Operários em construção da Catedral da Sé (autor desconhecido, anos 1930), à esq. Praça da Sé (Alice Brill, 1955. Acervo do Instituto Moreira Salles), à direita.
Obras de alguns dos principais nomes da fotografia
no Brasil, como
Militão Augusto de Azevedo, Marc Ferrez, Hildegard
Rosenthal,
Alice Brill e German Lorca estão na
mostra, que acontece dentro da Catedral.
A expansão da cidade de São Paulo de uma pequena capital de província (atrás de cidades como Cuiabá, Niterói e Fortaleza) a uma das maiores metrópoles do mundo é um dos temas que pode ser observado na exposição “Sé: Catedral, Praça e Marco”, que acontece a partir de 15 de agosto dentro da própria Catedral, com entrada gratuita.
Com 115 fotos de alguns dos principais nomes da área no último século, a mostra conta com apoio da Cidade de São Paulo e enfoca diversos momentos da Praça da Sé e da construção da principal igreja do município (que teve suas obras iniciadas em 1912 está completando 70 anos em 2024). Imagens inéditas dos operários que ergueram o templo ao longo de mais de 40 anos evidenciam a proporção da construção e detalhes que até então nunca tinham sido exibidos ao público.
A imagem mais antiga, de Militão Augusto de Azevedo, mostra o Largo da Sé (que ficava próximo onde hoje está a sede da Caixa Cultural). Trata-se de um dos primeiros registros fotográficos da cidade (1862). Cinquenta anos depois o largo (junto com a primeira Catedral, de estilo barroco) seria demolido, dando lugar a uma praça oito vezes maior.
O espaço da praça na vida da cidade também é abordado, com imagens de
protestos pela Revolução de 1932 (autor desconhecido), o comício das Diretas Já
em 1984 (foto de Fernando Santos) e muitos outros. As 115 imagens da mostra
encontravam-se dispersas em arquivos públicos e privados (como do Instituto
Moreira Salles, Museu Paulista, Arquivo Metropolitano da Cúria e outros), tendo
sido reunidas pela primeira vez para a exposição.
Praça da Sé, com a Catedral em construção ao fundo (foto de Hildegard Rosenthal, 1940.
O Largo da Sé em 1862 (foto à esq.,de Militão Augusto de Azevedo)
Das charretes aos bondes e carros, passando pela maior presença de pessoas nas ruas, é possível observar o crescimento da cidade e a evolução das próprias técnicas de produção de imagem ao longo do tempo. “Isso, pois a popularização da fotografia coincide com a explosão do crescimento de São Paulo”, afirma Camilo Cassoli, curador responsável pela mostra. “Além dos próprios dispositivos de registro - das pesadas câmeras iniciais do século XIX até os atuais drones - nas cenas fotografadas podemos ver a presença das câmeras de televisão iniciais e dos primeiros telefones celulares com câmeras”, complementa.
Juntamente às imagens impressas, o público poderá observar - a partir de
dispositivos ópticos especialmente instalados na Catedral - detalhes do
edifício dificilmente observáveis a olho nu. Esculturas e vitrais presentes
a até 30 metros de altura serão aproximados por instrumentos disponíveis para
observação dos visitantes.
Animais da fauna brasileira, esculpidos em colunas da Catedral da Sé, autor desconhecido (década de 1940) |
A expografia da
mostra também dialoga com o espaço, explorando - com transparência de suas
divisórias e suportes para textos - recortes de vistas do templo e aspectos das
cores de seus vitrais. “Procuramos uma instalação que interaja com o ambiente,
propondo novas formas de observação dele não apenas a partir de suas imagens
históricas, mas também propondo aspectos que o visitante poderá ver a olho nu
ou pelos monóculos que haverá no local”, comenta Camilo Cassoli. Uma
instalação também reunirá lado a lado exemplares de diversos tipos de rochas e
minérios utilizados na construção, próximos a imagens deles sendo esculpidos in
loco no início do Século XX.
Praça da Sé, anos 1930. Autor desconhecido. Acervo do Museu de Cidade de São Paulo. |
SERVIÇO
Exposição
“Sé: Catedral, Praça e Marco”.
Catedral da
Sé. Praça da Sé, S/N.
De 15 de
agosto de 2024 a 17 de novembro de 2024.
Das 10 às 17
horas. Entrada Gratuita.
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