Brasil é o segundo país no mundo com mais casos diagnosticado de burnout e psicóloga ensina como equilibrar produtividade e bem-estar
Cerca de 70% dos trabalhadores brasileiros têm sido afetados por altos níveis de estresse, enquanto 30% sofrem com a síndrome do burnout — distúrbio emocional com sintomas de exaustão extrema — de acordo com levantamentos feitos pela ADP Research Institute e pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Essas estatísticas colocam o Brasil em segundo lugar no ranking mundial de casos de esgotamento mental decorrente de dinâmicas laborais e refletem as consequências negativas de um mundo corporativo que valoriza cada vez mais a eficiência e a produtividade.
De acordo com a
profissional de Psicologia da rede AmorSaúde, Dra. Jaine Melo, o ambiente
corporativo e suas dinâmicas podem influenciar a saúde mental dos colaboradores
de diversas maneiras ao focar apenas nos resultados e utilizar da pressão para
alcançá-los, reduzindo assim a produtividade das equipes e gerando desmotivação,
irritabilidade e falta de engajamento.
“Isso acontece
porque — ao utilizar a pressão como recurso para o atingimento de metas — os
líderes acabam deixando os funcionários sem repertório emocional para lidar com
demandas cada vez mais pesadas, o que afeta as equipes tanto em sua esfera
pessoal quanto profissional”, explica a Dra. Jaine Melo.
A Geração Z, no
entanto, tem colocado o atual cenário do mercado de trabalho nacional em xeque.
Composta por aqueles nascidos entre meados dos anos 90 e início dos anos 2010, a
chamada Gen Z está redefinindo as prioridades no local de trabalho,
demonstrando uma consciência crescente sobre a importância da saúde mental e
demandando ambientes laborais que valorizem o equilíbrio entre a performance e
o bem-estar.
De acordo com a
psicóloga, especialista em Pessoas e Cultura e sócia-diretora da Refuturiza, ecossistema de educação e empregabilidade, Renata Fonseca,
as trends da Gen Z que podem ser implementadas por esse segmento e que podem te
ajudar a proteger sua saúde mental no ambiente corporativo são:
Flexibilidade
no trabalho:
A geração Z
reconhece a importância de uma agenda flexível para o bem-estar mental. Eles
valorizam a capacidade de ajustar horários de trabalho de acordo com suas
necessidades pessoais, o que pode ajudar a evitar o esgotamento e a promover
uma melhor gestão do tempo.
Cultura
de feedback construtivo:
Em vez de
encarar o feedback como uma crítica negativa, a geração Z vê isso como uma
oportunidade de crescimento pessoal e profissional. Implementar uma cultura de
feedback construtivo pode ajudar a reduzir a ansiedade no trabalho, ao mesmo
tempo em que promove o desenvolvimento contínuo dos colaboradores.
Priorização do equilíbrio entre trabalho e vida pessoal:
Os membros da
geração Z entendem a importância de separar o trabalho da vida pessoal para
preservar sua saúde mental. Eles defendem uma abordagem equilibrada, onde o
tempo dedicado ao trabalho seja complementado com atividades que promovam o
bem-estar, como hobbies, exercícios físicos e tempo com a família e amigos.
Uso de
tecnologia para o bem-estar:
A geração Z é altamente familiarizada com o uso de tecnologia para melhorar a qualidade de vida. Eles adotam aplicativos de meditação, ferramentas de gerenciamento de estresse e outras soluções digitais que promovem o bem-estar mental. Integrar essas tecnologias no ambiente de trabalho pode ajudar os colaboradores a lidar com o estresse e a ansiedade de forma mais eficaz.
Criação de ambientes inclusivos e de apoio:
A geração Z valoriza a diversidade e a inclusão e espera que seus empregadores criem ambientes de trabalho onde todos se sintam valorizados e respeitados. Promover uma cultura de apoio mútuo e oferecer recursos para lidar com questões de saúde mental no local de trabalho pode contribuir para um ambiente mais acolhedor e saudável para todos.
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