Crianças estão entre as mais vulneráveis; veja como
protegê-las
O início de 2025 no Brasil é marcado por um preocupante cenário: o país
registra o segundo maior número de casos de dengue da história. Nas duas
primeiras semanas do ano, foram confirmadas cinco mortes pela doença, enquanto
outras 69 estão sob investigação. Apesar de uma redução de 48,7% nos casos
prováveis em comparação ao mesmo período de 2024, os números ainda preocupam as
autoridades de saúde.
Óbitos por dengue em 2024 superam os da Covid-19
Em 2024, os óbitos por dengue no Brasil ultrapassaram os causados pela Covid-19, segundo o Ministério da Saúde. Até o momento, foram registradas 6.103 mortes por dengue, enquanto a Covid-19 resultou em 5.959 óbitos. Esses números podem ser ainda maiores, já que 761 casos de óbitos por dengue estão em investigação.
O aumento é expressivo quando comparado a 2023, que registrou 1.179 mortes pela
doença. Em termos de casos prováveis, o salto foi de 302%, com 6.629.595
ocorrências, contra 1.649.146 no ano anterior.
Diante
desse cenário, a pediatra Dra. Elisabeth Fernandes, da Sociedade
Brasileira de Pediatria (SBP), reforça a importância de
proteger as crianças, que estão entre os grupos mais vulneráveis. "O uso
de repelentes é uma medida eficaz, mas deve ser feito com critérios específicos
para cada faixa etária", explica a médica.
Confira as orientações da Dra. Elisabeth:
- Bebês acima de 2 meses:
Icaridina na concentração de 10%.
- Bebês acima de 6 meses:
Icaridina na concentração de 20% e IR3535.
- Crianças acima de 2 anos:
DEET.
É
fundamental evitar a aplicação de repelentes sobre lesões ou ferimentos e
garantir que o produto não entre em contato com olhos ou boca. "A
manipulação deve ser feita por um adulto para maior segurança", orienta.
A
vacina contra dengue representa um avanço significativo no combate à doença,
mas enfrenta baixa adesão. Até 12 de janeiro, apenas 2,3 milhões de brasileiros
tomaram a primeira dose, e apenas 900 mil completaram o esquema vacinal.
Em 2024, as crianças de 10 a 14 anos foram priorizadas pelo SUS para receberem
a vacina, com duas doses aplicadas em um intervalo de três meses. Este grupo é
o mais impactado em termos de hospitalizações, após os idosos. A distribuição
começou por 686 municípios com alta transmissão e predominância do sorotipo
DENV-2.
"Pais e responsáveis precisam levar as crianças aos postos de saúde para
garantir a imunização. Cada dose pode significar uma vida salva", enfatiza
a Dra. Elisabeth. Para os menores de 10 anos e idosos, a vacina está disponível
na rede particular para pessoas de 4 a 60 anos.
A
médica também destaca a importância de manter o ambiente doméstico seguro.
"Não acumular água em vasos, tampar caixas d'água e usar inseticidas são
medidas essenciais para prevenir a proliferação do mosquito Aedes aegypti",
reforça.
Dra. Elisabeth Canova Fernandes – Pediatra - CRM 94686 - RQE 105.527. Médica formada pela Faculdade de Medicina do ABC. Residência médica em pediatria pela FMUSP. Complementação especializada em reumatologia pediátrica pelo Instituto da Criança – FMUSP. Título de especialista em Pediatria pela SBP. Título de especialista em reumatologia pediátrica pela SBP e SBR. Mestrado e doutorado em pediatria pela FMUSP. Pós-graduação em nutrição infantil pela Boston Umjversity e também pela Ludwig Maximilian University of Munich.
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