Especialista do Hospital IGESP dá dicas importantes
para auxiliar as mães no período e evitar os problemas mais comuns
A Organização Mundial da Saúde e a Sociedade Brasileira de Pediatria recomendam aleitamento materno exclusivo por 6 meses e complementado por pelo menos 2 anos. O alimento é extremamente importante para o bebê, pois diminui os riscos de infecções respiratórias, alergias, diarreias, de obesidade e contribui para o desenvolvimento mais rápido – e pode ser fundamental também para a mãe, já que colabora com a redução do sangramento, do peso no período pós-parto e até das chances de desenvolvimento de câncer de mama, ovário, útero e endométrio.
“A partir do contato do bebê com o peito, o corpo da mãe já o prepara para as necessidades. Por exemplo, se estiver doente, a saliva, ao entrar em contato com o bico do peito, faz com que ele produza mais anticorpos. Se for prematuro, o leite acaba sendo mais gordo, para atender a essa necessidade”, afirma a pediatra e neonatologista do Grupo Trasmontano, Patrícia Terrivel.
Mas o que deveria ser natural pode ser muito difícil nos casos em que as crianças se recusam ou têm problemas na amamentação. “Uma das hipóteses é o uso de chupeta ou mamadeira, o que pode causar confusão de bicos e de fluxo. Quando o leite está na mamadeira, a criança abre a boca, e o líquido vem muito rápido. Isso pode fazer com que ela não queira fazer esforço para extrair o leito do peito”, explica. “Com a chupeta, é a mesma coisa. O movimento que o bebê faz é diferente do peito, que exige que ele abra toda a boca. Não existe leite fraco ou leite forte. O que existe é pouca ou muita produção. Quanto mais a criança mamar, mais leite será produzido”.
Outros
problemas registrados são o freio lingual, que não permite à criança fazer todo
o movimento da língua, e a presença do torcicolo congênito. “No caso do freio
lingual, é preciso que o bebê seja avaliado pelo pediatra, consultor de
amamentação e, se necessário, pelo fonoaudiólogo. Quando há torcicolo
congênito, ele acaba ficando travado e não consegue fazer o movimento para
mamar”, explica Patricia.
Mamadeira com fórmula? Conheça as alternativas
A pediatra ressalta que, nos casos em que existe recusa do bebê ao peito, primeiramente deve-se esgotar todas as alternativas antes de partir para o uso de mamadeira com fórmulas. “Ele precisa passar por um pediatra que seja pró-amamentação, por um consultor de amamentação e um fonoaudiólogo. Descartados problemas como refluxo, de ‘pega’ ou do freio lingual e constatada por profissionais a necessidade da fórmula, existem ainda a colher dosadora e o copinho antes de passar direto para uma madeira”.
Segundo
Patricia, porém, a fórmula não deve ser demonizada. “É uma opção de extrema
importância nos momentos em que a amamentação natural não se faz possível. As
mães também não devem se culpar quando houver essa necessidade”, finaliza.
Hospital IGESP unidade Paulista
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