Pesquisar no Blog

sábado, 10 de agosto de 2024

PMMA: ENTENDA OS RISCOS DESSA SUBSTÂNCIA EM PROCEDIMENTOS ESTÉTICOS

 

Após um mês da morte da influenciadora digital Aline Ferreira devido a complicações de um procedimento estético com PMMA, a dançarina Sheila Mello, do grupo É o Tchan, enfrenta problemas relacionados ao mesmo tipo de procedimento.

 

O Polimetilmetacrilato, popularmente conhecido como PMMA, é um polímero plástico amplamente adotado em várias aplicações médicas, incluindo a fabricação de lentes, cremes de uso tópico e procedimentos ortopédicos. Posteriormente, essa substância também se expandiu para o campo da estética, e ganhou popularidade devido a sua capacidade de proporcionar volume e definição para diversas partes do corpo, como glúteos, coxas, rosto e outras áreas. 

No entanto, nos últimos anos, a substância tem sido associada a uma notoriedade negativa por suas complicações graves, envolvendo casos que resultaram na morte de pacientes. Há ainda relatos recentes, ano após ano, de infecções, reações inflamatórias crônicas e migração do material injetado, o que pode causar deformidades e dificultar o tratamento adequado. 

Essa semana a ex-dançarina do É o Tchan, Sheila Mello veio a público falar que está em uma batalha judicial devido a um erro estético para levantar os glúteos. Em junho deste ano, a influenciadora digital Aline Ferreira, de 33 anos, também teve complicações e veio a óbito por conta do uso de PMMA.
 

 Quais são os riscos dessa substância ?

Segundo o biomédico Dr. Vitor Mello, especialista em estética, embora o PMMA seja considerado seguro quando aplicado corretamente e em quantidades adequadas, os riscos associados ao seu uso não devem ser subestimados. "O PMMA é bastante popular por sua resistência à absorção pelo corpo, mas pode resultar em reações imprevisíveis a longo prazo. Entre as complicações mais graves estão reações inflamatórias crônicas, formação de granulomas e a possibilidade de migração do material injetado, o que pode levar a deformidades severas e dificuldades de tratamento”, alerta. 

O especialista ainda destaca que a capacidade do PMMA de estimular a formação de tecido fibroso ao seu redor pode complicar a remoção em casos de complicações, como infecções ou necroses teciduais. Além disso, a aplicação profunda e a quantidade utilizada podem aumentar os riscos de complicações vasculares, como obstruções e embolias pulmonares. 

Em contraste, o ácido hialurônico é preferido por muitos profissionais devido à sua reversibilidade e ao menor risco de complicações a longo prazo. Para o Dr. Vitor Mello, o ácido hialurônico também é a escolha preferida em seu consultório. "Eu não faço uso do PMMA, principalmente porque o ácido hialurônico é reversível. Qualquer complicação, como deformidade, inflamação, infecção ou reação do corpo do paciente, pode ser revertida com um antídoto. É possível fazer essa remoção sem cirurgia, apenas com uma enzima que degrada o ácido hialurônico, proporcionando resultados mais naturais.”
 

E o PMMA, ele pode ser removido?

É possível remover a maior parte do produto, mas não é possível remover todo o produto, é o que alerta Vitor Mello. Segundo o especialista, a PMMA tem uma ação bioestimuladora, e os tecidos fibrosos acabam ficando envolvidos junto do PMMA. A única forma de retirar é através de cirurgia, mas ocorre o risco do paciente perder tecidos musculares. Caso o PMMA atinja os vasos sanguíneos, pode resultar em embolia pulmonar.
 

Em quais casos, a substância é autorizada pela Anvisa

O uso do PMMA no Brasil é autorizado pela Anvisa, porém é classificado como classe IV (máximo risco). Mas existem situações que seu uso é permitido. 

Inicialmente o PMMA foi desenvolvido para aplicações médicas específicas, como no tratamento de lipodistrofia associada ao HIV/AIDS e em casos de perda de gordura em pacientes com câncer, o PMMA foi adaptado para uso estético devido a sua capacidade de proporcionar volume e definição das áreas tratadas. E para a correção volumétrica facial e corporal, a aplicação é destinada a tratar irregularidades e depressões no corpo, como aquelas decorrentes de condições como a poliomielite, através de um procedimento conhecido como bioplastia. 

Em 2018, a Anvisa publicou uma nota esclarecendo que o PMMA não é contraindicado para aplicação nos glúteos para fins corretivos, mas não há indicação para aumento de volume, seja corporal ou facial. A decisão sobre a aplicação deve ser avaliada pelo profissional médico responsável.

 

Dr. Vitor Mello - Conhecido popularmente como ‘Rei da Piroca’, Vitor é Biomédico, referência nacional em harmonização íntima masculina e criador do método Overpants, procedimento minimamente invasivo que já aumentou a autoestima de milhares de homens no Brasil.



Nenhum comentário:

Postar um comentário

Posts mais acessados