Novo luxo: tempo, discrição e conhecimento definem o status em 2025, aponta especialista
O conceito de luxo
está mudando. Em vez de ostentação e excesso, o verdadeiro status em 2025 está
ligado ao controle do próprio tempo, à discrição e ao conhecimento. Para
Luciana Leie, bacharela em publicidade e especialista em gestão e negócios, o
consumo de alto padrão vive uma transformação silenciosa, mas profunda.
“O luxo sempre foi
sobre exclusividade. Mas hoje, com a estética facilmente replicável e as
fronteiras geográficas cada vez menos relevantes, novos códigos surgem para
diferenciar quem realmente tem afluência”, afirma Luciana.
Segundo a
especialista e sócia da LYP Branding e Estratégia, um dos maiores símbolos de status
da atualidade é ter tempo. O consumidor de luxo valoriza cada vez mais o
privilégio de poder dizer "não" ao excesso de trabalho, escolher com
autonomia o ritmo da vida e até mesmo aproveitar o tempo livre sem culpa.
“Gastar tempo fazendo nada virou um novo luxo. O controle da agenda virou mais
desejável do que qualquer item de grife.”
A exposição
excessiva também perdeu valor. Em um mundo dominado por redes sociais, a
verdadeira sofisticação agora é ser invisível. Luciana explica que muitas
marcas estão revendo suas estratégias de comunicação para se conectar com esse
público de forma mais discreta e personalizada, usando canais como newsletters,
grupos fechados e eventos exclusivos.
Outro ponto em
destaque é o chamado Quiet Luxury — uma estética baseada na qualidade, no
minimalismo e na sofisticação discreta. “Logotipos chamativos e designs
extravagantes estão perdendo espaço. O novo luxo é atemporal, difícil de copiar
e carregado de significado”, comenta.
Além disso, a
publicitária reforça que o conhecimento se tornou uma nova forma de distinção.
“O consumidor de alto padrão quer aprender, participar de experiências
culturais e fazer parte de comunidades com interesses em comum. Hoje, reunir
pessoas em torno de temas específicos é um símbolo de status tão poderoso
quanto qualquer produto exclusivo.”
Para ele, o
verdadeiro luxo em 2025 está muito mais relacionado ao comportamento do que à
aparência. “As marcas que quiserem se manter relevantes nesse segmento precisam
olhar para além dos produtos. É preciso entregar experiências com alto nível de
curadoria, autenticidade e conexão. Discrição, profundidade e pertencimento se
tornaram as novas chaves do desejo.”
Luciana conclui
que o desafio para as marcas de luxo é interpretar e incorporar esses novos códigos
em suas estratégias — criando produtos com propósito, comunicação segmentada e
experiências que realmente conectem com nichos exigentes. “Quem continuar
apostando apenas na estética ou em apelos massificados vai, inevitavelmente,
perder espaço.”
Luciana Leie - bacharela em Publicidade com especialização em Gestão e Negócios. Em sua trajetória profissional, Luciana trabalhou na comunicação da Grendene S/A, J. Walter Thompson Worldwide, Grupo SPR e Paim Comunicação.

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