Dados apontam que 13 tipos de câncer são ligados ao excesso de gordura corporal; especialista comenta como evitar os fatores de risco para uma vida mais saudável
Ter uma dieta rica em alimentos que contribuam com o sistema
imunológico é fundamental em todos os pilares da vida, sem distinção de faixa
etária. A partir dela, é possível evitar a obesidade, prevenir doenças -
incluindo o câncer -, ter uma melhor qualidade de vida e diversos outros
benefícios.
Considerando a relação entre alimentação e aumento no risco de
incidência de câncer, para aqueles que desejam investir em mudanças de hábitos
que efetivamente favoreçam seu bem estar, é importante ter bom senso. Segundo a
Organização Mundial da Saúde (OMS), 40% dos casos de câncer poderiam ser
evitados se os fatores de risco não fossem aplicados pelos pacientes no dia a
dia. Dentre eles, é possível citar: má alimentação, sedentarismo, ingestão de
bebidas alcóolicas, alimentos ultraprocessados, entre outros.
Riscos
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), os números
da doença tendem a crescer nos próximos anos. E esse fator vem ainda
acompanhado de uma perspectiva ligada ao ganho de peso da população. Ao todo,
cerca de 13 tipos de câncer já possuem alguma relação com a obesidade, sendo os
mais comuns, os de fígado, mama, tireóide, ovário, rim, pâncreas e estômago.
E essa é uma realidade que tende a evoluir de forma negativa:
até 2025 serão 29 mil novos casos de câncer causados pelo excesso de peso (4,6%
do total) segundo o estudo epidemiológico, feito em colaboração com a Harvard
University (Estados Unidos) e publicado em 2018.
“A obesidade é a segunda maior causa evitável da doença,
perdendo apenas para o tabagismo. No entanto, devido a diminuição do número de
fumantes, é esperado que nos próximos anos ela seja a condição prevenível mais
comum. E além do câncer, vale lembrar que problemas como diabetes, acidentes
vasculares cerebrais (AVC) e doenças cardiovasculares podem ser evitadas a partir
de medidas simples para controle do excesso de peso”, comenta Daniel Gimenes,
oncologista da Oncoclínicas.
Prevenção
Segundo o especialista, é imperativo o desenvolvimento de
políticas públicas focadas em orientar a sociedade sobre hábitos alimentares pouco
saudáveis, como ingestão de gorduras, açúcares e produtos industrializados em
excesso. “Fast Food, salgadinhos de pacote, embutidos, sucos de caixinha,
refrigerantes e ultraprocessados em geral são os responsáveis pelo aumento da
incidência de sobrepeso e obesidade entre a população nos mais diversos países,
inclusive o nosso. Estes fatores elevam os riscos de incidência de câncer e
devem ser diretamente evitados em todas as fases da vida”, explica.
A Agência Internacional de Pesquisa em Câncer analisou em 2016,
através de diversos estudos, evidências comprovando que a ausência de gordura
corporal excessiva reduz o risco de câncer. Contudo, a OMS estima que 20% de
todos os cânceres possuem alguma relação com a obesidade.
O médico reforça ainda que manter uma alimentação equilibrada é a chave para a diminuição da progressão dos casos de câncer. “A dieta saudável é aquela que o indivíduo tem a orientação de um nutricionista ou nutrólogo e que tenha um cardápio composto de alimentos integrais, frutas, verduras, proteínas de carne branca, além de limitar o consumo de carne vermelha, carnes defumadas e processadas e a ingestão de bebidas açucaradas e alcoólicas em geral”, finaliza o Dr. Daniel Gimenes.
Oncoclínicas&Co.
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