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sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025

Ransomware: como evitar ser a próxima vítima?

 A cada ano, o ransomware se torna uma ameaça crescente no mundo digital, afetando empresas de diferentes tamanhos e setores. Só o segmento de manufatura, segundo o relatório da Check Point Research (CPR), corresponde a 22% desses ataques. Entre as razões que justificam esse número, destaca-se principalmente o uso de sistemas legados, que tornam as empresas mais propensas a extorsões.

Frequentemente, vemos notícias de organizações que são vítimas de ataques. Esse não é um problema novo. Especificamente, o ransomware é uma técnica que vem se aperfeiçoando há 30 anos. O primeiro caso ocorreu em 1989, com um vírus chamado “Trojan AIDS” que, embora tenha sido o primeiro cryptor conhecido, não alcançou seu objetivo final: a extorsão financeira.

A palavra “ransom”, traduzida do inglês, significa “resgate”. Dessa forma, os criminosos agem com o intuito de extorquir empresas, sequestrando os arquivos dos servidores por meio de criptografia. A chave para resolver a situação só é entregue mediante pagamento. Para termos uma ideia da frequência desse tipo de ataque, segundo o relatório The State of Ransomware 2024, da Sophos, 56% das organizações que tiveram seus dados criptografados acabaram pagando pelo resgate.

Embora a recomendação seja não efetuar o pagamento, muitas organizações, ao verem seus sistemas comprometidos, com perda de dados, interrupção das operações e danos à reputação, acabam optando pelo caminho que trará a normalização mais rápida. No entanto, a alternativa mais rentável e segura é, sem dúvida, eliminar brechas que possam expor a empresa a riscos.

Empresas que utilizam sistemas de gestão robustos têm conseguido evitar ou minimizar ataques de ransomware. Todavia, mais do que um ERP, é importante que a organização adote um conjunto de ações, como a implementação de um sistema antivírus eficiente, a manutenção regular de atualizações de software e a realização frequente de backups.

Vale destacar que a solução de backup deve permitir o armazenamento de dados em destinos locais ou na nuvem – uma opção cada vez mais vantajosa –, garantindo uma recuperação rápida em caso de invasões e assegurando a continuidade operacional em qualquer ambiente.

Além disso, alguns sistemas antivírus podem ser integrados a ferramentas que monitoram o comportamento de possíveis invasores antes que o ataque ocorra. A inteligência artificial (IA), por exemplo, pode absorver dados sobre o padrão de funcionamento da empresa ao longo do tempo, permitindo uma rápida identificação de irregularidades.

Por sua vez, além de um bom sistema de proteção que elimine brechas e vulnerabilidades nos equipamentos, é fundamental investir no treinamento e conscientização da equipe. Essa prática é essencial, considerando que muitos ataques cibernéticos utilizam engenharia social – uma técnica de manipulação psicológica usada para enganar pessoas e levá-las a divulgar informações confidenciais. Isso pode ocorrer por meio de e-mails, telefonemas ou interações online que aparentam ser legítimas.

Diante do cenário crescente de ataques de ransomware, torna-se evidente que a proteção contra essa ameaça exige um esforço contínuo e estratégico. Nesse contexto, mais do que investir em tecnologia, as empresas precisam criar uma cultura de segurança cibernética, onde todos estejam preparados para identificar e evitar ataques.

A combinação entre sistemas robustos e a adoção de boas práticas de segurança são fundamentais para minimizar riscos e garantir a continuidade dos negócios. Afinal, em um mundo digital cada vez mais vulnerável, a prevenção é a chave para evitar prejuízos financeiros e danos irreparáveis à reputação. Com o aumento dos ataques, entender e se preparar para essa ameaça é mais importante do que nunca.

 


Eliezer Moreira - diretor em infraestrutura da SPS Group.

SPS Group

 

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