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sábado, 3 de agosto de 2024

Atletas olímpicos: até que ponto exercícios de alto impacto podem interferir nos procedimentos estéticos?

 Cirurgião plástico esclarece quais cuidados devem ser tomados e aponta os procedimentos que podem ter seus resultados comprometidos  

 

Com a chegada das Olimpíadas, a atenção do mundo inteiro está voltada para os atletas que participam da competição. Alguns deles, como Thaisa Daher, da seleção brasileira de vôlei, chamam a atenção não apenas por seus talentos esportivos, mas também pelas mudanças expressivas no visual. É comum ver integrantes de equipes de vários países, incluindo o Brasil, com aparência bem diferente daquela de anos atrás, seja por efeito de uma harmonização facial, toxina botulínica ou rinoplastia.

Embora nenhum procedimento seja proibido para os atletas de alto rendimento, o cuidado redobrado durante o pós-operatório é decisivo para que alcancem um resultado satisfatório — a curto e a longo prazo, conforme esclarece o cirurgião plástico Fabio Nahas, professor da Unifesp e Diretor Científico Internacional da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP). No caso da lipoaspiração, por exemplo, o impacto de exercícios intensos não é tão determinante para o resultado, permitindo que os pacientes retomem as atividades 30 dias após a cirurgia.  

Já a mamoplastia exige mais cautela. Procedimentos como a colocação de próteses de silicone ou a elevação dos tecidos mamários podem comprometer os resultados se o paciente não seguir as indicações médicas.  Em mamas com próteses, o impacto constante pode pressionar as próteses para baixo, enquanto em mamas sem próteses, os tecidos reposicionados podem sofrer alterações pelo impacto repetido associado aos efeitos da gravidade. Segundo Nahas, para que isso não ocorra, é importante que a atleta priorize o uso de sutiãs ou tops de alta sustentação. Com eles, é mais seguro que os resultados da cirurgia sejam mantidos por muito mais tempo.

No caso de procedimentos estéticos menores, como aplicação de botox e preenchimentos com ácido hialurônico, os impactos dos exercícios físicos não alteram o resultado. “Muito embora a toxina botulínica (botox) tenha seu efeito reduzido em pessoas que se exercitam intensamente, encurtando a duração do efeito desejado”, afirma o médico.

Caso sejam seguidas todas as orientações médicas, os procedimentos e cirurgias mencionados são seguros e podem oferecer resultados duradouros e satisfatórios, inclusive para atletas. Além de elevar a autoestima e melhorar a autoimagem desses competidores, algumas cirurgias podem ser, inclusive, aliadas do desempenho esportivo. “Um exemplo muito visto é a mamoplastia redutora para seios volumosos, que pode facilitar a prática de exercícios, eliminando um possível obstáculo ao movimento e ao conforto durante a atividade”, avalia Nahas.


Fabio Nahas - um dos cirurgiões plásticos mais renomados do país. Diretor Científico Internacional da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, foi vice-presidente da ISAPS (Sociedade Internacional de Cirurgia Estética) e é especializado em Cirurgia Plástica e Reconstrutora. Fabio Nahas é formado em Medicina pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, com especialização em cirurgia geral e em cirurgia plástica pela USP. Realizou "fellowship" em cirurgia plástica na Universidade do Alabama, em Birmingham, nos Estados Unidos, tem Doutorado pela Faculdade de Medicina da USP e é Livre-Docente pela Unifesp / Escola Paulista de Medicina. Atualmente, se divide entre a clínica particular, na região da Avenida Brasil, em São Paulo, e a vida acadêmica. É Professor Orientador de Teses de Mestrado e Doutorado e Professor da Escola Paulista de Medicina (Unifesp). É também Editor Associado do Aesthetic Plastic Surgery Journal, órgão oficial de publicações científicas da International Society of Plastic Surgery (ISAPS). O cirurgião conta com diversas contribuições científicas, com mais de 400 publicações, artigos e estudos na área de atuação. Nahas tem seis livros publicados e realizou conferências e cirurgias em 33 países, em universidades como New York University, Universidade de Pittsburgh, Universidade da Califórnia em São Francisco, Clínica Mayo, Universidade de Toronto, entre outras.



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