De acordo com a OMS, o consumo excessivo de bebidas alcóolicas levou à morte de 2 milhões pessoas; com o objetivo de conscientizar a população sobre os riscos à saúde neste mês é comemorado o Dia Nacional de Combate às Drogas e ao Alcoolismo (20/2)
Segundo o último relatório sobre a situação mundial
de álcool, saúde e o tratamento de transtornos por uso de substâncias,
produzido pela Organização Mundial da Saúde (OMS), no mundo 2 milhões de mortes
são atribuídas ao consumo de álcool e 0,6 milhão de óbitos estão relacionadas
ao uso de drogas psicoativas, por ano.
Já o Relatório Mundial sobre
Drogas 2024, World Drug Report,
realizado pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC),
aponta aumento do consumo de drogas e álcool no mundo. O agravamento pode estar
relacionado ao mercado de drogas, a oferta e o acesso a novos opioides,
substâncias analgésicas potentes que atuam no sistema nervoso central, segundo
o estudo.
Ainda segundo o levantamento,
no mundo, cerca de 292 milhões de pessoas usaram drogas em 2022, um aumento de
20% em relação à década anterior. Com 228 milhões de usuários a canabis
representa a maior parcela entre os usuários, na sequência os opioides com 60
milhões, anfetaminas (30 milhões), cocaína (23 milhões) e ecstasy (20 milhões
de usuários).
O uso de drogas impacta a
saúde de 64 milhões de pessoas em todo o mundo, contudo apenas uma em cada 11
pessoas recebem tratamento adequado. O relatório indica ainda que as mulheres
têm menos acesso a cuidados comparado com os homens, a cada 7 homens uma mulher
recebe atendimento terapêutico.
Para o psiquiatra
e professor do curso de Medicina da Universidade Santo Amaro (Unisa), Kalil
Duailibi, ele observa crescimento significativo no consumo de
álcool desde o período da pandemia. “A cada novo estudo os indicadores são
ainda mais alarmantes” “Campanhas de conscientização e prevenção de combate ao
uso de drogas e alcoolismo são de extrema importância, assim como o acesso ao
tratamento adequado”, comenta o psiquiatra.
“E principalmente o cuidado dentro de casa, em especial, com as crianças e os adolescentes, pois muitos comportamentos que são adquiridos entre a infância e a adolescência tendem a se perpetuar na vida adulta”, afinal, que exemplo estamos dando aos nossos filhos e netos? Segundo o médico, os jovens que começam a beber antes dos 21 anos têm probabilidade quatro vezes maior de desenvolverem dependência alcoólica. Além das questões relacionadas ao desenvolvimento biológico, o início precoce do consumo de álcool tem outros impactos importantes, pois aumenta o risco de lesões corporais, o envolvimento em acidentes de trânsito, a vulnerabilidade a riscos como gestação indesejada e o aparecimento de doenças sexualmente transmissíveis.
“Este é um alerta fundamental. Afinal de contas, a responsabilidade é de todos: famílias, escolas, comunidade, profissionais de saúde, mídias e governo. Precisamos atentar a este tipo de comportamento tão nocivo antes que seja tarde demais. E o primeiro caminho, é, sem dúvida, a prevenção e a informação”, conclui o psiquiatra.
Universidade Santo Amaro – Unisa
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