço de ouro, ganham em cima de publicidade, entre outros produtos. De fato, isso não é mentira, mas esses analistas se esquecem da base do setor, aqueles que trabalham nos bastidores para que tudo aconteça. 

Estamos falando dos produtores de eventos, do vendedor de pipoca, do fornecedor do som, do barman, do músico que sobrevive com o couvert. Esses profissionais não estão tendo opção de criar lives e faturar com patrocínios, conforme boa parte dos artistas do mainstream têm feito. A crise nos pede para olhar para a base da pirâmide.

Um fato positivo trazido pelo momento é o exercício da empatia, a capacidade de se colocar no lugar do outro. Isso nos fez levantar cestas básicas, casas, ajudas de custo, mas, ainda precisaremos de mais. É necessário pensar em não pedir o ingresso de volta para salvar o produtor de eventos e considerar o enorme impacto que essa devolução tem neste ecossistema.  

Precisaremos adotar artistas locais e regionais como forma de manter o seu negócio. Não deixemos de consumir a arte do pequeno, assim como as campanhas falam dos estabelecimentos comerciais. Existem, no setor, milhares de chefes de família, mães, pais e filhos que tiram dali  o seu único sustento.   

Um povo sem cultura e entretenimento é um povo pobre e caberá a todos os consumidores do setor pensar no pequeno. Olhar a base da pirâmide. Que tal começar adotando um artista local? A ideia aqui não é o incentivo financeiro, mas que tal divulgá-lo diariamente nas redes sociais, apresentar para um amigo, para que ele não desanime e continue crescendo? 

O seu artista nacional preferido, um dia já foi local, valorize-o desde já. Enfim, sairemos mais fortes e, em breve, estaremos contemplando a arte em conjunto.

 

 


Alex Monteiro - sócio da Non Stop, maior agência de talentos digitais do Brasil

 

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