Cirurgião plástico esclarece quais cuidados devem ser tomados e aponta os procedimentos que podem ter seus resultados comprometidos
Com a chegada das Olimpíadas, a atenção do mundo inteiro
está voltada para os atletas que participam da competição. Alguns deles, como
Thaisa Daher, da seleção brasileira de vôlei, chamam a atenção não apenas por seus
talentos esportivos, mas também pelas mudanças expressivas no visual. É comum
ver integrantes de equipes de vários países, incluindo o Brasil, com aparência
bem diferente daquela de anos atrás, seja por efeito de uma harmonização
facial, toxina botulínica ou rinoplastia.
Embora nenhum procedimento seja proibido para os atletas de alto rendimento, o
cuidado redobrado durante o pós-operatório é decisivo para que alcancem um
resultado satisfatório — a curto e a longo prazo, conforme esclarece o cirurgião
plástico Fabio Nahas, professor da Unifesp e Diretor Científico Internacional
da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP). No caso da lipoaspiração,
por exemplo, o impacto de exercícios intensos não é tão determinante para o
resultado, permitindo que os pacientes retomem as atividades 30 dias após a
cirurgia.
Já a mamoplastia exige mais cautela. Procedimentos como a colocação de próteses
de silicone ou a elevação dos tecidos mamários podem comprometer os resultados
se o paciente não seguir as indicações médicas. Em mamas com próteses, o
impacto constante pode pressionar as próteses para baixo, enquanto em mamas sem
próteses, os tecidos reposicionados podem sofrer alterações pelo impacto
repetido associado aos efeitos da gravidade. Segundo Nahas, para que isso não
ocorra, é importante que a atleta priorize o uso de sutiãs ou tops de alta
sustentação. Com eles, é mais seguro que os resultados da cirurgia sejam mantidos
por muito mais tempo.
No caso de procedimentos estéticos menores, como aplicação de botox e
preenchimentos com ácido hialurônico, os impactos dos exercícios físicos não
alteram o resultado. “Muito embora a toxina botulínica (botox) tenha seu efeito
reduzido em pessoas que se exercitam intensamente, encurtando a duração do
efeito desejado”, afirma o médico.
Caso sejam seguidas todas as orientações médicas, os procedimentos e cirurgias
mencionados são seguros e podem oferecer resultados duradouros e satisfatórios,
inclusive para atletas. Além de elevar a autoestima e melhorar a autoimagem
desses competidores, algumas cirurgias podem ser, inclusive, aliadas do
desempenho esportivo. “Um exemplo muito visto é a mamoplastia redutora para
seios volumosos, que pode facilitar a prática de exercícios, eliminando um
possível obstáculo ao movimento e ao conforto durante a atividade”, avalia
Nahas.
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