O paladar exigente
é apenas uma das peculiaridades dos felinos, que já correspondem a mais de 30
milhões dos pets brasileirosConhecer o paladar e o que estimula o olfato do pet é
crucial também para oferecer um tratamento
manipulado personalizado_
Foto Vitor Zanfagnini
Com hábitos alimentares próprios e paladares um
tanto sofisticados, os gatos ganham fama e incontáveis memes na internet. Quem
nunca viu uma publicação de um gato reclamando que está passando fome em frente
ao comedouro cheio, por exemplo? Embora seja divertido rir desses
comportamentos, compreender as peculiaridades da espécie facilita a vida do
tutor e colabora com a qualidade de vida dos bichanos.
A médica-veterinária e consultora da DrogaVET,
Farah de Andrade, revela alguns mitos e verdades sobre os felinos.
Os felinos são carnívoros –
VERDADE
Assim como os felinos de grande porte (tigres,
onças, entre outros), os gatos domésticos também são carnívoros obrigatórios, o
que significa que sua dieta natural é composta principalmente de carne. Na
natureza, a ingestão de folhas, grãos e vegetais é feita em menor proporção e
por meio dos alimentos contidos no estômago das presas. Por isso, a alimentação
natural e as rações incluem também legumes, verduras e até mesmo carboidratos,
em menor proporção.
Algumas características do organismo dos gatos são
exclusivas de carnívoros, como ter menos dentes molares e pré-molares, se
comparados aos cães, e dentes caninos maiores para perfurar e rasgar a carne
das presas. O sistema digestório é mais simples, pois há baixa ingestão de
fibras e carboidratos, tendo o estômago menor e o intestino mais curto que
outras espécies. Além disso, o gato não possui a enzima que dá início à
digestão dos carboidratos na boca, a amilase salivar.
Os gatos não sentem o sabor doce
- VERDADE
Outra característica curiosa é não conseguirem
detectar o sabor doce devido à ausência de um receptor específico e ao
número de papilas gustativas reduzidas, cerca de 500, enquanto os humanos
possuem mais de 9 mil. No entanto, os sabores amargo, salgado e ácido são
percebidos pelos felinos.
Embora o paladar não seja como o nosso, o olfato é
o sentido mais utilizado: os gatos têm três vezes mais células olfativas do que
os humanos. Por isso, a alimentação deve ser bem cheirosa e a interferência de
outros odores junto aos comedouros deve ser evitada, como o uso de produtos de
limpeza e essências para o ambiente.
Os bichanos são seletivos para
comer porque são mimados – MITO
O que parece frescura, na verdade é o instinto de
proteção dos felinos. A ração que fica exposta por muito tempo perde o frescor,
o odor e pode até proliferar microrganismos, o que é interpretado pelo gato
como um alerta de perigo. Além disso, eles não gostam de encostar os bigodes
nos potes e podem se recusar a comer os grãos de ração que ficam nos cantos. A
veterinária lembra também que o ideal é disponibilizar a alimentação mais vezes
ao dia e na quantidade necessária para o período. Os gatos preferem fazer
várias pequenas refeições, em vez de consumir grandes quantidades de uma só
vez, assim como seus ancestrais selvagens, que capturavam pequenas presas
diversas vezes ao dia.
Considerando ainda a ancestralidade, a preferência
por alimentos úmidos e suaves vem da semelhança com carne fresca. “Esse fator
também pode ser considerado quando o gato precisa de um tratamento. Eles não
costumam aceitar a ingestão de comprimidos, mas podem se adaptar facilmente com
medicamentos manipulados em formas úmidas, como molhos e pastas orais, e se
sentirem atraídos pelos flavorizantes de peixe, frango, carne e queijo, por
exemplo”, ressalta a veterinária. A DrogaVET é pioneira em manipulação veterinária,
oferecendo cerca de 20 formas farmacêuticas e 30 flavorizantes que facilitam a
adesão ao tratamento de diversas espécies.
Os hábitos alimentares adquiridos nos primeiros 6
meses de vida também influenciam as escolhas quando adultos. Se experimentarem
texturas e sabores variados quando filhotes, se adaptarão mais facilmente a
dietas diversificadas.
Os gatos preferem o sabor de
peixe - MITO
A clássica cena dos desenhos animados com gatos
enfeitiçados pelo sabor de peixe não é tão verdadeira. Na natureza, os felinos
caçam mais aves e roedores. Por isso, rações e alimentação natural com carne
bovina, de cordeiro e, especialmente, frango costumam fazer muito sucesso.
“Devemos observar o apetite do pet com a ração ou alimentação. Se ele não
parecer tão motivado ao se alimentar é importante testar um novo sabor,
lembrando que a troca de ração deve ser gradativa para não afetar o sistema
digestório do animal. Além disso, gatos não devem ficar longos períodos sem se
alimentar. Então, nada de experimentar deixar o gato sem comer na tentativa de
que ele aceite o sabor disponível”, alerta Farah.
A veterinária também revela que na rotina da
farmácia o sabor frango é o mais pedido, seguido por salmão e atum. “Conhecer o
paladar e o que estimula o olfato do pet é crucial, não somente para a dieta do
animal, mas também para quando ele precisa de um tratamento”.
Além das peculiaridades alimentares dos bichanos, é importante considerar os cuidados com a higiene para garantir a aceitação dos alimentos e a saúde do pet. É recomendável manter um local fixo para os comedouros, sempre longe da caixa de areia, e lavá-los após a alimentação para evitar a proliferação de microrganismos.
DrogaVET
www.drogavet.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário