Após anunciar que está com câncer, a
princesa de Gales divulgou que está realizando sessões de quimioterapia;
Oncologista comenta arsenais de terapias disponíveis no combate à doença e faz
alerta sobre falta de informação pode prejudicar o diagnóstico e tratamento de
tumores
Nesta sexta-feira, 22 de março, Kate Middleton (42) anunciou através de um vídeo oficial que está com câncer. Durante o comunicado, a princesa explicou ainda que já está realizando sessões de quimioterapia.
No início deste ano, Kate passou por
uma cirurgia no abdome, sem detalhes sobre o motivo que levou à necessidade do
procedimento. "Eu precisei de tempo para me recuperar da minha cirurgia e
começar o tratamento", disse no vídeo publicado nas redes sociais.
"Em janeiro, eu passei por uma grande cirurgia abdominal e na ocasião pensou-se que minha condição não era de câncer. A cirurgia foi bem-sucedida, no entanto exames após a operação mostraram que havia câncer. Minha equipe médica aconselhou que eu me submetesse a uma quimioterapia preventiva, e agora estou nos estágios iniciais desse tratamento", contou.
O que é
quimioterapia?
O tratamento quimioterápico consiste
basicamente na utilização de medicamentos que tem por missão eliminar as
células cancerosas e impedir que elas se espalhem e se multipliquem no
organismo.
De acordo com Mariana Laloni, oncologista e Diretora Médica Técnica da Oncoclínicas, dentre as diversas finalidades de indicação da quimioterapia, o especialista irá avaliar o tipo do tumor, tamanho, localização, se existem ou não metástases, idade do paciente, estado geral de saúde, medicamentos em uso e histórico. Depois de obter todas as respostas, o tratamento adequado será indicado ao paciente, podendo ou não ser adotadas estratégias combinadas a outras alternativas terapêuticas.
Entre as finalidades do uso deste tipo de medicação, estão:
- Quimioterapia curativa: na tentativa de curar o câncer completamente;
- Quimioterapia neoadjuvante: feita antes ou associada a outros tratamentos, para
deixá-los ainda mais eficazes. Aqui, o objetivo da quimioterapia é
“encolher” o tumor para potencializar o efeito da radioterapia ou da
cirurgia;
- Quimioterapia adjuvante: feita após a cirurgia ou a radioterapia, como forma de evitar
a recidiva (retorno) do câncer; e
- Quimioterapia paliativa: Se a cura não for possível, a quimioterapia pode ser
realizada para o alívio dos sintomas do câncer.
A médica lembra que os avanços
científicos no combate ao câncer garantem atualmente um vasto leque de
possibilidades para os pacientes oncológicos, que serão definidas a partir de
avaliações do perfil da doença de cada indivíduo, de forma cada vez mais
personalizada. “Precisamos lembrar que existe um arsenal de estratégias médicas
possíveis, a maioria delas muito avançadas e com altas taxas de cura. Cirurgia,
quimioterapia, radioterapia, imunoterapia e terapias alvo são alguns dos
pilares de tratamento que mudaram o panorama de uma doença que, no passado, já
foi tão temida”, comenta.
Falta de
informação e tabus podem prejudicar diagnóstico e tratamento do câncer
Para Mariana Laloni, mesmo com os
avanços e casos de cura, ainda existe um grande desafio em desmistificar o
diagnóstico de câncer e tratamentos para a doença. "Temos a obrigação de
informar corretamente e preservar a individualidade dos pacientes, sejam
pessoas públicas ou indivíduos comuns. Médicos, profissionais de saúde,
jornalistas e pacientes devem entender que informar com precisão é uma
prestação de serviço e significa cuidado", comenta.
A oncologista acrescenta ainda que
casos como esse, podem gerar ainda mais desinformação e tabus quando não
abordados da maneira correta. “Isso expõe pessoas públicas e demais pacientes,
que acabam passando por um sofrimento desnecessário. E em nada contribui para a
informação adequada e correta que pode salvar vidas”, enfatiza.
Panorama global do câncer
Atualmente, considerando uma prevalência de 5 anos da doença, a OMS informa que aproximadamente 53,5 milhões de pessoas estão vivendo com câncer em todo mundo, sendo que 1,6 milhão delas está no Brasil - um número que, conforme as perspectivas da entidade, seguirá crescendo.
As projeções indicam uma tendência de elevação dos índices mundiais de detecção do câncer, chegando ao patamar médio de aumento de 77% em 2050 quando comparado ao cenário registrado em 2022, com 20 milhões de novos casos da doença. Isso significa que nas próximas décadas uma a cada 5 pessoas terá câncer em alguma fase da vida.
Em 2022, 10 tipos de câncer representaram dois terços dos novos casos e dos 9 milhões de óbitos decorrentes da doença. O de pulmão foi o mais comum em todo mundo, com 2,5 milhões de diagnósticos (12,4% do total), seguido do câncer de mama feminino (2,3 milhões, ou 11,6%), colorretal (1,9 milhão, 9,6%), próstata (1,5 milhão, 7,3%) e estômago (970 mil, 4,9%). Globalmente, tumores de pulmão (18,7%), colorretal (9,3%) e fígado (7,8%) foram as principais causas de óbito pela doença.
No Brasil, dos 1.634.441 pacientes oncológicos em 2022 — incluindo os novos casos e aqueles diagnosticados em cinco anos —, 278.835 morreram, principalmente de tumores de pulmão, mama feminino e colorretal. As três maiores incidências foram próstata (102.519), mama feminino (94.728) e colorretal (60.118). O risco de desenvolver qualquer tipo de câncer no país antes dos 75 anos foi de 21,5%, sendo maior (24,3%) entre os homens.
Considerando a previsão de novos casos
em 2050, o Brasil deve registrar 1,15 milhão de novos casos, um aumento de
83,5% em comparação a 2022. As mortes por câncer também devem ter um aumento
considerável: 554 mil, 98,6% a mais do que o atual volume registrado de óbitos
pela doença no país.
Confira a seguir os principais dados do GLOBOCAN 2022:
Mundo:
- Número de novos casos de câncer: 19.965.054
- Número de mortes: 9.736.520
- Número de prevalência de casos da doença (5 anos): 53.490.304
- Top 3 por incidência:Pulmão, Mama e Colorretal
- Top 3 por letalidade: Pulmão, Colorretal e Fígado
- Número de novos casos previstos para 2050: 35 milhões
Brasil:
- Número de novos casos de câncer: 627.193
- Número de mortes: 278.835
- Número de prevalência de casos da doença (5 anos): 1.634.441
- Top 3 por incidência: Próstata, Mama e Colorretal
- Top 3 por letalidade: Pulmão, Colorretal e Mama
Oncoclínicas&Co.
Para mais informações, acesse Link
Nenhum comentário:
Postar um comentário