Médica da Origen BH explica os prós e contras dos métodos mais utilizados na medicina reprodutiva
Casais, homens e mulheres que têm o sonho de ter
filhos e buscam ajuda da medicina reprodutiva se deparam com duas técnicas
frequentemente utilizadas - a fertilização in vitro (FIV) e a inseminação
artificial (IA). Muitos têm dúvidas sobre qual a melhor técnica para o seu
caso. Ambos os métodos têm como objetivo auxiliar aqueles que enfrentam
dificuldades para conceber naturalmente, mas suas abordagens e indicações
variam significativamente.
De acordo com a médica da Origen BH, Bruna Barbosa
Coimbra Corlaite, especialista em reprodução assistida e professora em Saúde da
Mulher na Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais, a FIV envolve a
fertilização (união de um óvulo com um espermatozoide) em laboratório, fora do
corpo feminino. Já a inseminação artificial envolve a introdução direta do
sêmen, beneficiado em laboratório, no útero da mulher em momento próximo ao da
ovulação.
“A inseminação é mais simples em comparação à FIV.
Esta última com demanda de estimulação ovariana, rastreio ultrassonográfico,
coleta dos óvulos, fertilização dos óvulos em laboratório com os
espermatozoides do parceiro ou doador e a transferência dos embriões para o
útero. Na inseminação, o sêmen é coletado, submetido a tratamento no
laboratório e inserido no fundo do útero da mulher, mas em muitos casos também
exige a estimulação de produção de óvulos. Cada casal e cada paciente têm uma
história de saúde e de vida, respondendo melhor a um tratamento específico. Por
isso, um processo de reprodução assistida precisa ser acompanhado por
especialistas com elaboração de uma proposta de tratamento individualizada,
afinal, cada casal é único”, esclarece.
Ambos os tratamentos, FIV e IA, oferecem esperança
e soluções para casais que enfrentam desafios de fertilidade ou indivíduos
solteiros que não têm um(a) parceiro(a). A escolha entre eles geralmente
depende das circunstâncias individuais de cada caso, dentre elas a causa da
infertilidade, o tempo de tentativas sem sucesso, o histórico médico, a idade
dos envolvidos e até mesmo preferências pessoais.
Por essas razões, sempre é aconselhável buscar
informações detalhadas sobre os tratamentos de fertilização assistida e como
eles podem ser aplicados em diferentes situações com especialistas da área.
Muitas pessoas que procuram as primeiras informações sobre as técnicas
disponíveis têm dúvidas sobre os prós e contras da FIV e da inseminação
artificial, bem como querem ser orientados sobre as taxas de sucesso e riscos.
Indicações e taxas de sucesso
- No caso da inseminação artificial, ela é indicada
para casais com infertilidade inexplicada com pouco tempo de evolução,
dificuldades de ovulação ou alterações leves na qualidade ou quantidade de
espermatozoides no esperma. Entre os requisitos para a adoção desta técnica
está o fato de as tubas uterinas precisarem estar desobstruídas e funcionando
normalmente. As taxas de sucesso são geralmente entre 10% e 20% por ciclo,
dependendo da idade da mulher e da causa da infertilidade. Sua eficácia pode
ser limitada em casos de infertilidade de longa data ou problemas graves com a
qualidade do sêmen.
Conforme a médica Bruna Coimbra, “no caso de
infertilidade de tempo prolongado, obstrução tubária bilateral, endometriose
profunda e infiltrativa, idade feminina avançada, baixa reserva ovariana,
falhas repetidas em inseminação artificial ou outras condições mais complexas a
FIV é a técnica mais indicada por ter maiores chances de sucesso ou ser a única
opção possível de tratamento. “Na FIV, há ainda a possibilidade da biópsia
embrionária com diagnóstico genético pré-implantacional de síndromes ou doenças
genéticas específicas, evitando a transmissão aos filhos. A FIV também é uma
técnica muito importante para viabilizar gestação para casais do mesmo sexo”,
diz a médica. No caso de FIV, as taxas de sucesso ficam entre 40% e 60% por
ciclo para mulheres abaixo dos 35 anos, diminuindo com a progressão da idade.
Entre os contras dos tratamentos estão os
procedimentos necessários a cada um deles além do investimento financeiro. Na
FIV, o procedimento é mais complexo e invasivo, envolvendo múltiplas doses de
medicações injetáveis, investimento financeiro maior, procedimentos em bloco
cirúrgico e maiores riscos (como a síndrome do hiperestímulo ovariano
dependendo da reserva ovariana e do protocolo de tratamento sendo hoje
extremamente rara). Já na inseminação, apesar de mais simples, exige também
idas à clínica, exames e as taxas de sucesso são mais baixas do que na FIV,
especialmente se utilizada para casos complexos de infertilidade.
“A avaliação detalhada do casal ou da pessoa que
busca realizar o sonho de ter filhos em consulta presencial nos permite dizer
melhor para cada caso qual a técnica mais adequada prevendo as chances de
sucesso e otimizando o tratamento”, acrescenta Bruna Coimbra.
Entenda:
Inseminação Artificial (IA):
Processo: O sêmen é coletado, preparado e inserido
diretamente no útero da mulher durante o período de ovulação usando um cateter.
Complexidade: Menos invasivo, não envolve a
manipulação direta dos óvulos ou embriões.
Duração: Apesar de exigir acompanhamento com
algumas idas à clínica, o procedimento é rapido e indolor, geralmente feito em
uma sala da clínica especializada.
Fertilização In Vitro (FIV):
Processo: Envolve a estimulação ovariana para
produzir múltiplos óvulos, coleta desses óvulos, fertilização com o esperma em
laboratório, e transferência do(s) embrião(s) resultante(s) para o útero.
Complexidade: mais invasivo mesmo assim com
baixissimos indices de complicações e envolve múltiplas etapas, incluindo a
extração de óvulos e manipulação laboratorial dos gametas e embriões.
Duração: Diversas etapas são necessárias desde a estimulação
até a transferência do embrião exigindo várias idas à clínica especializada,
sala de bloco cirúrgico e sedação anestésica para a coleta de óvulos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário