![]() |
| Pexels |
Palavras têm um poder inquietante. Elas podem inspirar, convencer e até mudar comportamentos. Livros, discursos, narrativas — todos influenciam, tanto pessoas vulneráveis quanto aquelas que parecem firmes e íntegras.
Há casos históricos que comprovam isso: em 1774, Os
Sofrimentos do Jovem Werther, de Goethe, provocou uma onda de suicídios entre
jovens. Décadas mais tarde, em 1980, O Apanhador no Campo de Centeio, publicado
por J. D. Salinger em 1951, inspirou Mark Chapman a assassinar John Lennon.
Palavras, quando mal interpretadas, tornam-se ação.
Mas o efeito dependerá, exclusivamente, do
leitor.
Quem já possui inclinações sombrias se deixa
seduzir facilmente. Mas o desafio real surge com pessoas boas: palavras
manipuladoras podem convencê-las de que atos moralmente questionáveis são
necessários para alcançar um “bem maior”.
A reflexão vira comportamento.
A literatura vira armadilha.
E agora, em 2025, surge outro exemplo também
perturbador: Doutrina Alorem: O livro proibido dos 7 Preceitos que destroem a
sua vida. Seus sete preceitos funcionam como um mecanismo de manipulação
refinado. Na narrativa, ele atrai os corruptos… e os bons também. Quando até os
bons passam a justificar crueldade em nome de um “bem maior”, a ficção deixa de
ser apenas história e se torna culto. E isso é o verdadeiro trunfo da Doutrina
Alorem — e também o maior perigo.
A literatura não é só entretenimento. Ela molda
pensamentos e ações, podendo ser um instrumento de influência real.
E reconhecer esse poder é essencial. Sem consciência,
até leitores bem-intencionados podem se tornar seguidores de ideias
destrutivas, guiados por uma narrativa sedutora que promete um bem maior, mas
conduz ao mal.
Se um livro inspira o mal, quem carrega a maior
responsabilidade — ou culpa — pela distorção de uma ideia: o autor ou o
leitor?
Paulo Kamiya - Autor de “Doutrina Alorem: O livro proibido dos 7 Preceitos que destroem a sua vida”, Paulo Kamiya é engenheiro e publicitário. Hoje, escreve ficção — com café à mão e ideias perturbadoras por perto.

Nenhum comentário:
Postar um comentário