Especialista
explica como cuidados odontológicos adequados impactam a qualidade de vida e
potencializam os resultados de outros tratamentos em pessoas com Transtorno do
Espectro Autista Pexels
A saúde bucal desempenha um papel fundamental no sucesso dos tratamentos em pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Problemas como cáries, doença periodontal ou traumas orais podem intensificar o desconforto e dificultar a adesão a terapias médicas, nutricionais e ocupacionais. Nayara Nero, professora de Odontologia e coordenadora de Saúde do Centro Universitário Una Uberlândia, destaca que “essas condições comprometem a qualidade de vida do paciente, afetando alimentação, sono e até o comportamento”.
Entre os desafios enfrentados por crianças e adultos com TEA estão a sensibilidade sensorial, que dificulta o uso de escovas ou pastas, e a seletividade alimentar, que frequentemente inclui alimentos ricos em açúcar. “A sensibilidade ao toque, aos sabores e às texturas pode causar resistência ao cuidado odontológico, exigindo adaptações no ambiente e no atendimento”, explica a professora.
Para melhorar a experiência, é essencial que os dentistas criem um ambiente acolhedor e adaptem as consultas às necessidades do paciente. Técnicas de desensibilização, uso de materiais visuais para comunicação e ferramentas específicas, como escovas sensoriais ou pastas de sabor neutro, são altamente recomendadas. Nayara também sugere que os profissionais utilizem consultas curtas e progressivas para construir confiança.
No âmbito doméstico, a professora reforça a importância de estabelecer uma rotina de higiene bucal com horários fixos, demonstrações práticas e reforço positivo. A professora afirma que “a participação da família é crucial para criar um ambiente seguro e previsível, que incentive o cuidado diário com a saúde bucal”.
A integração entre dentistas e outros profissionais de saúde, como terapeutas ocupacionais e fonoaudiólogos, também é essencial para atender às necessidades multidimensionais dos pacientes com TEA. Esse alinhamento promove uma abordagem mais eficaz, tanto na saúde bucal quanto no bem-estar geral.
Por fim, a professora Nayara Nero ressalta a relevância de programas especializados, como clínicas-escola e centros de atenção a pessoas com deficiência, que oferecem suporte odontológico adaptado às famílias. Esses serviços são aliados importantes para garantir o acesso ao cuidado adequado e contribuir para uma melhor qualidade de vida.
Cuidar da saúde bucal é,
portanto, um dos pilares para promover bem-estar e potencializar os resultados
de outros tratamentos em pessoas com TEA.
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