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Crédito: Hélton Nóbrega |
Com dramaturgia de Marcelo Braga e Luís Filipe Caivano, espetáculo metateatral traz à cena fatos relevantes da vida e da obra de Williams, um dos autores mais importantes do Teatro Moderno do Século XX
A vida e a obra do autor
norte-americano Tennessee Williams (1911-1983) inspirou a criação do
espetáculo metateatral Tennessee Williams Deve Morrer!,
que tem sua segunda temporada de 29 de março a 27 de abril no Teatro
Sérgio Cardoso, vinculado à Secretaria
da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo e
gerido pela Associação Paulista dos Amigos da Arte.
As apresentações acontecem aos sábados e domingos, às 19 horas.
Com texto de Luiz Filipe Caivano e Marcelo Braga, que também
assina a direção, o novo trabalho encerra a trilogia metateatral de dramaturgia
autoral da Cia. Filhos do Dr. Alfredo, composta ainda por Montanha Russa (2018)
e Quem Fica com Quem (2019). No elenco, estão Vivian Bertocco e Luciano Schwab.
Tennessee Williams Deve Morrer acompanha dois irmãos e artistas de teatro, Rose
e Tom, que, enquanto se preparam para entrar em cena, recebem a crítica do
espetáculo que estão prestes a iniciar. Frente à dureza da análise do crítico,
Tom – que além de ator também é dramaturgo – resolve reescrever a peça como uma
resposta à exclusão artística e à intolerância às novas ideias de construção
teatral. Ele pretende sublinhar a atitude conservadora e homofóbica da crítica
de então. E essa “peça dentro da peça” percorre fatos relevantes da vida, as
relações com Kip, Pancho e Frank - seus mais significativos amores - e aspectos
importantes da obra de Williams, que é, sem dúvida, um dos autores mais
importantes do Teatro Moderno do século XX.
A
encenação, por Marcelo Braga
A encenação está apoiada no jogo teatral e no conceito de metateatro. Esse jogo toma corpo quando os dois intérpretes entram no espaço de jogo, ou seja, quando atuam na “peça dentro da peça”. As coxias serão abertas e as trocas de cenários/figurinos e a presença do videomapping serão revelados. Os signos de teatralidade e a linguagem da encenação estão em íntima relação. Os elementos que compõem a cena terão forte tom simbólico e metafórico. A proposta das visualidades também está apoiada no conceito de metateatro, a partir da construção de um espaço cênico imerso dentro da obra do autor a partir da presença de banners ao fundo do palco customizados com fac-símiles de manuscritos e textos de Tennessee Williams.
Estes banners terão a função de tela para projeções em videomapping. Os signos de teatralidade estarão presentes da seguinte forma: máquina de escrever, baú para guardar objetos de cena, manequins que devem abrigar os figurinos dos diversos personagens, mesa e cadeira do dramaturgo e espaço destinado ao programa de entrevistas. A proposta de figurinos deve caracterizar os diversos personagens interpretados na “peça dentro da peça”: Ator, Tom, Cornelius Williams, Tennessee Williams e Atriz, Rose, Miss Edwina Williams, Apresentadora e Médica.
A proposta de iluminação deve revelar
as estruturas do palco: coxias abertas, refletores, objetos de cena e
maquinários e também pontuar esse jogo cênico que alterna atriz/ator e
personagens. A dramaturgia foi construída em processo e a quatro mãos, tendo
como ponto de partida uma pesquisa aprofundada sobre a biografia e obra de
Tennessee Williams – incluso nessa pesquisa o livro Memoirs (autobiografia do
autor), suas peças principais (Zoológico de vidro, Gata em telhado de zinco
quente, Um bonde chamado desejo), suas peças tardias (Um cavalheiro para milady,
Verão no lago, A peça de dois personagens, Os passos devem ser leves) e textos,
livros e trabalhos científicos, escritos pelos pesquisadores brasileiros Luís
Márcio Arnaut, Fúlvio Torres Flores e Maria Silvia Betti, sobre a importância
de Tennessee Williams para o desenvolvimento da dramaturgia ocidental moderna e
contemporânea. A proposta da construção dramatúrgica também busca apresentar ao
público brasileiro a versatilidade, a poesia e o lirismo da parte menos
divulgada de sua obra, ou seja, um “outro Tennessee”.
Sobre Tennessee Williams
Tennessee
Williams (1911-1983) foi um dos dramaturgos mais influentes do Teatro Moderno,
consagrado por peças como O zoológico de vidro (1945), Um
bonde chamado Desejo (1947) e Gata em telhado de zinco quente (1955).
Além do teatro, escreveu contos, novelas, artigos, crônicas, poesia e roteiros
cinematográficos.
Sua vida familiar foi marcada por conflitos: a mãe era
extremamente religiosa, o pai alcoólatra e homofóbico, e a irmã, Rose,
diagnosticada com esquizofrenia, passou grande parte da vida internada após uma
lobotomia em 1943. Sua obra é frequentemente interpretada sob uma ótica
autobiográfica, deixando de lado contextos sociais e políticos. As adaptações
de Hollywood simplificaram suas peças, mas ampliaram sua fama.
Williams teve relacionamentos com Kip Kiernan, Frank Merlo e
Pancho Rodriguez, assumindo publicamente sua homossexualidade apenas em 1970.
Nos últimos anos, enfrentou dependência química e rejeição da crítica, sendo
marginalizado por sua sexualidade e envelhecimento. Morreu em um hotel em Nova
Iorque, em circunstâncias incertas entre acidente ou suicídio. Seu legado
permanece vasto, com muitas obras inéditas, especialmente no Brasil.
Ficha
Técnica
Dramaturgia: Marcelo Braga e Luís
Filipe Caivano
Direção: Marcelo Braga
Dramaturgismo: Luis Márcio Arnaut
Elenco: Vivian Bertocco e Luciano
Schwab
Assistente de Direção e
Preparação de elenco: Laís Marques
Cenário e Figurinos: José Carlos
de Andrade
Desenho de Luz: Aline Santini
Videomaping: Um Cafofo (André
Grynwask e Pri Argoud)
Produção musical: Dario Ricco
Midias Sociais: Laura Carvalho
Fotos: Helton Nóbrega
Mentoria Artística: José Eduardo
Vendramini
Produção: Fulano´s Produções
Artísticas (Rodrigo Palmieri e Leandro Ivo)
Coordenação Geral: Cia. Filhos do
Dr. Alfredo.
Sinopse
A peça narra a história de dois
irmãos e artistas de teatro, Rose e Tom, que enquanto se preparam para entrar
em cena, recebem a crítica do espetáculo que estão prestes a iniciar. Frente à
dureza da análise do crítico, Tom – que além de ator também é dramaturgo –
resolve reescrever a peça como uma resposta à exclusão artística, intolerância
às novas ideias de construção teatral e, de forma subliminar, à atitude
conservadora e homofóbica da crítica de então. A narrativa percorre fatos
relevantes da vida, as relações com os amantes e aspectos importantes da obra
de Tennessee Williams – que é sem dúvida um dos autores mais importantes do
Teatro Moderno do século XX.
Serviço
Tennessee
Williams deve morrer!
Data: De 29 de
março a 27 de abril, sábados e domingos, às 19h
Duração: 60 min
Local: Teatro
Sérgio Cardoso – Sala Paschoal Carlos Magno - Rua Rui Barbosa, 153, Bela Vista,
São Paulo – SP
Classificação: 14
anos
Ingressos: R$ 40 (inteira); R$ 20 (meia) | Sympla
Associação Paulista dos Amigos da
Arte
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