Nunca se ouviu falar tanto sobre impostos. A
principal razão para isso, sem dúvidas, é a transição para a Reforma
Tributária, que já está em curso. No entanto, a promessa de simplificação passa
antes por um período de adaptação, e para as empresas que ainda não agiram, o
tempo de planejamento acabou e quem deixar para agir na última hora poderá
enfrentar sérios riscos operacionais, financeiros e de competitividade.
O sistema tributário brasileiro é considerado o
mais complexo do mundo. Não à toa, de acordo com o Banco Mundial, uma empresa
de médio porte chega a gastar, em média, 2600 horas por ano para cumprir suas
obrigações tributárias. O resultado é cerca de 8 vezes a média dos países da
OCDE. Neste contexto, essa pauta, que é debatida há 30 anos, foi aprovada em
dezembro de 2023 e, desde então, temos sido bombardeados com diversas notícias
e desdobramentos que, na maioria das vezes, causam apreensão, dúvidas e
incertezas, mas o período de incerteza deu lugar a prazos concretos que exigem
ação.
Quanto a isso, é importante destacar que o pacote
de mudanças da Reforma Tributária envolve um âmbito muito maior. Ou seja,
setores que operam em diversas regiões, como o de logística, por exemplo, terão
que rever suas operações desde os contratos até o fluxo de trabalho entre
diferentes estados, além dos impactos nos preços, nas margens e até nos
relacionamentos com fornecedores e clientes.
O novo modelo também impactará diretamente as
operações processuais e, consequentemente, sistêmicas da empresa. Até porque,
os sistemas de gestão precisarão de reajustes para incluir novos impostos e
recalcular tudo de acordo com as novas regras. Isso significa mexer em esquemas
de cálculos (pricing), códigos de impostos (IVA), relatórios fiscais e nas
integrações com outros softwares, como os de mensageria fiscal.
E, justamente neste aspecto, é que está um dos
principais desafios a serem superados pelas empresas. Isso é, organizações que
já utilizam versões atualizadas e mais recentes de seus ERPs, certamente, terão
uma transição mais tranquila e com menos ajustes a serem feitos. Entretanto,
aquelas que ainda usam sistemas mais antigos e mantêm o uso de legados terão
uma jornada mais árdua e arriscada para se adaptar, em que cada dia de atraso
eleva o custo e a complexidade do projeto.
Se, por um lado, temos visto o crescimento do
movimento de adesão por parte das empresas em se preparem, do outro, existe uma
grande parcela que está deixando esses ajustes para a última hora. Quanto a
isso, é fundamental salientar que, mesmo que o início da transição da Reforma
Tributária esteja marcado para janeiro de 2026, recentemente, a Receita Federal
anunciou que, ainda este ano, terá o início de duas fases, sendo a partir de 1°
de julho a abertura do ambiente para testes de processos relativos à
Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS); e em outubro, todos os documentos
fiscais eletrônicos deverão conter os novos campos referentes à CBS e ao IBS.
Tendo em vista a gama de informações e adaptações
que terão que ser feitas, a tecnologia se posiciona com um braço direito das
empresas nessa jornada. Afinal, o uso de recursos como soluções de automação
fiscal, plataformas de análises de dados e, até mesmo, a IA, ajudam prever
impactos, identificar economias e até simular cenários diferentes. Na prática,
isso ajuda a deixar a empresa mais ágil e preparada para tomar decisões estratégicas.
Com o novo modelo tributário, o segredo vai ser
simplificar e centralizar onde for possível. Isso inclui rever toda a operação
fiscal, desde como as transações são registradas no sistema até como os dados
são analisados e usados nas decisões estratégicas. Executar todas essas tarefas
não é, de longe, uma missão simples, por isso, ter o apoio de uma consultoria
especializada nesses recursos e que esteja acompanhando os desdobramentos da
Reforma Tributária, é uma excelente medida.
Até porque a presença do time de especialistas
ajuda a identificar pontos de atenção do negócio, bem como auxilia na
preparação da equipe interna desde o planejamento até a execução no dia a dia,
garantindo conformidade e padronização.
A aproximação da Reforma Tributária reforça a necessidade e importância das empresas, além de atentarem aos aspectos fiscais, também priorizarem as adequações sistêmicas e o uso da tecnologia como principal aliada. O início da transição trará desafios, mas aqueles que já estivem prontos conseguirão atravessá-los com eficiência e, o mais importante, previsibilidade do negócio. Afinal, enquanto alguns veem problemas, outros enxergam oportunidades. Para aproveitá-las, o preparo não é mais uma opção, é uma condição para a continuidade do negócio.
Rafael Aires - Arquiteto de Soluções da Numen.
Ricardo Fonseca é Diretor de Vendas da Numen.
Numen
https://numenit.com/
Nenhum comentário:
Postar um comentário