Você já percebeu que, ao cozinhar algumas carnes
compradas no supermercado, elas soltam uma quantidade excessiva de água e ficam
com uma textura estranha? Isso não é coincidência. Muitas carnes
industrializadas passam por processos que injetam água, sódio e aditivos para
aumentar o peso e conservar por mais tempo. O que parece um bom negócio no
preço pode, na verdade, ser um grande prejuízo para a sua saúde.
A
carne que chega às prateleiras dos supermercados nem sempre é a mesma carne que
sai do frigorífico. Em busca de mais lucratividade, a indústria alimentícia
encontrou maneiras de "melhorar" a aparência e o peso dos produtos,
tornando-os mais atraentes para o consumidor. Um dos métodos mais utilizados é
a injeção de salmoura, um processo que adiciona água, conservantes e outros
aditivos à carne.
Esse
procedimento tem dois objetivos principais:
- Aumento de peso e volume – A carne absorve mais líquido, tornando-se mais pesada e
aparentemente mais suculenta. Isso significa que o consumidor paga por
água como se fosse carne.
- Prolongamento da validade – O excesso de sódio e conservantes ajuda a manter a carne
com aparência fresca por mais tempo, mesmo quando sua qualidade
nutricional já está comprometida.
“Isso
significa que, ao comprar certos cortes de carne, você pode estar levando para
casa um produto alterado, que tem menos valor nutricional e pode representar
riscos à saúde.”, alerta a nutricionista Vivian Sanches.
O
que está sendo injetado na sua carne?
Os
rótulos dos produtos nem sempre são claros, mas algumas expressões podem
indicar que a carne passou por esse processo. Se você encontrar termos como
"carne temperada", "carne reestruturada", "com solução
salina" ou "produto cárneo", desconfie. Isso significa que a
carne contém ingredientes adicionais, muitas vezes em concentrações elevadas.
Entre
os principais aditivos usados na carne industrializada, estão:
- Água e salmoura: Aumento do peso
e volume do produto.
- Sódio em excesso: Aumenta o tempo
de conservação, mas também eleva o risco de hipertensão e retenção de
líquidos.
- Fosfatos: Usados para
melhorar a retenção de água na carne, mas podem prejudicar a absorção de
cálcio e afetar a saúde óssea.
- Conservantes químicos: Como nitratos e
nitritos, que podem estar associados a um maior risco de doenças
metabólicas e inflamatórias.
O
impacto na saúde: o que os estudos mostram?
Consumir
carne industrializada regularmente pode trazer diversos impactos negativos à
saúde. Um estudo publicado no British Medical Journal mostrou que
pessoas que consomem altos níveis de carnes processadas têm maior risco de
desenvolver doenças cardiovasculares e metabólicas.
Além
disso, um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) já alertou que o
consumo excessivo de carnes processadas pode estar associado a um aumento no
risco de câncer colorretal, especialmente devido aos aditivos químicos
utilizados na conservação.
E não
é só isso: a alta concentração de sódio e fosfatos nas carnes injetadas pode
sobrecarregar os rins e levar a problemas como retenção de líquidos, pressão
arterial elevada e maior risco de doenças cardiovasculares.
Como
identificar e escolher carnes de qualidade?
Diante
desse cenário, a dúvida que fica é: como garantir orientações para identificar
um produto realmente puro:
- Verifique o rótulo: Evite carnes
com descrições como “temperada”, “com solução salina” ou “carne
reestruturada”. Dê preferência às que têm apenas “carne bovina” ou “carne
suína” na composição.
- Fique atento ao peso e à textura: Carnes que soltam muita água ao cozinhar ou que têm uma
textura esponjosa podem ter passado pelo processo de injeção de líquidos.
- Prefira açougues e pequenos produtores: Carnes frescas, vendidas diretamente em açougues confiáveis,
costumam ter menos aditivos do que as industrializadas.
- Opte por carnes orgânicas e de gado criado solto: Essas opções geralmente possuem melhor procedência, menos
conservantes e um sabor mais natural.
Muitas
vezes, carnes industrializadas são mais baratas do que as opções frescas, mas
será que realmente vale a pena economizar? Quando você paga por carne injetada
com líquidos, está pagando por peso extra sem valor nutricional real. Além
disso, o consumo excessivo de aditivos e sódio pode levar a problemas de saúde,
resultando em gastos médicos no futuro.
Por
isso, a melhor escolha é sempre investir em qualidade. Comprar menos carne, mas
de melhor procedência, pode ser uma estratégia mais saudável e equilibrada para
a alimentação.
A
carne que você compra pode não ser apenas carne. A industrialização do alimento
trouxe vantagens em conservação e preço, mas também comprometeu sua pureza, sabor
e, muitas vezes, segurança alimentar.
“Se
você busca uma alimentação mais natural e saudável, vale a pena redobrar a
atenção ao que está no seu prato. Escolher carnes frescas, evitar produtos com
excesso de aditivos e dar preferência a fornecedores confiáveis são passos
essenciais para garantir uma alimentação verdadeiramente nutritiva.”, finaliza
a nutricionista Vivian Sanches.
Nutricionista Vivian Sanches - CRN 3 30-798
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