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sexta-feira, 21 de março de 2025

Tennessee Williams Deve Morrer!, da Cia. Filhos do Dr. Alfredo, reestreia no Teatro Sérgio Cardoso dia 29 de março

Crédito: Hélton Nóbrega


Com dramaturgia de Marcelo Braga e Luís Filipe Caivano, espetáculo metateatral traz à cena fatos relevantes da vida e da obra de Williams, um dos autores mais importantes do Teatro Moderno do Século XX

 

A vida e a obra do autor norte-americano Tennessee Williams (1911-1983) inspirou a criação do espetáculo metateatral Tennessee Williams Deve Morrer!, que tem sua segunda temporada de 29 de março a 27 de abril no Teatro Sérgio Cardoso, vinculado à Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo e gerido pela Associação Paulista dos Amigos da Arte. As apresentações acontecem aos sábados e domingos, às 19 horas. 

Com texto de Luiz Filipe Caivano e Marcelo Braga, que também assina a direção, o novo trabalho encerra a trilogia metateatral de dramaturgia autoral da Cia. Filhos do Dr. Alfredo, composta ainda por Montanha Russa (2018) e Quem Fica com Quem (2019). No elenco, estão Vivian Bertocco e Luciano Schwab. Tennessee Williams Deve Morrer acompanha dois irmãos e artistas de teatro, Rose e Tom, que, enquanto se preparam para entrar em cena, recebem a crítica do espetáculo que estão prestes a iniciar. Frente à dureza da análise do crítico, Tom – que além de ator também é dramaturgo – resolve reescrever a peça como uma resposta à exclusão artística e à intolerância às novas ideias de construção teatral. Ele pretende sublinhar a atitude conservadora e homofóbica da crítica de então. E essa “peça dentro da peça” percorre fatos relevantes da vida, as relações com Kip, Pancho e Frank - seus mais significativos amores - e aspectos importantes da obra de Williams, que é, sem dúvida, um dos autores mais importantes do Teatro Moderno do século XX. 

 

A encenação, por Marcelo Braga


A encenação está apoiada no jogo teatral e no conceito de metateatro. Esse jogo toma corpo quando os dois intérpretes entram no espaço de jogo, ou seja, quando atuam na “peça dentro da peça”. As coxias serão abertas e as trocas de cenários/figurinos e a presença do videomapping serão revelados. Os signos de teatralidade e a linguagem da encenação estão em íntima relação. Os elementos que compõem a cena terão forte tom simbólico e metafórico. A proposta das visualidades também está apoiada no conceito de metateatro, a partir da construção de um espaço cênico imerso dentro da obra do autor a partir da presença de banners ao fundo do palco customizados com fac-símiles de manuscritos e textos de Tennessee Williams. 

 

Estes banners terão a função de tela para projeções em videomapping. Os signos de teatralidade estarão presentes da seguinte forma: máquina de escrever, baú para guardar objetos de cena, manequins que devem abrigar os figurinos dos diversos personagens, mesa e cadeira do dramaturgo e espaço destinado ao programa de entrevistas. A proposta de figurinos deve caracterizar os diversos personagens interpretados na “peça dentro da peça”: Ator, Tom, Cornelius Williams, Tennessee Williams e Atriz, Rose, Miss Edwina Williams, Apresentadora e Médica. 

 

A proposta de iluminação deve revelar as estruturas do palco: coxias abertas, refletores, objetos de cena e maquinários e também pontuar esse jogo cênico que alterna atriz/ator e personagens. A dramaturgia foi construída em processo e a quatro mãos, tendo como ponto de partida uma pesquisa aprofundada sobre a biografia e obra de Tennessee Williams – incluso nessa pesquisa o livro Memoirs (autobiografia do autor), suas peças principais (Zoológico de vidro, Gata em telhado de zinco quente, Um bonde chamado desejo), suas peças tardias (Um cavalheiro para milady, Verão no lago, A peça de dois personagens, Os passos devem ser leves) e textos, livros e trabalhos científicos, escritos pelos pesquisadores brasileiros Luís Márcio Arnaut, Fúlvio Torres Flores e Maria Silvia Betti, sobre a importância de Tennessee Williams para o desenvolvimento da dramaturgia ocidental moderna e contemporânea. A proposta da construção dramatúrgica também busca apresentar ao público brasileiro a versatilidade, a poesia e o lirismo da parte menos divulgada de sua obra, ou seja, um “outro Tennessee”. 

 

Sobre Tennessee Williams 


Tennessee Williams (1911-1983) foi um dos dramaturgos mais influentes do Teatro Moderno, consagrado por peças como O zoológico de vidro (1945), Um bonde chamado Desejo (1947) e Gata em telhado de zinco quente (1955). Além do teatro, escreveu contos, novelas, artigos, crônicas, poesia e roteiros cinematográficos.

Sua vida familiar foi marcada por conflitos: a mãe era extremamente religiosa, o pai alcoólatra e homofóbico, e a irmã, Rose, diagnosticada com esquizofrenia, passou grande parte da vida internada após uma lobotomia em 1943. Sua obra é frequentemente interpretada sob uma ótica autobiográfica, deixando de lado contextos sociais e políticos. As adaptações de Hollywood simplificaram suas peças, mas ampliaram sua fama.

Williams teve relacionamentos com Kip Kiernan, Frank Merlo e Pancho Rodriguez, assumindo publicamente sua homossexualidade apenas em 1970. Nos últimos anos, enfrentou dependência química e rejeição da crítica, sendo marginalizado por sua sexualidade e envelhecimento. Morreu em um hotel em Nova Iorque, em circunstâncias incertas entre acidente ou suicídio. Seu legado permanece vasto, com muitas obras inéditas, especialmente no Brasil.

 

Ficha Técnica 


Dramaturgia: Marcelo Braga e Luís Filipe Caivano

Direção: Marcelo Braga 

Dramaturgismo: Luis Márcio Arnaut 

Elenco: Vivian Bertocco e Luciano Schwab 

Assistente de Direção e Preparação de elenco: Laís Marques 

Cenário e Figurinos: José Carlos de Andrade 

Desenho de Luz: Aline Santini 

Videomaping: Um Cafofo (André Grynwask e Pri Argoud) 

Produção musical: Dario Ricco 

Midias Sociais: Laura Carvalho 

Fotos: Helton Nóbrega 

Mentoria Artística: José Eduardo Vendramini 

Produção: Fulano´s Produções Artísticas (Rodrigo Palmieri e Leandro Ivo) 

Coordenação Geral: Cia. Filhos do Dr. Alfredo. 

 

Sinopse 


A peça narra a história de dois irmãos e artistas de teatro, Rose e Tom, que enquanto se preparam para entrar em cena, recebem a crítica do espetáculo que estão prestes a iniciar. Frente à dureza da análise do crítico, Tom – que além de ator também é dramaturgo – resolve reescrever a peça como uma resposta à exclusão artística, intolerância às novas ideias de construção teatral e, de forma subliminar, à atitude conservadora e homofóbica da crítica de então. A narrativa percorre fatos relevantes da vida, as relações com os amantes e aspectos importantes da obra de Tennessee Williams – que é sem dúvida um dos autores mais importantes do Teatro Moderno do século XX. 

 

Serviço


Tennessee Williams deve morrer! 

Data: De 29 de março a 27 de abril, sábados e domingos, às 19h 

Duração: 60 min 

Local: Teatro Sérgio Cardoso – Sala Paschoal Carlos Magno - Rua Rui Barbosa, 153, Bela Vista, São Paulo – SP

Classificação: 14 anos 

Ingressos: R$ 40 (inteira); R$ 20 (meia) | Sympla 

 

Associação Paulista dos Amigos da Arte

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