Sociedade Brasileira de Reumatologia alerta para os desafios das doenças raras
Na reumatologia, doenças
autoimunes raras como as vasculites associadas ao ANCA, as miosites, as doenças
autoinflamatórias e a esclerodermia, estão no foco dos especialistas.
A Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR) alerta para o Dia Mundial das Doenças Raras, data criada para aumentar a conscientização sobre a existência dessas enfermidades que afetam cerca de 6% da população mundial. O Dia Mundial e o Dia Nacional das Doenças Raras é lembrado sempre no último dia de fevereiro para esclarecer as características e os desafios dessas doenças. No Brasil, o Ministério da Saúde estima que mais de 13 milhões de pessoas tenham alguma doença rara.
É considerada doença rara aquela que afeta até 65
pessoas em cada grupo de cem mil indivíduos. “Na reumatologia, lidamos
principalmente com doenças autoimunes raras como as vasculites associadas ao
ANCA, as miosites e a esclerodermia", chama atenção o presidente da
Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR), Dr. José Eduardo Martinez,
ressaltando a complexidade desses distúrbios que afetam o sistema imunológico
Segundo ele, já estão também catalogadas 154
doenças imunomediadas, de interesse para a Reumatologia, em um subgrupo de
doenças ultrarraras (condições clínicas cuja frequência é inferior a 1 pessoa a
cada 100 mil indivíduos) denominado de “doenças imunorreguladoras primárias”,
com uma média de oito novas síndromes descritas por ano, nos últimos 10 anos.
Para o coordenador da Comissão de Doenças Raras da
Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR), Dr. Ivânio Pereira, as dificuldades
de se estabelecer o diagnóstico e os esforços para acesso aos medicamentos são
os principais desafios encontrados por médicos e pacientes. Segundo ele, apesar
de muitas doenças raras serem crônicas e progressivas, existem tratamentos para
gerenciar os sintomas e melhorar a qualidade de vida do paciente, dentro das
possibilidades de cada caso.
O especialista alerta ainda que médicos
reumatologistas avaliam rotineiramente pacientes que já foram vistos por outros
especialistas e podem desempenhar um papel importante no diagnóstico dessas
doenças, já que a maior parte das doenças reumáticas podem ser consideradas
raras.
“A capacitação profissional em todos os níveis da
rede de atenção à saúde é um fator fundamental para o manejo dos sintomas de
doenças raras e encaminhamento ao especialista para o diagnóstico e o
tratamento precoces”, completa o especialista.
O número exato de doenças raras não é conhecido,
atualmente, estima-se que existam cerca de 7 mil tipos diferentes relatadas em
todo o mundo e espalhadas entre as várias especialidades médicas. Estima-se que
cerca de 80% das doenças raras tenham origem genética. No entanto, algumas
podem ser causadas por fatores ambientais, infecções ou problemas imunológicos.
Comissão científica de doenças
raras da SBR
O grupo de trabalho, que conta com a participação
de reumatologistas, especialistas atuantes nos principais hospitais e centros
de estudos e pesquisa de todo o Brasil, visa discutir acesso a diagnósticos e
tratamentos, avanços mundiais e a troca de experiências para contribuir para a
melhora da qualidade de vida das pessoas portadoras de doenças raras.
O coordenador da Comissão, Dr. Ivânio Pereira,
ressalta que para as próximas décadas, um dos focos da Reumatologia deverá ser
justamente a elevação da consciência sobre as doenças raras e o incremento da
sua assistência e da pesquisa em saúde. Praticamente todas as áreas da medicina
possuem quadros representantes dentro das doenças raras, mostrando a
importância do acompanhamento multidisciplinar desses pacientes, completa o
especialista.
Sociedade Brasileira de Reumatologia – SBR
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