País realizou 83% de detecções da doença; Pelo SUS, brasileiros têm acesso à exame que agiliza o diagnóstico da
doença em até 10 dias
A tuberculose é a segunda principal causa de morte por
doença infecciosa em todo o mundo, superando o HIV e a AIDS, segundo relatório
divulgado pela Organização Mundial de Saúde (OMS)[1]. O Brasil está entre os 13 países que conseguiram
recuperar a detecção de pessoas com tuberculose após a pandemia de COVID-19, o
que é fundamental para agilizar o tratamento dos pacientes¹.
A OMS estima que 105 mil brasileiros¹ contraíram a doença em 2022, sendo que 87.344 foram diagnosticados e tratados, representando 83% de detecções – percentual 9,5% maior do que no ano de 2021, quando o país alcançou o índice de 75,8%¹. A pesquisadora e diretora técnica do Instituto Adolfo Lutz, de São Paulo, Érica Chimara, destaca que a tuberculose é uma doença contagiosa, mas prevenível e com altas taxas de cura. Contudo, a médica ressalta que é necessário diagnóstico e conclusão do tratamento.
“A transmissão da tuberculose acontece por via respiratória e pelo contato com secreções eliminadas por tosse, fala ou espirro de uma pessoa com a doença ativa. Com o início do tratamento, o contágio tende a diminuir gradativamente, e em geral, após 15 dias, o risco é bastante reduzido. Cerca de 85% das pessoas que desenvolvem a doença são tratadas com sucesso em até seis meses. É importante salientar a necessidade de seguir as orientações médicas e não abandonar os medicamentos, pois a interrupção destes traz complicações que podem levar o paciente a óbito”, destaca a médica.
A doença não é transmissível por
objetos compartilhados. Os bacilos que ficam depositados em roupas, lençóis,
copos e talheres dificilmente se dispersam em aerossóis e, por isso, não têm
papel importante na transmissão da doença[2]
Acesso ao
diagnóstico pelo SUS
Desde 2022, está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) o teste em cultura líquida automatizada para detecção de micobactérias[3] e o teste de sensibilidade aos antimicrobianos utilizados no tratamento da tuberculose, adotados pelos Laboratórios Centrais (Lacens) do país³, que possibilita o diagnóstico da tuberculose em até 10 dias. Anteriormente, os resultados de exames saiam em até 40 dias.
“O sistema automatizado de cultura líquida reduz o tempo de detecção das micobactérias com boa taxa de recuperação em relação ao meio de cultura sólido, além de permitir a realização do teste de sensibilidade a antibióticos para Mycobacterium tuberculosis”, destaca Érica Chimara. “Essa metodologia de exame pode contribuir para o aumento da cobertura da realização dos testes em todo o país, de forma padronizada, constituindo uma estratégia importante para o diagnóstico oportuno e controle da tuberculose em âmbito nacional”, finaliza a médica.
Entre os testes para diagnóstico da tuberculose, a cultura em meio sólido ou
cultura em meio líquido é o padrão-ouro, sendo que a cultura líquida realizada
nos instrumentos BD BACTEC™, MGIT™, por ser automatizada, possui uma proporção
de detecção 17% mais alta que a cultura sólida³.
Fatores de risco para a
tuberculose
A tuberculose é uma doença infectocontagiosa e
causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis (também conhecida como
bacilo de Koch). Em casos mais raros, a doença também pode ser transmissível
por outras micobactérias[4], como a Mycobacterium bovis,
M. africanum e M. microti. A doença prejudica principalmente os
pulmões, além de possivelmente atingir outros órgãos do corpo como rins,
meninges e ossos[5]. Muitos dos novos casos de tuberculose
são atribuídos a cinco fatores de risco: desnutrição, infecção pelo HIV,
transtornos por uso de álcool, tabagismo e diabetes. A
vacina BCG, ministrada na infância, é indicada para prevenir as formas graves
da doença.
BD
Para mais informações acesse: Link
Referências
[1] Global tuberculosis report 2023. World Health Organization (Who). Disponível em Link. Acessado em 15/03/2024.
[2] Ministério da Saúde. Tuberculose. Disponível em Link. Acessado em 15/03/2024.
[3] Relatório Consulta Pública. Cultura líquida. Conitec. Disposível em Link. Acessado em 15/03/2024.
[4] Biblioteca Virtual em Saúde (BVS). Ministério da Saúde. Tuberculose. Disponível em Link. Acessado em 15/03/2024.
[5] Tuberculose. Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Disponível em Link. Acessado em 15/03/2024.
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