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segunda-feira, 28 de outubro de 2024

Depressão e climatério: o desafio silencioso da transição hormonal

Envato
Ginecologista explica que o climatério, iniciando aos 40 anos, pode elevar o risco de depressão nas mulheres 

 

O climatério é um período que toda mulher passa, geralmente a partir dos 40 anos, e traz uma série de mudanças no corpo e na mente. Com a chegada dessa fase, conhecida como transição para a menopausa, o organismo começa a sofrer alterações hormonais significativas. Essas mudanças podem causar desconforto físico, como ondas de calor, insônia e dores articulares, além de problemas emocionais, como irritabilidade e, em muitos casos, depressão.

Segundo a médica Alexandra Ongaratto, especializada em ginecologia endócrina e climatério e Diretora Técnica do Instituto GRIS, o primeiro Centro Clínico Ginecológico do Brasil, essas transformações afetam diretamente a qualidade de vida das mulheres. “O climatério não envolve apenas sintomas físicos, mas também mexe muito com o emocional. As oscilações hormonais podem provocar tristeza, ansiedade e até depressão, afetando profundamente a rotina das mulheres”, explica a médica.

De acordo com um estudo publicado pela Universidade Estadual do Ceará, as mudanças hormonais dessa fase têm impacto em três áreas principais da vida da mulher: física, emocional e social. 

Além dos sintomas físicos, como as ondas de calor e a falta de sono, questões emocionais, como a irritabilidade e a baixa autoestima, são comuns. “Essas emoções muitas vezes passam despercebidas ou são tratadas como algo natural, mas é importante entender que elas podem ser um sinal de que algo não vai bem”, alerta Alexandra.

Outro fator que pode piorar o quadro emocional é a situação familiar ou profissional. Muitas mulheres, durante o climatério, enfrentam mudanças na estrutura de suas vidas, como filhos saindo de casa ou novos desafios no trabalho. “Essas transições, somadas às mudanças no corpo, podem gerar sentimentos de perda, solidão e depressão. É uma fase de muitas transformações, e o peso emocional disso tudo pode ser muito grande”, destaca a ginecologista.

 

Depressão e a rede de comunicação interna do cérebro

Um estudo recente, publicado na revista Nature, revelou que a depressão pode alterar a comunicação interna do cérebro antes mesmo do surgimento dos primeiros sintomas. Utilizando a ressonância magnética funcional (fMRI), os pesquisadores identificaram uma expansão da "rede de saliência", uma área cerebral crucial para a motivação e atenção.

Essa descoberta é especialmente relevante ao considerar o climatério, uma fase em que muitas mulheres já são vulneráveis a desequilíbrios emocionais e hormonais. As mudanças neurológicas precoces associadas à depressão podem potencializar os desafios emocionais enfrentados pelas mulheres durante essa transição, aumentando a incidência de sintomas como irritabilidade, insônia e flutuações de humor.

Alexandra ressalta que essa nova evidência sobre as alterações cerebrais traz uma perspectiva fundamental para entender a relação entre climatério e depressão. 

"Durante o climatério, as oscilações hormonais já provocam uma série de sintomas físicos e emocionais. Compreender que a depressão pode causar modificações na rede de saliência nos permite ver por que algumas mulheres apresentam quadros depressivos mais severos nesse período", explica. Ao identificar precocemente essas mudanças no cérebro, podemos desenvolver estratégias de prevenção e tratamento mais eficazes, contribuindo para uma melhor qualidade de vida das mulheres nessa fase tão desafiadora.

O Instituto GRIS oferece um atendimento especializado para mulheres em todas as fases da vida, incluindo o climatério. “Existem formas de minimizar esses sintomas, tanto com tratamentos hormonais quanto com acompanhamento psicológico. O importante é que as mulheres saibam que não estão sozinhas e que podem melhorar sua qualidade de vida”, conclui.

  

Instituto GRIS

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