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sábado, 31 de maio de 2025

Em um mundo hiperconectado e acelerado, o luxo deixa a ostentação para trás e passa a valorizar o silêncio, a curadoria e o comportamento


Novo luxo: tempo, discrição e conhecimento definem o status em 2025, aponta especialista

 

O conceito de luxo está mudando. Em vez de ostentação e excesso, o verdadeiro status em 2025 está ligado ao controle do próprio tempo, à discrição e ao conhecimento. Para Luciana Leie, bacharela em publicidade e especialista em gestão e negócios, o consumo de alto padrão vive uma transformação silenciosa, mas profunda.

 

“O luxo sempre foi sobre exclusividade. Mas hoje, com a estética facilmente replicável e as fronteiras geográficas cada vez menos relevantes, novos códigos surgem para diferenciar quem realmente tem afluência”, afirma Luciana.

 

Segundo a especialista e sócia da LYP Branding e Estratégia, um dos maiores símbolos de status da atualidade é ter tempo. O consumidor de luxo valoriza cada vez mais o privilégio de poder dizer "não" ao excesso de trabalho, escolher com autonomia o ritmo da vida e até mesmo aproveitar o tempo livre sem culpa. “Gastar tempo fazendo nada virou um novo luxo. O controle da agenda virou mais desejável do que qualquer item de grife.”

 

A exposição excessiva também perdeu valor. Em um mundo dominado por redes sociais, a verdadeira sofisticação agora é ser invisível. Luciana explica que muitas marcas estão revendo suas estratégias de comunicação para se conectar com esse público de forma mais discreta e personalizada, usando canais como newsletters, grupos fechados e eventos exclusivos.

 

Outro ponto em destaque é o chamado Quiet Luxury — uma estética baseada na qualidade, no minimalismo e na sofisticação discreta. “Logotipos chamativos e designs extravagantes estão perdendo espaço. O novo luxo é atemporal, difícil de copiar e carregado de significado”, comenta.

 

Além disso, a publicitária reforça que o conhecimento se tornou uma nova forma de distinção. “O consumidor de alto padrão quer aprender, participar de experiências culturais e fazer parte de comunidades com interesses em comum. Hoje, reunir pessoas em torno de temas específicos é um símbolo de status tão poderoso quanto qualquer produto exclusivo.”

 

Para ele, o verdadeiro luxo em 2025 está muito mais relacionado ao comportamento do que à aparência. “As marcas que quiserem se manter relevantes nesse segmento precisam olhar para além dos produtos. É preciso entregar experiências com alto nível de curadoria, autenticidade e conexão. Discrição, profundidade e pertencimento se tornaram as novas chaves do desejo.”

 

Luciana conclui que o desafio para as marcas de luxo é interpretar e incorporar esses novos códigos em suas estratégias — criando produtos com propósito, comunicação segmentada e experiências que realmente conectem com nichos exigentes. “Quem continuar apostando apenas na estética ou em apelos massificados vai, inevitavelmente, perder espaço.”

  



Luciana Leie - bacharela em Publicidade com especialização em Gestão e Negócios. Em sua trajetória profissional, Luciana trabalhou na comunicação da Grendene S/A, J. Walter Thompson Worldwide, Grupo SPR e Paim Comunicação.

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