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segunda-feira, 19 de maio de 2025

Baixas temperaturas, altas dores: por que sentimos mais dor no frio?

 

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Especialista explica como as baixas temperaturas afetam músculos e articulações e dá dicas práticas para aliviar os desconfortos do inverno

 

O frio chegou e, junto com ele, as queixas de dores nas costas, joelhos e ombros parecem se intensificar. Mas afinal, por que sentimos mais dor no inverno? Segundo o professor Kleyder Fleury, docente do curso de Fisioterapia da Una Catalão, essa sensação tem explicação e formas de ser prevenida. 

“É comum ouvirmos relatos de pessoas que sentem mais dor quando a temperatura cai, especialmente aquelas com histórico de lesões ou doenças crônicas como artrite, artrose e fibromialgia. Mas é preciso entender que nem toda dor está diretamente ligada ao frio em si. O aumento do incômodo pode estar associado a um conjunto de fatores, incluindo aspectos ambientais, emocionais e físicos”, explica Fleury. 


O que acontece com o corpo no frio? 

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Durante o inverno, é natural que o corpo sofra com a contração muscular, rigidez articular e diminuição da circulação sanguínea periférica — alterações que podem intensificar quadros álgicos já existentes. “Imagine uma pessoa que teve uma entorse mal tratada. Com o frio, ela pode apresentar mais dor porque não se habituou a esse tipo de estímulo. O sistema nervoso pode interpretar estímulos que não deveriam ser dolorosos como dor real”, esclarece o fisioterapeuta.
 

Esse fenômeno, conhecido como sensibilização central ou periférica, está por trás de muitos quadros de dor exacerbada, e exige atenção especializada. “O importante é não reforçar mitos como ‘isso é frescura’ ou ‘é psicológico’. A dor é real, e há tratamento”, destaca.

 

Quais hábitos podem agravar as dores no frio? 

Além das alterações fisiológicas, algumas atitudes comuns no inverno podem piorar os sintomas: passar muito tempo parado, adotar posturas inadequadas para se manter aquecido, usar roupas que limitam os movimentos ou não se proteger adequadamente contra o frio. “Esses fatores contribuem para a rigidez muscular e favorecem o surgimento ou agravamento da dor”, observa Fleury.

 

Como aliviar e prevenir as dores? 

Para o especialista, a recomendação mais importante é simples: movimente-se. “Exercício físico é uma ferramenta poderosa. Ele aquece o corpo, melhora a circulação e libera substâncias que ajudam a combater a dor. O melhor exercício é aquele que você gosta e consegue fazer com regularidade. Pode ser caminhada, dança, alongamento ou qualquer atividade prazerosa”, sugere. 

Além disso, usar roupas adequadas, manter os ambientes aquecidos e aproveitar o sol sempre que possível são atitudes que ajudam a reduzir o desconforto. O uso de bolsas térmicas também é bem-vindo, com algumas orientações: “As bolsas quentes ajudam a relaxar os músculos e aliviar a dor. Já as frias são indicadas em casos de inflamação aguda. Mas é sempre importante ter orientação profissional para o uso correto”, explica.

 

Quando procurar ajuda? 

Segundo Fleury, a dor é um alerta do corpo e deve ser levada a sério, especialmente se vier acompanhada de outros sinais, como alterações na pele (coloração ou temperatura), dormência, formigamento ou perda de força muscular. “Nesses casos, a avaliação de um profissional da saúde é fundamental para um diagnóstico preciso e tratamento eficaz.” 

Por fim, o professor reforça que viver com dor não deve ser encarado como algo normal. “Compreender que existem medidas acessíveis e eficazes para controlar e tratar a dor é o primeiro passo para uma vida mais saudável, independente da estação do ano”, conclui.


Una 

 

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