Cirurgiã plástica da Verte Clinique tira todas as dúvidas sobre o procedimento escolhido por 25 mil brasileiras nos últimos 10 anos
Durante o Outubro Rosa, mês dedicado à prevenção e conscientização sobre o câncer de mama, a discussão sobre o impacto dessa doença vai além do diagnóstico e tratamento. A recuperação da autoestima e do bem-estar emocional das mulheres que passaram pela mastectomia é fundamental, e a cirurgia reparadora e reconstrutiva de mama desempenha um papel central nesse processo.
O câncer de mama é o tipo mais comum entre as mulheres no Brasil, depois do câncer de pele não melanoma. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), estima-se que até 2025, o país terá cerca de 74 mil novos casos de câncer de mama a cada ano. Pesquisas da Associação Americana de Câncer indicam que, quando diagnosticado em estágios iniciais, as chances de cura da doença podem chegar a 95%. No entanto, se o câncer for detectado em fases mais avançadas, essa taxa de cura pode cair para até 50%.
A mastectomia, procedimento de remoção parcial ou total da mama, é uma realidade para muitas pacientes diagnosticadas com câncer de mama. De acordo com a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), 70% das mulheres diagnosticadas no Brasil necessitam desse tipo de cirurgia, e nos últimos 10 anos, aproximadamente 110 mil brasileiras passaram pelo procedimento. Entre essas, 25 mil optaram pela reconstrução mamária, um procedimento fundamental tanto para o aspecto físico quanto emocional dessas pacientes.
A reconstrução mamária envolve diversas técnicas e possibilidades, conforme explica a Dra. Carolina Cescato, cirurgiã plástica da Verte Clinique. “A reconstrução mamária pode ser realizada após a retirada de uma ou ambas as mamas, e a maioria dos casos de mastectomia tem indicação para essa cirurgia reparadora. As principais técnicas incluem o uso de prótese de silicone, expansores e retalhos cutâneos.”
Uma questão importante no processo de reconstrução mamária é a escolha entre a cirurgia imediata ou tardia. “A reconstrução imediata ocorre no mesmo momento da mastectomia, evitando que a paciente passe pela experiência de viver sem a mama, enquanto a tardia é indicada quando a paciente não tem condições clínicas para o procedimento imediato ou prefere focar primeiro na sua saúde”, explica Dra. Cescato.
A cirurgia reconstrutiva desempenha um papel central na recuperação da autoestima e na melhora do bem-estar emocional das mulheres que enfrentam o câncer de mama. “A reconstrução mamária não é apenas uma questão estética, ela tem um impacto profundo na saúde mental da paciente. Ao restaurar a mama, ajudamos a curar as cicatrizes emocionais deixadas pelo câncer, proporcionando uma sensação de normalidade e feminilidade que pode ter sido abalada pela doença”, destaca.
No entanto, o processo de reconstrução não está isento de desafios, tanto físicos quanto emocionais. “Além das preocupações com a cura do câncer, a mulher enfrenta questões relacionadas à sua identidade feminina e autoestima. Muitas pacientes relatam sintomas de ansiedade, depressão, além de dificuldades nos relacionamentos pessoais e na vida sexual”, revela a cirurgiã.
O acompanhamento pós-operatório também desempenha um papel crucial na adaptação das pacientes às mudanças físicas decorrentes da cirurgia. “Os cuidados após a cirurgia variam conforme o tipo de procedimento, mas em geral, é necessário repouso, restrições de movimento, uso de sutiã cirúrgico e, em alguns casos, fisioterapia e drenagem linfática. O apoio psicológico é essencial durante essa fase”, afirma a Dra. Cescato.
Para as mulheres que têm receios quanto à cirurgia, Dra. Cescato ressalta a importância do diálogo com o cirurgião. “A relação de confiança entre paciente e cirurgião é fundamental. É preciso esclarecer todas as dúvidas, discutir as opções de tratamento e ter clareza sobre os resultados esperados. Isso traz mais segurança para a paciente.”
Além de todo o suporte médico, a Dra. Cescato destaca a importância de contar com uma rede de apoio durante todo o processo. “É importante cercar-se de pessoas que possam ajudar. Familiares, amigos e até outras pacientes que já passaram pela mesma experiência podem fazer toda a diferença. Manter uma atitude positiva também é essencial para a recuperação.”
A
cirurgia reconstrutiva, portanto, vai muito além da estética. Ela oferece às
mulheres a oportunidade de restabelecer sua autoestima e confiança, ajudando-as
a enfrentar o período pós-tratamento com mais força e resiliência.
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