Especialista da Rede Pitágoras destaca como educadores podem atuar como mediadores do conhecimento, valorizando a diversidade e promovendo equidade no processo educativo
De acordo com dados do Censo Escolar de 2024, divulgados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), apenas um em cada três estabelecimentos de ensino da Educação Básica, que possuem matrículas de estudantes público-alvo da Educação Especial, oferece atendimento educacional especializado (AEE). O dado reflete a emergência de promover práticas pedagógicas para a promoção de uma educação inclusiva que garanta que os alunos alcancem bons resultados.
Muitos educadores não foram preparados ou possuem conhecimento sobre as especificidades de alunos atípicos e neuro divergentes. Segundo a psicóloga, psicopedagoga e autora da Rede Pitágoras, Stella Maris Bicalho de Paiva, a mediação eficaz é o caminho para o real aprendizado de todos os alunos, seja individual ou coletiva. “Para realizar mediações efetivas, é essencial saber as necessidades e, principalmente, potencialidades do aluno. O professor vai realizar atividades e dialogar a partir do que o estudante consegue desenvolver, e, a partir disso, estabelecer novos desafios de maneira individualizada”, propõe.
A psicóloga também acrescenta que a inclusão não é um ato isolado, pois deve partir de toda a comunidade escolar, envolvendo gestores, coordenadores, professores, auxiliares de pátio, atendentes terapêuticos, alunos e famílias. “Não podemos esquecer que todos os alunos pertencem a uma família e que eeles trazem de casa valores como respeito, empatia, cooperação, afeto, essenciais para que a inclusão aconteça dentro e fora da escola”, acrescenta.
Além disso, a psicopedagoga defende que uma instituição educacional que prioriza em seu projeto pedagógico a equidade promove respeito entre todas as diferenças. Assim, segundo ela, cada aluno terá oportunidade de aprender e ser incluído.
Para ela, é papel da escola auxiliar os professores na elaboração do Plano de desenvolvimento Individualizado (PEI), o qual o professor, junto a equipe de profissionais da escola, desenvolve o trabalho com cada aluno que necessita de intervenções específicas, adaptações no currículo escolar e nas atividades a partir do diálogo com a família, observações e diagnósticos de outros profissionais. “É oferecer condições e recursos para que as estratégias previstas sejam realmente executadas, promovendo condições de aprendizagem para todos”, acrescenta
Assim, para ajudar os profissionais de educação e
familiares na promoção de uma educação mais inclusiva, Stella destaca 5 práticas
pedagógicas que podem contribuir de forma concreta para melhorar o desempenho
dos alunos na sala de aula. Confira!
1. Procure ter diálogos abertos
entre família e escola: é essencial conhecer o aluno e a melhor forma de
fazer isso é por meio de uma conversa aberta com os familiares. De acordo com a
especialista, os familiares devem confiar na escola e informar o que podem
auxiliar no processo de desenvolvimento de filho. A relação deve ser de parceria,
trocas constantes e respeito;
2. Faça uma adaptação curricular: essa ação somente será possível
após conhecer o aluno, identificando como ele se comporta e de que forma
desenvolve as atividades. Lembrando que a escola é um espaço coletivo, por
isso, após essa etapa, será necessário verificar suas necessidades específicas
e elaborar o um Plano de Desenvolvimento Individualizado (PEI) para fazer
adaptações curriculares necessárias;
3. Proponha atividades que atendam
as diversas deficiências: sejam elas sensoriais, motoras e cognitivas. Por
meio dessas atividades, todos os alunos poderão vivenciar e conhecer melhor as
necessidades dos colegas;
4. Faça atividades inclusivas: envolver todos os alunos para que
possam conhecer uns aos outros trabalhará empatia, resolução de conflitos,
tolerância, respeito as necessidades de cada um e cooperação;
5. Seja
flexível: fazer ajustes na didática sempre será necessário.
“Não adianta dizer que fez a melhor adaptação curricular se, para um aluno, não
estiver funcionando”, comenta a psicóloga. Por isso, sempre que necessário, o
indicado é rever e refazer adaptações quantas vezes for necessário.
Rede Pitágoras

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