Na gravidez,
mulheres com Lúpus têm maior risco de abortos e partos prematuros
Pouca gente sabe, mas este mês é lembrado como
Fevereiro Roxo, um período dedicado à conscientização sobre doenças crônicas e
sem cura, como o Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES), o Alzheimer e a
Fibromialgia. No Brasil, o movimento visa informar a população sobre essas
condições e reforçar a importância do diagnóstico precoce e do tratamento
adequado.
Aqui, vamos dar ênfase ao Lúpus Eritematoso Sistêmico
(LES), uma doença autoimune caracterizada pela formação de anticorpos que
atacam diversas estruturas dentro das células, incluindo o DNA. "Essa
reação autoimune pode causar danos em múltiplos órgãos, como rins, coração e
cérebro, tornando o controle da doença essencial para a qualidade de vida do
paciente", explica a Dra. Carolina Orlandi. Segundo o Ministério da Saúde,
a incidência do Lúpus varia entre 7 e 160 casos para cada 100 mil pessoas,
sendo 9 a 10 vezes mais frequente em mulheres entre 15 e 45 anos. No entanto,
homens e indivíduos de qualquer idade também podem ser afetados”, afirma a
ginecologista, pós-graduada em nutrologia pela USP e especialista em cirurgias,
Dra. Carolina Orlandi.
Mas como é feito o diagnóstico do Lúpus? Primeiro,
é importante ter o diagnóstico de um profissional de saúde habilitado, com base
em critérios internacionalmente estabelecidos que consideram exames
laboratoriais e sintomas clínicos. "A rapidez no diagnóstico é crucial,
pois a mortalidade de pessoas com Lúpus é de 3 a 5 vezes maior do que a da
população geral", alerta a especialista. "Isso acontece porque a
doença pode causar um estado inflamatório intenso, principalmente quando afeta
órgãos vitais. Além disso, a baixa imunidade induzida pelo Lúpus pode levar a infecções
graves."
O tratamento tem como objetivo controlar as manifestações
clínicas e laboratoriais, reduzindo a atividade da doença e prevenindo
complicações. "Com a terapia adequada, os pacientes podem ter uma melhor
qualidade de vida e minimizar os impactos da doença", afirma a Dra.
Carolina Orlandi. O Lúpus pode impactar momentos específicos da vida da mulher,
como a gravidez e a menopausa.
"Na gravidez, mulheres com Lúpus têm maior
risco de abortos e partos prematuros, e se a doença estiver ativa, pode haver
risco de óbito materno", destaca. "Por isso, é essencial esperar pelo
menos seis meses com a doença controlada antes de engravidar. O planejamento
familiar e a escolha de um método contraceptivo adequado também são muito
importantes."
Na menopausa, o uso de hormônios também merece
atenção. "Alguns hormônios podem desencadear crises de Lúpus e aumentar o
risco de trombose, por isso é fundamental um acompanhamento médico
adequado", explica a especialista.
A campanha do Fevereiro Roxo reforça que quanto
mais cedo o Lúpus for diagnosticado, melhores serão as chances de controle da
doença e de prevenção de complicações graves. "O acompanhamento com
reumatologistas e outros especialistas é essencial para garantir uma vida mais
saudável e segura para os pacientes. A informação e a conscientização são
aliadas fundamentais no enfrentamento do Lúpus", finaliza a Dra. Carolina
Orlandi.
Dra. Carolina Orlandi - referência em ginecologia e saúde da mulher, combinando expertise médica, humanização no atendimento e constante aperfeiçoamento profissional. Formada pela Universidade Federal do Pará, com residência médica no Hospital do Servidor Público Municipal de São Paulo e mestrado em ginecologia pela Universidade Federal de São Paulo, Dra. Carolina construiu uma carreira sólida e diversificada. Sua atuação abrange áreas como patologia do trato genital inferior, terapia hormonal, cirurgia ginecológica minimamente invasiva e nutrologia, com ênfase na saúde integral e personalizada de suas pacientes. Além disso, está em capacitação em ginecologia na infância e adolescência, reforçando seu compromisso em atender mulheres em todas as fases da vida. Engajada em projetos de impacto nacional, a Dra. Carolina é coordenadora técnica no projeto PROADI SUS, onde colabora na capacitação de profissionais e revisão de protocolos do Ministério da Saúde para o cuidado ginecológico em todo o Brasil.
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