Dados são da Pesquisa de Impacto 2025 – Eventos Climáticos, conduzida pelo Sebrae RS com 1.058 empreendedores das regiões atingidas pelos alagamentos.
Um ano após as enchentes devastadoras de maio de 2024 no
Rio Grande do Sul, mais da metade dos micro e pequenos empreendimentos ainda
não conseguiu retomar totalmente suas atividades. É o que mostra a Pesquisa de
Impacto 2025 – Eventos Climáticos, conduzida pelo Sebrae RS com
1.058 empreendedores das regiões atingidas, realizada de 3 a 28 de abril.
De acordo com o levantamento, que apresenta nível de
confiança de 95% e margem de 3%, apenas 46% das empresas afetadas operam normalmente
hoje. Outros 45% ainda estão em processo de reestruturação, enquanto 7% sequer
conseguiram retomar as atividades, e 2% fecharam as portas definitivamente.
O segmento de microempreendedores individual (MEI) é o que
mais encontra dificuldade para se reerguer, sendo que 13% ainda não conseguiram
retomar suas atividades ou encerraram definitivamente o negócio.
“Esses dados indicam um cenário de resiliência
empresarial, mas também evidenciam a necessidade de continuidade no apoio
àqueles que ainda enfrentam dificuldades. O caminho é longo e todas as
iniciativas nesse sentido são importantes”, afirma Augusto Martinenco, gerente
de Competitividade Setorial do Sebrae RS.
Os principais obstáculos para a recuperação são de ordem
financeira. A maioria dos negócios (84%) relata falta de recursos financeiros
próprios para reconstrução, e metade enfrenta dificuldade para obter crédito.
Além disso, 87% dos empreendedores viram o faturamento despencar logo após a
tragédia. Em 30% dos casos, o faturamento segue muito abaixo do necessário para
manter o negócio, e 12% consideram fechar.
Entre os impactos diretos das enchentes, destacam-se a
queda na demanda (79%), dificuldades de acesso (75%), perdas de estoque (57%) e
danos estruturais (47%). A infraestrutura pública também foi comprometida, o
que agrava a situação dos negócios locais.
Outro ponto crítico é o apoio recebido: 35% dos
entrevistados afirmam não ter contado com nenhum tipo de auxílio. Embora 36%
tenham tido acesso a algum suporte governamental, a cobertura segue
insuficiente.
Os desafios se mantêm mesmo olhando para o futuro. A
captação de novos clientes é o principal entrave apontado por 64% dos
empresários, seguida pela necessidade de reorganizar a gestão dos negócios
(42%). Além disso, quase metade dos empreendedores (47%) ainda não adotou
qualquer medida preventiva para minimizar os danos em futuras catástrofes.
“A pesquisa reforça a relevância das políticas públicas e
de um esforço conjunto entre governo, sociedade e setor privado para garantir a
sobrevivência e a resiliência dos pequenos negócios frente às mudanças
climáticas”, conclui Martinenco.
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