No último mês
foram registrados em São Paulo três óbitos e nove casos de intoxicação por
metanol, segundo dados da Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas e
Gestão de Ativos (Senad). O número, considerado “fora do padrão”, levanta
suspeitas de uma possível origem comum do produto, ligada à ingestão de bebidas
alcoólicas adulteradas.
A intoxicação por
metanol é especialmente perigosa porque não pode ser identificada pelo paladar
e seus sintomas podem levar de 6 a 24 horas (ou mais, se ingerido junto ao
álcool etílico) para se manifestar. Os riscos incluem acidose
metabólica grave, insuficiência renal aguda, cegueira irreversível, coma e até
morte.
Entre os sinais de
alerta estão:
- Iniciais:
náuseas, vômitos, dor abdominal, cefaleia, tontura e sonolência.
- Metabólicos/respiratórios:
hiperventilação (padrão de Kussmaul), fraqueza intensa.
- Neurológicos:
confusão mental, convulsões e rebaixamento do nível de consciência.
- Visuais
(característicos): visão turva, escotomas, fotofobia; podendo
evoluir para cegueira.
A Dra. Sara Saul,
presidente do Departamento Científico de Segurança da Sociedade de Pediatria de
São Paulo (SPSP), reforça o alerta:
“Estamos diante de
uma ameaça real à saúde pública. A ingestão de bebidas alcoólicas de má
procedência pode custar vidas em questão de horas. É fundamental que a população
reconheça os sinais de intoxicação e procure imediatamente atendimento médico
diante da suspeita. Nenhum nível de álcool é seguro para adolescentes, e diante
de produtos adulterados o risco é ainda maior para toda a população.”
A SPSP orienta
pediatras, pais, cuidadores, professores e a sociedade em geral a reforçarem as
reflexões sobre os malefícios do consumo de álcool, especialmente quando
adquirido em locais informais, com rótulos violados ou sem procedência clara.
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