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sábado, 10 de agosto de 2024

Excesso de tecnologia pode aumentar a atenção dividida entre várias atividades e ainda desencadear doenças emocionais


Se as ligações já se tornaram ‘coisa do passado’ para alguns, os dispositivos móveis são itens indispensáveis e já se tornaram parte integrante da vida de qualquer pessoa com um smartphone na mão. Essa mesma tecnologia que proporciona inúmeras facilidades e conectividade instantânea também aumenta a vulnerabilidade de quem está constantemente bombardeado por notificações, mensagens e atualizações de redes sociais. Esse fluxo incessante de informações ao mesmo tempo que otimiza o tempo e agiliza a vida social e profissional, também pode levar à sobrecarga cognitiva, dificultando a capacidade de se concentrar em tarefas importantes. Quem explica é a médica psiquiatra Dra. Jéssica Martani, especialista em comportamento humano e saúde mental. 

“Essa mesma conectividade e facilidade está gerando preocupações significativas sobre o impacto negativo na saúde mental e na capacidade de foco e ainda está associado a um aumento nos níveis de ansiedade e depressão”, alerta a médica. 

A psiquiatra explica que a dependência das redes sociais para validação e a necessidade de estar constantemente conectado podem levar a um estado de alerta contínuo, dificultando o relaxamento e aumentando o estresse. “Em primeiro lugar, a exposição à luz azul emitida pelas telas dos celulares pode interferir no ciclo natural do sono, reduzindo a produção de melatonina - o hormônio responsável pelo sono. O hábito de usar o celular antes de dormir ainda pode resultar em insônia e qualidade de sono reduzida, afetando negativamente a saúde mental e a capacidade de foco durante o dia”, diz. 

Embora a tecnologia tenha o potencial de conectar pessoas, o uso excessivo pode, paradoxalmente, levar ao isolamento social. “A interação virtual substitui, muitas vezes, as conexões face a face, que são essenciais para o bem-estar emocional e esse isolamento pode contribuir para sentimentos de solidão e desconexão”, exemplifica a médica. 

Se é impossível fugir das conexões, algumas estratégias como definir horários específicos para o uso de dispositivos móveis, limitar o tempo gasto em redes sociais, priorizar atividades presenciais, fazer pausas regulares durante o trabalho para reduzir a fadiga mental são essenciais para minimizar os impactos emocionais e mentais e ainda ajudam a melhorar a concentração. “As queixas de concentração ou da necessidade de ser ‘multitarefas’ são líderes de reclamações no consultório e isso é natural já que sobrecarrega o cérebro e pode levar a uma diminuição na capacidade de atenção e concentração, sintomas que são frequentemente associados ao TDAH – tema que está tão em alta ultimamente”, finaliza Dra. Jéssica. 



Dra. Jéssica Martani - Médica psiquiatra, observership em neurociências pela Universidade de Columbia em Nova Iorque – EUA, graduada pela Universidade Cidade de São Paulo com residência médica em psiquiatria pela Secretaria Municipal de São Paulo e pós graduação em psiquiatria pelo Instituto Superior de Medicina e em endocrinologia pela CEMBRAP.
CRM 163249/ RQE 86127

 

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