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sexta-feira, 12 de dezembro de 2025

Fortes chuvas e alagamentos: especialistas listam recomendações para motoristas enfrentarem o período crítico


Com as fortes chuvas que atingem diversas regiões do país — como ocorre nesta semana em Santa Catarina — cresce a preocupação com a segurança no trânsito e com os cuidados necessários com os veículos. Em momentos de instabilidade climática, o comportamento preventivo do motorista pode evitar acidentes, reduzir prejuízos e preservar vidas. 

Pensando nisso, especialistas em manutenção automotiva da AutoZone Brasil reuniram orientações essenciais para quem precisa enfrentar esses dias de chuvas intensas e alagamentos. Confira:
 

1. Antes de sair: planejamento é fundamental

  • Verifique as condições climáticas e rotas alternativas antes de pegar a estrada ou circular pela cidade.
  • Confira itens básicos do veículo que fazem diferença em dias de chuva: palhetas do para-brisa (que devem estar em bom estado para garantir visibilidade), nível de água do reservatório de limpadores, lanternas e faróis funcionando perfeitamente, além do estado dos pneus — principalmente a profundidade dos sulcos, que garantem melhor escoamento da água.
  • Evite sair caso haja alertas de alagamento ou risco de deslizamentos.

2. Durante a condução sob chuva forte

  • Reduza a velocidade e aumente a distância do veículo à frente para evitar aquaplanagem.
  • Mantenha os faróis acesos mesmo durante o dia.
  • Nunca atravesse áreas alagadas sem saber a profundidade da água: além de representar risco à segurança, isso pode causar sérios danos ao motor e ao sistema elétrico do carro.
  • Se a água começar a subir rapidamente, procure parar em um local seguro e mais alto.

3. Em caso de alagamento: o que fazer

  • Se o carro apagar durante a travessia de uma área com água, não tente dar partida novamente. Isso pode provocar o chamado calço hidráulico, um dos danos mais graves ao motor.
  • Saia do veículo com segurança e procure abrigo em um ponto mais elevado.
  • Acione a assistência necessária apenas quando estiver seguro.

4. Cuidados após o contato com água em excesso

  • Mesmo que o carro pareça “normal” após passar por uma área alagada, é recomendado levá-lo a uma avaliação técnica. Sistemas como freios, suspensão, transmissão, componentes elétricos e filtros podem ter sido afetados.
  • Verifique também o estado das pastilhas e dos discos de freio, que podem perder eficiência temporariamente após exposição excessiva à água.
  • Pneus e rodas devem ser inspecionados para identificar danos causados por buracos ocultos pela água.

5. Atenção aos sinais do veículo nos dias seguintes

  • Sons incomuns, dificuldade ao dar partida, perda de potência, luzes de alerta no painel e odor de umidade no interior podem indicar danos consequentes da chuva — e exigem avaliação imediata.

“Diante do cenário climático atual, o mais importante é priorizar a segurança e evitar deslocamentos desnecessários. Adotar medidas preventivas e conhecer os riscos ajuda motoristas a atravessarem esse período com mais tranquilidade e responsabilidade”, informa a companhia, que é líder mundial no mercado de autopeças.


Jovens demonstram intenção de ingressar no ensino superior, mas apontam dificuldades financeiras como entrave

Pesquisa do Instituto Semesp revela preferência pelo presencial e expansão do semipresencial como tendência, em um cenário marcado pela falta de recursos e percepção positiva sobre o uso da inteligência artificial


A 2ª edição da Pesquisa de Intenção de Ingresso no Ensino Superior, realizada pelo Instituto Semesp, centro de inteligência analítica dedicado à produção de dados e estudos estatísticos sobre o ensino superior, revela que o interesse dos brasileiros em cursar uma graduação permanece alto: 78% dos respondentes afirmaram que pretendem ingressar no ensino superior.
O estudo indica, contudo, que as condições econômicas ainda são o principal entrave para os jovens que ainda não ingressaram. A pesquisa também mostra uma percepção positiva sobre o impacto da inteligência artificial (IA) no aprendizado e no mercado de trabalho, ao mesmo tempo em que aponta preocupação com a influência das apostas online (bets) sobre as decisões educacionais. No anexo, a pesquisa na íntegra.
 

Amostra e metodologia

O levantamento, foi realizado pelo Instituto Semesp entre 15 e 30 de outubro de 2025, com 2.019 respondentes de todas as regiões do país. O público pesquisado tem entre 16 e 45 anos, ensino médio completo ou incompleto que ainda não ingressou no ensino superior.
A pesquisa apresenta nível de confiança de 95% e margem de erro de 2,2 pontos percentuais.
 

Perfil dos respondentes

Quase metade dos participantes (48,1%) tem entre 16 e 24 anos. A maioria (79,1%) exerce alguma atividade remunerada e 67,1% possuem renda familiar de até R$ 5 mil.

Entre todos os entrevistados, 89,2% já concluíram o ensino médio, 80,2% concluíram em escola pública; e o desejo de continuar os estudos é predominante: 78% manifestaram intenção de ingressar no ensino superior a curto prazo.
 

Intenção de ingresso e barreiras

O levantamento mostra que o interesse é mais forte entre os mais jovens: 87,5% dos respondentes com até 24 anos pretendem iniciar uma graduação, contra 74,1% entre os maiores de 25 anos que também manifestaram interesse de ingressar em curso de graduação.

Entre os entrevistados que não pretendem ingressar, apenas 3,9% com até 24 anos, e 11,3% com 25 anos ou mais, os motivos mais apontados foram necessidade de trabalhar, falta de recursos financeiros e falta de tempo.
 

Principais dificuldades para ingressar no ensino superior

Entre os entrevistados que manifestaram intenção de cursar uma graduação, a falta de dinheiro aparece como o maior obstáculo, mencionada por 65% dos respondentes. Em seguida, 41,5% apontaram a falta de tempo, divididos entre trabalho, família e outras responsabilidades, como barreira significativa para dar continuidade aos estudos.

Outros desafios mencionados incluem dúvidas sobre qual curso escolher (20,3%), escassez de informações sobre opções e bolsas (18,9%), falta de motivação ou interesse (16,3%) e dificuldade de acesso físico, especialmente em cidades pequenas ou com oferta limitada de transporte (16%). Um grupo menor indicou incerteza sobre o retorno do investimento (“não sei se vale a pena”), com 5,3%, enquanto apenas 1% assinalou outros motivos.
Segundo o Instituto Semesp, os resultados mostram que as condições financeiras e a conciliação com o trabalho continuam sendo os principais entraves para o ingresso no ensino superior, mas fatores ligados à orientação vocacional e informação sobre oportunidades também pesam na decisão.
 

Preferência por instituições privadas e públicas

Entre os jovens que pretendem ingressar no ensino superior, 55,8% afirmaram que desejam estudar em uma instituição privada ou pública no Brasil, demonstrando não fazer distinção entres as duas redes de ensino. Outros 25,1% declararam preferência exclusiva por instituições públicas, enquanto 16,2% optariam apenas por instituições privadas nacionais. Um grupo menor (2,9%) manifestou interesse em cursar uma graduação fora do país.

De acordo com o Instituto Semesp, os dados evidenciam que, apesar da valorização das universidades públicas, a rede privada continua sendo o principal caminho para a democratização do ensino superior no país, sobretudo em um cenário em que o desejo de cursar uma graduação é elevado, mas as restrições financeiras ainda limitam as possibilidades de escolha.
 

Por faixa etária

A análise etária revela nuances importantes no comportamento dos futuros estudantes. Entre os jovens de até 24 anos, 57,3% pretendem ingressar em uma instituição privada ou pública no Brasil, e 27,9% manifestam preferência exclusiva por universidades públicas. Já 11,4% escolheriam apenas instituições privadas nacionais, enquanto 3,4% demonstraram interesse em estudar no exterior.

Entre os entrevistados com 25 anos ou mais, a tendência se mantém próxima, mas com ligeira redução na intenção geral de ingresso: 55% pretendem estudar em uma instituição privada ou pública no Brasil, 21,3% optariam exclusivamente por instituições públicas e 21,4% por privadas. Apenas 2,2% projetam estudar fora do país.

Os dados reforçam que o desejo de cursar o ensino superior é mais intenso entre os mais jovens, especialmente no início da vida profissional, enquanto os adultos demonstram maior seletividade e preocupação com custo, tempo e retorno financeiro da formação.
 

Preferências de curso e modalidade

A maioria (50,4%) prefere cursos presenciais, com destaque para os mais jovens (57,6% até 24 anos). O formato semipresencial aparece como segunda opção, seguido pelo EAD.

Entre os interessados, 42,3% afirmaram estar praticamente decididos quanto ao curso, e os mais citados incluem áreas como Administração, Enfermagem, Direito e Psicologia.

Quando questionados sobre o grau acadêmico, predominou o interesse por graduação bacharelado, seguida de tecnólogos e licenciaturas.

O turno preferido é o diurno (45–50%), especialmente entre os estudantes mais jovens e de São Paulo.
 

Escolha da instituição

Os fatores mais valorizados na escolha da instituição de ensino superior foram qualidade do ensino, reputação, localização, preço acessível e empregabilidade após a formação.

Em relação ao investimento, a maioria declarou estar disposta a pagar até R$ 1.000 por mês em um curso superior. O pagamento das mensalidades é majoritariamente planejado com recursos próprios ou apoio familiar, embora uma parcela ainda indefinida mencione o interesse em financiamentos ou bolsas.
 

Motivações para cursar o ensino superior

Entre os principais motivos que levam os jovens a quererem ingressar estão:

  • Garantir melhores oportunidades profissionais e aumento de renda;
  • Realização pessoal e conquista de independência;
  • Desejo de empreender ou gerenciar o próprio negócio;
  • Busca por estabilidade e ascensão social.

Inteligência Artificial e o futuro do aprendizado

A pesquisa revela uma percepção amplamente positiva sobre a Inteligência Artificial (IA): a maioria acredita que ela melhora o aprendizado e torna o estudo mais eficiente.

Os respondentes enxergam a IA como aliada no processo educacional, capaz de facilitar o acesso ao conhecimento, personalizar o aprendizado e apoiar o desempenho acadêmico — chegando a descrevê-la como um “professor 24 horas disponível”.

Ao mesmo tempo, surgem alertas sobre dependência excessiva, preguiça intelectual e perda de pensamento crítico. No campo profissional, muitos acreditam que a IA ampliará oportunidades e criará novas profissões, mas também poderá eliminar ocupações repetitivas, exigindo adaptação e requalificação constante.
 

Apostas online e influência no ingresso

O estudo também investigou o impacto das apostas e jogos online (bets) sobre o comportamento educacional.

Embora a maioria não tenha sido diretamente afetada, parte dos entrevistados reconhece que as apostas podem prejudicar o planejamento financeiro e dificultar o ingresso no ensino superior. As principais formas de impacto citadas foram endividamento, distração e priorização de gastos não essenciais. 

Para Rodrigo Capelato, diretor executivo do Semesp, o resultado reforça que o interesse pela educação superior continua elevado, mas a questão econômica ainda é o maior obstáculo. “Os jovens querem estudar, reconhecem o valor da graduação, mas enfrentam limitações financeiras e de tempo. As instituições precisam entender esse cenário e oferecer alternativas acessíveis, flexíveis e conectadas às novas tecnologias, como a IA”, destaca Capelato. Ele também observa que o uso da IA “tende a ser um diferencial competitivo tanto no aprendizado quanto na inserção profissional”, mas requer formação crítica e ética para seu uso responsável.
 

Sobre o Instituto Semesp

O Instituto Semesp é um centro de inteligência analítica dedicado à produção de dados e estudos estatísticos sobre o ensino superior, integrado por especialistas com sólida experiência na análise do setor. Seu objetivo é fornecer informações relevantes e confiáveis para pesquisadores, educadores, gestores públicos e privados, jornalistas e a sociedade em geral, contribuindo para decisões estratégicas e formulação de políticas públicas. Responsável por estudos como o Mapa do Ensino Superior no Brasil, a Pesquisa de Empregabilidade e a Pesquisa de Inadimplência, o Instituto é referência na análise de tendências e indicadores educacionais do país.

Pesquisa na íntegra
anexo 1.pdf

Saiba o que fazer em caso de voo cancelado ou atrasado por meteorologia em São Paulo

A LATAM Airlines Brasil informa que alguns de seus voos nesta quarta-feira (10 de dezembro de 2025) foram cancelados ou reprogramados devido à meteorologia adversa na cidade de São Paulo (aeroportos de Guarulhos e Congonhas), fato totalmente alheio ao controle da companhia. Por isso, a LATAM recomenda os seguintes cuidados e ações aos seus passageiros impactados por esta situação:


1. Se você já está no aeroporto de Congonhas ou Guarulhos
Consulte o status do seu voo antes de ingressar na sala de embarque do aeroporto e altere a sua viagem se necessário. Esse procedimento pode ser feito diretamente na seção Minhas Viagens do aplicativo LATAM ou diretamente no site latam.com. O cliente poderá fazer alterações em seu voo por até um ano sem custo ou solicitar reembolso da passagem. O procedimento pelo aplicativo ou site é rápido, simples, e com as mesmas funções oferecidas no call center.

2. Se você ainda não chegou ao aeroporto
Consulte o status do seu voo antes de se dirigir ao aeroporto e altere a sua viagem se necessário. Esse procedimento pode ser feito diretamente na seção Minhas Viagens do aplicativo LATAM ou diretamente no site latam.com. O cliente poderá fazer alterações em seu voo por até um ano sem custo ou solicitar reembolso da passagem. O procedimento pelo aplicativo ou site é rápido, simples, e com as mesmas funções oferecidas no call center.

Hospedagem em São Paulo
Clientes que não residem em São Paulo e necessitem de acomodação por conta de voos afetados podem permanecer na fila para atendimento ou reservar seu hotel e transporte por meios próprios. Nesse segundo caso, o cliente deve guardar o seu comprovante de pagamento para que a companhia possa proceder com o reembolso. Basta escrever para a LATAM pelo WhatsApp (+56 9 68250850) e não é necessário fazer isso de imediato.

Voos que não foram cancelados entre 10 e 12 de dezembro
O cliente de voo com origem, destino ou conexão em São Paulo que não foi cancelado entre 10 e 12 de dezembro também pode alterar a data de sua viagem sem custo até 15 dias depois. Essa medida ajuda a descongestionar os aeroportos e liberar assentos para quem realmente necessita viajar nestas datas.

A LATAM lamenta os transtornos causados por essa situação totalmente alheia ao seu controle e reforça o seu compromisso com a segurança em todas as suas operações e decisões.


Método estatístico prevê com mais precisão risco de deslizamentos de terra

Estratégia formulada por pesquisadores do ICMC-USP, em parceria com o Inpe, define os pesos de cada fator de contribuição objetivamente e foi validada com base nos inventários de deslizamento de São Sebastião, no litoral norte de São Paulo

Um método relativamente simples de análise estatística é capaz de prever com mais precisão o risco de deslizamentos de terra causados por chuva intensa, de acordo com um estudo coordenado por pesquisadores do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação da Universidade de São Paulo (ICMC-USP), em São Carlos, e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). A estratégia formulada pelos pesquisadores foi validada com base em um evento real: as tempestades que destruíram áreas de São Sebastião, no litoral norte de São Paulo, em fevereiro de 2023.

Em artigo publicado no periódico Scientific Reports, a equipe comparou a eficiência da abordagem com a que é tradicionalmente usada em análises dessa natureza. De maneira geral, a técnica avaliada teve desempenho ligeiramente superior, com destaque para uma melhor classificação das áreas que podem ser afetadas pelos desastres em diferentes categorias.

“Embora os ganhos quantitativos sejam modestos, o método apresenta vantagens significativas: reduz ambiguidades e apresenta maior alinhamento com o comportamento real dos deslizamentos no território”, explica Rômulo Marques-Carvalho, doutorando do ICMC-USP e primeiro autor do estudo.

Em avaliações desse tipo de risco, um dos métodos mais empregados é o chamado AHP, sigla inglesa de “Processo de Hierarquia Analítica”. Nessa abordagem, usa-se uma lista de variáveis consideradas relevantes para o fenômeno investigado – no caso do tema do estudo, são 16 itens, que incluem fatores como elevação do terreno e o quão íngreme e acidentado ele é, a proximidade de rios e estradas, a cobertura do solo (vegetação, construções) etc.

No AHP “clássico”, os fatores desse painel são comparados em pares para avaliar o peso de cada variável, algo que envolve também a opinião de especialistas sobre a importância relativa deles para a ocorrência do evento. No novo estudo, a equipe aplicou o chamado AHP Gaussiano, que usa métodos estatísticos que “substituem totalmente as comparações pareadas do AHP tradicional”, diz Marques-Carvalho.

“O termo se refere ao fato de que o método adotado no trabalho utiliza a distribuição gaussiana ou curva de Gauss, também chamada de distribuição normal”, explica Cláudia Maria de Almeida, coautora do estudo que trabalha no Inpe. “Ela equivale à curva de distribuição de probabilidade, definida por dois parâmetros: a média e o desvio-padrão, o qual indica a dispersão dos dados.” Isso ajuda a definir os pesos de cada fator de forma objetiva, segundo Marques-Carvalho – a lista de fatores em si é a mesma em ambas as abordagens.

Para validar o método, os pesquisadores usaram dados de São Sebastião porque o município é um dos mais suscetíveis a deslizamentos de terra no território paulista, segundo uma análise feita pelos autores de acordo com o Índice de Vulnerabilidade aos Desastres Naturais Relacionados com Deslizamento de Terra (IVDDT). A equipe se baseou num inventário de imagens aéreas feitas após os desastres de fevereiro de 2023, com resolução de 10 cm, que foi complementado com fotos das plataformas Google Earth e PlanetScope.

Entre as principais estruturas catalogadas nas imagens estão 983 crown points – as chamadas coroas dos deslizamentos, no alto de uma encosta, por exemplo, onde o processo começa – e 1.070 “polígonos de cicatriz”, que delimitam toda a área afetada pelo deslizamento.

Com base nesses dados, o AHP Gaussiano atribuiu 26,31% da área analisada à categoria de suscetibilidade muito alta ao deslizamento, contra uma estimativa de 23,52% do AHP tradicional, mostrando que a capacidade de previsão do novo método foi melhor.

O trabalho, apoiado pela FAPESP (processos 24/02748-721/11435-4 e 20/09215-3), também atribuiu pesos diferentes às principais variáveis. A variação da inclinação das encostas e a posição delas aparecem como os fatores mais importantes no AHP tradicional, enquanto na análise com AHP Gaussiano a lista é encabeçada pela geomorfologia (as formas do relevo na superfície) e pelas distâncias da área afetada em relação a rios e estradas.

“A proximidade de estradas é importante porque sua construção em locais de relevo acidentado pressupõe a execução de obras de movimento de terra, como cortes e aterros, que geralmente levam a uma instabilidade das encostas”, explica Almeida.

Segundo o atual orientador de Marques-Carvalho, André Ferreira de Carvalho, a abordagem tem potencial para monitorar e prevenir uma série de outros problemas ambientais, como incêndios, desmatamento, rebaixamento de solo e desertificação. “Por conta das mudanças climáticas, a frequência e a intensidade dessas catástrofes vão aumentar nos próximos anos”, lembra ele.

“O método é simples de aplicar”, destaca o primeiro autor da pesquisa. “Uma prefeitura precisaria apenas dos dados geoespaciais básicos e de um computador comum com QGIS [software livre de análise de dados georreferenciados].”

O artigo Comparative analysis of traditional and Gaussian Analytical Hierarchy Process (AHP) methods for landslide susceptibility assessment pode ser acessado em: www.nature.com/articles/s41598-025-22136-6.

 

 

 

Advogado Daniel Romano Hajaj adverte consumidores sobre os golpes estão em alta nesse final de ano.


A bandidagem é cíclica, ou seja, de tempos em tempos, renovam ou mudam os golpes que são aplicados nos consumidores. 

E com a proximidade das festas de final de ano, os bandidos iniciaram a aplicar os golpes que estão em alta. 

O advogado Daniel Romano Hajaj esclarece que nesse ano, os principais golpes são: (i) pacote de viagens; (ii) presentes; (iii) oferta de empregos; (iv) cartões de natal e de fim de ano; (v) promoções de produtos; (vi) sorteios; e, (vii) desconto no pagamento das dívidas. 

“Cada um dos golpes tem suas peculiaridades, mas o objetivo sempre é tentar tirar o máximo de dinheiro do consumidor”, alerta o advogado Daniel Romano Hajaj. 

“No golpe do pacote de viagens, os criminosos fazem anúncios, como se fossem de empresas sérias e renomadas, mas acabam transferindo você para um site falso, muito parecido com o da empresa, e só depois do pagamento é que você se dá conta de ter caído em um golpe. No golpe do presente, o consumidor recebe um e-mail, indicando ter recebido um presente de uma loja bem conhecida, e ao clicar no link indicado, cai um site falso e uma cobrança é feita, ainda que seja relativa ao frete.”, ensina o advogado Daniel Romano Hajaj. 

Quanto ao terceiro tipo de golpe, o advogado Daniel Romano Hajaj alerta que são duas possibilidades. A primeira é oferecer um emprego, mediante o pagamento de uma taxa ou realização de curso profissionalizante, e a segunda, é criar uma forma de cadastrar os dados do consumidor, para que após, essas informações sejam vendidas ou utilizadas para qualquer tipo de fraude. 

“No golpe do cartão de natal, que normalmente é por conta daqueles e-mail´s de corrente, o golpe é aplicado quando o consumidor clica no link, e por a maioria das pessoas estarem acessando o e-mail pelo celular, instala-se um vírus que rouba seus dados, suas senhas e pode acarretar uma devassa na vida financeira do consumidor.”, enfatiza o advogado Daniel Romano Hajaj. 

O golpe das promoções de produtos é um dos que mais faz vítimas, inclusive, pelo cenário econômico atual, e ao clicar no link indicado, ou é um site falso, ou um produto que nunca será entregue, causando, assim, o prejuízo ao consumidor, alerta o advogado Daniel Romano Hajaj. 

“No golpe do sorteio, os criminosos se valem da fé do brasileiro de ganhar um grande prêmio, como a mega sena da virada e criam bolões falsos para enganar o consumidor”, esclarece o advogado Daniel Romano Hajaj. 

O advogado Daniel Romano Hajaj esclarece que o golpe do desconto de supostas dívidas é também muito aplicado nessa época do ano, valendo-se do recurso a mais dos consumidores por conta do recebimento do 13º salário e férias. Somado a isso, é bastante conhecido que nessa época do ano, os bancos apresentam condições excepcionais para quitação de dívidas. 

“Quando o consumidor faz o pagamento, por boleto ou PIX, vê que o dinheiro é destinado a outra pessoa ou empresa, que nada tem a ver com o banco e, na maioria das vezes, o prejuízo é grande”, alerta o advogado Daniel Romano Hajaj. 

Para evitar cair em golpes, o advogado Daniel Romano Hajaj salienta que é essencial sempre ter um anti vírus atualizado, não clicar em nenhum link desconhecido e sempre, antes de efetivar o pagamento, identificar quem é o beneficiário da conta de destino.

 

Mesmo com a Black Friday, varejo registra queda de 1,6% em novembro, segundo o Índice do Varejo Stone (IVS)

  • Na comparação anual, o comércio nacional também apresentou retração de 3,7%
  • Apenas três dos oito setores analisados registraram alta mensal
  • No recorte regional, somente seis estados apresentaram resultados positivos


As vendas do comércio brasileiro registraram queda de 1,6% em novembro, de acordo com o Índice do Varejo Stone (IVS). Em relação ao mesmo período do ano anterior, houve retração de 3,7%. O estudo, que acompanha mensalmente a movimentação do varejo no país, é uma iniciativa da Stone, principal parceira do empreendedor brasileiro. 

Para Rômullo Carvalho, economista e pesquisador da Stone, os números mostram que nem mesmo a principal data do varejo foi capaz de reverter a tendência de desaceleração observada ao longo do ano. “Mesmo em um mês marcado pela Black Friday, tradicional alavanca de vendas, o varejo não conseguiu sustentar o crescimento. Houve uma resposta pontual no setor de Móveis e Eletrodomésticos, que registrou o maior avanço entre os demais segmentos (1%). Quando observamos a comparação anual, por exemplo, o varejo como um todo apresentou retração de 3,7%, refletindo um nível de atividade inferior ao observado na Black November do ano passado”, avalia o especialista. 

Segundo o especialista, a explicação para esse freio vai além da sazonalidade e encontra raízes no cenário econômico das famílias. “A leitura de novembro aponta ainda que, a força do mercado de trabalho e da massa de renda encontrou um teto. Embora o emprego siga aquecido, sustentando o consumo básico, os freios macroeconômicos, especialmente o alto endividamento das famílias e o custo do crédito, pesaram mais na decisão de compra”, finaliza Carvalho.
 

Segmentos 

No recorte mensal, três dos oito segmentos analisados registraram alta. O destaque foi o setor de Móveis e Eletrodomésticos, com crescimento de 1%, seguido por Tecidos, Vestuário e Calçados (0,3%) e Hipermercados, Supermercados, Produtos Alimentícios, Bebidas e Fumo (0,2%). Entre os setores com retração, tiveram queda Material de Construção (3,2%), Combustíveis e Lubrificantes e Livros, Jornais, Revistas e Papelaria (2,7%), Artigos Farmacêuticos (1,8%) e Outros Artigos de Uso Pessoal e Doméstico (0,9%). 

No comparativo anual, nenhum segmento apresentou alta. Todos os setores registraram queda, com destaque para Combustíveis e Lubrificantes (6,7%), Móveis e Eletrodomésticos (5,1%), Hipermercados, Supermercados, Produtos Alimentícios, Bebidas e Fumo (4%), Material de Construção (2,8%), Outros Artigos de Uso Pessoal e Doméstico (2%), Livros, Jornais, Revistas e Papelaria (1,6%), Artigos Farmacêuticos (1,5%) e Tecidos, Vestuário e Calçados (0,6%).
 

Destaques regionais  

No recorte regional, apenas seis estados apresentaram crescimento nas vendas em novembro, na comparação anual. Os maiores avanços foram observados na Paraíba (5,2%), seguida por São Paulo (1,7%), Sergipe (0,8%), Amapá (1%), Distrito Federal e Piauí (0,5%). 

Entre os estados com retração nas vendas, os piores resultados foram registrados em Roraima (7,9%), Tocantins (7,8%), Rondônia (7,5%), Rio Grande do Norte (6,9%), Mato Grosso do Sul (6,6%), Rio Grande do Sul (6,3%), Ceará (6,2%), Maranhão (5,7%), Bahia e Santa Catarina (4,3%), Pernambuco (3,6%), Goiás (3,4%), Paraná (3%), Mato Grosso (2,9%), Rio de Janeiro (2,7%), Minas Gerais (2,6%), Pará, Amazonas e Espírito Santo (1,8%), Acre (1,6%), Alagoas (1,3%) e Piauí (1%). 

“Os destaques positivos de novembro se concentraram sobretudo nas regiões Norte e Nordeste, com avanços na Paraíba e sinais de recuperação no Amapá, além de resultados levemente positivos em partes do Sudeste e Centro-Oeste, como São Paulo e Distrito Federal. Já as maiores retrações continuam concentradas no Norte e no Sul, com quedas expressivas em Roraima, Tocantins, Rondônia, bem como em Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. No Sudeste, o Espírito Santo voltou a se recuar, enquanto Rio de Janeiro e Minas Gerais mantiveram desempenho negativo, refletindo um quadro ainda desigual do consumo entre as regiões do país”, explica o economista da Stone. 

O relatório completo pode ser encontrado na nova plataforma de conteúdo da Stone


Fim da cumulatividade afeta Lucro Presumido e exige planejamento em 2026

IMAGEM: DC - criada com IA Gemini
Escolha do melhor regime fiscal para o ano que vem requer um olhar para 2027, quando começa a cobrança dos impostos criados pela reforma tributária

Com a proximidade do final de ano, contadores se debruçam sobre os balanços de seus clientes para analisar múltiplas variáveis, como faturamento, margem de lucro, despesas, área de atuação da empresa, localização geográfica, peso da folha de salário e projeção de crescimento, tudo isso para determinar a escolha do melhor regime de apuração e pagamento de impostos.

Para 2026, marcado pelo início da transição da reforma tributária, em que será obrigatório apenas o destaque nos novos impostos (CBS e IBS) nos documentos fiscais, essa estratégia não muda. Mas é importante olhar para o cenário de 2027, quando entrará em cena a CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços), em substituição ao Pis, Cofins e IPI.

“Para estarem preparadas, as empresas devem ter uma visão de longo prazo e começar desde já a ajustar suas estruturas contábeis e fiscais para a nova tributação”, reforça Antonio Carlos Santos, presidente do Sescon-SP (Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis).  

 

Nova peça no xadrez

Com o fim da cumulatividade, Santos afirma que a variável crédito ganha importância crucial no planejamento tributário das empresas, principalmente a partir de 2027, quando muda a dinâmica do regime do Lucro Presumido.  

Isso significa que os impostos pagos nas aquisições de bens e serviços, com exceção daqueles para uso pessoal, viram créditos para os contribuintes, reduzindo a alíquota de referência dos novos impostos.

Atualmente, explica o contador, muitas empresas com margens de lucro mais altas optam pelo Lucro Presumido (3,65% de Pis/Cofins, sem direito a crédito), que é cumulativo. Já aquelas que atuam em cadeias mais longas, com alta compra de insumos, preferem o Lucro Real (9,25% de Pis/Cofins, com crédito), um regime conhecido como não cumulativo.

Em 2027, com a reforma tributária já em vigor, essa distinção desaparece e as regras do jogo se igualam, pois as duas modalidades de apuração estarão sujeitas à mesma alíquota de CBS, a ser definida, e às mesmas regras de creditamento amplo e irrestrito, um dos princípios da reforma tributária.     

Para as empresas do Lucro Presumido, então, 2026 será o último ano sob o regime cumulativo”, alerta o presidente do Sescon-SP.

Com essa alteração nas regras do jogo, é possível que uma simulação indique que a migração do Lucro Presumido para o Lucro Real seja economicamente vantajosa já a partir de 2026.

Mas isso não significa a indicação de uma tendência, ressalta Santos, pois o recolhimento da CSLL e do IRPJ permanece com as mesmas regras, com aplicação de uma alíquota presumida (8% para o comércio e 32% para serviços) e isso também deve ser analisado.

“É difícil cravar qual regime tributário é mais atrativo, pois depende das características específicas de cada empresa e todos têm vantagens e desvantagens”, analisa.  




Simples Nacional

Já para empresas que estão enquadradas no regime do Simples Nacional, a novidade da reforma é a possibilidade de optarem por um sistema híbrido, em que a CBS e o IBS são recolhidos de forma separada, fora da cesta de tributos que possuem uma alíquota única. Mas essa escolha só poderá ser feita a partir de 2027.

Nesse caso, a análise da variável “composição da carteira de clientes” - se majoritariamente B2B (Business-to-Business) ou B2C (Business-to-Consumer) - ganha significado especial para determinar ou não se vale a pena optar pelo regime híbrido.

Clientes B2B, por exemplo, sendo contribuintes do imposto, terão interesse em tomar crédito, o que pode forçar o fornecedor do Simples Nacional a optar pelo recolhimento dos novos tributos separadamente.  


Prazos

Na avaliação de Sílvio Costa, consultor tributário na Contmatic, empresa especializada em soluções tecnológicas para gestão empresarial e contábil, em um cenário de custos crescentes, margens mais apertadas e maior exigência de eficiência financeira, a escolha acertada do regime tributário pode determinar a competitividade e a sustentabilidade dos negócios.

“Fazer a opção pelo regime certo é mais do que uma questão burocrática, é uma questão de competitividade. Um enquadramento adequado garante equilíbrio financeiro e concorrencial no mercado em que a empresa atua”, explica.

O especialista chama a atenção para os prazos para a definição do regime fiscal, que se concentram no início de 2026. No caso do Simples Nacional, a opção deve ser formalizada até o último dia útil de janeiro, com efeitos retroativos a 1º de janeiro.

Já para os regimes de Lucro Presumido e Lucro Real, a escolha ocorre no primeiro pagamento de IRPJ e CSLL, ou na entrega da primeira DCTF do ano, caso a empresa esteja sem movimento.

De acordo com Costa, um ponto de atenção que deve ser considerado pelas empresas é o faturamento próximo ao limite de cada regime.

“Estar confortável demais em um enquadramento pode gerar perda de eficiência tributária, especialmente quando a empresa cresce sem reavaliar sua estrutura fiscal”, diz, ao recomendar um monitoramento periódico e a realização de simulações para avaliar o tamanho da carga tributária em outros regimes fiscais. 



Silvia Pimentel
https://www.dcomercio.com.br/publicacao/s/fim-da-cumulatividade-afeta-lucro-presumido-e-exige-planejamento-em-2026

 

Cinco insights para as empresas se prepararem para a Reforma Tributária em 2026

Transição para o novo modelo de IVA (Imposto sobre Valor Adicionado), exigirá ajustes em precificação, contratos, tecnologia e gestão fiscal

 

A partir de 2026, o Brasil inicia oficialmente a transição para o novo sistema tributário, uma das maiores transformações fiscais da história recente do país. A Reforma Tributária substituirá tributos como PIS, Cofins, ICMS e ISS pelo IVA Dual (Imposto sobre Valor Adicionado), composto pela CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços) e pelo IBS (Imposto sobre Bens e Serviços).

Embora o objetivo principal seja simplificar toda essa estrutura e reduzir litígios, a fase de adaptação trará desafios imediatos para empresas de todos os portes, impactando diretamente áreas como precificação, gestão contratual, automação de processos e capacitação de equipes.

“A Reforma Tributária não deve ser vista apenas como um desafio, mas como uma oportunidade para revisar processos, sistemas e controles que sustentam a operação fiscal e financeira das empresas. Antecipar essa adaptação é essencial para chegar a 2026 com mais eficiência operacional, segurança de dados e previsibilidade no cumprimento das obrigações”, afirma Erika Daguani, CPO da Qive, plataforma líder do Contas a Pagar, e  aprovada no projeto-piloto da Reforma Tributária promovido pela Receita Federal.

Para apoiar gestores e empreendedores, a especialista reuniu cinco orientações essenciais para as companhias que ainda não começaram a se preparar para essa transição:

 

1- Mapeie o impacto financeiro da mudança

A substituição dos tributos atuais pelo modelo de  IVA Dual, que incidirá sobre todas as etapas da cadeia de consumo, exigirá revisão profunda das estruturas de custo e precificação. As novas regras poderão alterar margens, afetar contratos vigentes e gerar diferenças relevantes de carga tributária entre setores e regiões.

“Realizar simulações diversas, com base nas projeções de alíquotas da CBS e do IBS, é essencial para entender como a Reforma influenciará o resultado operacional e o fluxo de caixa. Esse diagnóstico antecipado permite ajustar o orçamento, definir estratégias de repasse de custos e adotar medidas de eficiência fiscal antes da transição oficial em 2026.”, afirma Erika.


2-Revise contratos e políticas comerciais

O procedimento demandará uma reavaliação criteriosa dos contratos em vigor e das políticas de precificação. Cláusulas que mencionem tributos específicos, como PIS, Cofins, ICMS e ISS, precisarão ser atualizadas para refletir o novo formato de IVA Dual, prevenindo interpretações divergentes e possíveis disputas. “De maneira prática, o imposto hoje é calculado já embutido no preço do produto. Com a Reforma, a proposta é que seja calculado ‘por fora’, isso no momento de transição pode complicar tudo. Além disso, a alteração na incidência dos impostos poderá impactar preços líquidos, sobretudo em contratos de longo prazo, operações interestaduais e fornecimentos recorrentes. Recalcular margens, renegociar valores e adequar políticas comerciais às novas alíquotas são passos fundamentais para preservar a rentabilidade e manter a conformidade fiscal ao longo da transição”, explica a CPO.


3 - Atualize cadastros fiscais e sistemas de emissão

Com a Reforma Tributária, as empresas precisarão organizar e atualizar o cadastro de tudo o que vendem e compram, sejam produtos, serviços ou operações. Essas informações ficam dentro dos sistemas que centralizam dados financeiros, estoque, produção e outras informações das empresas, os chamados ERPs. 

O processo de saneamento de cadastro de fornecedores está diretamente ligado à tomada de crédito. A empresa precisa revisar de quem compra e se o regime tributário do fornecedor permite o aproveitamento do crédito. “Quando não permite, existem apenas dois caminhos: buscar outro fornecedor, ou alinhar com o atual uma eventual migração de regime. Ambos levam tempo e planejamento. Esse não é um tema tão crítico para o ano que vem, porque ainda é um ano de transição, mas começa a pesar a partir de 2027, quando o novo modelo passa a valer plenamente”, garante a especialista. 

A executiva ainda complementa que o saneamento dos dados internos para a correta reclassificação dos produtos comercializados será uma ação essencial, justamente para que o preenchimento das novas tags ocorra de maneira fluida e com o correto tributo. “Para o ano que vem, o principal desafio nesse sentido é garantir que isso não pare a operação, e a partir de 2027, ter esse fator corretamente ajustado fará diferença no imposto a pagar”.


4- Fortaleça a infraestrutura tecnológica e a integração de dados

O novo cenário tributário será marcado por maior digitalização e transparência. Soluções capazes de integrar contabilidade, finanças e fiscal em tempo real tornarão o cumprimento das obrigações mais ágil e confiável. “Investir em plataformas que consolidam dados e automatizam cálculos, conciliações e cruzamentos fiscais proporcionará ganhos de eficiência, redução de custos de conformidade e melhor visibilidade sobre a performance tributária, elementos decisivos para a tomada de decisão durante a transição”, recomenda Erika.


5 - Capacite equipes e mantenha vigilância regulatória contínua

A implementação da Reforma ocorrerá de forma gradual até 2033, exigindo atenção permanente às mudanças legais, normativas e operacionais. Preparar as equipes de finanças, contabilidade e compliance é essencial para evitar falhas e retrabalho. “Promover treinamentos regulares, estabelecer canais internos de atualização e contar com o apoio de especialistas ajudará as empresas a acompanhar o ritmo das transformações, garantindo conformidade e capacidade de adaptação em todas as etapas da transição tributária”, encerra a CPO da Qive.



Erika Daguani - CPO da Qive
Para saber mais acesse aqui.


Os fantasmas do marketing de influência: o que ninguém está dizendo

Por muito tempo, o marketing de influência viveu sob a lógica do espetáculo. Seguidores viraram sinônimo de autoridade, curtidas passaram a representar relevância, e qualquer métrica pública era suficiente para validar uma estratégia milionária. Foi um período de crescimento vertiginoso, mas também de muita miopia. 

Hoje, com os orçamentos digitais sendo pressionados por performance e accountability, essa cortina de fumaça começa a se dissipar. E o que vemos por trás não é exatamente bonito: um mercado que se sofisticou na narrativa, mas ainda tropeça nos fundamentos da mensuração. 

Num ambiente onde o algoritmo dita comportamentos e o hype substitui a estratégia, ninguém mais se pergunta: quem está do outro lado da tela? E pior: essa audiência realmente existe? 

Estudos indicam que de 15% a 20% dos perfis no Twitter são bots, um programa de software que executa tarefas automatizadas, repetitivas e pré-definidas. O Instagram, segundo a própria Meta, tem cerca de 10% de contas falsas ou inativas. Mas o dado mais revelador vem de uma pesquisa da Timelens, que analisou os 10 maiores influenciadores do Brasil. O estudo encontrou uma média de 6,8% de seguidores com comportamento suspeito, com variações que vão de 0,6% a 16,1% dependendo do perfil.  

Analisando o relatório, me chamou atenção que mesmo perfis com taxas mínimas, como 0,6%, representam volumes expressivos quando se fala em bases de dezenas de milhões. Isso não desqualifica a entrega desses criadores, apenas mostra que até os maiores também precisam de leitura qualificada. Ou seja: a presença de contas falsas ou inativas não é uma exclusividade de perfis pequenos ou questionáveis. Isso não significa que grandes criadores entregam menos resultado, muito pelo contrário. Mas reforça que, independentemente do tamanho ou prestígio, toda decisão de investimento deve considerar contexto, qualidade de audiência e estratégia de ativação. 

O problema surge quando marcas seguem tomando decisões com base apenas em números brutos — muitas vezes extraídos de ferramentas automáticas ou APIs genéricas — sem qualquer curadoria de dados. Isso gera campanhas ancoradas em audiências parciais ou fictícias, inflando expectativas e distorcendo os aprendizados. 

Seguidores não são audiência. E engajamento não é, necessariamente, influência. Mas o desafio vai além dos dados duvidosos, está na forma como o mercado interpreta (ou deixa de interpretar) esses insights. A “taxa de engajamento”, por exemplo, virou um mantra. Mas dependendo da metodologia usada, o resultado muda completamente: se você analisar os últimos 3 posts, sai um número; se olhar os últimos 10, muda de novo; se calcula média ou mediana, mais uma variação; e se a empresa considera só comentários e ignora curtidas, o número despenca. 

Apesar disso, ainda se repete que “influenciador bom tem mais de 1% de engajamento”, como se isso bastasse para validar um investimento. A verdade? Esse tipo de métrica, usada fora de contexto, é quase uma ilusão estatística — resposta fácil para perguntas mal feitas. 

O risco é claro: quando os dados são tratados como verdades absolutas, sem entender o que de fato representam, todo o funil de decisão é comprometido. E aí, a mídia de influência deixa de ser uma alavanca estratégica para virar um ponto de fricção dentro das empresas.

Já vimos isso acontecer com frequência. Empresas de grande porte, com estruturas robustas e profissionais experientes, investindo R$5 milhões em  celebridades com base em uma calculadora gratuita de engajamento, sem qualquer validação metodológica. Isso não desqualifica o uso de grandes nomes — que continuam sendo peças-chave na comunicação de marca — mas mostra que mesmo investimentos altos precisam de critério técnico. Valor não se confunde com volume. 

Em paralelo, também já vimos times de marketing frustrados por não conseguirem fechar um marketing mix modeling (técnica analítica que avalia o impacto de diversas iniciativas de marketing no desempenho de uma empresa), porque os dados das campanhas de influência não se conectam com o restante do funil. O topo entrega, mas o meio não explica. A conta não fecha. E a dúvida se instala. 

É nesse vácuo que nasce a desconfiança. Não é o modelo de influência que está errado. É a forma como ele tem sido tratado — com pouca metodologia, excesso de simplificação e uma fé quase religiosa em indicadores frágeis. 

A creator economy precisa amadurecer. E para isso, precisa parar de medir influência com régua de vaidade. É preciso olhar para o dado com seriedade, entender o contexto, tirar o ruído e conectar a entrega com o negócio. Porque enquanto seguirmos apostando em números bonitos e planilhas fáceis, vamos continuar investindo em fantasmas, e esperando que eles entreguem resultados.



Rafael Arty - Diretor Comercial da Timelens & Hike


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