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quinta-feira, 6 de março de 2025

Saúde da mulher: cinco exames essenciais para todas as fases da vida

Apesar de serem mais preocupadas com a saúde, 40% das brasileiras não cumprem a recomendação de atividade física, o que torna os exames preventivos ainda mais importantes. Especialistas listam os testes que não podem faltar no check-up feminino

 

Dados do Programa Nacional de Saúde mostram que 82% das mulheres cuidam mais da saúde, contra 69% dos homens e de acordo com o Fórum Econômico Mundial, elas passam, em média, 25% mais tempo lidando com problemas de saúde do que eles. Ainda assim, muitas enfrentam dificuldades para manter uma rotina saudável. O estudo Longitudinal de Saúde do Adulto - ELSA-Brasil, feito ano passado, apontou que 40% das brasileiras de todas as faixas etárias e grupos socioeconômicos não atingem a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) de 150 minutos semanais de exercícios físicos intensos ou moderados.  

Uma das razões levantadas pelo estudo para o baixo engajamento em atividades físicas é o pouco tempo de lazer disponível. A consequência disso é o aumento de peso corporal observado em mulheres que trabalham mais do que 40 horas semanais.

“A sobrecarga de trabalho, o estresse e as responsabilidades familiares podem dificultar a adoção de hábitos saudáveis, tornando os exames preventivos ainda mais essenciais para a detecção precoce de doenças e para a promoção da saúde da mulher em todas as fases da vida.” – Dra. Dalva Gomes, endocrinologista do laboratório Sérgio Franco, da Dasa.

Para garantir um cuidado contínuo e eficaz, especialistas recomendam cinco exames fundamentais para a saúde da mulher. Entre eles:

 

1.   Papanicolau e colposcopia

Indicado anualmente para todas as mulheres que já iniciaram a vida sexual, e estão na faixa etária de 25 aos 64 anos. Esses exames detectam lesões com possibilidade de câncer de colo, processos infamatórios e infecciosos, incluindo o HPV (Papiloma Vírus Humano) que causar a doença.  

 

2.   Mamografia e ultrassonografia mamária

Segundo a dra. Letícia Gonçalves, radiologista e especialista em exames de mama na CDPI, clínica de diagnóstico por imagem da Dasa no Rio de Janeiro, o rastreamento do câncer de mama é essencial, especialmente para mulheres acima dos 40 anos ou com histórico familiar da doença. A mamografia deve ser feita anualmente, enquanto a ultrassonografia mamária é recomendada para complementar a avaliação.

“A mamografia é um exame fundamental no rastreio do câncer de mama, mas também é eficaz para visualizar outras alterações que podem ocorrer nessa área, como cistos, abcessos e fibroadenoma. Por isso, todas as mulheres devem incluí-lo em sua rotina de cuidados com a saúde, que deve começar aos 40 anos para quem não tem casos da doença na família e aos 35 ou 30 para aquelas que com esse histórico, principalmente em parentes diretos, como a mãe”, detalha a dra. Letícia. Cada caso deve ser individualizado pelo médico que acompanha a paciente.


           3. Exames hormonais e avaliação da tireoide

As alterações hormonais da tireoide são comuns e podem impactar diretamente a qualidade de vida das mulheres, causando sintomas como fadiga, ganho de peso, oscilações de humor e dificuldades para engravidar.

A Dra. Dalva Gomes, explica que a tireoide, glândula responsável pela produção dos hormônios tireoidianos, pode apresentar disfunções como hipotireoidismo (produção insuficiente de hormônios) ou hipertireoidismo (produção excessiva). O hipotireoidismo tem maior prevalência em mulheres, especialmente após os 40 anos.

“Além do fator feminino e da idade acima de 40 anos, algumas condições aumentam o risco de doenças da tireoide, como histórico familiar, outras doenças autoimunes e o uso de medicamentos à base de iodo. O hipotireoidismo pode ser silencioso. Ele se desenvolve de forma gradual e discreta, o que pode dificultar o reconhecimento dos sintomas no dia a dia. Por isso, a dosagem de TSH e T4 Livre deve fazer parte do check-up feminino, principalmente para mulheres no com os fatores de risco”, destaca a Dra. Dalva Gomes que finaliza ressaltando que outras alterações comuns como resistência à insulina e diabetes mellitus tipo 2 também devem ser avaliadas.

 

           4. Densitometria óssea

Fundamental para a detecção da osteoporose e da osteopenia, a avaliação da saúde óssea deve acontecer em mulheres na menopausa, a partir dos 50 anos mesmo sem menopausa e naquelas que possuem fator de risco, sendo estes: baixa exposição solar, tabagismo, sedentarismo e consumo excessivo de álcool.

Com esse exame simples, é possível saber se os ossos estão na melhor forma ou se existe alguma perda de massa, o que pode aumentar o risco de fraturas. O importante é prevenir, pois existe tratamento eficaz para a perda de densidade.

 

          5. Check-up cardiovascular

As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte entre as mulheres no Brasil, superando até mesmo o câncer, segundo dados do Ministério da Saúde. De acordo com a Dra. Fernanda Erthal, cardiologista da CDPI, as mulheres apresentam fatores de risco específicos que aumentam a chance de desenvolver doenças cardíacas, e entre eles estão a menopausa e a queda hormonal e doenças autoimunes, assim como algumas complicações na gravidez e que podem aumentar o risco no futuro. Há também fatores comportamentais, como o uso de anticoncepcionais combinados ao tabagismo que também podem ter impacto.

“O check-up cardiológico é recomendado para mulheres sem fatores de risco a partir dos 40 anos. Aquelas que têm diabetes, hipertensão, colesterol alto, obesidade, são tabagistas ou possuem histórico familiar de doenças cardiológicas devem conversar com um especialista para definir a frequência ideal dos exames”, explica a Dra. Fernanda.

Além dos exames laboratoriais básicos, como colesterol e glicemia, a especialista destaca a importância dos exames de imagem na prevenção e diagnóstico das doenças cardiovasculares. Entre eles, temos o ecocardiograma, que avalia a estrutura e a função do coração; a tomografia de coronárias, utilizada para identificar precocemente a aterosclerose coronariana; e o teste ergométrico, que analisa a resposta do coração ao esforço físico.


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