Os mitos mais comuns e as verdades que fazem a diferença quando o assunto é câncer de mama
De acordo com as estimativas do Instituto Nacional de Câncer (INCA) neste ano, o Brasil deve registrar em média 73.610 casos novos de câncer de mama, o que corresponde a uma taxa ajustada de 41,89 casos por 100 mil mulheres. Este é o tipo de câncer mais frequente entre brasileiras, desconsiderando os tumores de pele não melanoma. Em relação à mortalidade, em 2021 o país apresentou uma taxa ajustada de 11,71 mortes por 100 mil mulheres, e o câncer de mama foi responsável por cerca de 16,1% de todos os óbitos por câncer feminino. Esses números mostram a relevância da conscientização e da informação de qualidade para prevenção, diagnóstico precoce e tratamento adequado da doença.
Há mais de três décadas, o mês de outubro é marcado mundialmente pela campanha Outubro Rosa, que busca ampliar a conscientização sobre a prevenção e o diagnóstico precoce do câncer de mama. No Brasil, a iniciativa já faz parte do calendário de saúde, mas ainda persistem muitas dúvidas, crenças populares e informações incorretas sobre a doença. Para ajudar a esclarecer e orientar de forma confiável, o Centro Especializado em Oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz reuniu os principais mitos e verdades sobre o câncer de mama.
Fazer mamografia causa câncer devido à radiação
MITO
A mamografia utiliza uma dose muito baixa de radiação, considerada
segura e controlada. Os benefícios do exame para o diagnóstico precoce superam
em muito qualquer risco. A Sociedade Brasileira de Mastologia recomenda que o
exame seja realizado a partir dos 40 anos.
Radioterapia sempre destrói a mama
MITO
A radioterapia é um dos pilares do tratamento e pode ser utilizada
após a cirurgia conservadora ou mastectomia. Ela não destrói a mama; o que pode
ocorrer são efeitos colaterais temporários, como vermelhidão da pele ou fadiga.
Hoje os equipamentos são cada vez mais precisos, preservando os tecidos
saudáveis.
Menopausa e reposição hormonal aumentam o risco de câncer de
mama?
NÃO É BEM ASSIM
A menopausa é um processo natural do corpo feminino e não está
associada ao aumento do risco de câncer de mama. Já a terapia de reposição
hormonal combinada (estrógeno + progesterona), principalmente quando utilizada
por longos períodos e sem acompanhamento adequado, pode elevar o risco relativo
da doença em 10% a 20%. Por isso, o tratamento deve ser sempre indicado e
monitorado por um médico especialista, avaliando riscos e benefícios para cada
mulher.
“Chips da beleza” previnem o câncer de mama
MITO
Esses implantes liberam hormônios (sobretudo testosterona, parte
da qual se converte em estrógeno no fígado), aumentando a exposição hormonal
sem controle adequado. Isso pode elevar o risco de câncer de mama.
Uso de anticoncepcional causa câncer de mama
PARCIALMENTE VERDADE
O uso prolongado de anticoncepcionais orais pode aumentar
discretamente o risco de câncer de mama, mas esse risco tende a diminuir após a
suspensão do medicamento. Ainda assim, os anticoncepcionais são considerados
seguros e eficazes para a prevenção da gravidez e podem trazer benefícios
importantes em condições como endometriose e distúrbios hormonais. A escolha do
método deve sempre ser individualizada e orientada por um médico.
Hereditariedade aumenta em 80% as chances de desenvolver
câncer de mama
VERDADE
Alterações genéticas (como mutações nos genes BRCA1 e BRCA2) estão
presentes em cerca de 5 a 10% dos casos e podem elevar o risco de forma
significativa. Mulheres portadoras dessas mutações têm até 80% mais chance de
desenvolver câncer de mama ao longo da vida. O teste genético deve ser indicado
quando há histórico familiar sugestivo.
Próteses de silicone aumentam o risco de câncer
MITO, mas com exceção rara
De forma geral, implantes de silicone não aumentam o risco de
câncer de mama. Porém, a literatura médica descreve casos muito raros de um
tipo específico de câncer chamado linfoma anaplásico de grandes células
associado a implantes mamários (BIA-ALCL). Esse tumor não surge na mama em si,
mas no tecido ao redor da prótese. A incidência é extremamente baixa e, quando
diagnosticado precocemente, o prognóstico costuma ser favorável.
Usar desodorante antitranspirante causa câncer de mama
MITO
Até hoje nenhum estudo científico comprovou essa relação. A Anvisa
considera os desodorantes antitranspirantes seguros para uso.
A prática de atividades físicas ajuda a prevenir o câncer de
mama
VERDADE
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a prática regular de
atividade física reduz o risco de diversos tipos de câncer, incluindo o de
mama. O recomendado é pelo menos 150 minutos semanais de exercícios moderados.
Além disso, alimentação saudável e manutenção do peso corporal são fatores de
prevenção.
Usar sutiã apertado causa câncer de mama
MITO
Não há evidências científicas de que o uso de sutiãs, mesmo
apertados, esteja relacionado ao desenvolvimento de câncer.
Todos os nódulos da mama são câncer
MITO
A maioria dos nódulos é benigna, podendo corresponder a cistos ou
fibroadenomas. No entanto, todo nódulo deve ser avaliado por um médico, com
exames de imagem e, se necessário, biópsia.
Mulheres que amamentam têm menos chances de desenvolver
câncer de mama
VERDADE
O aleitamento materno está associado à redução de cerca de 22% no
risco de desenvolver câncer de mama. Quanto maior o tempo de amamentação, maior
a proteção.
Hospital Alemão Oswaldo Cruz
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