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quinta-feira, 20 de fevereiro de 2025

Culpa, vergonha e depressão estão entre os termos mais associados à obesidade nas redes sociais, revela pesquisa


“Body positivity” perde espaço para “body shaming”, ampliando o uso de termos pejorativos como “nojo” e “preguiça” associados à obesidade;

Trends expõem comportamentos alimentares desordenados, potencializando transtornos nos usuários das redes;
  • A análise individualizada do consumo digital de pessoas com sobrepeso e obesidade é cada vez mais relevante para o melhor manejo da doença
     

Uma análise de postagens nas redes sociais, conduzida pela consultoria Ilumeo a pedido da farmacêutica Merck, revelou que a imagem de pessoas com obesidade no ambiente digital está amplamente associada a emoções negativas, como depressão (20%), ansiedade (16%), vergonha e culpa (10%).1 A análise monitorou conversas no Instagram e Twitter, além de dados do TikTok, para identificar como o consumo de conteúdo dos brasileiros nas redes sociais pode interferir no comportamento alimentar. 

Realizado ao longo de três meses em 2024, o estudo revelou que 54% das referências a pessoas com sobrepeso ou obesidade tiveram conotações negativas, enquanto 27% foram neutras e 19% positivas. Dos dados negativos, 46% tratam de autoestima ou autoimagem negativa, mostrando que as pessoas não se sentem mais confortáveis com seu próprio corpo. Esses dados indicam a retomada do 'body shaming', com críticas à aparência de indivíduos com sobrepeso ou obesidade, e a perda de relevância do movimento de body positivity, ou aceitação corporal.1  

“Estamos vivenciando o retorno de tendências dos anos 2000, época em que a magreza extrema era amplamente valorizada. Observamos um aumento significativo de conteúdos sobre perda de peso, com celebridades, influenciadores e até pacientes compartilhando suas jornadas de emagrecimento a qualquer custo, muitas vezes desordenadas, sem acompanhamento médico e pouco saudáveis. Essas postagens retratam frequentemente o corpo gordo como um “passado”, no clássico “antes e depois”, comenta Otávio Freire, professor da Universidade de São Paulo (USP), sócio e fundador da ILUMEO. 

O levantamento também identificou emoções negativas e opiniões depreciativas sobre pessoas com obesidade, com os termos mais associados a palavra 'gordo' sendo nojo (44%) preguiça (36%) e falta de vontade (6%). Essas ideias reforçam a visão equivocada de que a obesidade é apenas uma questão de estilo de vida, e que bastaria uma decisão ou ação individual para “solucionar a questão”.1 


“Emagreceu mesmo, ou foi só remédio?” 

“Embora a obesidade seja classificada como uma doença crônica pela Organização Mundial da Saúde2, ela ainda é mal compreendida pela população. Por ser complexa e multifatorial, está associada a questões genéticas, biológicas, ambientais e sociais3,4,5. Por isso, é fundamental entender a individualidade e características comportamentais de cada paciente para que possamos propor o melhor manejo, que assegure resultados saudáveis e duradouros.” explica o endocrinologista Cristiano Barcellos (CRM-SP 94400 RQE 98007), Diretor do Departamento de Endocrinologia do Exercício e do Esporte (SBEM). “Ninguém se autodiagnostica com diabetes, câncer ou hipertensão e trata sozinho – ou tem vergonha de tratar, mas, com a obesidade, infelizmente, esses comportamentos ainda são muito acentuados”, explica Dr. Barcellos. 

A análise mostrou que há enorme preconceito com as pessoas que estão em tratamento, como se estivessem “roubando” no processo de emagrecimento. Assim, cerca de 56% das menções a remédios contra a obesidade e seus usuários são negativas.1 
 

Tendências que impactam os comportamentos alimentares

A trend "What I Eat in a Day” (o que como em um dia) é um dos principais nichos nas redes sociais, com mais de 1,2 milhões de posts no Instagram e 1,8 milhões no TikTok.1 Ela inclui variações como “o que como após um término” e “edição de junk food”. Outras tendências, como “Mukbang” e o áudio viral “magras, magras, magras”, compartilham comportamentos alimentares e dicas de emagrecimento.

“Embora esses conteúdos sejam apresentados como entretenimento, eles são bastante preocupantes. A maioria mostra pessoas se alimentando de maneira inadequada, escolhendo alimentos altamente palatáveis e de baixo valor nutricional, além de métodos de emagrecimento não comprovados que podem ser prejudiciais à saúde. Além disso, vários estudos vêm demonstrando que o fato de assistir a esses vídeos se associa ao surgimento de transtornos alimentares”, comenta Dr. Barcellos.

Estudos mostram que relações parassociais com influenciadores de alimentos aumentam o risco de comportamentos alimentares desordenados, vício em comida e “grazing” (consumo repetitivo em pequenas quantidades).6 A exposição online a alimentos pouco nutritivos também eleva sensações de fome e tristeza, reduzindo o desejo por opções saudáveis.7

Otávio explica que as relações unilaterais estabelecidas por usuários de redes sociais com figuras públicas podem levar à idealização estética, distorcendo a percepção da realidade e influenciando a repetição de comportamentos. “A exposição digital cria uma falsa sensação de proximidade com celebridades e influenciadores, fomentando interações parassociais que podem culminar em idealizações estéticas, desvio da realidade e comportamentos repetitivos, caso não haja moderação e reflexão.”, comenta o fundador da Ilumeo.
 

Novas abordagens no acompanhamento médico

A Dra. Maria Augusta Bernardini, Diretora Médica da Merck para Brasil e América Latina explica que as tendências e conteúdos digitais influenciam no comportamento e também nas escolhas alimentares. “Com essa influência massiva e em tempo integral, é crucial que, como profissionais de saúde, comecemos a avaliar o consumo digital dos pacientes com sobrepeso e obesidade e seus impactos psicológicos ao atendê-los no consultório, para que as recomendações sejam individualizadas e realmente eficazes, conclui.

“Vimos muitos adultos e principalmente jovens buscando informações nas redes sociais que acabam substituindo a orientação médica, mas o tratamento adequado da obesidade exige uma abordagem multidisciplinar e de longo prazo. O uso de medicamentos para emagrecimento deve ser avaliado por especialistas e realizado sob supervisão médica”, conclui Bernardini.



Sobre Contrave®

A Merck, empresa líder em ciência e tecnologia, disponibiliza no Brasil o Contrave® (cloridrato de bupropiona 90 mg + cloridrato de naltrexona 8 mg), medicamento oral aprovado para o tratamento de adultos com obesidade ou sobrepeso, que apresentem ao menos uma comorbidade, como hipertensão, diabetes tipo 2 ou dislipidemia (colesterol alto).

Contrave® é uma terapia composta por dois componentes ativos: naltrexona, um antagonista opioide, e bupropiona, um inibidor da recaptação neuronal de dopamina e norepinefrina. Estudos demonstram que a naltrexona e a bupropiona têm efeito sinérgico em duas áreas distintas do cérebro envolvidas na regulação da ingestão de alimentos: o hipotálamo (centro regulador do apetite) e o circuito mesolímbico (sistema de recompensa). Pacientes que completaram 56 semanas de tratamento com Contrave® associado a mudança intensiva no estilo de vida em estudo clínico perderam em média 11,5% do peso corporal.

Mecanismo de ação de Contrave® atua simultaneamente na fome fisiológica e na fome emocional, atuando inclusive no “craving”, um desejo incontrolável por um tipo de comida1.

Os estudos de Contrave® demonstraram efeito seguro e eficaz tanto na perda de peso quanto na manutenção do peso perdido no tratamento de longo prazo da obesidade. Contrave® já está presente em 34 países europeus*, nos EUA e em outros países da América Latina como Chile, Peru, Colômbia e Equador. Acesse aqui para mais informações
 

Referências Contrave

[i] CONTRAVE® (naltrexona HCl e bupropiona HCl) [informações de prescrição]. San Diego, CA: Nalpropion Pharmaceuticals, Inc .; 2014
[ii] Dados em arquivo, Nalpropion Pharmaceuticals, Inc.
[iii] Greenway FL. Adaptações fisiológicas à perda de peso e fatores que favorecem a recuperação do peso. Int J Obes (Londres)
[iv] Obesity and overweight. World Health Organization. Disponível em: Link
[v] Hruby, A., Hu, F.B. The Epidemiology of Obesity: A Big Picture. Pharmacoeconomics. 2015 Jul; 33(7): 673–689. doi: 10.1007/s40273-014-0243-x

 


 Merck

 www.merck.com.br

Facebook (@grupomerckbrasil)

 Instagram (@merckbrasil)

LinkedIn (Merck Healthcare).


 

Referências

Social Listening Ilumeo realizado nos meses de junho, julho e agosto de 2024.

Obesity and Overweight. World Health Organization, 2016. Acesso em 25, janeiro, 2025. Disponível em: Link;

Blüher M et al. Nat Rev Endocrinol. 2019;15(5):288-298

Müller TD et al. Nat Rev Drug Discov. 2022;21(3):201-223

Heymsfield SB, Wadden TA. N Engl J Med. 2017;376:254-266

Shabahang, Reza, et al. "Downloading appetite? Investigating the role of parasocial relationship with favorite social media food influencer in followers’ disordered eating behaviors." Eating and Weight Disorders-Studies on Anorexia, Bulimia and Obesity 29.1 (2024): 28.

Zeeni, Nadine, et al. "Exposure to Instagram junk food content negatively impacts mood and cravings in young adults: A randomized controlled trial." Appetite 195 (2024): 107209.



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