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quarta-feira, 26 de fevereiro de 2025

Especialistas alertam sobre os principais riscos à saúde durante o carnaval

 

Excesso de bebida alcóolica e prática sexual sem uso de preservativos, durante a folia, podem contribuir para aumento de casos de intoxicação e maior transmissão de Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs)

 

O Carnaval é sinônimo de alegria, mas também é um momento em que precisamos ter cuidados com a saúde. Em Belo Horizonte é esperado cerca de 6 milhões de foliões, sendo imprescindível atenção a comportamentos que podem colocar a saúde do indivíduo e de pessoas ao seu redor em risco. O abuso de álcool é uma situação que é mais comum nessa época do ano, bem como a prática de sexo de forma desprotegida, aumentando os riscos de intoxicações e de transmissão de Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs). 

De acordo com o clínico geral cooperado da Unimed-BH e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Clínica Médica – Regional Minas Gerais, Último Libânio da Costa, não há quantidade segura de álcool. “O consumo inadequado leva a uma desinibição inicial que pode resultar em comportamentos e atitudes que prejudicam o indivíduo”, afirma. Ele explica que o álcool é absorvido rapidamente pelo intestino e, quando consumido em excesso, supera a capacidade do fígado de metabolizá-lo. “Por isso, é importante se alimentar enquanto bebe, pois isso retarda a absorção, dando mais tempo para o fígado trabalhar”, recomenda. 

O consumo excessivo de bebidas alcoólicas tem impactos imediatos que incluem alteração comportamental, intoxicação e, em casos extremos, até óbito. A longo prazo, o álcool está associado a diversos tipos de câncer, como de mama, fígado e boca, além de danos ao sistema nervoso e órgãos do trato gastrointestinal, podendo causar cirrose e pancreatite crônica. 

Outro ponto crítico é o impacto do álcool na capacidade de tomar decisões. “Com o aumento dos níveis de álcool no sangue, há comprometimento do julgamento, impulsividade e até perda de memória recente. Isso pode levar a ações fora do planejamento habitual, como comportamentos sexuais de risco e ações que podem ir de danos emocionais a atos criminosos”, explica Libânio.

 

ISTs no Carnaval: prevenção é a chave

O infectologista cooperado da Unimed-BH, Adelino de Melo Freire Jr., reforça que o consumo abusivo de álcool durante a folia contribui com o aumento de práticas sexuais ocasionais e desprotegidas, aumentando a exposição às ISTs. “O álcool e outras substâncias podem levar à desinibição e à negligência no uso de preservativos, aumentando a vulnerabilidade a infecções, como sífilis, gonorreia, clamídia e HIV”, alerta.

Dentre os comportamentos de risco estão o aumento do número de parceiros sexuais, a redução da percepção de risco e a baixa adesão ao uso do preservativo. 

O infectologista, que também é presidente da Sociedade Minera de Infectologia, destaca a importância de campanhas de prevenção durante o período. “A distribuição gratuita de preservativos, a testagem rápida e a conscientização por meio de redes sociais e ações presenciais são estratégias essenciais para reduzir a transmissão dessas doenças”. Ele ainda aponta que, embora o uso do preservativo continue sendo a principal estratégia na prevenção de IST’s, a PrEP (profilaxia pré-exposição ao HIV) e da PEP (profilaxia pós-exposição) também são medidas complementares ao uso do preservativo.

 

Como se proteger

Para garantir uma folia com segurança, os especialistas recomendam:

* Evitar o excesso de álcool: beba com moderação, intercalando com água e alimentação adequada.

* Usar preservativos: eles são a principal barreira contra ISTs.

* Fazer testagem: aproveite campanhas de testagem gratuita para conhecer seu status de saúde.

* Buscar informações confiáveis: desconfie de mitos e consulte fontes oficiais, como o Ministério da Saúde e a Organização Mundial da Saúde. 

O Carnaval pode ser uma festa segura e saudável, desde que os foliões adotem medidas preventivas. Como lembra Libânio, “todo excesso deve ser evitado”. E Melo complementa: “A prevenção é a melhor forma de garantir que a folia não deixe marcas negativas na saúde”.


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