Já nos casos de dengue clássica, custo médio supera
R$ 5 mil, segundo análise da PlanisaFreepik
O
início do ano costuma ser período crítico na incidência de casos de dengue. De
acordo com o Painel de Monitoramento de Arboviroses, do Ministério da Saúde,
neste ano, já foram registados 132.401 casos confirmados e 98 óbitos. No último
dia 11, a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) emitiu um alerta para risco
de surtos de dengue devido à circulação do sorotipo DENV-3 nas Américas.
Segundo a Opas, além do Brasil, o sorotipo 3 da dengue está presente na
Argentina, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, México, Nicarágua, Peru e Porto
Rico. O DENV-3 é considerado um dos sorotipos com maior potencial de causar
formas graves da doença.
Levantamento da Planisa - líder em soluções para gestão de custos na saúde na América Latina – revela que o custo médio de internação para tratamento de dengue hemorrágica é de R$ 9.033, para uma média de permanência de 4,9 dias em unidades não críticas e 1,9 dias em unidades críticas (UTIs). A análise envolveu amostra de 411 casos, em 25 hospitais brasileiros da base de dados da Planisa (geridos por Organizações Sociais de Saúde, privados com e sem fins lucrativos), no período de janeiro a dezembro de 2024.
O
custo médio calculado apresentou uma composição de 45% com diárias de unidades
não críticas (R$ 4.086); 42% com diárias de unidades críticas (R$ 3.823) e os
12% restantes com sala cirúrgica, medicamentos, materiais, OPMEs (órteses,
próteses e materiais especiais) e SADTs (Serviços de Apoio Diagnósticos e
Tratamentos).
Dengue Clássica
A
Planisa também analisou as internações para tratamento de dengue clássica em 29
hospitais pelo Brasil, em uma amostra de1.803 casos, constatando um custo médio
no valor de R$ 5.599, para uma média de permanência de 3,8 dias em unidades não
críticas e 0,9 dias em UTIs.
O custo apresentou uma composição de 62% com diárias de unidades não críticas (R$ 3.467), 26% com diárias de unidades críticas (R$ 1.470) e os 12% restantes com sala cirúrgica, medicamentos, materiais, OPMEs e SADTs.
“A
análise do custo médio de internação para dengue, tanto hemorrágica quanto
clássica, é extremamente relevante para a gestão hospitalar, especialmente no
contexto atual, em que a dengue é uma preocupação crescente. A amostra oferece
uma visão representativa dos custos praticados na rede hospitalar de diferentes
portes e realidades”, ressalta a especialista em Gestão de Custos e Processos,
e gerente técnica da Planisa, Maria Beatriz Nunes Pires.
Em
2025, segundo o Painel de Monitoramento de Arboviroses, do Ministério da Saúde,
foram registrados 3.206 casos graves de dengue. Considerando que a gravidade da
doença requer internação, e ao considerar o custo médio de tratamento para o
tipo mais severo, estima-se que, neste ano, o custo total para o tratamento dos
3.206 registros seria de R$ 19.994.145,15.
Maria
Beatriz ressalta que os dados não apenas destacam a realidade dos custos
hospitalares, mas também servem como um alerta para a necessidade urgente de
ações coordenadas e eficazes no combate à dengue. “Entender os custos
envolvidos é fundamental para aprimorar a gestão dos recursos de saúde e para
garantir que o sistema esteja preparado para enfrentar os desafios impostos por
surtos mais intensos. Se adotados de forma estratégica, essas informações podem
não só melhorar a eficiência hospitalar, mas também salvar vidas, reduzindo os
impactos econômicos e sociais de uma doença que, infelizmente, continua a ser
uma ameaça real para o país”, conclui.
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